domingo, 28 de fevereiro de 2021

Robert Mapplethorpe




SEM MEDO DO ESCURO | No verão de 1987 fui a Londres procurar o mundo. Encontrei-o em duas magníficas exposições.

Estavam por lá em exibição trabalhos de
Neville Brody
e de
Robert Mapplethorpe
. Duas exposições que me marcaram a agenda profissional e intelectual. Conhecia o fotógrafo das páginas da Interview. E conhecia o designer pela ousadia gráfica das revistas The Face e Arena, e também pelas capas de álbuns para os Cabaret Voltaire e Depeche Mode. Mas disso falaremos outro dia.

Mapplethorpe impressionou-me pela ousadia e pelo rigor técnico das fotografias ali impressas em grandes formatos. O design expositivo era qualquer coisa. O fotógrafo transformou assuntos rejeitados pelo conservadorismo mais retrógado em objectos de grande beleza. Corpos representados em saudável convívio, sem os lençóis do pudor. Escolhi para aqui estas imagens. São do catálogo publicado pela National Portrait Gallery para a mostra londrina de que falo. Mas podemos conhecer melhor Mapplethorpe aqui: http://www.mapplethorpe.org/






sábado, 27 de fevereiro de 2021

Andy Warhol


Foi acima de tudo um divulgador do que o impressionava. E ele também fez coisas impressionantes. A obra aí está. Não morre. Continua contemporânea. É frequentemente chamada para ilustrar e elevar vozes. 

Tornou figuras famosas em famosos ícones visuais. Fez ilustração para importantes revistas, inovou em técnicas, trabalhou muito. Apostou no apoio a outros artistas: financiando maneiras de fazer, insistindo na revelação de talentos ao mundo. Basquiat, Nico e The Velvet Underground não me deixariam mentir. E a Interview, que guardo como bíblias de uma curiosidade permanente? Robert Mapplethorpe fotografou-o no seu registo ousado e provocador. Tudo a condizer. Andy Warhol foi amigo e impulsionador de meio mundo artístico. Cultivou amizades para a vida. Morreu a 22 de fevereiro de 1987. Um dia antes de José Afonso. Dois artistas do mundo tão distantes, tão diferentes e tão iguais. 

Vamos fazer-lhe uma visita? 

https://www.warhol.org/

https://warholfoundation.org/

facebook

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

João de Azevedo






Em Maio de 2015 João de Azevedo expunha pela primeira vez o trabalho que desenvolveu à volta da capa do álbum de José Afonso Com as minhas tamanquinhas. Foi na galeria da Casa da Cultura, e eu escrevi muitos textinhos sobre o assunto. Aqui vão dois deles. E ficam também umas imagens do excelente trabalho do meu amigo João de Azevedo. 

COM AS MINHAS TAMANQUINHAS | José Afonso escreveu e cantou músicas novas. Mudou o mundo da música portuguesa. Para a divulgação do seu trabalho gravado convidou competentes designers para vestir os LPs que ía lançando para nosso prazer e sorte. José Santa Bárbara foi o mais chamado. Mas outros lembro: José Brandão e  João de Azevedo também foram convocados. Conheci João de Azevedo recentemente. Só lhe conhecia o pormenor de ter feito a capa do Com as minhas tamanquinhas. Percebi que é um homem cheio de mundo. Convidei-o para desenvolver a ideia iniciada no trabalho de José Afonso, com o sentido de fazer uma exposição na Galeria da Casa Da Cultura | Setúbal. Aceitou o convite e entusiasmou-se com a coisa. O resultado é uma exposição deslumbrante que vai ser pendurada nas paredes da galeria e por lá vai ficar até ao fim do mês. Abre já no próximo dia 8. ConvidadosEm 1976 saiu o álbum Com as Minhas Tamanquinhas. É o trabalho mais directamente político de José Afonso. Andam por lá denúncias, ironias, gozos tremendos. 


ROMA/SETÚBAL NA CAPA DE UM DISCO
| Quando José Afonso convidou João de Azevedo para conceber graficamente a capa do disco, havia uma grande distância a separá-los. João estava em Itália, Zeca em Setúbal. A encomenda foi feita com a tecnologia possível na época: telefone fixo. Zeca ligou ao João solicitando a tarefa. O briefing foi feito assim: Zeca cantarolou ao telefone a música que dá nome ao álbum e descreveu a ideia geral da coisa. Entendido o pretendido, João envia de Roma para Setúbal, por correio, o resultado final, com três hipóteses para escolha. A ilustração mantinha-se, mas os fundos eram à escolha do freguês Zeca. Um era azul mais ou menos turquesa, outro era num amarelo para o torrado, e a terceira escolha era o rosa que veio a ser escolhido pelo dito freguês. Esta história foi-me contada pelo João.

