segunda-feira, 30 de junho de 2008
O país vai de carrinho
A Nissan-Renault tem possibilidades de produzir um veículo não poluente. Sócrates anda em bolandas a tentar convencer os seus pares europeus da bondade do projecto. O negócio do petróleo e as suas regras são, para além do factor poluição e dos acordos com Hugo Chavez, uma hipótese gasta e pouco sustentável para a locomoção de pessoas e bens. Esta nova solução é muito mais limpa. Se tudo correr bem, o negócio da Galp pode sofrer retrocessos, mas o país das pessoas ficaria a ganhar.
domingo, 29 de junho de 2008
Todos por um...
O Presidente Cavaco, em visita ao Vaticano, descansou o seu homólogo, informando-o de que em Timor os bispos são mais influentes do que os políticos. O Presidente que não gosta de política deve estar no cargo devido a uma qualquer inspiração do Espírito Santo. Descansou o Papa que assim percebeu a razão de tudo correr tão bem em Timor. Também adiantou que "todos" os portugueses seguem com entusiasmo a missão do funcionário religioso Saraiva Martins.
Como presidente de todos os portugueses continua a não acertar uma.
Vinho e vida
sábado, 28 de junho de 2008
Sem sombra de pecado
O herói nacional que pedimos emprestado ao Brasil por uns tempos, gosta de molhar no tacho antes do almoço ser servido. Segundo o semanário Sol, recebia quantias habilmente encobertas para que os tenebrosos serviços fiscais não dessem pelo tempero. O homem forte da selecção de futebol encheu o saco - não no sentido de aborrecimento que a expressão tem no Brasil -, mas com dinheiro mesmo, daquele que serve para arrecadar e gastar, mas sem passar pelo crivo dos maçadores das Finanças.
Com certeza que a legião de santinhas que o acompanham para todo o lado esteve de acordo com o cambalacho.
Uma experiência divina, por assim dizer.
Com certeza que a legião de santinhas que o acompanham para todo o lado esteve de acordo com o cambalacho.
Uma experiência divina, por assim dizer.
Nem razão, nem bom senso
O libertador Mugabe já não sabe que voltas dar para libertar o povo do anátema da traição. Quem não concorda com ele trai a pátria. Quem não alinha nos seus jogos de poder é inimigo do povo. No Zimbabué só se sentam à mesa os cortesãos do soba. A Democracia não é chá para todas as mesas. Todos os que contribuem com tenacidade para que a liberdade seja real são convidados a sair. Morgan Tsvangirai percebeu que as eleições no país não podiam ser livres e justas. Preferiu deixar o ditador a bramar tolices. Escolheu não sacrificar ainda mais um povo tão mal tratado.
Quando os tiranos perdem o tino, até mandam incendiar o colmo que os protege.
sexta-feira, 27 de junho de 2008
Elogio da preguiça
Um idiota preguiçoso continua sempre a ser um idiota. E um preguiçoso inteligente é alguém que reflectiu acerca do mundo em que vive. Não se trata, pois, de preguiça, é tempo de relxexão. E quanto mais preguiçoso fores, mais tempo tens para reflectir. E é por isso que, no Oriente, isso se designa por Filosofia Oriental... A maior parte das pessoas tem tempo. Quanto mais se desce para Sul, mais encontramos profetas, magos, pessoas que reflectem sobre o mundo.
Albert Cossery
Albert Cossery
quarta-feira, 25 de junho de 2008
Histórias de Verão
O Verão chegou e anima a vida política do continente e ilhas. Morais Sarmento resolveu fazer um percurso ao contrário de Durão Barroso e de muitos outros companheiros de partido, traçando uma rota pessoal que guina da direita para a esquerda. Em detrimento do que pensava à menos de meia dúzia de anos, abandonou a defesa de aeroportos e transportes velozes e optou pela ajuda sem limites à pobreza. O país deve parar. O apoio à classe média deve passar pela instauração de um sistema de esmolas capazes de eliminar o súbito empobrecimento dos portugueses.
Ferreira Leite, a dama que fingia ser de ferro, também abrandou na defesa dos princípios que a nortearam enquanto ministra de Cavaco: Obras nem pensar. Contra o despesismo, marchar. É justo.
