domingo, 29 de fevereiro de 2004

Parabéns


Vasco Pulido Valente justifica a existência do Bloco de Esquerda no DN de hoje. Segundo Vasco, essa existência deve-se ao abandono do PS, por parte de Guterres, das batalhas da esquerda. E deve-se sobretudo à mediatização de três figuras do Bloco: Francisco Louçã, Miguel Portas e Fernando Rosas. Para terminar a interessante análise VPV diz: "Vai continuar a crescer. Nem à Direita, Nem à Esquerda (Com Ferro e o PC), há grande concorrência. Ficam só duas perguntas: Até onde e para quê?"
Ora, para onde e para quê! Não se está mesmo a ver? Para que o senhor continue a escrever sobre política sem ter que pensar apenas no PS e no PSD. As ideias diferentes das instituídas não prejudicam o avanço das nações nem da humanidade. Muito pelo contrário, é das minorias que nascem muitas vezes as mais inovadoras soluções para os males do mundo. Decerto estará de acordo comigo. Mas se não estiver, paciência. Vou continuar a ler as suas lúcidas intervenções na imprensa. Actividade que mantém, já lá vai muito tempo. Parabéns por isso. E já agora, parabéns ao Bloco de Esquerda, pela suas eficazes intervenções no parlamento, e pelos cinco anos de vida.
JTD

Isto de estar vivo ainda vai acabar mal


Umberto Eco faz uma interessante reflexão sobre o prolongamento da esperança de vida. É no DN de hoje. Para "ilustrar", um excerto do final da crónica:
"Os jovens podem pensar que o progresso é aquilo que lhes permite mandarem mensagens por telemóvel ou ir para Nova Iorque em voos baratos, enquanto o facto espantoso (e o problema por resolver) é que eles se tornam adultos - quando as coisas correm bem - aos 40, enquanto os antepassados deles eram adultos aos 16.
Claro que devemos agradecer a Deus, ou às nossas estrelas, vivermos mais. Mas isto deve ser visto como um dos problemas mais dramáticos do nosso tempo e não como uma dádiva evidente por si mesma. Basta ver o que temos de fazer para ganhar a vida hoje em dia..."
JTD

Palavras desenhadas no silêncio

Quando coincidimos descobrimos
que na diferença somos a unidade
e nada sobra já de quanto somos
Esta é a força de ser fatalidade
feliz do corpo em outro corpo
Estar na paz no prestígio limpo
que nos traz à certeza de estar
no sopro do tempo onde é claro
Dissemina-se por todo o lado a delicadeza
como uma forma de alegria luminosa
Quando se poderia levantar a trama de água
a ver as subtilezas marinhas vagarosas
Vemos e tudo está passando numa tranquila ordem
e cada objecto reflecte a teia de uma luz
que suscita as palavras desenhadas no silêncio

António Ramos Rosa, "O Livro da Ignorância". Signo. 1988

sábado, 28 de fevereiro de 2004

A quem o diz...



"Eu pago muitos impostos todos os anos. É tanto que os números não cabem no impresso comum do IRC. Mas sinto-me bem em fazer isso." Bill Gates, Newsweek

Eu já não me sinto assim tão bem. Deve ser pela desproporção entre números e receitas. JTD

A voz dos pacientes do BlogOperatório

De Carlos Caldeira , recebemos, via mail, uma nota que nos parece oportuna, referindo-se a "O Senhor das Multas I".

"Sim, há mesmo que separar o lixo, para que depois as autarquias o coloquem todo na mesma lixeira, sem nada reciclarem...
Deviam era de nos pagar o nosso lixo - que verdadeiramente reciclado vale uma fortuna -, em vez de nos pedirem para pagar taxas aos municípios. Eles que se auto-sustentem."

De acordo.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2004

Não foi para a palhaçada

Monsanto foi feito para ser o bosque de Lisboa.

Gonçalo Ribeiro Teles, Jornal 2:
A propósito da ideia fantástica de passar a feira popular para Monsanto.