José Afonso ficou radiante com este trabalho. Disse-mo a mim. Eu também. E foi isto. Mais uma vez: muito obrigado, João.
Imagem: João de Azevedo e José Afonso em Roma. 1976. Ano de edição de Com as Minhas Tamanquinhas. Zeca foi a Roma em acções de solidariedade.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

Vital é a vida


Em tempo de audição dos especialistas e de percepção de dados concretos resultantes do confinamento, o líder deste partido onde o Chega! foi inventado, quer que se decrete o fim do confinamento.

Diz que já é tarde, tal e qual como o seu ex-companheiro Ventura, do partido com nome de detergente. Diz que é vital que o governo apresente plano. Vital é a vida, seu palerma. Passos Coelho dizia que é importante salvar vidas, mas não a qualquer preço. Outro palerma que o seu ex-companheiro do partido higienizador queria para vice-presidente caso fosse eleito presidente (podem rir, claro). Estão todos bem uns para os outros. É caso para dizermos: é absolutamente vital que estes senhores apresentem um plano de desconfinamento da seriedade política. E urgente, antes que as pessoas lhes percam definitivamente o respeito.

facebook

terça-feira, 23 de fevereiro de 2021


MAMADOU BA FICA | Já estamos ao serviço. Vão até lá:
emcarneeosso.com

SOMOS DE CARNE E OSSO, pessoas de proveniências variadas e diferentes gerações que não suportam o racismo nem as suas formas de violência, declaradas ou subtis. Entendemos que o colonialismo foi responsável pela exploração e genocídio de povos e culturas, assente em conceções de superioridade racial inadmissíveis, hoje como no passado.


DDLX - ESTADO DA ARTE | Não parámos. Não se pode parar. Trabalhamos à distância, mas trabalhamos mesmo. Apresentamos aqui trabalhos que temos entre mãos em tempo de recolhimento caseiro:

4 - MAMADOU BA FICA - Estamos a desenvolver um sítio de solidariedade com
Mamadou Ba
, que é como quem diz: um sítio onde portugueses e portuguesas livres expressam a sua opinião livre e inteligente contra as petições imbecis inimigas da democracia e da liberdade. Até já.

José Afonso


A MORTE SAIU À RUA | Morreu num dia assim de 1987. Assinala-se o fim de uma presença física de alguém que não morreu. 

É no fim de uma vida que se percebe a grandeza da sua existência. A morte física é inevitável. A existência cultural e o exemplo, não. Recordamos, neste dia de céu cinzento, a morte de alguém que não teve problemas em mudar sons e em usar as palavras: as palavras que convocam a beleza, mas também as cruéis e devastadoras. Usou a palavra MORTE num tempo em que era pouco apreciável fazê-lo. Fez outras músicas. Mudou a maneira de as fazer e até de nós as ouvirmos. Mudou vidas. Mudou muito. Para sempre gratos a José Afonso.

facebook

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021


DDLX - ESTADO DA ARTE | Não parámos. Não se pode parar. Trabalhamos à distância, mas trabalhamos mesmo. Apresentamos aqui trabalhos que temos entre mãos em tempo de recolhimento caseiro:

3 - BREVE HISTÓRIA DA FREGUESIA DE SÃO SEBASTIÃO - Este trabalho vai ser integrado em nova iniciativa editorial da ESTUÁRIO. A grande história é feita a partir do que vai acontecendo de saliente por todos os cantos do mundo. Pequenos acontecimentos podem fornecer grandes histórias para a História. É esse o motivo de termos chamado a estes livros que agora iniciam publicação A HISTÓRIA DO MUNDO É A HISTÓRIA LOCAL. Trata-se da história da junta de freguesia de São Sebastião, em Setúbal, uma das maiores do país Portugal.
Estamos em fase de paginação. A capa está feita, podendo ainda sofrer uns ajustes. A investigação e escrita foram entregues a Diogo Ferreira, que fez descobertas surpreendentes, como é seu hábito. O livro será lançado em 25 de Abril. Estamos a gostar muito de fazer este trabalho superior. Mas isso é natural - nós não fazemos trabalhos de cacaracá.
E outros já estão em fila para entrar neste comboio da História Local.

Robert Ryman





Ryman morreu em fevereiro de 2019. Passou a vida de artista em busca do indispensável. 

