domingo, 31 de março de 2024
O que farei com este Estado?
sexta-feira, 29 de março de 2024
Abril em março
Durante o mês de Abril recordaremos aqui os atropelos à liberdade de pensar e de agir praticados pelos fascistas que ocupavam o poder antes de 1974, e assinalaremos as vontades dos fascistas de agora na sua vertiginosa estratégia de regresso a esse passado tenebroso.
Vamos manifestar alegria por termos vivido momentos únicos. Queremos viver em liberdade e paz, e fazer tudo para que a nossa vida seja vivida com essa alegria que nos permite usufruir do acesso ao que nos ajuda a respirar melhor. Fascismo nunca mais, repito. Agora e sempre!
quinta-feira, 28 de março de 2024
Há vida para além do governo
Estou de acordo com António Filipe, com Fabian Rodrigues, com Paulo Muacho e com Pedro Delgado Alves. O problema não é estes ministros serem da área restrita do partido do Governo. Estes ministros querem entregar tudo aos detentores disto tudo.
Estes ministros têm imensa experiência nas áreas que combatem serviços públicos. Sem papas na língua foram denunciados governantes com interesses no imobiliário e na implementação dos vistos gold. Falou-se do conservadorismo pouco cultural da ministra da cultura, da incompreensão da vida de quem trabalha por parte da ministra do trabalho e da excessiva ligação de muita desta gente às medidas coelhistas nos tempos da troika de má memória. Nada entusiasmante, este governinho.
Fumo branco
Há novo governo. Foram divulgados os nomes dos novos governantes. Pára tudo... já há quem tenha opinião a dar sobre tudo e todos os ministros e ministras. Quem é? Quem haveria de ser? O grunho falante já está de língua em riste. É sempre o primeiro dar ao badalo. Não sai dos monitores. Parece entrevista pessoal. Chiça... Vão-se lixar, senhores da comunicação social.
quarta-feira, 27 de março de 2024
Richard Serra
Retrocessos óbvios
Um repugnante fascista é vice-presidente da Assembleia da República. A direita uniu-se para ser ela própria. Lamentável. É lamentável termos esta criatura sinistra num lugar de relevo da Casa da Democracia.
Dia Nacional do Circo
Não queria colocar aqui nada que pudesse ofuscar a celebração do Teatro neste seu dia mundial. Mas o que se está a passar na Assembleia da República puxou-me este comentário para a frente. O grunho falante protagonizou o que se poderá considerar um dos muitos momentos que se vão repetir por ali. O grunho falante representa os grunhos que nele votaram. Os grunhos votaram num idiota útil que faz o que for preciso para desrespeitar a democracia e a sua casa maior. Os grunhos não são de fiar.
António Filipe, deputado mais antigo em exercício, eleito pelo PCP, foi competente gestor deste circo protagonizado pelo grunho falante. Circo com cinquenta palhaços e palhaças e com grande pendor para a mais repugnante representação circense. Sim, o grunho transformou a casa da democracia num circo repugnante.
António Filipe veio demonstrar que o que alguns chamam extrema-esquerda não é comparável com a extrema-direita troglodita. A esquerda é respeitável, solidária e civilizada. A extrema-direita é estupidamente troglodita. Este episódio foi uma amostra do que o grunho falante e os seus apaniguados são capazes. O grunho falante, sempre com a língua de réptil em exercício, vomitou ódio. Repugnante. O pior está para vir. Combatê-los, é preciso.
facebookDia Mundial do Teatro 2024
Mensagem do Dia Mundial do Teatro 2024 de Jon FOSSE
Cada pessoa é única e, ao mesmo tempo, como qualquer outra. O nosso aspeto exterior é diferente do de toda a gente, e isso é bom e está bem, mas há também algo em cada um de nós que pertence exclusivamente a cada indivíduo – e que é essa pessoa isoladamente. Podemos chamar-lhe o espírito, ou a alma. Ou então podemos não o rotular com palavras, de todo.
