segunda-feira, 31 de maio de 2021

Contra, sempre


A ascendente — e respeitada pela comunicação social — extrema-direita portuguesa, assiste satisfeita ao declínio da direita dita social-democrata — como se tal coisa pudesse existir —, e aguarda condições para coligações e participações em governos.

O fascistóide abjecto que representa o mais abjecto populismo no parlamento exige sentar-se nas cadeiras do poder com Rui Rio — apesar de ansiar pela assombração Passos Coelho — caso a direita dita civilizada tenha maioria. Anseia, portanto, minar o sistema democrático por dentro, a partir do governo da nação. A direita populista não tem princípios nem vergonha. É por isso perigosa. Não se respeita. Combate-se!

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sábado, 29 de maio de 2021

Dicionário da Invisibilidade



A apresentação estava marcada para este sábado. Mas atrasos na impressão e acabamento ditaram outra data. Vamos encerrar a exposição de André Carrilho no espaço ilustração da Casa da Cultura e apresentar o livro no próximo dia 12. Convidados.

sexta-feira, 28 de maio de 2021

Saudades do futuro


Lia Gama faz anos hoje. Uma grande actriz a quem devemos muitos bons momentos. 

Ontem, no jantar no café da Casa da Avenida, antes de rumarmos para a Casa da Cultura, onde a poesia de Luís Filipe Castro Mendes era comemorada, falámos dos amigos que encontrávamos nas noites de Lisboa. Chamámos Nuno Bragança e a sua Directa, Jorge Silva Melo (presente no jantar) e o seu Século Passado, a pintura do Zé Romualdo, o Frágil, o gosto pela noite e por quem por lá anda. Foi uma recordação saudosa mas divertida. Não é o passado que nos prende, mas sim a vontade de viver bem o presente. Só assim preparamos o futuro. Lia Gama trabalha com afinco. É uma excelente actriz e uma mulher corajosa. É também uma excelente companhia. É tão bom conversar com ela. Gosto muito desta grande senhora. Vamos continuar esta conversa um destes dias. Parabéns, Lia. 

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Com as minhas tamanquinhas


DA INTOLERÂNCIA E DO RECATO | Nos últimos dias têm passado por mim, de raspão, insultos vários. Uns acusam-me de ser elitista, arrogante, intolerante. Acusação definitiva e sem defesa. Outros incluem-me de chofre numa lista privada de animais para abate. Avisam-me amigos que até foi derramado pelas valas abjectas das chamadas redes sociais um texto que me faz acusações de carácter. 

Há muito pouco tempo, numa reunião de trabalho onde se discutia o gosto dos outros, dos que sofrem com a aplicação das regras comuns que agridem as suas, um responsável político informava-me solenemente que muitos desses outros gostariam de me ver pendurado pelo pescoço na estátua de Bocage, erigida em Setúbal, na praça que assinala a existência do poeta. Confesso que prefiro Pessoa, mas Bocage também serve perfeitamente. Nunca quis ser herói nem vilão. Não tenho orgulhos e não me sobreponho a ninguém. Nada me envaidece. Só frequento e promovo o que me alimenta os sentidos. Detesto exibições de ignorância e atentados à dignidade das pessoas. A apologia da normalidade corriqueira, sempre polvilhada de muita ignorância e gosto de duvidosa proveniência, não me incomoda. Repugna-me, é certo, mas resvala de imediato para o esgoto de onde brota. A normalidade hipócrita e cínica não é fruta do meu cesto. Aceito, portanto — digo-o com alguma emoção até —, todos esses elogios que me são dirigidos. Fazem-me sentir vivo. Com atitudes. Com carácter.

Muito obrigado, caríssimos adversários. 

Imagem: Capa do álbum de José Afonso COM AS MINHAS TAMANQUINHAS, com ilustração de João de Azevedo

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Os nossos poetas



Foi uma noite bonita, esta noite EM VOZ ALTA na
Casa Da Cultura | Setúbal.

