quinta-feira, 30 de abril de 2015

SINDICALISMO PATRONAL | Esta coisa da greve dos pilotos da TAP é de uma originalidade desconcertante. Não sei se têm havido muitos casos destes na história das lutas sindicais. Mas é curioso que trabalhadores lutem, com a legítima arma da greve, para serem patrões. E de uma forma apaixonada, não se importando que depois da luta não reste nada da empresa que pretendem dirigir. Valentes.
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quarta-feira, 29 de abril de 2015

VAMOS A ISTO | Um candidato que no discurso de apresentação da candidatura cita Sophia de Mello Breyner, Sérgio Godinho e acaba o dito discurso com palavras de José Afonso, é o meu candidato. Para já é isto que tenho a dizer. 
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O SONHO COMANDA A VIDA | Logo à tarde vou até ali ao Teatro da Trindade. Tenho com certeza absoluta um bom discurso à espera. E dá para sonhar com a despedida a Cavaco. Um bocadinho bem passado. Espero.
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terça-feira, 28 de abril de 2015

OS BENEVOLENTES | E o regresso da censura? E da PIDE? E da puta que os pariu?
Imagem Público
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domingo, 26 de abril de 2015

TEMPO DE ANTENA | A campanha começou. As televisões não se cansam de divulgar a apresentação da nova AD. É preciso não esquecer que o caminho está encontrado. É o de sempre. Nada de suspirar por amanhãs que cantam. É preciso pôr os "cidadões" na linha. É preciso fazer bébés para que não nos faltem empreendedores. Quem não quiser ser empreendedor é melhor nem vir ao mundo. Quanto tempo mais aguentará este povo tão emproados labregos?!
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sábado, 25 de abril de 2015

COM AS MINHAS TAMANQUINHASJosé Afonso escreveu e cantou músicas novas. Mudou o mundo da música portuguesa. Para a divulgação do seu trabalho gravado convidou competentes designers para vestir os LPs que ía lançando para nosso prazer e sorte. José Santa Bárbara foi o mais chamado. Mas outros lembro: José Brandão e  João de Azevedo também foram convocados. Conheci João de Azevedo recentemente. Só lhe conhecia o pormenor de ter feito a capa do Com as minhas tamanquinhas. Percebi que é um homem cheio de mundo. Convidei-o para desenvolver a ideia iniciada no trabalho de José Afonso, com o sentido de fazer uma exposição na Galeria da Casa Da Cultura | Setúbal. Aceitou o convite e entusiasmou-se com a coisa. O resultado é uma exposição deslumbrante que vai ser pendurada nas paredes da galeria e por lá vai ficar até ao fim do mês. Abre já no próximo dia 8. Convidados.
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25 DE ABRIL QUASE SEMPRE | As comemorações oficiais de seja o que for são sempre matéria para esquecer. O 25 de Abril não foge à regra. Parece que Cavaco proferiu umas cavaquices durante o discurso de hoje. Não sei. Já nem sinto curiosidade por esses preparos. Que se lixem.
Só mais esta. É recente: o homem para comemorar o Dia do Livro teve a pontaria de convidar uma editora manhosa para o palácio. Com a primeira dama ao lado. Tratava-se de literaturas. Importante. E a esposa é dada a essas coisas. Este homem tem uma forma estranha de comemorar datas salientes. Não acerta uma.
Fico contente por ser o último discurso sobre estas datas da cavacal figura. Apesar de ainda se aguardar muito disparate, está para breve o dia da despedida. É a boa notícia deste dia.

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25 DE ABRIL SEMPRE | As coisas não caem do céu. Para que há 41 anos tivesse acontecido o que aconteceu, houve quem nunca se conformasse com a actualmente tão celebrada ideia do "as coisas são como são". Há sempre alguém que resiste. Há sempre alguém que diz "pode ser diferente". Pois pode. Foi. Um excelente dia para todos.
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quinta-feira, 23 de abril de 2015