Alberto João Jardim denuncia quem manda no Governo: "Uma espécie de Mugabe europeu". Quem sabe do que fala dá sempre mais colorido ao arraial.
Só falta mesmo aparecer Rui Gomes da Silva de boina "guevarista" reclamando o direito dos povos à indignação.
Escolheram a via humorística numa época em que ninguém vai levar a mal alguma frescura no discurso.
Provavelmente a animação vai durar até ao fim do Verão.
Diversão garantida.
Ferreira Leite, a dama que fingia ser de ferro, também abrandou na defesa dos princípios que a nortearam enquanto ministra de Cavaco: Obras nem pensar. Contra o despesismo, marchar. É justo.
Alberto João Jardim denuncia quem manda no Governo: "Uma espécie de Mugabe europeu". Quem sabe do que fala dá sempre mais colorido ao arraial.
Só falta mesmo aparecer Rui Gomes da Silva de boina "guevarista" reclamando o direito dos povos à indignação.
Escolheram a via humorística numa época em que ninguém vai levar a mal alguma frescura no discurso.
Provavelmente a animação vai durar até ao fim do Verão.
Diversão garantida.
terça-feira, 24 de junho de 2008
Receituário
Acabadinho de sair, este Cd tem lá dentro a melhor música que tenho ouvido ultimamente.
À venda nas melhores lojas. E nas menos boas: às vezes onde menos se espera encontram-se surpresas.
Enfim, bom, bom mesmo é ouvir os sons que daqui saem.
Sigur Rós
Med sud í eyrum
Med sud í eyrum
segunda-feira, 23 de junho de 2008
Homens esquecidos
Morreu Albert Cossery. Tinha 92 anos muito bem vividos. Escreveu apenas oito livros. Conheço os que a Antígona fez o favor de passar para português. Cinco ao todo. O meu preferido: "Os Homens Esquecidos de Deus". Pequenas histórias urbanas, perturbantes, de um humor acutilante e demolidor.
Era egípcio, mas abraçou a língua francesa como forma de expressão privilegiada. Conheceu Henry Miller, Camus, Genet, Giacometti. Viveu quase toda a vida em Sant-Germain des Prés. Inveja? Claro. Mas com o reconhecimento e agradecimento pelas sugestões de vida deixados. Isso está nos seus livros. Chega. Vidas felizes não provocam invejas fúteis. Permitem-nos o contacto com as realidades que se transformam e nos transformam.
Merci, monsieur Albert.
domingo, 22 de junho de 2008
Receituário
Gostei muito deste filme. Esteve no King até há bem pouco tempo. Agora já anda por aí em DVD. Em Beirute, um grupo de mulheres insiste em viver as suas emoções, apesar da poeira da guerra e das limitações religiosas. Convivem a partir de um salão de beleza. É lá que gerem os conflitos interiores: tormentos familiares, opções sexuais, relações sentimentais complicadas. Mulheres bonitas, inteligentes, com os problemas de todas as outras, do mundo inteiro.
O DVD ainda nos fornece uma entrevista com a belíssima realizadora e actriz, Nadine Labaki, e com o compositor, Khaled Mouzannar, autor da música.
Um filme comovente e divertido.
Caramel
Realização: Nadine Labaki
Música: Khaled Mouzannar
França/Líbano, 2007, 95 minutos
Alarvidade no Pavilhão
A fórmula é antiga. De vez em quando aparece com novos suportes e munida de vocabulário para as circunstâncias. Falo, claro está, do novo fenómeno editorial e espiritual baptizado de "Segredo".
Um pantomineiro, em pose de pastor evangélico, ditou as regras para uma imensa assistência no Pavilhão Atlântico. Só em Portugal já foram vendidos cerca de 350 mil exemplares da engenhosa publicação. Engenho que garante enriquecimento com a maior das facilidades. Basta acreditar nas cretinices que o carismático orador lança da boca para fora. Agora é esperar que todos estes portugueses fiquem podres de ricos. Já agora antes que apodreçam emocionalmente.