Excelente selecção de poemas de Luís Filipe Castro Mendes, feita por Jorge Silva Melo, que os disse magistralmente. Lia Gama marcou presença no estrado e também nos brindou com uma leitura de excepção. Ah, e esta foi a primeira destas sessões que contou com a presença do próprio poeta lido. Luís Filipe Castro Mendes esteve na sala e gostou das interpretações. Mais uma grande noite em que a grande poesia esteve presente. Privilégios dos que assistimos.

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quinta-feira, 27 de maio de 2021

As grandes histórias


A HISTÓRIA DO MUNDO É A HISTÓRIA LOCAL | Vamos apresentar a colecção da Estuário que conta histórias do nosso mundo. A História do Mundo acontece mesmo aqui ao nosso lado. Vamos falar com dois historiadores — Diogo Ferreira e João Santos —, e um entusiasta empenhado em divulgar a história do seu local de nascimento e crescimento — Eduardo Silva. Até amanhã.

terça-feira, 25 de maio de 2021

Em voz alta


OS NOSSOS POETAS | É na próxima quinta-feira, às nove da noite. Lia Gama e Jorge Silva Melo voltam ao nosso convívio e trazem mais um poeta: Luís Filipe Castro Mendes.

segunda-feira, 24 de maio de 2021

Prazer, camaradas


Percebi que o filme tem pernas. E percebi também que o meu querido amigo João de Azevedo deu uma perninha neste filme.

A fita é assinada por José Filipe Costa. É uma revisitação. A sexualidade, e a falta dela, é mote, parece. Esta imagem promocional em que o João entra em atitude de contador de uma sua história, ofício de que tanto gostava e praticava sem omissões, instalou-me uma lágrima mesmo aqui ao canto do olho esquerdo. Que saudades do João. Que vontade de ver o filme. E que tristeza sinto por ele já não estar aqui.

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Crápulas no poder


Roman Protasevich é um puto de vinte e poucos anos que gosta de se exprimir livremente e de alargar essa vontade de comunicar porque é jornalista.

O crápula que exerce o poder na Bielorússia não gosta de opiniões que o contrariem. Ora, como um crápula é um crápula e a decência e respeito pelos outros não são medida da sua fita métrica, vá de mandar prender o recalcitrante opinador, nem que para isso seja preciso alterar rotas de aviões. Democracia não é flor do jardim político que domina o país. O crápula põe e dispõe. Os EUA já reagiram. A União Europeia também, pela voz da sua presidente, mas assiste a estes atropelos como se estivesse a ver um documentário sobre o que se passa ali ao lado, mas que nada pode fazer. Pode. Pode e deve. Roman Protasevich pode até ser condenado à morte. Os regimes onde os crápulas dominam matam. Não nos podemos calar.

Fonte Público

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domingo, 23 de maio de 2021

Paulo Mendes da Rocha


Foi um dos grandes arquitectos do mundo. Pensou a arquitectura como espaço para a circulação das pessoas.

Nunca se rendeu ao ornamento fútil. Felizmente há muitos assim na arquitectura contemporânea. Mas Paulo Mendes da Rocha foi um dos que começaram a colocar as pessoas no centro do espaço arquitectónico. Pioneiro e continuador. As pessoas que circulam nos lugares de convívio inteligente devem-lhe muito. Devemos-lhe muito. Muito obrigado, senhor arquitecto.

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sábado, 22 de maio de 2021

Júlio Pomar


Três anos sem Júlio Pomar. Na altura da sua morte escrevi aqui assim:

Esta figura em movimento foi desenhada por Pomar em homenagem a José Afonso. Comprei este exemplar de uma edição limitada, em serigrafia, já num tempo em que José Afonso estava muito doente. Júlio Pomar e Costa Pinheiro resolveram ajudar desta maneira, imprimindo trabalhos. Júlio Pomar sempre foi assim: disponível para a solidariedade. Corajoso Antifascista. Impaciente com a estupidez. Foi também um grande artista. Mas disso muita gente vai falar. Limito-me a fazer uma sugestão: olhem bem para os seus trabalhos, visitando sítios que exibam obras suas. Leiam as publicações que se esforçam por encontrar caminhos. Júlio Pomar é um grande português que agora nos deixa. Muito obrigado, mestre.

quinta-feira, 20 de maio de 2021

Reconhecimento


Doutoramentos que são um reconhecimento. Não era preciso o elogio. Todos sabemos e reconhecemos o valor intelectual destas duas figuras da cultura portuguesa. Mas o que é doce nunca amargou. Parabéns, Luís Miguel Cintra e Jorge Silva Melo.

quarta-feira, 19 de maio de 2021

História repetida

Depois de tanta iniquidade, de tantas separações
com muros ou propósitos religiosos, e extermínios reais de populações, até parece impossível que tudo isso regresse ciclicamente como norma de actuação política. 