Procurou incansavelmente depurar as superfícies em que intervinha. O seu minimalismo atinge patamares de perfeição, essa perturbação inalcançável. É quase impossível acrescentar a tão pouco. Porque tão pouco é tanto. Tanto que sabe-nos a pouco. 

Vamos ao MOMA, ver o que por lá existe de Ryman.

https://www.moma.org/artists/5098

facebook

domingo, 21 de fevereiro de 2021





DDLX - ESTADO DA ARTE | Não parámos. Não se pode parar. Trabalhamos à distância, mas trabalhamos mesmo. Apresentamos aqui trabalhos que temos entre mãos em tempo de recolhimento caseiro:

2 - DICIONÁRIO DA INVISIBILIDADE - Estamos a paginar. A capa está resolvida. É esta que aqui está. Adiciono mais umas ilustrações para que se reconheça o nível da publicação. As ilustrações são do
André Carrilho
O livro vai ter mais de quatrocentas páginas e será lançado daqui por um mês, mais coisa menos coisa. Mas para explicar isto melhor aqui vai um excerto da apresentação, assinada pelo
Mamadou Ba
, que é um dos coordenadores do projecto, editado pela SOS Racismo:
(...) Porquê e para quê um dicionário das invisibilidades? Qual o sentido de mais um dicionário face à existência de tantos dicionários em diversas áreas, com milhões de informações sobre tudo e mais qualquer coisa? Na era digital, em que quase tudo está disponível na internet, não será um redundante exercício? Que critérios presidem à escolha das entradas que vão figurar no dicionário? As entradas vão ser por horizonte temporal, geográfico, filiação ideológica, momento histórico, impacto transversal das categorias escolhidas, etc? Quais serão as áreas contempladas: as artes, a ciência, a cultura, o desporto, a política, etc? Estes critérios de escolha são suficientemente exaustivos para não se cometer injustiças, beneficiando ou sacrificando alguns aspetos da indivisibilidade e inseparabilidade de determinadas categorias em detrimento de outras? Todas estas perguntas são absolutamente pertinentes e mereceram a nossa reflexão e, na medida do possível, foram tidas em conta nas escolhas das entradas. Porém, sendo esta tarefa um exercício militante, assumimos uma certa arbitrariedade na definição dos critérios de escolha. Esta arbitrariedade significa simplesmente que as nossas escolhas correspondem a uma opção política assumida que resulta de legítimas subjetividades políticas fora do consenso dominante sobre o significado de cada área ou categoria no combate contra as invisibilidades, nomeadamente na forma como olhamos para o significado da visibilidade e da representatividade, no quadro de uma hegemonia cultural, cujos padrões de representatividade e visibilidade combatemos. Sabemos que não vamos conseguir cobrir de forma suficientemente satisfatória todos os campos da invisibilidade do ponto de vista social, político, cultural e económico, nem de todas as épocas históricas, áreas geográficas, científicas e profissionais. Mas um dos nossos propósitos com este exercício é, sobretudo e em primeiro lugar, abrir uma brecha para a discussão e alargamento de horizontes sobre a questão da invisibilidade. (...)
Depois avisamos pormenores do lançamento e outros eventos.

Avelino Sá





Foi o meu amigo Jorge Silva Melo que me recomendou a visita. Fui lá. Gostei do que vi e escrevinhei o texto que agora para aqui chamo. A promessa de Avelino Sá expôr na Casa da Cultura, em Setúbal,  mantém-se. Mas para já fiquemos com esta visita online.

REGISTO DA PROPRIEDADE INTELECTUAL | Avelino Sá chamou a esta exposição As Minhas Propriedades. Encontramos nestas obras registos de uma certa necessidade, por parte do artista, de colocar o trabalho desenvolvido em patamares de conhecimento superior: uma espécie de celebração. Assumpção de influências. Essa necessidade aguça o engenho. O resultado da pesquisa é revelado nesta mostra invulgar, com contornos de excelência. A visita poderá ser demorada, os ambientes são extensos e labirínticos, mas vale a pena a caminhada. Sugiro isso: caminhar até à Fundação D. Luís I - Centro Cultural de Cascais, e permanecer por ali demoradamente. Se for preciso, repetir a visita. Sempre em silêncio. Este trabalho sugere meditação. Depois é guardar o bem que estas coisas nos fazem. Bem guardado, que não é todos os dias que deparamos com sugestões de prazer tão intenso.