Mas ao mesmo tempo que não somos parecidos uns com os outros, também somos todos parecidos. As pessoas de todas as partes do mundo somos fundamentalmente semelhantes, independentemente da língua que falamos, da cor de pele e da cor de cabelo que temos.
Isto pode ser uma espécie de paradoxo: que sejamos completamente parecidos e totalmente diferentes ao mesmo tempo. Talvez uma pessoa seja intrinsecamente paradoxal, na sua ligação entre corpo e alma – Nós abarcamos tanto a existência mais tangível e terra-a-terra, como também algo que transcende estes limites terrenos e materiais.
A arte, a arte boa, organiza-se de forma maravilhosa para combinar aquilo que é totalmente único com aquilo que é universal. Ao fazê-lo, a arte atravessa as barreiras entre línguas, regiões e países. Congrega não apenas as qualidades individuais de cada pessoa mas também, noutro sentido, as caraterísticas individuais de cada grupo de pessoas, por exemplo, de cada nação.
A arte faz isto não através da equalização das diferenças, tornando tudo igual mas, pelo contrário, mostrando-nos aquilo que é diferente de nós mesmos, o que nos é alheio ou estrangeiro. Toda a arte boa contém precisamente isso: algo que é alheio, algo que não conseguimos compreender completamente e que, mesmo assim e ao mesmo tempo, compreendemos de certa forma. Ela contém um mistério, por assim dizer. Algo que nos fascina e nos leva para além dos nossos limites e, ao fazê-lo, a arte cria uma transcendência que toda a arte tem de conter e para a qual ela tem de nos levar.
Não conheço melhor forma de juntar os opostos. É a abordagem exatamente oposta de todas os conflitos violentos que vemos no mundo com demasiada frequência, a mesma que indulta a tentação destrutiva de aniquilar tudo o que é estrangeiro, tudo o que é único e diferente, frequentemente através da utilização das invenções mais desumanas que a tecnologia já pôs à nossa disposição. Há terrorismo no mundo. Há guerra. Porque também temos um lado 2 de 2 páginas animalesco, instigado pelo instinto de experienciarmos o outro, o estrangeiro, mais como uma ameaça à nossa existência, do que como um mistério fascinante. É assim que a autenticidade – aquelas diferenças que todos podemos ver – desaparecem, deixando atrás de si uma mesmice coletiva para a qual tudo o que é diferente é visto como uma ameaça que tem de ser erradicada. Aquilo que é visto de fora como uma diferença, por exemplo na religião ou na ideologia política, torna-se algo que precisa ser derrotado e
destruído.
A guerra é a batalha contra aquilo que está profundamente no nosso íntimo: algo único. E é também a batalha contra a arte, contra aquilo que está profundamente no íntimo de toda a arte. Tenho mencionado a arte em geral, e não o teatro ou a dramaturgia em particular, mas isso é porque, como já disse, toda a arte boa, no fundo, orbita sobre a mesma ideia: pegar naquilo que é totalmente único, totalmente específico, e torná-lo universal. Unindo o particular com o universal através de formas de o expressar artisticamente: sem eliminar a sua especificidade e deixando brilhar claramente aquilo que é estrangeiro e não familiar.
A guerra e a arte são opostas, tal como a guerra e a paz são opostas – é tão simples quanto isto. Arte é paz.
Traduzido por: Ricardo Simões | Teatro do Noroeste – Centro Dramático de Viana
terça-feira, 26 de março de 2024
Dia Mundial do Teatro
ALDEBARÃ é um espetáculo teatral para a juventude construído a partir de jornadas mitológicas de heróis como Ulisses, Eneias e Jasão. A narrativa de viagem é um recurso para explorar temas como alteridade, diversidade e construção de linguagem. Este é um projeto concebido pela associação cultural Terra Amarela com um elenco de intérpretes-criadores com um perfil que se apoia na diferença: artistas com distintas idades, raças, capacidades intelectuais, ferramentas de comunicação. Uma tripulação incomum numa aventura desafiadora.
