DDLX - ESTADO DA ARTE | Não parámos. Não se pode parar. Trabalhamos à distância, mas trabalhamos mesmo. Apresentamos aqui trabalhos que temos entre mãos em tempo de recolhimento caseiro:
2 - DICIONÁRIO DA INVISIBILIDADE - Estamos a paginar. A capa está resolvida. É esta que aqui está. Adiciono mais umas ilustrações para que se reconheça o nível da publicação. As ilustrações são do
André Carrilho
O livro vai ter mais de quatrocentas páginas e será lançado daqui por um mês, mais coisa menos coisa. Mas para explicar isto melhor aqui vai um excerto da apresentação, assinada pelo Mamadou Ba
, que é um dos coordenadores do projecto, editado pela SOS Racismo:(...) Porquê e para quê um dicionário das invisibilidades? Qual o sentido de mais um dicionário face à existência de tantos dicionários em diversas áreas, com milhões de informações sobre tudo e mais qualquer coisa? Na era digital, em que quase tudo está disponível na internet, não será um redundante exercício? Que critérios presidem à escolha das entradas que vão figurar no dicionário? As entradas vão ser por horizonte temporal, geográfico, filiação ideológica, momento histórico, impacto transversal das categorias escolhidas, etc? Quais serão as áreas contempladas: as artes, a ciência, a cultura, o desporto, a política, etc? Estes critérios de escolha são suficientemente exaustivos para não se cometer injustiças, beneficiando ou sacrificando alguns aspetos da indivisibilidade e inseparabilidade de determinadas categorias em detrimento de outras? Todas estas perguntas são absolutamente pertinentes e mereceram a nossa reflexão e, na medida do possível, foram tidas em conta nas escolhas das entradas. Porém, sendo esta tarefa um exercício militante, assumimos uma certa arbitrariedade na definição dos critérios de escolha. Esta arbitrariedade significa simplesmente que as nossas escolhas correspondem a uma opção política assumida que resulta de legítimas subjetividades políticas fora do consenso dominante sobre o significado de cada área ou categoria no combate contra as invisibilidades, nomeadamente na forma como olhamos para o significado da visibilidade e da representatividade, no quadro de uma hegemonia cultural, cujos padrões de representatividade e visibilidade combatemos. Sabemos que não vamos conseguir cobrir de forma suficientemente satisfatória todos os campos da invisibilidade do ponto de vista social, político, cultural e económico, nem de todas as épocas históricas, áreas geográficas, científicas e profissionais. Mas um dos nossos propósitos com este exercício é, sobretudo e em primeiro lugar, abrir uma brecha para a discussão e alargamento de horizontes sobre a questão da invisibilidade. (...)
Depois avisamos pormenores do lançamento e outros eventos.