ERA UM PULVERIZADOR E UMA VASSOURA, SE FAZ FAVOR | Qualquer tentativa de apresentação de alternativa a esta política de ajustamento financeiro vai logo com a água do banho. É limpinho. Em terra do faz-de-conta, onde as palavras já não têm o significado original, os "ajustadores" apresentam-se como a única escolha fiável. Verdade é mentira. Desenvolvimento é empobrecimento. Direitos são luxo. Não há volta a dar. Nada pode ser de outra maneira. Chamam "reformas necessárias" para o ajustamento e para o crescimento económico ao fim do Serviço Nacional de Saúde, à redução das pensões, à desvalorização do trabalho, resumindo, ao empobrecimento da classe que produz.
Mas a manada está minada. Tal como na Grécia, também aqui é preciso acabar com quem se opõe à entrega dos países aos agiotas sem pátria e sem rosto. Ontem não perderam tempo. Mal o Partido Socialista acenou, os comentadores oficiosos surgiram de imediato, saídos lá dos buracos onde estão atentos às ousadias da esquerda, para darem o amém às reacções dos partidos governamentais. São os "valet de chambre" neste quartinho que instalaram no regime.
Outras propostas surgirão. Os outros deputados, dos outros partidos da oposição, também são gente. Os partidos e os eleitores que representam — que são evidentemente a maioria no país — também têm propostas a apresentar. Mas a maioria que insiste em ajustar à sua maneira não desarma. Não largam o pulverizador da austeridade. Não descansam enquanto não estivermos todos de rastos.
Serão eles que terão que ser ajustados. À nossa maneira.
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quarta-feira, 22 de abril de 2015

STAND UP COMEDY | Cecília Meireles é deputada do CDS/PP. Ontem deu a cara contra algumas medidas propostas pelo PS. Diz ela que se aquilo fosse para a frente " nós deixávamos de crescer e de criar emprego". Por momentos, alguns dos presentes na sala pensaram estar perante uma actuação de stand up comedy. É que parecia mesmo.
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terça-feira, 21 de abril de 2015

Casa de Ricardo Salgado foi feita numa duna protegida onde é interdito construir. Fonte DN


REVOGÁVEIS INTERDIÇÕES | E qual é o problema? O homem não era o dono disto tudo? Provavelmente nem passou cartão à autarquia. Para quê? Se eu quiser acrescentar um forno em tijolo, ou um casinhoto para arrumações à construção exterior aqui da casa é que temos a burra nas couves. Cada um é dono da sua casa. Cada um faz o que quer. Uns mais do que outros. Sempre foi assim. O mundo é dos donos disto tudo. É a vida.
Fonte DN
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segunda-feira, 20 de abril de 2015

E AS PESSOAS, PORQUE SOFREM TANTO? | A mortandade continua. O risco é grande mas a fuga a uma existência sem futuro permite a ousadia. Morre gente que quer ter uma vida melhor. Vidas que afinal acabam ali. A notícia foi entretanto actualizada. Este foi o maior naufrágio de sempre. Mais de novecentas pessoas estão desaparecidas. Cinquenta crianças. É uma calamidade sem precedentes. Os decisores do mundo dormirão descansados esta noite? 
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domingo, 19 de abril de 2015

Mulheres forçadas a espremer mamas para provar que amamentam

VER PARA CRER, COMO O DOUTOR QUER | Há coisas difíceis de comentar, por muito que sejam comentáveis. O Centro Hospitalar do Porto não pode exigir isto, é obvio. As pessoas a quem é solicitada a espremeção podem recusar fazê-lo. Ainda há leis. Mas o que causa estranheza é esta atitude. Será excesso de zelo, é claro. Mas quem o decidiu é o quê? Fundamentalista neoliberal? Fascista? Ou simplesmente imbecil?
Fonte Público
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APESAR DE TUDO UM CRETINO É UM CRETINO. MESMO QUANDO É PRIMEIRO-MINISTROPedro Passos Coelho fala de Mariano Gago. A declaração começa desta singela maneira: apesar de ter servido em governos do partido Socialista... 
Passos Coelho deve ver o mundo assim: há o seu partido, o partido dos que sabem como se faz, e depois andam por aí uns indivíduos que servem em outras agremiações menos nobres, mas que enfim... Apesar de tudo lá temos que dizer que até não foram maus. 
A gente sabe que este homem, apesar de ser primeiro-ministro, não tem sentido de Estado nem do estado de coisa nenhuma. Nem educação tem. Não se faz um elogio começando por esclarecer as "limitações" do elogiado. Esta criatura é um homenzinho que não diz coisa com coisa. Só isso.
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sexta-feira, 17 de abril de 2015

LUÍS SERPA | MARIANO GAGO | Alguns dos melhores estão a partir. Gente boa que tornou melhores os nossos dias. Estas viagens sem retorno tornam triste este tempo que corre. A nossa memória está a ficar excessivamente povoada. Muito obrigado,  Luis Serpa. Muito obrigado, Mariano Gago.
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quinta-feira, 16 de abril de 2015