O senhor das multas I

José Eduardo Martins, secretário de estado do ambiente, quer multar quem não separe o lixo.
De onde veio este senhor? Da Dinamarca?
Alguém o esclarece, por favor, sobre o estado do país onde vive e onde foi nomeado secretário de estado? Esta gente começa logo pelas multas. Não seria melhor constituírem um amplo e transversal ministério da administração interna? BN

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2004

Notável

Em Portugal, um notável é, como se sabe, alguém que, em certa altura da vida, exerceu o direito aos seus quinze minutos de glória televisiva, o que pode acontecer tanto por ter descoberto o caminho marítimo para a Índia como por ter andado, em qualquer concurso, aos pontapés aos restantes concorrentes. Aparecer em festas de "sociedade", ocupar um cargo político, por irrelevante que seja, ou ser acusado de um crime infame ( ou ser advogado de alguém acusado de um crime infame) são também, entre muitas mais, vias apropriadas para aceder à notabilidade.
De tal modo que ser não-notável se tornou uma raridade, acessível apenas a gente sofisticada.

Manuel António Pina, Visão.

Há quem não pense assim



É com as pessoas que se faz o sucesso de uma empresa. Mesmo quando há pessoas a mais? Na verdade, o que quer dizer a mais, quando estamos a falar de pessoas?

António Mega Ferreira, Visão.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2004

C'um caneco!

C'um caneco!, rosnava o Outro,
entre tintol do bravo - próximas
ressacas. O beirão deixava correr
linguados, esgueirando-se na sombra
de olivais. Azeite mau tinha
o tirano, esse das botas. Cadeia?
Sim, senhoras, prisão a sério.
Infante ele era, o dos poemas.
assobiando, cela p'ra cela,
de Kurt Weill e Brecht a canção.
C'um caneco!, rosna o Outro,
ainda, E já mais vinho
vem p'rà mesa, enquanto meninas
adocicam o olhar. Outra vez?

Eduardo Guerra Carneiro, "A Noiva das Astúrias" & etc.
JTD

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2004

A morte nunca deveria ser notícia

Mas foi. Em Fevereiro de 87 toda a comunicação social noticiava a morte do maior compositor da música portuguesa. José Afonso tornou-se simbolo da alvorada de Abril por mérito próprio. Ele foi a voz da juventude não rasca. Foi a voz dos que combateram a ditadura com as armas do pensamento. Da inteligência. Foi a voz da cultura alternativa. Foi a voz.
Morreu numa manhã fria de Fevereiro. Hoje sentimos que afinal ele continua por aí. Na voz dos novos autores. Nas melodias dos novos grupos. Continuamos com a sua música, porque a sua música é nova, e a sua poesia não é letra morta.
Vamos continuar a lutar pela qualidade dos produtos culturais, como ele o fez.
O lixo sonoro, literário e social que polui os nossos sentidos, que se lixe!
Vamos comemorar a inteligência. A mais nobre demonstração de cidadania.
JTD

José Afonso


Recordar José Afonso no aniversário da sua morte.
Um aniversário de morte não se comemora, mas sugere a recordação.
Recordo José Afonso dos tempos da minha adolescência. A importância que teve na minha evolução cultural. Foi com ele que percebi que as palavras e também a música são a força das ideias. As palavras exprimem as ideias, a música dá-lhes o encanto e a universalidade.
Recordo o Zeca nos encontros no café Central, na praça de Bocage. No café Tamar, na bica diária, depois do almoço. Recordo as longas e deliciosas conversas, sobre a música, sobre os livros, sobre a política. Política que ele sempre viveu como forma de mudar consciências. Muitas vezes me lembro:
“O que pensaria o Zeca disto?”.
Recordo o sentido de humor mordaz e acutilante.
Comprovo com frequência a intemporalidade da sua música.
Enquanto escrevo estas linhas, ouço “ Os Dias Levantados” de António Pinho Vargas, com libreto de Manuel Gusmão. Uma extraordinária ópera que evoca o 25 de Abril.
Lembro-me da lindíssima composição “Vilas Morenas”, que António Pinho Vargas dedicou ao Zeca. E percebo que há coisas que existem porque ele existiu.
Recordo o poeta culto e inspirado. Era ele quem dizia: “Há quem viva sem dar por nada, há quem morra sem tal saber”, a minha frase preferida.
Recordo um amigo.
JTD

terça-feira, 17 de fevereiro de 2004

Grande livro

A "Fotobiografia de Teixeira de Pascoaes" editada pela Assírio & Alvim, é belíssima. Parabéns António Mega Ferreira. Parabéns Manuel Rosa. JTD

E os audis? E os bm's? andam por onde?