Tenham medo
Isto mete medo. As ameaças sexistas e racistas do grunho falante revoltam. O imbecil que lidera o ADN, partido também de extrema-direita, como o do grunho, já sugeriu mandar para o Tarrafal quem não pensa como ele. Já se comportam como fascistas descarados e sem vergonha. Agora, todos juntos ameaçam com a Bíblia. A Bíblia é para esta gente arma. Tão fofinhos. Tão amigos do próximo. Nas comemorações de 25 de Abril vamos assistir ao que nunca pensámos assistir. Já é possível falar de Abril atacando quem participou na revolução. Os deputados democratas vão ver o que nunca viram, nem pensaram ver. Está na hora de pensarmos em perceber isto todos juntos. O perigo está instalado. Mais de um milhão de grunhos apoia cegamente o grunho falante. São grunhos, mas votam.
domingo, 24 de março de 2024
Ensaio sobre a diferença
A expressão "todos diferentes, todos iguais" não pretende garantir que somos todos iguais. Muito pelo contrário: assume a diferença como qualidade do ser humano. Não é a cor da pele que nos distingue, mas sim a maneira como vivemos e interpretamos a realidade que nos cerca. Somos mesmo todos diferentes. E é nisso que somos todos iguais.
SOMOS EVIDENTEMENTE DIFERENTES | A recente expressão eleitoral de muitos de nós informa-nos que muitos de nós não gostam de estar connosco. Somos todos diferentes. Toda a gente que votou num partido antidemocrático revela assim que não quer estar connosco neste sistema democrático. Sistema que nos permite votar e participar na sociedade. Sistema que nos permite ter direitos e assim nos protege. Sistema que nos permite aceder à Arte e à cultura em geral através de apoios aos que criam. Sistema que não considera excessivo tudo o que não seja rentável. Os que votaram nesse partido não querem saber da cultura e da dignidade cultural que nos define. Os que votaram no partido neofascista não se importam nada se esse partido é fascista ou não. Não querem saber se esse partido quer rejeitar alguns de nós — pela diferença de cor ou religião —, acabar com o apoio à saúde de todos, ou tornar a escola um lugar de competição desregrada [ou com as regras deles). Votaram num partido que quer que todos vão à missa e que odeiem quem não vai. Querem um país de tradições semelhantes às que brindavam as políticas de antes de Abril de 1974. Não querem saber do facto de metade dos candidatos a deputados do partido estar com problemas graves com a Justiça. O que se espera de quem só semeia ódio? No tempo do fascismo histórico, de antes de Abril de 1974, os fascistas frequentavam o "Ballet Rose" e depois iam à missa ao domingo. Os fascistas podem pecar. São pecadores generosos e bons. Também podem não querer nada disto, e sim o seu contrário. Isso não importa. Quem vota num partido antidemocrático quer votar num dos seus — o grande chefe — e ir depois para a taberna, ver a bola, beber umas cervejas e "mandar umas bocas" a quem quer mais do que isso. Ficam descansados. Descansam nas "justas" opiniões do chefe. Ou então vão para as redes sociais vomitar ódio para defender o odioso chefe que idolatram. Inventam "cenas", enaltecem a sua superioridade face aos que vêm de fora, mentem sempre. São sempre do contra. Enquanto o seu partido não mandar nisto tudo serão sempre contra "os que estão lá agora". Não percebem que quando o seu partido desfizer isto tudo eles são os primeiros a ser desfeitos. Não percebem nada, nem querem saber. Há no entanto um sentimento firme que revelam: ruindade. são gente ruim. Gente irresponsável e má. Não é possível que vote num partido que destila ódio quem não tem ódio no coração. No coração não, na mente. Como dizia Cruzeiro Seixas: "o coração pulsa dentro da cabeça".NOVOS FASCISTAS? |Parece que muitos dos que agora votaram nos neofascistas sem trambelho são gente jovem. Foram as redes sociais que lhes fizeram a cabeça, diz-se. A geração "mais preparada de sempre", dizia-se em tempos chegados. Preparada para quê? Para ser parva? Claro que não foi uma geração que deu este obsceno resultado aos fascistas. Foram alguns dessa geração, claro, mas também os das outras gerações anteriores que ainda se escondiam nos buracos onde vegetam entre o ódio e a baboseira. As gerações não definem comportamentos. São aqueles que dizem que sempre viveram em liberdade, e que sempre disseram