As guerras matam. Morre gente. Gente com vidas que ficam anuladas. A Palestina precisa de ajuda. Os seus inimigos são poderosos e ferozes.

domingo, 16 de maio de 2021

João Hogan





Andou sobretudo pela paisagem. Reorganizou a rude paisagem.

Criou sofisticados ambientes. Grande rigor na execução. Crivo exigente. Tinha treino oficinal. Foi marceneiro. Estudou pintura com grandes mestres e tornou-se ele próprio nome grande das artes. Recordo aqui as paisagens. As paisagens de Hogan são perenes.

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sábado, 15 de maio de 2021

Semear o amor

Coro da Primavera foi a música de José Afonso escolhida para anunciar a boa nova: o trabalho discográfico vai ser reeditado e colocado em boas condições de audição nas plataformas digitas e também em formato físico.

Esta canção está incluída em Cantigas do Maio, álbum que José Afonso gravou em Herouville, nos arredores de Paris, em outubro de 1971. Passaram cinquenta anos sobre esta data histórica da música do mundo. Anunciámos as comemorações, em outubro do ano passado, na Festa da Ilustração - Setúbal, com uma exposição das capas dos discos de José Afonso e com um enquadramento escrito por Viriato Teles. Em outubro próximo vamos cumprir. Debates com gente que sabe o que diz não faltarão em Setúbal: na Casa da Cultura e na Casa da Avenida. E a Festa terá novamente exposição assinalável. Assinalamos o melhor, para que o que marcou não seja esquecido, mas também para nosso prazer e sorte. Foi bom ter vivido no tempo de José Afonso. Muito bom mesmo.

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quinta-feira, 13 de maio de 2021

Obra de José Afonso finalmente reeditada


O nome maior da música feita em Portugal não pode estar indisponível para audição. A obra de José Afonso vai ser reeditada.

Esperemos que a nova editora imprima a este trabalho magistral a dignidade gráfica que norteou desde sempre o trabalho de José Afonso. Não sei se estão previstas declarações do Presidente da República ou se o Parlamento prevê assinalar este acontecimento maior. Deviam. Sei que quem aprecia a cultura portuguesa no mundo vai comemorar. José Afonso, sempre!

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quarta-feira, 12 de maio de 2021

Os energúmenos e a lucidez


Diz a notícia que Chico Buarque lidera o protesto. Chico Buarque sempre se pôs a jeito da fúria dos tiranos.

Foi assim com a ditadura elogiada pelo energúmeno que preside actualmente ao país, e foi assim também quando o dito energúmeno ocupou o poder. Agora já é muita gente a dar-lhe razão. O motivo é a maneira como foi gerido o combate à pandemia. O energúmeno chamou-lhe gripezinha. Geriu mal a pandemia? Mas ele geriu bem alguma coisa? Fora. Energúmeno para a rua.

Fonte RTP

segunda-feira, 10 de maio de 2021



Escrevinhei este texto para a folha de sala que acompanha a exposição exibida no
Café da Casa da Avenida. Partilho-o por quem não tem a oportunidade de se deslocar a esta casa de excepção.