Proximamente, Avelino Sá levará trabalho recente à Galeria da Casa Da Cultura | Setúbal. Quem visitar esta exposição em Cascais ficará ansioso por ver outros desenvolvimentos. É por isso que aviso.
Entretanto podem visitar a exposição aqui: Galeria Fernando Santos 

sábado, 20 de fevereiro de 2021

Tudo tem preceito



Homofóbicos, misóginos e demais fóbicos podem dormir descansados. Já têm quem vos defenda nas mais altas instâncias da República. 

Quando se têm opiniões nas redes sociais, temos que ter em conta, se formos responsáveis e razoáveis, que o que dizemos nos fica colado à pele. Quem vagueia por estes trilhos encontra por vezes garbosos docentes gabando-se das suas proezas pedagógicas, revelando-as numa linguagem de quem não sabe ler nem escrever, não se percebendo por que razão continuam a "professorar".  Ou por outra, percebe-se que quem os nomeia não lê as redes e pelos vistos não é feita uma avaliação inicial às qualidades das criaturas. Quem se lixa é quem depende dessa gentalha para "aprender". Também o que se passa nas admissões para cargos de responsabilidade administrativa é lamentável. Se calhar somos poucos, e alguém tem de fazer aquelas coisas. Mas somos assim tão poucos, ou a ficha de admissão tem de ser entregue no guiché certo? A escolha de gente funcionalmente analfabeta e raspadinha de princípios éticos e de cidadania deixa-nos pouco descansados. As demissões surgem, é certo, mas tarde e a más horas. 

Mais grave do que o rastreio para cargos de responsabilidade provinciana é agora este caso do senhor escolhido para presidente do Tribunal Constitucional. Como é possível que alguém com paleio de tasca de bairro, opiniões de taxista manhoso que revelam princípios de burgesso fora de moda, vá desempenhar funções que permitem decisões que dependem também — para além da formação jurídica — da sua adquirida opinião cidadã e cultura civilizacional. A gente sabe no que dão as interpretações da Constituição da República. Às vezes aquilo não é fácil. Nunca há unanimidades. As declarações escritas num passado muito recente pelo senhor presidente do Tribunal Constitucional estão ao nível mais parolo e ignorante que se possa imaginar. Eu não conseguiria imaginar uma situação tão rasca. Nem por brincadeira proferiria tamanhos dislates. Será que o presidente do Tribunal Constitucional pode cometer inconstitucionalidades? O disparate compensa? Dá imunidade? Como cidadão não fico nada descansado com esta nomeação. Mesmo nada.

Fonte DN

facebook

DDLX - Estado da Arte I





Não parámos. Não se pode parar. Trabalhamos à distância, mas trabalhamos mesmo. Apresentamos aqui trabalhos que temos entre mãos em tempo de recolhimento caseiro: 

1 - Sítio na net da editora abysmo. Está online. Façam favor de entrar. Vale a visita. E há por lá livros concebidos graficamente aqui pela malta: os catálogos da Ilustração Portuguesa (Festa da Ilustração, Setúbal) e da BIG - Bienal de Ilustração de Guimarães, por exemplo, entre outras coisas saborosas. 

www.abysmo.pt

Até já.

facebook


Mark Rothko





Ambiente silencioso. Luz única. A temperatura muda. Mark Rothko era irascível, dizem os que dizem que o conheceram. Mas era generoso. Inconstante. Provavelmente um génio conturbado. 

A pintura é impressionante. A Grande Pintura anda por ali. Causa-nos ternura, mas também nos agride. Ficamos diferentes, depois de estarmos num sítio onde ele esteve. Ficamos com outro entendimento do olhar, depois de olharmos aquelas grandes telas. Tentamos perceber as diferenças perturbadoras, ou fazemos por não perceber nada, também se percebe. Olhamos. Vemos. Ficamos ali. Parados, mas com o olhar num reboliço. É só inquietação.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

Colonialismo Romântico


Agora que a extrema-direita pretende estar na moda, o líder do extinto CDS/PP chega-se à frente para fazer concorrência ao energúmeno da extrema-direita reconhecida como tal. É ver quem vai mais longe no desconfinar de fascistas. Vai ser um estilo. Um clássico.

Critica-se Mamadou Ba por este fazer frente ao reconhecimento e elogio de um militar de triste memória. É até exigida a sua expulsão do país. Parece que ser anti-colonialista não é patriótico. Instala-se assim uma espécie de colonialismo romântico. Foi tão lindo ver matar os outros, os que defendiam a sua terra. Tenham juízo, pá.