o que pensavam, como se quem só "pensa" em dizer disparates não os pudesse desde sempre alardear. Os facistas só não querem que se diga o que eles não querem que se saiba. Não gostam de comentadores da realidade honestos ou de artistas que se exprimam com surpresa. Não gostam de cinema, teatro, música, literatura que nos faz pensar. Assistimos a declarações de futuros deputados desse partido "denunciar" a certeza de que todos os artistas são de esquerda. Não especificam o que fariam com gente tão incómoda caso fossem poder, mas percebe-se uma intenção — cada vez menos — escondida. Não se podem exterminar? O "bom povo" eleitor apoiaria a medida. Esta tirada do "bom povo", já foi lançada pelo grande chefe no dia do resultado eleitoral. O grunho já não tem a mínima vergonha de usar expressões de outrora. Ditos do passado sinistro. A baboseira sempre foi livre. Ser contra tudo e contra todos sempre foi uma sintomática expressão da mais básica estupidez.VELHOS FASCISTAS | Percebemos também que comunidades específicas votaram maioritariamente nestes energúmenos. Regiões outrora sociologicamente de esquerda são agora de direita. Como é isto possível? Tenho a minha opinião sobre este assunto. É esta: tribalismo regional. O regionalismo exacerbado é como o nacionalismo reaccionário. Quem não é por nós é contra nós. O que é nosso é bom e tem outro "sabor". A ideia de que "quem vem de fora agride-nos", transforma-se em lei popular. Devemos ficar todos "cá dentro" e "orgulhosamente sós". Onde é que já ouvimos isto?! Salazar. O ditador continua a ser citado. Até ganhou há uns anos um concurso televisivo. O fascista de serviço, Jaime Nogueira Pinto, fez a sua defesa. Esse mesmo fascista também já defendeu o actual chefe dos novos fascistas. Esta ideia de que nós — eles — somos os melhores já foi manifestada muito recentemente por muitos dos dirigentes do partido neofascista. O tribalismo tolhe-nos. O cosmopolitismo faz-nos crescer. Esta gente que votou nos cinquenta energúmenos que vão atropelar atitudes e decisões na Assembleia da República não quer sair do seu raquítico ser. É a apologia da pequenez. A mediania já é grande ousadia. O APELO DA SELVA | Não, não vou aqui fazer o apelo da natureza tão bem definido no livro de Jack London. Mas há nas atitudes dos novos fascistas — e provavelmente dos velhos — um apelo aos resistentes autócnones contra os novos invasores. A ideia é diabolizar o que não é nosso. Fragilizar o outro. Para que depois seja devorado ou banido. Os neofascistas adoram polícias. Polícias com licença para matar. O chefe fascista não se cansa de fazer apelos às forças da "ordem". Até parece proposta de uma "nova ordem" a impulsionar. Mas também existe o risco de a direita mais civilizada enveredar por esse caminho. A direita civilizada deixa-se arrastar para o lamaçal da pocilga onde chafurdam os fascistas, não percebendo que, com o crescimento dos energúmenos, também corre o risco de ser devorada. CONCLUSÃO EXTREMAMENTE PESSIMISTA | Estamos tramados. Os eleitores do partido fascista também, mas nunca o perceberão. São imbecis em delírio justicialista. Os ajustadores fascistas, agora profissionais pagos pela democracia, só respondem aos seus donos. Os grandes capitalistas saudosistas do passado financiam a trupe de imbecis. Em primeira leitura não se percebe porquê - eles cresceram tanto em democracia. Mas percebe-se, lá está, é a ruindade a inundar-lhes a cabecita. Querem voltar a mandar politicamente. Gente má é assim. Muitos dos agora eleitos foram ali parar sem saber bem como. Vão andar por ali a cirandar sem saber o que fazer. Vamos ter de continuar a reagir. Esperemos que este crescimento pornográfico fique por aqui. Ou fique lá para trás, para o lugar das trevas, de onde estes grunhos nunca deveriam ter saído. Vamos ter de fazer política. Eles são contra a política. Não sabem o que isso é. Só sabem ser do contra. Isso joga contra eles. Vamos derrotá-los. Não passarão. facebook
A expressão "todos diferentes, todos iguais" não pretende garantir que somos todos iguais. Muito pelo contrário: assume a diferença como qualidade do ser humano. Não é a cor da pele que nos distingue, mas sim a maneira como vivemos e interpretamos a realidade que nos cerca. Somos mesmo todos diferentes. E é nisso que somos todos iguais.