MUITO CÁ DE CASA  recebe no próximo dia 17 a antologia da Editora Mariposa azual, Voo Rasante.
Reunem-se aqui 67 poetas num único volume de textos na sua maioria inéditos. Regista-se neste documento a escrita de muitos autores que publicam em pequenas editoras, com pequenas tiragens, nalguns casos de apenas 100 exemplares. São, na sua maior parte, pouco conhecidos ou mesmo desconhecidos da maioria dos leitores. Circulam em pequenos grupos de admiradores, que na maior parte das vezes não se conhecem entre si.
São de Lisboa, do Porto, de Coimbra, das Caldas da Rainha, de Coimbra, de Guimarães, de Faro; vivem na Grécia, na Finlândia, em Londres, em Salamanca ou noutras cidades da Europa. Foram também convidados alguns autores brasileiros, de São Paulo, do Rio, de Minas, do Ceará, que vivem em Paris, em Berlim ou em Portugal. Todos escrevem poesia em português.

Um VOO RASANTE sobre uma realidade extensa, que não se esgota nestas páginas. Que abre as asas para ela.

Por ocasião do lançamento vamos falar sobre o que é escrever poesia hoje. Para isso contamos com a presença da editora Helena Vieira e o autor e crítico literário José Mário Silva. Para além disso a poeta Marta Navarro estará lá para ler alguns textos e falar connosco.
A moderação é de Rosa Azevedo, a organização de José Teófilo Duarte. Como sempre na Casa Da Cultura | Setúbal, 22 horas.

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quarta-feira, 15 de abril de 2015



ATITUDES
Esta rapariga gritou "Abaixo a ditadura do BCE", e embaraçou os craques da governação financeira europeia. Eles ainda riram, mas o riso era amarelo. Estamos contigo, mulher: abaixo a ditadura do BCE. Mais nada.
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ESPELHO MEU, ESPELHO MEU... | Mas que trabalho, homem?! O desemprego nunca visto? A emigração a imitar os tempos de Salazar?! Mas que ajustamento? A redução dos salários?! Que modelo de desenvolvimento?! A facilitação dos despedimentos? Irra, que é demais.
Fonte Expresso
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segunda-feira, 13 de abril de 2015

VIDA E MORTE | Morreram Gunter Grass e Eduardo Galeano. Dois homens que perceberam muito bem como funciona a Humanidade. Ficam-nos na memória. Estamos a ficar rodeados de boas memórias por todos os lados.
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AQUELE PAÍS NÃO É PARA TODOS? | Hillary Clinton vai tentar entrar na Casa Branca. Já lá esteve, mas em outros desempenhos. Agora quer mesmo ir para a famosa sala oval. Neste país enorme só contam dois partidos. Mais ou menos como querem os que aqui defendem a redução de mandatos. Só lá mandam os representantes de um partido praticamente de extrema-direita, e um outro mais ou menos social-democrata. Não vale a pena fazermos comparações com o sistema português. A comparação levaria sempre a uma discussão sem fim. Mas vale a pena ter esperança na eleição de Hillary. Faz bem à política esta eleição. Os conservadores americanos de extrema-direita (insisto), dirão qualquer coisa como isto: "depois de um preto, uma mulher. Só nos faltava mais esta". Espero que o digam com fundamento.
Fonte DN
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OS SENHORES COMENTADORES | Estes árbitros de campeonatos alheios são enjoativos. Mas então António Guterres alguma vez disse que era candidato a candidato? Os senhores comentadores não deram por nada. Só agora ouviram. Devia tê-lo dito mais cedo? Mas porquê? Porque os senhores comentadores não ouviram? Ou porque os senhores comentadores é que sabem tudo de tempos eleitorais? Abram os olhos. Limpem os ouvidos. Outro assunto preferido dos bem informados senhores comentadores é a "não existência" de António Sampaio da Nóvoa. Tentam a todo o custo anular o homem. Parece que um candidato a Presidente da República tem que ser artista de variedades ou participante em enredos televisivos. Para os senhores comentadores não interessam competência e honestidade. Sem visibilidade não há notoriedade. Seriam melhores candidatos João Baião ou Cristina Ferreira, pelos vistos. São reconhecidos de imediato em qualquer mercado ou bar da esquina e dizem tudo aos gritos. A gritaria alegra o povo. E os senhores comentadores só se preocupam com a alegria do povo.
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domingo, 12 de abril de 2015

LÍGIA PENIM | Há amigos que partem antes de nós. Dói. É triste. Mas ficam a viver na nossa memória. Para sempre. Um beijo muito grande, Ligia.
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sexta-feira, 10 de abril de 2015