Boa sorte!
sábado, 21 de junho de 2008
Bom começo
Ainda me lembro de José Miguel Júdice anunciado como grande opinador do horrível semanário "O Diabo". Seguiu-se uma brilhante carreira de hoteleiro. Depois deu em manageiro dos causídicos e saiu de lá zangado com toda a gente. Mais recentemente, naquela conversa da treta que mantém com António Barreto, na SIC-N, promoveu o actual bastonário da Ordem dos Advogados a candidato das esquerdas à Presidência da República. Ninguém o levou a sério, felizmente. Tão salientes atributos levaram a que o convidassem para a liderança da gestão da Frente Ribeirinha de Lisboa. Afinal não vai mandar na Frente Ribeirinha. Ainda não se sabe a razão da retirada. Mas, se calhar foi melhor assim.
Chegou o Verão
Verdes são os campos,
De cor de limão:
Assim são os olhos
Do meu coração.
Campo, que te estendes
Com verdura bela;
Ovelhas, que nela
Vosso pasto tendes,
De ervas vos mantendes
Que traz o Verão,
E eu das lembranças
Do meu coração.
Gados que pasceis
Com contentamento,
Vosso mantimento
Não no entendereis;
Isso que comeis
Não são ervas, não:
São graças dos olhos
Do meu coração.
Luís de Camões | Texto
Fotoplatforma | Imagem
quinta-feira, 19 de junho de 2008
A doer
O PCP vai avançar com sete propostas para combater a crise. Bernardino, o grande líder da bancada, decerto inspirado pela justeza das medidas sociais na Coreia do outro inspirador líder, anunciou ao País as soluções para os nossos males. A coisa afinal é fácil: basta aumentar o que a malta quer que aumente e baixar o que a malta quer que baixe. Para ficar bem no "boneco", juntou ao raminho uma medida já anunciada pelo Governo, e que, como é óbvio, vai ser aplicada: "gasóleo profissional" nos transportes públicos. Li isto no Público, onde, em artigo de opinião, Domingos Lopes assegura que não há alternativa de esquerda sem o PCP, "doa a quem doer".
De facto, tanta demagogia já dói.
De facto, tanta demagogia já dói.
quarta-feira, 18 de junho de 2008
Crise energética
Quem paga sempre paga a factura de quem nunca paga. É esta a proposta dos responsáveis da empresa de electricidade. A gente sabe que não é uma importância astronómica - fala-se em 1 euro por ano -, mas é uma medida injusta. O que me parece mais grave é a sugestão implícita: ficamos a saber que não vale a pena pagar a factura. Haverá sempre quem a pague.
Não seria mais razoável insistir na prática do bom pagador?
Não seria mais razoável insistir na prática do bom pagador?
terça-feira, 17 de junho de 2008
Riqueza nacional
Chego tarde ao Prós e Contras desta segunda-feira. Estava em causa um tema bem actual: O Futebol é factor de coesão ou alienação? Fátima Campos Ferreira tenta legitimar a bola como o grande orgulho nacional. Felizmente estava lá gente com mais tento. Futebol é divertimento e pronto. A tontice mor foi protagonizada por Carlos Coelho, o eterno especializado em assuntos não especializados.
A tontice atingiu proporções de festival. Portugal como marca é a sua prioridade. Ninguém lhe consegue explicar que um país não é marca? E que o Mateus rosé é um vinho de merda?
Portugal é dos portugueses. E os portugueses somos muitos. Muito diferentes. Essa é uma das nossas riquezas.
A tontice atingiu proporções de festival. Portugal como marca é a sua prioridade. Ninguém lhe consegue explicar que um país não é marca? E que o Mateus rosé é um vinho de merda?
Portugal é dos portugueses. E os portugueses somos muitos. Muito diferentes. Essa é uma das nossas riquezas.
domingo, 15 de junho de 2008
O passado e o futuro em Palmela
Ontem fui a Palmela assistir a um concerto de Mário Laginha. Levou-me lá outro motivo: o convite de amigos para ser apresentado a um piano recentemente adquirido. Passo a explicar: Uma colectividade "palmeloa", conhecida pela alcunha de "caceteiros", comprou um lindíssimo piano Yamaha para fruição dos seus associados. Há aulas para a petizada e concertos para todos. Mário Laginha foi lá pôr as mãozinhas e referiu a importância destas instituições.