QUANTAS HORAS TÊM OS DIAS? | Ou o que fazer com o tempo quando há tempo para tudo?
Observando as fotografias de Fernanda Carvalho
O Tempo, esse grande escultor, como pretendia Yourcenar. O tempo que sobra, quando os dias têm a dimensão de uma longa noite. Gerimos os "resíduos de Lar", como disse um dia José Afonso, em Era um redondo vocábulo. Ditamos as horas de outras vigílias. Olhamos para o passado que nos foi próximo. Autorizamos a recuperação das coisas mortas. Limpamos o pó das superfícies, deixando os vestígios que o tempo ditou. Há tempo para tudo, e tudo tem o seu tempo. Reinventamos o amor. Insistimos no amor. Caminhamos pela casa e reparamos no móvel vazio. As recordações despertam-nos para um tempo difícil.
É muito difícil estarmos sós entre os despojos de outro tempo. Entre o passado e o futuro. Entre o que fomos e o que pretendemos ser. Queremos sobreviver a isto. Sobreviver não: VIVER. Assim, em voz alta. Viver como dita a vida. Com os olhos e os sentidos bem abertos. Não deixaremos de ter atitudes. De olhar e ver. Voltaremos a estar com quem amamos. Essa curiosidade arrebata-nos. Vamos voltar a estar uns com os outros. Pedimos tão pouco. Só isso: o essencial. O absolutamente necessário. A nossa vida.[José Teófilo Duarte]
QUANTAS HORAS TÊM OS DIAS?
Fotografias de Fernanda Carvalho
MAIO/JUNHO. 2021
CASA DA AVENIDA
Avenida Luísa Todi 286, 292, Setúbal casadaavenidacafe@gmail.com| 265 237 054

domingo, 9 de maio de 2021

Dicionário da Invisibilidade




André Carrilho
desenhou vinte figuras abraçadas por este dicionário. Os desenhos estão expostos no Espaço Ilustração da Casa Da Cultura | Setúbal.

Esta exposição termina no dia 29, sábado, com finissage às 18 horas. O dicionário será lançado às 19 horas, na Casa da Avenida. Anotem na agenda electrónica, no caderninho Moleskine ou no post-it real ou mental. Vamos avisando mais perto da data. Há gente mesmo muito importante que não pode e não deve ficar invisível.

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sábado, 8 de maio de 2021

Vivian Maier


Observação enigmática da realidade das pessoas em Nova Iorque. Vivian Maier fotografou discretamente a sua cidade. Provocou outro conhecimento daquela realidade.

Nasceu em fevereiro de 1926 e morreu em 2009. Fotografou a sua cidade em todas as posições e atitudes. É isso: encontrou a atitude da cidade que nunca dorme. Milhares de imagens. Algumas estão aqui. Vale a pena visitar esta exposição em Cascais. Está no Centro Cultural até ao próximo fim-de-semana. Um luxo.

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quinta-feira, 6 de maio de 2021

Cândido


Morreu o Cândido. Conheci-o há muito tempo no
Teatro O Bando. Ficámos amigos.

É muito triste vê-lo partir. O Teatro perde muito. O país perde um grande actor. Perdemos todos muito. Obrigado por tudo, Cândido.

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quarta-feira, 5 de maio de 2021


 

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terça-feira, 4 de maio de 2021

Julião

A morte dos grandes artistas assinala-se com reconhecimento.

A morte dos amigos não se descreve. Deixa-nos sem palavras.

Foi bom conviver contigo, Julião.

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segunda-feira, 3 de maio de 2021

Desconfinar



Há palavras que pouco convivem connosco até ao dia em que se tornam presença constante no vocabulário diário. Sinto que nunca tinha usado a palavra confinar. Entrou nas nossas vidas e ditou-nos uma nova maneira de estar, trabalhar e procurar o prazer do encontro. Fomos para casa. 

Confinados. Nunca imaginámos que sair e estar com os outros nos era tão fundamental. Estamos a sair. Parece que as coisas estão a melhorar. Na Casa Da Cultura | Setúbal já estão a acontecer os encontros presenciais. Com todos os cuidados, é certo, mas acontecem. No passado fim-de-semana abrimos duas exposições — Círculo Infinito, de Rui Patraquim e Rita Vilhena, e Dicionário da Invisibilidade, de André Carrilho. Também houve já um convívio EM VOZ ALTA, com Lia Gama e Luís Lucas na leitura de António Ramos Rosa. Momentos altos. O luxo regressa aos poucos. Vamos continuar.

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domingo, 2 de maio de 2021

Miguel Portas

Nasceu no primeiro dia de Maio. Dizia-o com grande contentamento. Ter nascido no dia em que se comemora quem trabalha era para ele motivo de orgulho. Tantas saudades do Miguel.


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sábado, 1 de maio de 2021

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