FESTA DOS CANDIDATOS - TEMPORADA 2015/2016 | Tudo leva a crer que as próximas eleições presidenciais vão ser um festival. Vai haver de tudo. Na forja estão já os candidatos a candidatos. Candidatos de direita, de direita mais à esquerda, de esquerda mais à esquerda e de esquerda nem por isso. Populistas de direita, justiceiros de esquerda e ajustadores de esquerda e de direita. Também há candidatos carecas, de cabelo grisalho, de cabelo em poupa e até de cabelo pintado. E há candidatos a candidatos que se vestem bem e gostam de literatura e sabem escolher vinhos, assim como os há que só bebem água e vestem o que está à mão. Há os que preferem a ópera alemã desprezando a italiana, e também os que preferem a russa. Há os que são leitores compulsivos e os que só lêem o jornal do Lidl. Uma coisa é certa: todos gostam do povo. Todos gostam de cozido à portuguesa, de pastéis de bacalhau, e de nata e de Tentúgal. Todos adoram a Ovibeja e as festas de Agosto. Aguardam-se as causas dos candidatos com elas e dos que pensam que as têm.
E aguardam-se os convites para a festa. Vai ser rija.
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quarta-feira, 8 de abril de 2015

ESTADO DA ARTEA realidade é esta: depois de Cavaco qualquer songamonga acha que pode ser Presidente. Peixe de águas profundas? Sim, muito profundas mesmo. Todos aguardam a famosa vaga de fundo. Essa vaga sensação. Será melhor esperarem sentados. Tenham tino.
Fonte DN
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terça-feira, 7 de abril de 2015



O GALO CANTA DE GALO | No bairro onde vivo há perto de três anos, existiu até domingo passado um restaurante que era uma referência na cidade. Chamava-se Isidro. Especialidade: frango assado no espeto. Era um recurso sempre ali à mão. Fechou está fechado, dirão os que tornam tudo relativo. Mas não é bem assim. Ontem à noite, na hora em que fui informado deste fim, ouvi um noticiário televisivo anunciar que centenas de restaurantes vão fechar devido à carga fiscal e ao brutal aumento de rendas. E depois como isto anda tudo ligado, também vamos sabendo que o emprego continua reduzido (a emigração não atenuou este flagelo), e o desespero cresce. A Cáritas não tem mãos a medir, diz o seu presidente. Confesso que fiquei chocado com o encerramento do Isidro dos Frangos. Mas fica inscrito nas minhas tristezas pessoais. Já os encerramentos e faltas de oportunidades que minam o país são  um caso sério que a todos deve preocupar. A gente sabe que os governantes não se preocupam com ligeirezas. O país está melhor e as pessoas também "começam a estar", diz agora o deputado que dirige a bancada parlamentar da maioria. Logo, estes assuntos não lhes dizem respeito. Cantam de galo. Mas cantam mal. Não nos alegram. Será o canto do cisne?
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segunda-feira, 6 de abril de 2015

domingo, 5 de abril de 2015

DEUS MENOR | Que deus manda matar assim? Que religião instiga os seus fiéis a matar jovens que apenas querem estudar e fazer pela vida? Vidas simples interrompidas por gente muito complicada. Gente doente. Da mente. Filhos de um deus indecente, ou simplesmente filhos da puta?
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ADMIRÁVEL MUNDO NOVO | E mais esta, do André-Philippe Côté. Bom domingo.
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VER PARA CRER | Registar para acreditar. Feliz Páscoa para quem acredita. E quem não gostar de borrego coma as batatas. Bom domingo. 
O desenho é de André-Philippe Côté
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sábado, 4 de abril de 2015

Mulheres iranianas vão poder assistir a alguns desportos

GENEROSIDADE E COMPAIXÃO | Vejam lá. Não é preciso exagerar. Ainda as estragam com mimos.
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sexta-feira, 3 de abril de 2015

JOSÉ SILVA LOPES | Protagonizou políticas económicas. A economia era a sua ferramenta de trabalho. Nem sempre estamos de acordo com economistas. Os economistas nem sempre estão de acordo uns com os outros. Mas as atitudes de Silva Lopes eram sempre eivadas de honestidade intelectual. Era um pessimista? Era. Optimismo é uma utopia, quando assistimos às prestações dos actuais decisores económicos. Tudo tem preceito. Até a maneira como se fazem ajustamentos. Basicamente, era isto que ele defendia. Falava com as mãos num reboliço. Gostava dele.
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quinta-feira, 2 de abril de 2015


MANOEL DE OLIVEIRA | Esta vida deu um filme. Uma longa metragem. 
Muito obrigado, senhor Manoel de Oliveira.