Bruxelas Aconselha Lisboa a Gastar Mais nas Pessoas e Menos em Auto-estradas

Portugal vai ter de reorientar os fundos estruturais comunitários de apoio ao seu desenvolvimento para o reforço da qualificação dos recursos humanos, investigação científica e inovação, de modo a diminuir o peso das estradas e auto-estradas nos financiamentos da União Europeia, aconselha a Comissão no âmbito da reforma dos fundos estruturais para o período 2007 e 2013

PÚBLICO, hoje.

domingo, 15 de fevereiro de 2004

Chatos no Jardim

Alberto João Jardim, queixou-se à saída da missa, no Funchal, que os chatos não o largam. Dizendo isto à porta da igreja, assim, sem mais nem menos, ficamos sem saber que tipo de chato apoquenta o pobre João. Ainda por cima depois de se ter declarado velha meretriz... JTD

Parolos

Vivo em Setúbal, e disso não me arrependo. Lisboa é a minha cidade de adopção, onde trabalho e estabeleço a ligação com o mundo que prezo. Mas gosto da cidade onde nasci e vivo, como se gosta dos amigos de infância. O que se passa em Setúbal na actualidade entristece-me. E isso já acontece há muito tempo. Esta cidade sempre teve azar com os responsáveis autárquicos. Mas a actual equipa governante, eleita pelo PCP, revela uma total falta de princípios políticos e de cidadania. A cartilha que rejeitava a piroseira e o mau gosto, e que durante muito tempo era exclusivo das esquerdas, já a esqueceram. Agora querem reabilitar o triste e de má memória corso carnavalesco. Na minha opinião, "Tradição" é o aglomerado de saberes e sentimentos, revelados depois em expressão colectiva. O que se assiste actualmente em Setúbal é à imposição de valores, felizmente em desuso, pelos responsáveis do executivo reaccionário que gere a Câmara Municipal.
As tradições já não são o que eram e ainda bem. As tradições também são premiáveis às mudanças. Não valerá a pena estar aqui, agora, a recordar tradições que em boa hora desapareceram. O triste espectáculo carnavalesco a que os setubalenses vão assistir, será o exemplo comprovado de que é perfeitamente dispensável tal demonstração de boçalidade colectiva. Espero que o menos colectiva possível. Só estou de acordo em relação à nomeação de Toy para rei do evento. Finalmente arranjaram um papel à altura da inenarrável criatura. A sorte é que não são setubalenses, estes autarcas. Parolos! JTD

sábado, 14 de fevereiro de 2004

Polidores de calçadas

A campanha do ICEP para o Euro 2004 é notável. Há uns cartazes - mupis - afixados por todo o país, que representam uma empregada doméstica, com um generoso decote, lustrando as pedras da calçada com uma moderna enceradora. A frase promocional sugere qualquer coisa como: "Estamos a preparar-nos". Os senhores deste organismo, tal como os seus publicitários contratados, só conseguem ver os cidadãos portugueses como servis empregados domésticos. Pelos vistos, somos um país de sopeiras governado por grunhos. Quando é que esta gente faz as malas? JTD

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2004

VELHACO | Que nem de propósito. estava eu acabar o texto publicado abaixo, e eis que na televisão, no canal ARtv, um deputado do PP, um tal Henrique-qualquer coisa-Santos, num estilo boçal anacrónico, resolve arrasar a proposta do Bloco. O nivel do discurso é tal que a mudança de canal foi a solução. Quando é que será que esta gente faz as malas? JTD

Velhaco ou dançarino

O Bloco de Esquerda deu-se ao trabalho de se preocupar com os bailarinos portugueses. Vai daí, toca de propor reformas para este grupo profissional aos 45 anos. A proposta, diz-se, vai ser chumbada na Assembleia da República. Ou seja, os partidos da maioria devem achar que um bailarino ou uma bailarina podem manter-se em funções até aos 65 anos. Esta postura dos deputados portugueses revela uma total falta de respeito pelos valores culturais. No futebol esta questão não se coloca, visto as remunerações serem tão elevadas enquanto exercem a actividade, que não necessitam de se preocupar com esse pormenor irrelevante das reformas. Eu, que prefiro uma performance de Rui Horta a uma goleada de Figo, devo ser um ser absolutamente inclassificável. Mas é assim, é a vida. E a vida de cada um deve ser respeitada. Ou não?
Já agora, se falamos nas reformas dos políticos, temos o caldo entornado. JTD

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2004

Vida

aqui te faço os relatos simples
dessas embarcações perdidas no eco do tempo
cujos nomes e proveito de mercadorias
ainda hoje transitam de solidão em solidão