São estruturas levantadas por gente que tem apreço pelas suas raízes, mas não esquece as razões de andar por cá hoje. São as casas da contemporaneidade. Não se consolam com a subsídio-dependência, nem desistem perante as dificuldades. Insistem, com o esforço dos seus membros, em fazer coisas pelos seus.
É disso que me apetece falar aqui hoje. É bom perceber que Portugal não é só a capital. A paisagem mexe. E hoje vão acontecendo grandes iniciativas um pouco por todo o país.
O concerto de laginha foi a melhor estreia para o novel instrumento.
O músico improvisou em cima dos seus próprios temas, revelando alguns segredos das ligações entre as músicas. De um momento para o outro começa a surgir o "malandro" de Chico Buarque. Outras referências povoaram o palco, mas acima de tudo ficou esta vontade de participar num acto de vontade colectiva. Como disse Mário Laginha
"É isto que nos faz acreditar no futuro do País".
Também é.
Sociedade Filarmónica Humanitária
Av. Doutor Godinho de Matos - Palmela
É disso que me apetece falar aqui hoje. É bom perceber que Portugal não é só a capital. A paisagem mexe. E hoje vão acontecendo grandes iniciativas um pouco por todo o país.
O concerto de laginha foi a melhor estreia para o novel instrumento.
O músico improvisou em cima dos seus próprios temas, revelando alguns segredos das ligações entre as músicas. De um momento para o outro começa a surgir o "malandro" de Chico Buarque. Outras referências povoaram o palco, mas acima de tudo ficou esta vontade de participar num acto de vontade colectiva. Como disse Mário Laginha
"É isto que nos faz acreditar no futuro do País".
Também é.
Sociedade Filarmónica Humanitária
Av. Doutor Godinho de Matos - Palmela
Há lodo no cais
O Festróia, festival de cinema com pretensões cosmopolitas, que começou em Troia há um ror de anos e que posteriormente foi transladado para Setúbal, nunca me despertou grandes entusiasmos.
O conceito inicial é rídiculo: promover as pequenas cinematografias, chamando grandes vedetas do cinema comercial internacional. Esta incongruência dura desde sempre. Trazer os senhores de hollywood é despesa de monta, claro está. E é claro que encarece tudo o que é programado, durante todo o ano, para ser mostrado naqueles dias em que o certame decorre. Não há consistência na programação, nem habilidade no marketing promocional. Só dinheiro a rodos.
Na sexta-feira fui até lá. Assisti a um filme sobre as máfias de Leste. O realizador fez questâo de mencionar, antes da projecção, que o filme não era político. O tótó acha que nem tudo o que acontece, numa região onde politicamnete tudo corre mal, é político. Como se a política fosse um mal infrequentável e a realidade uma fatalidade irremediável. É só um aparte que se dissolve na ligeireza instalada. Fitas sofríveis em alegre convívio. É o que se pode arranjar.
A sala, incómoda até ao desespero, estava pouco frequentada. Segundo as informações fornecidas pelos serviços do evento, no ano passado passaram por lá 26 mil pessoas. Não percebo estas contas, mas não acredito nelas.
sábado, 14 de junho de 2008
Mexicanização
Os jornais televisivos submeteram todas as prioridades a uma conferência de imprensa de Scolari. Era preciso saber o que se passa: a prestação na selecção nacional mais a viagem para Inglaterra espevitam curiosidades.
Ficámos a perceber que não houve "vontades" suficientes para manter o "mister" em Portugal. Os patrocinadores não se chegaram à frente. Podemos considerar tudo isto normal? Será normal que as televisões nacionais se detenham, nos telejornais mais salientes, no negócio unipessoal de Scolari?
Ficámos a perceber que não houve "vontades" suficientes para manter o "mister" em Portugal. Os patrocinadores não se chegaram à frente. Podemos considerar tudo isto normal? Será normal que as televisões nacionais se detenham, nos telejornais mais salientes, no negócio unipessoal de Scolari?
sexta-feira, 13 de junho de 2008
quinta-feira, 12 de junho de 2008
No país dos camiões e dos milhões
A paragem do País custou milhões. O regresso à normalidade vai custar mais milhões. A arruaça e as ameaças à normal circulação foram recompensados. Afinal, parece que o crime compensa. Pelo menos tem dias felizes.
