terça-feira, 7 de abril de 2015



O GALO CANTA DE GALO | No bairro onde vivo há perto de três anos, existiu até domingo passado um restaurante que era uma referência na cidade. Chamava-se Isidro. Especialidade: frango assado no espeto. Era um recurso sempre ali à mão. Fechou está fechado, dirão os que tornam tudo relativo. Mas não é bem assim. Ontem à noite, na hora em que fui informado deste fim, ouvi um noticiário televisivo anunciar que centenas de restaurantes vão fechar devido à carga fiscal e ao brutal aumento de rendas. E depois como isto anda tudo ligado, também vamos sabendo que o emprego continua reduzido (a emigração não atenuou este flagelo), e o desespero cresce. A Cáritas não tem mãos a medir, diz o seu presidente. Confesso que fiquei chocado com o encerramento do Isidro dos Frangos. Mas fica inscrito nas minhas tristezas pessoais. Já os encerramentos e faltas de oportunidades que minam o país são  um caso sério que a todos deve preocupar. A gente sabe que os governantes não se preocupam com ligeirezas. O país está melhor e as pessoas também "começam a estar", diz agora o deputado que dirige a bancada parlamentar da maioria. Logo, estes assuntos não lhes dizem respeito. Cantam de galo. Mas cantam mal. Não nos alegram. Será o canto do cisne?
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