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CANTOS VELHOS, RUMOS NOVOS | Uma crónica de Vasco Pulido Valente, incluída no Público do passado domingo, denuncia a invulgar arrogância do homem. Quer o cronista convencer-nos de que os "vampiros" que o "baladeiro Afonso" ilustrava numa canção, são apenas homens de carne e osso, e que não valeu a pena tanta luta e tanto esforço para combate-los. O doutor viu uma vez um na praia, a tiritar com frio e viu agora nas televisões os banqueiros frágeis e inábeis, e tirou a sábia conclusão: para que andou um país a perder tempo a odiar tão doces criaturas? Não se percebe se Valente se esqueceu, ou se não sabe, que estes "vampiros", mesmo assim fisicamente semelhantes a todos nós e intelectualmente tão frágeis, fizeram trinta por uma linha à economia e à vida das pessoas. E sim, com a imposição do ditador criminoso Salazar.
Quanto ao baladeiro Afonso, a designação é tão desprezível quem nem merecia comentário. Mas tratando-se do doutor Valente, lá vai: José Afonso é um caso. É o caso mais marcante na música portuguesa do período em que esses senhores andaram a dar milho aos pombos. As baladas foram um princípio. O que a música ganhou com a sua expulsão do ensino, no tempo em que esses senhores andavam a assistir a "recitais" de fadunchos marialvas nos salões da fidalguia, é matéria que não permite exploração pela ignorância do doutor Valente. José Afonso continua a ser um caso sério no panorama musical português. Continua a influenciar músicos. A sua obra é intemporal. Genial, mesmo.
Nos tempos da Kapa, o doutor Valente escrevinhava lá nas páginas da revista um certo Correio Sentimental. Não me lembro se a coisa era a sério ou se aquilo não passavam de ficções à volta do tema. Uma vez, em resposta a uma senhora que se queixava do seu companheiro, culto mas mal humorado e cruel, Vasco Pulido Valente sugeria qualquer coisa como isto: Borrife-se nesse idiota culto.
Pois é, há pessoas assim. Sabem muitas coisas e acham que o que sabem é A Razão, e depois tratam mal toda a gente. São os inspectores do gosto e dos comportamentos. Mas há sempre coisas que estes inspectores não sabem. Muitas coisas. Ninguém sabe tudo ao ponto de fazer decretos.
A metáfora dos vampiros foi um achado poético e musical. Os vampiros ainda aí andam. José Afonso também. É um grande exemplo de português e um privilégio para nós ter pisado o território.
Baladeiro? Baladeiros há muitos, seu palerma.
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quarta-feira, 1 de abril de 2015

OS DIAS NÃO SÃO TODOS IGUAISEra sempre no primeiro dia de Abril. Desde pequeno que me lembro desta graçola: hoje é dia das mentiras. E lá vinha uma mentira qualquer para animar o pagode. Os jornais e as televisões, limitados ao preto e branco possível, noticiavam mentirosa novidade com o propósito de divertir. Lá em casa nunca divertia. Irritava. Habituei-me assim a ficar irritado com trapalhadas fúteis. O ensino era deprimente. Não me venham com a lengalenga de que antigamente é que era bom, como sugere o conferencista Durão Barroso. A miséria era mato. A fome convivía com naturalidade. A vida é assim, nada a fazer. Era a política dos cofres cheios e do povo sem cheta. Era a política do "ir ao pote" quem pode. 
Até que Abril passou a ser outra coisa. O dia 25 do mês mudou as nossas vidas. E alegrou-as. Eu tinha quinze anos. Passei a ter acesso ao que até então era proibido. Isso não mudou, apesar de as políticas impostas pelos actuais governantes fazerem lembrar a autoridade do passado. A política é para os políticos. Os cofres estão cheios, fiquem descansados. E outras atoardas não mencionadas aqui por motivos estéticos.
Pois é, apesar destes atropelos, hoje temos voz, podemos ouvir a voz dos outros, temos acesso a uma cultura então maldita e excluída, melhorámos substancialmente na qualidade de vida. Existimos e exigimos. Votamos.
A gente percebe que alguns dos protagonistas da política de hoje podiam sentir-se bem nos banquinhos do salazarismo. Mas nem todos estamos rendidos ao tacho, que diacho.

Esta última frase é uma homenagem a Nuno Bragança. Ele terminou assim uma crónica de jornal que eu nunca mais esqueci. A imagem é a capa da revista Cinéfilo que noticiava um acontecimento que foi cor no cizentismo da época. É que houve sempre alguém que resistiu. Houve sempre alguém que disse não.
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HAJA PACHORRA | Quem me conhece sabe que não sou de violências. Mas quando vejo Santana Lopes na cavaqueira com António Vitorino na SIC-N, tenho vontade de ter uma pistola. E usá-la. Não me interpretem mal. Não tenho licença de porte de arma. 
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