sábado, 23 de março de 2024
Receituário
sexta-feira, 22 de março de 2024
Receituário
Teatro novo, com bom teatro dentro. Vamos ver, ouvir, sentir.
REPRESENTAÇÕES DO TRABALHO | Esta exposição abre hoje no Iscte, e vai estar por lá até 30 de Junho. É uma oportunidade de observarmos inúmeras representações do que nos ocupa como trabalhadores. Centenas de objectos que se distribuem por cartazes promocionais de actividades profissionais, cartazes sindicais a apelar a lutas por melhores condições de trabalho, objectos representativos de ocupações de trabalho, documentos que autenticam profissões. Objectos, uns simpáticos, porque enternece a confirmação de profissões já sem representantes, mas que foram importantes e até decisivas para o funcionamento da sociedade; outros rudes, porque denunciam repressão ou atitudes selectivas e pouco democráticas. Mas é o trabalho como factor que molda as nossas vidas que está ali. Estes documentos e objectos documentais pertencem ao Arquivo Ephemera e a outros arquivos associados. Deixo aqui o primeiro parágrafo do excelente texto que José Pacheco Pereira (Arquivo Ephemera), escreveu para o documento que define a exposição:
quarta-feira, 20 de março de 2024
O grunho falante
Uma grande maioria dos portugueses que emigraram votaram num partido fascista que é contra quem emigra. Ainda há quem considere sensatos ou razoáveis os eleitores que votaram no partido fascista?
A estação televisiva do PPD/PSD saiu em delírio. O anúncio da saída de Augusto Santos Silva da AR foi motivo para se ouvir de imediato o grunho falante. Grunho falante que não sai dos palanques. Está já anunciada entrevista para amanhã, em horário nobre, claro. O grunho falante fala como primeiro-ministro indigitado. Faz contas à sua vida, anuncia propostas, ameaça o suposto primeiro-ministro indigitado de facto. O grunho falante só pensa em entrar no sistema que combate. Todos os cenários que pinta vão nesse sentido. Os grunhos que nele votaram só o ouvem a ele. Os grunhos triunfam. Cinquenta anos depois da derrota dos velhos grunhos, os novos grunhos eleitores elegem democraticamente o combate à democracia. O que fazer quando tudo se desmorona?
Rui 80
PRIMEIRA OBRA | Rui Simões faz hoje anos e estreia filme. O homem dos reconhecidos e aplaudidos documentários, e de outras performances visuais, vai agora mostrar a sua primeira longa-metragem, aos oitenta anos de idade. Chamou-lhe PRIMEIRA OBRA.
terça-feira, 19 de março de 2024
Última hora
A GRANDE NOVIDADE | O criminoso líder da extrema-direita russa foi reeleito, dizem os seus. Só não dá para rir porque o homem é um criminoso que mata gente. Sem remorsos.
