segunda-feira, 30 de maio de 2005

Júlio Pomar | Claude Michel Cluny



"A Galeria João Esteves Oliveira, vaidosa de ser palco do lançamento em Portugal da obra de dois tais vultos da cultura europeia contemporânea, gostaria de poder ver aqui o início de uma intervenção convicta e aficcionada, embora marginal, na edição de obras de bibliofilia que reúnem literatura e artes plásticas. Afinal trata-se de TRABALHOS SOBRE PAPEL. E não quaisquer."
João Esteves Oliveira Excerto do texto do convite

O convite convoca-nos para o lançamento do livro "La mémoire du sel" de Claude Michel Cluny, acompanhado de "Le sel de la mémoire" de Júlio Pomar.
Terá lugar na Galeria João Esteves Oliveira, no próximo dia 2 de Junho, quinta-feira, entre as 19 e as 22 horas.
Diogo Dória dirá alguns poemas habitantes das publicações. De resto, já se sabe, estes eventos na galeria da rua Ivens são imperdíveis. Digo eu, claro. JTD

Galeria João Esteves Oliveira
Rua Ivens, 38, Lisboa
Horário: terça a sábado das 11 às 19,30 horas | segunda das 15 às 19,30 horas.
Telefone 21 325 99 40

quinta-feira, 26 de maio de 2005

Há teatro na avenida

Hoje foi feriado. Fiquei em casa a organizar trabalho para as próximas semanas. A meio da tarde liguei a caixa de imagens. Voltas e mais voltas pelas dezenas de canais disponíveis, até que alguém me faz parar na SIC-mulher. Era Paulo Autran que estava a ser entrevistado por Ana Marques. Ana sabe entrevistar. Paulo é um conversador delicioso. Uma grande figura do teatro do mundo. Um homem culto e conhecedor das vantagens e desvantagens de estar vivo e andar por aí. Paulo Autran está em Portugal com uma peça, no Tivoli, até ao dia 5 de Junho. Eu sabia da teatrada no sala da avenida da Liberdade, mas esta conversa no "Elas em Marte" com Ana Marques veio convocar-me para uma deslocação ao teatro. Bons actores fazem, muito provavelmente, bom teatro. É isso que me espera, espero.JTD

Visitando Mr. Green
De Jeff Baron
Encenação de Elias Andreato
Com Paulo Autran e Dan Stulbach
Quarta a sábado - 21,30 h.
Domingo 19,00 h.

terça-feira, 24 de maio de 2005

Um lutador às direitas

Marques Mendes não apoia o aumento de impostos. Nós, obviamente, também não.
Mendes é contra o sigílo bancário. Nós também, desde o tempo em que ele estava calado sobre o assunto.
Claro que o dr. Mendes é contra a perda do poder de compra dos portugueses. Nós também achamos que isso é uma grande merda. O sr. Marques é por tudo aquilo que nós somos. Ou seja, é favorável ao bem estar dos povos. É um autêntico lutador pelas causas das minorias. Aliás não é por acaso que o mais recente governo do seu partido declarou o fim dos tempos difíceis. Estava tudo preparado para sermos um país próspero e em grande desenvolvimento. Ele que até foi um dos governantes com mais tempo de governo. Com Cavaco, sem Cavaco, ele é incansável. Invencível mesmo.
Nem a vergonha o vence.
JTD

segunda-feira, 23 de maio de 2005

Mário Cesariny | Barnett Newman



Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto, tão perto, tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura
Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco.

Mário Cesariny Texto
Barnett Newman Imagem

sábado, 21 de maio de 2005

Fim de semana


Balthus

quinta-feira, 19 de maio de 2005

LisboaPhoto 2005



Começou a LisboaPhoto. A cidade ficou, desde ontem, como se de uma galeria de arte fotográfica se tratasse. Hoje editamos o texto que apresenta Aaron Siskind. Um dos fotógrafos mais salientes nesta mostra. Continuaremos a ir às exposições nos próximos dias.

"Aaron Siskind é uma das figuras emblemáticas da fotografia modernista norte-americana. A partir da década de 40, e sob influência do movimento abstracto-expressionista na pintura, Siskind passou a desenvolver uma fotografia tendencialmente abstracta, assente num metódico e fortemente estruturado programa de enquadramento de detalhes da realidade física, aliando um grande rigor técnico a uma apurada expressão plástica. Nesta exposição, apresenta-se uma antologia da obra de Aaron Siskind, com maior destaque para as suas séries abstractas."