José Mouga





Foi em Novembro de 2014 que
José Mouga
fez a sua primeira exposição individual na cidade. Primeira e única até hoje. A galeria da
Casa Da Cultura | Setúbal
recebeu uma notável exposição, com trabalhos feitos com a intenção de preencherem o espaço. Foi uma honra e um luxo, o que Mouga nos proporcionou. Na altura escrevinhei estas palavras para a folha de sala:

ALEGRES CIPRESTES | Se me pedissem para escolher uma música ou um grupo musical para acompanhar a pintura de José Mouga, inclinava-me para os Penguin Cafe Orchestra. O percurso do pintor não acompanha estilos ou modas. Não se enquadra em escolas ou grupos. Nada contra os alinhamentos. As rotinas são necessárias. Mas não é disciplina que se inscreva no seu caderno de capa preta. Adivinha-se nestes trabalhos a preocupação de não estar calado. De contar o que se passou ali mesmo ao lado. De mostrar trilhos percorridos. É por isso que a pintura de Mouga é como a música do grupo de Simon Jeffes. Sem enquadramento que permita uma classificação. 
Conheço-lhe o percurso desde os tempos do abstracto. Percebi o caminho para uma tímida figuração. E surpreendo-me com este novo trabalho. Estes ciprestes foram companheiros do artista e seus cúmplices.
Rui Mário Gonçalves tentou perceber o que se passou. Escreveu elogiosa opinião sobre a pintura de José Mouga. Na publicação que será apresentada para esta exposição será incluído um dos seus textos. Aliás, decidimos que esta mostra fosse também uma homenagem ao crítico e historiador de arte que recentemente nos deixou. É o nosso obrigado a quem tão bem entendeu a Arte Portuguesa.
Setúbal recebe o pintor José Mouga, na Casa da Cultura, com estes trabalhos que revelam a nova fase do artista. Chamou-lhes NOTAS DE VIAGEM.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

Carmen Dolores


Pisou os estrados teatrais, mas também se soube colocar frente às câmaras.

Recordamos personagens. São muitas as memórias despertadas. A sua voz ecoa nas nossas cabeças. Voz única. Grande mulher de teatro. Muito obrigado, Carmen Dolores.

facebook

Carlos Barão





Em Março de 2019 Carlos Barão expôs em Setúbal. Na altura apresentei-o assim:

Carlos Barão
é um artista que surpreende em cada exposição que nos apresenta. O seu trabalho é uma sobreposição de histórias sem fim. Há ali um imaginário que nos desperta e guia pela nossa própria imaginação. No próximo sábado vai mostrar-nos trabalho recente — GOTA é o título —, na galeria da
Casa Da Cultura | Setúbal
. Atrevo-me a dizer que esta exposição é imperdível. E aceito que, após visita, me digam que sou capaz de ter razão. Venham confirmar.
As fotografias são do
Fernando Pinho
.
Foi isto. Agora as exposições são uma miragem, mas podemos sempre ver o sítio na net do artista e a sua página aqui no facebook. Ele está a fazer coisa novas.

www.carlosbarao.com

facebook


segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021





Fez arte urbana. Pintou t-shirts para vender nos locais mais apreciados de Nova Iorque. Pintava como respirava. 

Conheceu Andy Wharol. Fizeram amizade duradoira. A morte de Warhol perturbou-o até ao fim. Morreu no ano seguinte, viciado em drogas e em desespero. A pintura de Basquiat é de uma liberdade transbordante, seja lá isto o que a gente quiser que seja. Compromissos, só com os seus enleios interiores. Viveu intensamente até se enjoar de tudo. A obra é intensa e perturbante como foi a sua vida. 

Apareçam pelo atelier dele. Não é preciso sairmos de casa. É aqui: www.basquiat.com

facebook


domingo, 14 de fevereiro de 2021

Howard Hodgking



Classificaram-no como Impressionista Abstracto. Eu não sei como o classificar. 

Vejo ali tanta coisa. É um dos meus artistas. Tenho muitos, é certo, mas este desperta-me para um questionar permanente. Leva-me à total incompreensão da dúvida. Sempre. E não é assim que deve ser? Também não sei, mas é tão bom sentir esta curiosidade insatisfeita. É que tenho dúvidas de que hajam respostas absolutas para seja o que for. Em Hodgking prefiro os trabalhos em que a busca do "maravilhoso" se esfuma. Prefiro os mais taciturnos. Informam angústias. Promovem a autenticidade. Escolhi alguns para aqui. Mas há muitos hodgkings para observar.

Atrevo-me a dar-vos um conselho: vamos até ao seu atelier. Mesmo no nosso aconchego  podemos ir até lá. Ora vejam: Howard Hodgking

facebook