Al Berto. O Medo

terça-feira, 10 de fevereiro de 2004

A religião é o ópio do povo

Cada vez estou mais convencido disto. Basta olhar para os espécimes que passam a vida de mão no peito, a agradecer humildemente o poderem pecar livremente. Bastam umas orações e estão safos. Às vezes penso que é uma droga mais dura, tipo: "A cocaína do povo". Mas foi esta frase que fez história, e não está nada mal para definir uma das fontes de desentendimentos entre os homens. Só que já não me lembro quem é o autor de tão interessante definição. Será que se me lembrar é grave? Serei um perigoso e recalcitrante arruaceiro? JTD

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2004

A era do faz-de-conta

Fiquei agradavelmente surpreendido, ao fazer o desporto tradicional da mudança de canais na televisão, com uma entrevista a Henrique Cayatte, na SIC-Mulher. Não é comum ver-se um designer falar de imagem e da envolvente visual do mundo, na TV. Cayatte faz isso muito bem e tem uma simpática presença na caixinha. Gostei de o ouvir dizer que o design, acima de tudo deve ter conteúdo, coisas dentro. É evidente que sim, mas, nesta era do vazio, parece que quem bota faladura nos canais, se esqueceu disso ou nunca o soube. Cayatte disse-o e justificou porquê. Com clareza. Ainda bem que o convidaram. JTD

domingo, 8 de fevereiro de 2004

Coelho na cartola

Jorge Coelho declarou-se disponível para assegurar a liderança do Partido Socialista. Só que nunca contra Ferro Rodrigues. Então será contra quem, e quando? Estando Ferro Rodrigues a aguentar a maior tempestade da história do partido, estará Coelho à espera da bonança?
Apetece-me passar aqui uma fala de "Rei Lear" de Shakespeare, uma passagem que adorei, na tradução de Álvaro Cunhal, editada pela Caminho: "É melhor ser assim desprezado mas sabê-lo, que ser à mesma desprezado por quem nos lisonjeia. Quem desceu ao pior, ao mais baixo, ao mais desprezível degrau da sorte, conserva ainda uma esperança e não vive em permanente receio. Doloroso é mudar quando se está no melhor; quando se está no pior, qualquer mudança é feliz. Bem-vindo pois, ar incorpóreo que abraço! O desgraçado que atiraste para o pior, nada já tem a temer das tuas rajadas."
Quem é o Rei Lear no PS? JTD

Cronicando

O PÚBLICO é, na minha opinião, o jornal publicado no nosso país que mais nos faz sentir bem com esta condição de ser português. Os escritores de crónicas que por lá vão opinando são de classificação superior. José Eduardo Agualusa e Ana Sá Lopes, por exemplo, têm hoje uma excelente prestação. Se poderem vão até lá. Não custa nada. www.publico.pt
Até logo. JTD

sábado, 7 de fevereiro de 2004

Mega Lisboa

Depois do socialite hard Santana Lopes e do filosocialite Carrilho, aparece finalmente uma hipótese de respeito que poderá unir a esquerda/bom senso, e ameaçar a irreal gestão satanista. Mega Ferreira seria um candidato e peras. Assim ele aceite. Lisboa respiraria pelos poros do cosmopolitismo. e não pelas narinas do nacional-socialite inculto e ridículo. Boa sorte, Lisboa. JJC

Música

Esta linguagem é pura. no meio está uma fogueira
e a eternidade das mãos.
Esta linguagem é colocada e extrema e cobre, com suas
lâmpadas, todas as coisas.
As coisas que são uma só no plural dos nomes.
- E nós estamos dentro, subtis, e tensos
na música.

Herberto Helder

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2004

O Vidente

FUTEBOL, TELEVISÕES, HISTERIA COLECTIVA = VIOLÊNCIA
Estava convencido, e disse-o já na sexta-feira passada, quando se gravou a Quadratura do Círculo, que iriam ocorrer violências diversas nos jogos de futebol do fim-de-semana, consequência do ambiente de histeria colectiva incentivado pelo tratamento televisivo da morte do jogador húngaro. Não é preciso ser nenhum adivinho para saber que a excitação colectiva tem resultados. Estão à vista.
Acrescento a minha perplexidade perante a natural aceitação por todos, autoridades e população, de que um jogo de futebol seja tratado quase como uma operação militar, como aconteceu no Porto-Sporting. É suposto ser um espectáculo desportivo, de paz e amizade, não é?