Primeiro alternava para disfarçar. Ora era primeiro-ministro, ora era presidente daquilo. Agora alterou tudo para ser o que quiser. É um chefe de gang reeleito automaticamente porque o povo russo gosta de ter chefes que o façam andar a toque de caixa. A coisa está a espalhar-se pelo mundo. Até aqui no rectângulo os imbecis elegem e atacam cheios de autoridade eleitoral. Conselheiros do traste já adiantam a hipótese de atacar Lisboa, caso os seus estejam ameaçados. Quem define o conceito de ameaça são eles. Isto não é humor. É terrorismo. É crime. Teme-se o pior.
Deambulatório
Picasso. 1907
EM MADRID ME PERCO III | O Museu Thyssen-Bornemisza abriu portas no inicio dos anos noventa do século passado. Estive lá pouco depois da remodelação que provocou a ampliação, no início dos anos dois mil. Na altura impressionou-me o espaço em si e o projecto arquitectónico. A fachada do edifício manteve-se tal e qual, mas o interior foi totalmente alterado. Estão aqui guardadas importantes obras de artistas do século XVI — italianos, alemães e holandeses famosos e com proveitos —, mas também mais aqui chegados como Picasso, Braque, Mondrian, Chagall, Hopper, Pollock, Kandinsky entre outros menos interessantes, que isto já não vai lá com grandes simpatias. Gosto da maior parte das "coisas" expostas. Mas outras irritam-me. Pronto, vamos lá ser simpáticos que não tarda nada está aí o natal.
Auerbach. 1959 |
Rauschenberg. 1963 |
Hofmann. 1965 |
Pollock. 1951 |
Grosz. 1922 |
Balthus. 1950 |
Hopper. 1931 |
Schwitters. 1919 |
Deambulatório
EM MADRID ME PERCO II | Sempre que viajo é para descobrir o que não tinha percebido até aí. Tentar conhecer o que ainda não me tinha passado pelos óculos. O momento da surpresa, da descoberta, é para mim uma alegria e um prazer. Conheço o trabalho de Antoni Tàpies desde que comecei a olhar para a Arte como objecto de conhecimento do mundo que me interessa. Ainda estudante, juntei grados trocos para comprar um livro seu de formato bastante fora do normal. Foi o livro maior e mais caro que comprei até hoje. Entretanto fui juntando à biblioteca pessoal muitos outros livros e catálogos sobre a sua obra. Já vi muitos trabalhos de Tàpies por esse mundo. Participei na abertura de uma sua exposição no CCB, no principio deste século. Nessa abertura, estive mesmo muito perto dele e ouvi comentários seus aos trabalhos expostos. Não, não é postura de socialite. Desprezo isso. É vontade de ouvir quem tem coisas para dizer. Esse hábito ainda não perdi. Quando percebi a existência de uma sua exposição retrospectiva agora em Madrid, coloquei-a no roteiro desta viagem. Fui entretanto informado de que era esta a sua maior retrospectiva de sempre. Logo, era previsível que iria encontrar ali trabalhos que nunca tinha visto ao vivo, e, talvez, nem mesmo em material impresso. Aconteceu. Este deambulatório por Madrid, e particularmente pelo "Reina Sofia", foi uma surpresa polvilhada de alegria e bem estar intelectual. Fico com vontade de voltar sempre a estes lugares onde a felicidade tem momentos altos.As imagens que ilustram este deambular são as que me apeteceu colocar aqui. Captei-as com o iPhone e editei-as com a intenção de as mostrar com a melhor resolução possível para este espaço. Algumas pinturas são minhas amigas há muito. Outras não conhecia de todo. Aqui estão, sem regras de apresentação pessoal. Estar tão perto de algo que foi feito por alguém que tanto admiramos provoca emoção e orgulho. Perdoem-me a ousadia do desabafo. Foi tão bom estar ali.