Aaron Siskind Museu Nacional de Arte Antiga.

quarta-feira, 18 de maio de 2005

As causas de Portas

O arquitecto Nuno Portas foi galardoado com o prémio "Sir Patrick Abercromble", de Urbanismo, pela União Internacional de Arquitectos.
Portas foi aquele senhor que há umas décadas atrás despertou-nos para o disparate que seria construir sem rei nem roque. Alguns de nós lembramo-nos deste alerta. Mas parece que quem poderia decidir, decidiu mal. Neste momento temos mais casas do que moradores, ainda por cima havendo gente que habita casas pouco habitáveis. A culpa? É do chamado Poder Local Democrático, que sendo uma importante conquista da Democracia, é também um dos seus maiores atropelos.
Nuno Portas, o arquitecto urbanista, bem chamou a atenção para o risco de ocorrerem deliberações pouco apreciáveis nessa área: a eterna confusão entre desenvolvimento e crescimento. Cá não foi ouvido, mas ainda há quem reconheça os méritos da inteligência contra o terrorismo urbanístico.
JTD

terça-feira, 17 de maio de 2005

Fernando Magalhães

Fernando Magalhães morreu. Há muitos anos que me aconselhava com entusiasmo e talento a excelência dos seus sons. Nunca o conheci pessoalmente, mas cada vez que o lia nas páginas do PÙBLICO, BLITZ ou mais recentemente em www.forumsons.com, sentia-me como se fosse membro da sua roda de amigos. É assim: A gente escolhe os cronistas que mais nos falam ao ouvido, porque nos dizem o que é grato ouvir, e depois sente a estupidez da ausência com a tristeza de uma grande perda.
O PÚBLICO de hoje edita resumos de alguns textos do Fernando. Passo para aqui um que fala de um autor que ele me revelou, e que desde entâo não perco de vista: Robert Wyatt.

"Estados de alma que tanto exigem, para se fazerem ouvir, do canto panfletário da Internacional Socialista, como se encolhem num balbuciar triste e, por vezes, incoerente, de uma criança ferida. Ou de um louco encarcerado na certeza das suas próprias convicções. De um poço como Rock Bottom não se sai igual ao que entrou."
JTD

segunda-feira, 16 de maio de 2005

Maria Bethânia | Vinícius de Moraes



Maria Bethânia acabou de lançar, aqui no Brasil, pela gravadora Biscoito Fino, "Que falta você me faz - músicas de Vinícius de Moraes". Belíssimas reinterpretações de clássicos do poeta em parcerias antológicas com Tom Jobim, Chico Buarque, Carlos Lyra, Toquinho, Baden Powell, entre outros, surgem na voz da cantora que teve em Vinícius um de seus principais incentivadores quando, ainda jovem e desconhecida, chegava ao Rio, vinda da Bahia, para participar dos shows do Teatro Opinião, em 1965. Pode-se ter uma idéia da cumplicidade estabelecida entre a cantora iniciante e o poeta consagrado por meio das lindas fotos dos dois que aparecem no encarte e da própria escolha das músicas. Bethânia recria com emoção e intensidade algumas das canções mais bonitas e tristes da música brasileira. Mas como o próprio Vinícius já disse (em parceria com Baden Powell, em Samba da Bênção) que pra fazer um samba com beleza é preciso um bocado de tristeza, só nos resta entristecer prazeirosamente com o cd de Bethânia, presença obrigatória na discoteca daqueles que apreciam o Poetinha, como era carinhosamente chamado pelos parceiros de música e copos. Para o público português, se uma ida à Fnac não surtir efeito, fica a sugestão de visita ao site: biscoitofino
ALF

sexta-feira, 13 de maio de 2005

Fim de semana


Mark Rothko

quarta-feira, 11 de maio de 2005

Tudo bons rapazes

Uns senhores do PP foram constituídos arguidos num processo de tráfico de influências. Isto quer dizer que a Justiça decidiu investigar as actividades de financiamento partidário ilícito.
Luis Nobre Guedes é um dos nomes sonantes implicados. Telmo Correia, enquanto ministro da tutela, diz que agiu de boa fé ao assinar o despacho que viabilizou a ilegalidade. Santana diz que não sabe de quem é a responsabilidade. Não sabem nada de nada. Não se sentem desconfortáveis com a situação. Estiveram no governo apenas quatro meses. Fizeram o que puderam. Não fizeram mais porque nós não deixámos. A intenção destes rapazes era fazer o que lhes apetecesse sem passar cavaco a ninguém. Tudo sem más intenções. Tudo bons rapazes, portanto.
JTD

segunda-feira, 9 de maio de 2005

Gustav Klimt | António Mega Ferreira



Porque a realidade, aqui, é como uma dor difusa, tu sabes como é, um incómodo ainda não localizado, que progressivamente se vai definindo e acertando, até que, insuportavelmente nítida, a sua imagem se nos impõe como uma evidência. A minha dor é que eu comecei a amar-te, sem o saber, durante aquele breve período de tempo em que sair de casa era a promessa reconfortante de ver-te e falar contigo. Eu não sabia, repito, mas o tempo ajudou-me a definir essa pequena dor, tão secretamente pavorosa: cada vez que estou contigo (cada vez mais, meu amor, cada vez mais) é como se a minha vida se virasse do avesso. E é verdade, é cada vez mais verdade, que, quando penso nas coisas que ainda me falta fazer na vida, é em ti que penso. E tenho medo, como um animal que instintivamente foge do que sabe não poder atingir.