JPP, 02/02/2004 - 20:11


Pacheco Pereira previu os acontecimentos, através da sua fórmula pessoal "FUTEBOL + TELEVISÕES + HISTERIA COLECTIVA = VIOLÊNCIA". Qual alquimista vigilante dos fenómenos dos mass media, o homem estava atento e disse-o a tempo e horas - antes das situações ocorrerem, como convém ao negócio de qualquer adivinho. No entanto, JPP não previu que 56 mil pessoas fossem ao Estádio da Luz, assistissem a um jogo de futebol e não lançassem cadeiras para o relvado. Não insultassem os árbitros. Não gritassem palavras de ódio contra a equipa contrária ou os dirigrantes adversários. Não previu que o jogo se desenrolasse de uma forma civilizada. Enfim, basicamente não previu nada em relação ao jogo Benfica-Académica Coimbra no qual se iria homenagear a memória de Miklos Fehér. JPP perdeu uma grande oportunidade de efectivamente prever algo. Mais uma vez não esteve à altura. É que face ao contexto do futebol português, prever que haja motins, levantamentos populares, linchamentos, trocas de ofensas, etc., tudo isso é fácil. É previsível. Ainda por cima ir a correr fazer associações básicas com os últimos acontecimentos mediáticos (neste caso a morte de Fehér) também já não espanta. Já só espanta que ele se considere perplexo pelo facto das autoridades tratarem "naturalmente" estes jogos como operações militares. Ó dr. Pereira, você tem-se em muito pouca conta. Mas eu avanço-lhe em primeira mão: não só as autoridades vêem "A Quadratura do Círculo" como lêem o seu blog. E, espasme-se, ainda por cima acreditam nas sua previsões com tamanha credulidade que destacaram imediatamente os CIs para todos os estádios da passada jornada.

dr. Estranho-Humor

P.S.: Tomei a liberdade de considerar que a fórmula de JPP é "FUTEBOL + TELEVISÕES + HISTERIA COLECTIVA = VIOLÊNCIA" e não como ele a escreveu inicialmente "FUTEBOL, TELEVISÕES, HISTERIA COLECTIVA = VIOLÊNCIA". Se é certo que não me custaria acreditar que para ele as três parcelas são individualmente sinónimo de violência, quero acreditar no entanto que ele queria dizer que as 3 juntas geram violência.

Dos jornais aos livros - uma existência de papel

António Mega Ferreira estará hoje no antigo liceu de Setúbal. A esta conversa chamou "Dos jornais aos livros - uma existência de papel". Mega falará aos alunos desta escola sobre a actividade de jornalista e da actual condição de escritor. Entre as obras mais recentes figuram: "O Que Há-de Voltar a Passar" publicado pela Assírio & Alvim, e " Uma Caligrafia de Prazeres", com desenhos de Fernanda Fragateiro, pela Texto. Apenas dois titulos da sua mais recente e prolixa produção que serão postos à disposição dos presentes. A sessão tem início às 17 horas, no auditório José Saramago. JTD

terça-feira, 3 de fevereiro de 2004

Algum dia há-de ser

Cavaco Diz Que Portugal Só Sai da Crise em 2005

A ministra das Finanças, Manuela Ferreira Leite afirmou ontem que Portugal deverá crescer já este ano, mas o ex-primeiro-ministro Aníbal Cavaco Silva defendeu que só em 2005 o país deverá sair da crise.

Hoje, no PÚBLICO

domingo, 1 de fevereiro de 2004

Informações pouco fiáveis

"Estávamos enganados em quase tudo", declarou David Kay, o inspector americano que agora se demitiu, depois de andar há meio ano à procura de armas de destruição maciça. Ao contrário do que aconteceu na BBC com o caso Kelly, nenhum dos decisores políticos da invasão assumiu, até ao momento, que declarou uma guerra baseada em informações pouco fiáveis, nem pagou o preço político que lhe deve corresponder.

Ana Sá Lopes, na crónica de hoje - Pão & Rosas - no PÚBLICO.

reBlogue

Era para qualquer lado, por favor

Segundo o Expresso, Alberto João Jardim vai ser o próximo Presidente da Assembleia da República e Marcelo Rebelo de Sousa o próximo comissário português em Bruxelas. Mais Pedro Santana Lopes ou Cavaco Silva como Presidente da República e o meu próximo Expresso será aquele que me deixar na fronteira.
Rui Tavares Barnabé