Houve contudo uma vitória nesta guerra imbecil: a Democracia venceu. A violência não foi fornecida de bandeja para a exaltação de novos heróis. Do mal o menos.
Houve contudo uma vitória nesta guerra imbecil: a Democracia venceu. A violência não foi fornecida de bandeja para a exaltação de novos heróis. Do mal o menos.
quarta-feira, 11 de junho de 2008
Mocidade portuguesa
Um conceito errado - entretanto corrigido pelas instituições competentes -, não é um bom conceito. O Presidente Cavaco, como estadista, tinha a obrigação de o saber. O resultado esperava-se. A extrema-direita rejubilou. Não acredito que Cavaco se alegre com as manifestações trogloditas provocadas pelas suas descuidadas palavras. Mas errou e calou. Não custava nada corrigir a gaffe. Há quem o saiba fazer na perfeição. Ele não.
Grandes causas
A paralização dos empresários de camionagem começa a fazer estragos graves. Não se entende o silêncio dos partidos políticos. Será que ninguém faz frente a esta inclassificável atitude? Nas aberturas dos jornais televisivos chovem apelos a boicotes de circulação. Apela-se até à agressão física. O discurso é de tasca de beira de estrada. Os argumentos são tipo tribo em pé de guerra. As notícias alternam entre esta revolta deprimente e o delírio de estarmos no campeonato europeu de futebol. Já mói. Já mata.
terça-feira, 10 de junho de 2008
Dia da Raça e de Portugal
O Presidente da República diz, no discurso oficial do 10 de Junho, que "Temos de começar a ser exigentes e rigorosos connosco".
É para começar só agora? Pode começar por si. Algum rigor no que diz era bem vindo.
Dê o exemplo, senhor Presidente.
É para começar só agora? Pode começar por si. Algum rigor no que diz era bem vindo.
Dê o exemplo, senhor Presidente.
Que raça
Cavaco está feliz. Disseram-lhe, há muitos anos, que hoje é o dia da raça. E ele continua a comemorar a raça com muita alegria. Ora, Cavaco é o Presidente da República de Portugal. Deviam dizer-lhe o que se passa com essa coisa das raças. Ou então Portugal é uma república das bananas e a gente não sabe. Provavelmente terão de nos contar a história outra vez. Cavaco aproveita tudo para não comentar nada. Agora saiu-se com esta do dia da raça para fugir a perguntas sobre a revolta dos proprietários de camiões.
Que raça de Presidente.
Que raça de Presidente.
segunda-feira, 9 de junho de 2008
Maus hábitos
Em todos os debates e opiniões na imprensa já só se fala nos novos hábitos a encetar. As crises do abastecimento de combustível e de alimentos recomenda novas regras. Todos estamos convocados para este novo campeonato: pescadores, camionistas, padeiros, cabeleireiros, lojistas, professores, artistas, juristas, e todos, mas mesmo todos os que insistem em trabalhar para contribuir com o que já aprenderam. Houve alertas. Não ligámos ao assunto. Agora temos de aprender a viver com as novas regras. Não é uma fatalidade. Estávamos é mal habituados.
A luta continua, mas já não é o que era
O Sindicato dos Camionistas alertou os seus membros para uma situação que começa a vulgarizar-se: agora são os patrões que fazem greve. A luta de classes já não é o que era. As classes também não.
Dia de Portugal e da parolice
As comemorações do 10 de Junho, na televisão estatal portuguesa, têm Toy e um Carreira qualquer nas funções de bardos oficiais. Tal como no pretérito ano, em Setúbal, também Viana do Castelo acolhe a parolice nacional. Parafraseando Almada Negreiros: se isto é o orgulho de ser português eu quero ser espanhol.
domingo, 8 de junho de 2008
Economia em chamas
Depois dos armadores das pescas são os homens das empresas de camionagem que acham que a gente os deve suportar.
Quem nos suportará quando tudo arde?
Quem nos suportará quando tudo arde?