António Mega Ferreira Texto
Gustav Klimt Imagem

domingo, 8 de maio de 2005

Responsáveis e responsabilidades

Estou a assistir a uma entrevista a João Goulão na SIC-N.
Goulão é o novo presidente do Instituto que tutela o combate à droga. Recusou colaborar com o mediático Negrão quando este foi o responsável pelo lugar. Nesta entrevista que a SIC-N agora passa é possível ver as diferenças. Fernando Negrão, que agora resolveu entrar no combate autárquico, não adiantou, muito pelo contrário deixou na mesma este outro combate que com todas as medalhas de juíz sério e eficiente, foi levado a abraçar. Sérios, seremos todos: os que querem ver, o mais possível resolvidas, as maleitas que nos afligem nos nossos dias. Mas sério e conhecedor dos problemas que se propõe combater, de facto, é o médico João Goulão. Os "socialites" em posição de ocupar qualquer lugar, seja qual for, já não fazem parte das escolhas dos cidadãos responsáveis. O santanismo morreu e está enterrado. Que a terra lhe seja leve...
JTD

sábado, 7 de maio de 2005

Luiz Pacheco 80



Luiz Pacheco fez hoje 80 anos.
João Pedro George, do esplanar, foi falar com ele ao lar onde vive actualmente, no Príncipe Real.
O resultado é uma conversa sem papas na língua.
Recomenda-se.

Fim de semana


Pablo Picasso

sexta-feira, 6 de maio de 2005

Bom dia, ABRUPTO

O ABRUPTO faz hoje anos. José Pacheco Pereira alimenta este blogue que estimula a curiosidade diária de jornalistas, políticos e gente interessada em participar e intervir no dia-a-dia dos seus dias. O ABRUPTO pensa, repensa e revela-nos opiniões e ideias que interrogam.
E não é assim que se deve pensar?
Parabéns, e até já.
JTD

quinta-feira, 5 de maio de 2005

Autarcas aos molhos



Em Setúbal, os candidatos a autarcas são de bradar aos céus. O PS já adiantou o seu: Catarino Costa. O PSD idem: Fernando Negrão. A CDU fica-se pelo actual presidente: Carlos de Sousa. Só o BE ainda não disse quem vai apresentar para desempatar as hostilidades. Perante o panorama, não é difícil adivinhar o quão grato deve estar o candidato da CDU aos seus colegas da oposição. É que entre o inócuo Catarino e a "esperança" que representa um ex-ministro do pior governo de que há memória, Carlos aguenta-te que o maralhal está contigo. És inelutável. Pelo menos as calçadas estão compostas, os pavimentos estão corrigidos e o lixo não cobre com a insistência corriqueira o chão da cidade.
Claro que se lamenta a "não inscrição" de uma política cultural. Claro que não há grandes ideias, nem atitudes com grande rasgo. Mas que é lá isso comparado com a ameaça das outras duas candidaturas?
JTD

quarta-feira, 4 de maio de 2005

Crentes em fúria

Em Timor, os dirigentes católicos incitam a população à revolta. Motivo: O governo decidiu retirar a disciplina de religião e moral do programa escolar, como cadeira obrigatória. Como se fosse anormal as pessoas poderem escolher a sua religião, ou optar por não confessar qualquer culto. Há sítios onde os católicos querem fazer lei, propondo-se substituir as orientações genéricas de um Estado de direito.
Terão medo de quê? De perder os fiéis? Fidelidade a quanto obrigas.
Serás crente, de pequenino, custe o que custar. Assim rezam os bispos timorenses.
RR

terça-feira, 3 de maio de 2005

Parece que se vai embora. Uff!



Santana deu uma entrevista à SIC. Confesso que faço parte do extenso grupo de cidadãos que não tem a mínima pachorra para a criatura. Como tal, não tive paciência para o chorrilho de baboseiras que disparou. Entre o queixume e a gabarolice, lá debitou a triste figura os seus "pensamentos" acerca da sua vidinha. Do pouco que vi e ouvi destaca-se a revelação de um convite para consultor de uma estrutura financeira internacional. Isto porque, segundo ele, um primeiro-ministro conhece muita gente, em África, na Europa, na América latina. Uma pergunta se impõe: será que esta gente conhece o homem que em apenas quatro meses conseguiu arrecadar o estatuto de mais caricato primeiro-ministro de Portugal?
Problema deles.
JTD

segunda-feira, 2 de maio de 2005

Mendes & Carmona. Lda

Dizem que Carmona é sério. Tudo bem, nós também.
E os outros? A equipa que com ele se propõe trabalhar, quem são?
Se todos os vereadores se foram tentar queixar ao líder, pela sua decisão, quem sobra para fazer carreira com Carmona?
A gestão de uma autarquia como Lisboa faz-se apenas com o presidente?
Não me parece. Mais um imbróglio para Marques Mendes.
JTD

Isaltinices

Isaltino diz que o líder não tem nada que liderar. Isaltino diz que há uma vaga de fundo para o recolocar na cadeira da presidência de Oeiras. Esta gente não vive bem sem estes poderzinhos, os pobrezinhos.
A revista ATLÂNTICO, distribuída com o PÚBLICO da passada quinta-feira, edita um esclarecedor texto, da autoríia de António Araújo, sobre as actividades destes seres sem par: os nossos queridos autarcas, os nossos insubstituíveis educadores. O que seria da malta sem esta gente. Santa paciência.
JTD