O mundo é uma bola
Quem não se entusiasmar com o campeonato da bola não corresponde aos requisitos mínimos que norteiam um verdadeiro patriota? Quem acha que seja qual for a classificação da equipa portuguesa, os males do País não ficam resolvidos, é pouco respeitável? Quem não reconhecer nos jogadores da bola os portugueses que mais influenciam a sua vida é alguém sem presente nem futuro?
Não consigo entender esta histeria. Até o Presidente da República finge que é adepto. Afinal, não era só um campeonato de futebol?
Se isto não correr bem fecha a Nação?
Não me vou desiludir. Não me iludo.
Não consigo entender esta histeria. Até o Presidente da República finge que é adepto. Afinal, não era só um campeonato de futebol?
Se isto não correr bem fecha a Nação?
Não me vou desiludir. Não me iludo.
sexta-feira, 6 de junho de 2008
O sexo na cidade
"Sexo e a Cidade", o filme, já estreou nas salas portuguesas. Todos os críticos respeitáveis já se pronunciaram com uma gorda bola. Nada de admirar. Uma série fantástica, com todos os ingredientes de um quotidiano dinâmico, protagonizado por quatro mulheres de sonho - cada uma à sua maneira -, e com muitas velas ao jantar, sapatos Manolo, táxis amarelos ao virar da esquina, namorados modernos e outros atraentemente fora de moda, e empregos interessantíssimos na mais cosmopolita das cidades, funciona bem numa série em que todos os momentos são perfeitos. Em que a trivialidade tem consistência. Porquê? Porque é assim mesmo. Série é série. Um filme tem exigências que não se compadecem com esta consistente ligeireza. Isto é mesmo assim. Mas, confesso, não estou convencido com as opiniões dos críticos. Vou mesmo ver a merda do filme. Se calhar acabo por concordar com eles. Mas não me apetece nada.
quinta-feira, 5 de junho de 2008
Vieira por Mário
Uma importante mostra, que alude à relação de amizade entre Mário Cesariny e Maria Helena Vieira da Silva, abre hoje na Fundação que regista a herança da pintora. A exposição foi coordenada e comissariada por João Pinharanda e Marina Bairrão Ruivo. A parte estética foi cuidada por nós, na DDLX.
Eu acho que é coisa a não perder. Até logo.
5 de Junho a 4 de Outubro | Inauguração, hoje, 18.30 h.
Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva
Praça das Amoreiras, 56, Lisboa
5 de Junho a 4 de Outubro | Inauguração, hoje, 18.30 h.
Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva
Praça das Amoreiras, 56, Lisboa
O proveito e a culpa
Os gestores públicos que lesaram o Estado com gastos excessivos, vão ser obrigados a pagar, do seu próprio bolso, o prejuízo causado. Foram 800 milhões, mais coisa menos coisa. Guilherme Oliveira Martins, o inicialmente contestado presidente do tribunal de Contas, prova que está bem onde está. E merece o nosso aplauso. Claro que isto não vai ficar por aqui. Estas atitudes nunca vão ao altar devido a interesses que logo se levantam. A culpa morre sempre solteirona.
quarta-feira, 4 de junho de 2008
Para a engorda e depressa
A festa da "outra esquerda" foi uma alegria. O BE resolveu envolver o bardo socialista em crispada confraternização. Houve exaltação, emoção e ovação que ultrapassaram as expectativas. Confesso que não percebo porquê. Manuel Alegre utilizou a retórica de sempre. Nem uma ideia acrescentou ao chorrilho de "verdades" que vocifera, no seu estilo de vate insubmisso. O Bloco quer crescer. Esta foi a operação de marketing que lhe pareceu mais eficaz. O milhão de votos que Alegre guarda no bolso, e que de vez em quando agita para que a gente não se esqueça, já estão na reciclagem. Claro que esta agitação dá um jeitão, mas traz perigos óbvios. Quem não partilha da cartilha irresponsável de Alegre fica com pouca vontade de frequentar as festas do Bloco. Se o Bloco se quer transformar em partido de massas sem medir consequências, faça favor. É como um corpo: crescerá, mas para os lados. Engorda, fica doente e sem interesse. E as festas passam a ser uma tristeza.
terça-feira, 3 de junho de 2008
Diferentes em quê?
segunda-feira, 2 de junho de 2008
Yves Saint Laurent
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