quarta-feira, 30 de junho de 2010



VIDA
| Hoje é o dia Pina Bausch. A coreógrafa e intérprete morreu há precisamente um ano. Na RTP 2 passa, a partir das 22,45, um documentário realizado por João Salavisa sobre Hotel Muller. Foi com este espectáculo que Pina Bausch actuou pela última vez, no Teatro São Luiz, em Lisboa. Foi por isso que João Salavisa escolheu para subtítulo: Pina's last dance. Ora, no São Luiz vai hoje passar o documentário e vai haver conversa sobre a coreógrafa alemã que adorava Lisboa.
Eu vou até lá.

O que eu faço não é uma arte nem uma ciência, é a vida.
Pina Bausch

terça-feira, 29 de junho de 2010


FEIOS, PORCOS E MAUS
... até na hora da morte, diz o Zé Simões no DerTerrorist. E tem razão.

segunda-feira, 28 de junho de 2010














HÁ VIDA NOS CLAUSTROS | Excelente concerto de Mazgani nos Claustros do Convento de Jesus, em Setúbal. Em conversa com amigos, recordámos os grandes espectáculos a que assistimos naquele lugar: os festivais de teatro organizados pelo TAS, os ciclos de cinema, os concertos vários. Sérgio Godinho, Fausto, Disto & Daquilo, José Afonso. A melhor actuação de José Afonso a que assisti foi ali que aconteceu. E não sou só eu a ter esta opinião. Este extraordinário concerto de Mazgani dá-nos esperança. Pode ser que regressem os Dias dos Claustros.

TODAS AS DERROTAS SERÃO CASTIGADAS
| Recentemente, um general do regime, que arriscou ter opinião contrária à do grande líder, foi fuzilado. Agora, os desportistas que representavam a pátria das vitórias do povo, foram derrotados por sete golos marcados pela equipa portuguesa. Ora, parece que o pequeno líder não gosta de grandes derrotas. Logo, estes futebolistas estão em maus lençóis. Há sítios onde o futebol é um desporto perigoso.

Ver texto no Público

sábado, 26 de junho de 2010

sexta-feira, 25 de junho de 2010















OUVIR DEVAGAR | Ana Brandão e João Paulo Esteves da Silva actuaram ontem na Ler Devagar, da LX Factory. João Paulo é pianista de créditos firmados. Ana Brandão é actriz e cantora. Tudo isto foi perceptível no espectáculo. João Paulo optou por fazer um concerto comentado. Ana encenou as canções. Sem espavento, com a contenção e a subtileza de uma actriz competente. Ana Brandão conhece as tábuas que pisa e interpreta com a universalidade que é regular num certo tipo de cantora intelectual: canta Brecht, canções francesas, inglesas, portuguesas e até uma versão de uma cantiga hebraica. A voz é clara e casa perfeitamente com o seu ar descontraído. Um grande espectáculo, digo-vos eu.
Houve uma desproporção que merece reparo. Passo a explicar: um concerto deste gabarito merecia uma sala a abarrotar. Tal não aconteceu. Éramos nem meia centena a assistir. Melhor para nós, deu para tirar partido dessa proximidade, e ouvir os comentários de João Paulo como se estivesse na nossa sala em convívio de amigos.

REFEITÓRIO
Uma alegria para o palato fornecida pelo estúdio de Nicolas Lemonnier
Clique na imagem para a ampliar.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

AOS AMIGOS | Ontem percebi quanto é útil esta ferramenta - facebook - que está à disposição dos nossos dedos e mentes. Um amigo que fiz por estas bandas, mas que ainda não tinha tido o prazer de conhecer em pessoa, abordou-me, reconhecendo-me pela fotografia, e quis trocar umas palavras ao vivo sobre o que aqui comunicamos à distância. Ficámos mesmo conectados para além desta ligação através do vidro electrónico. Ficámos amigos daqueles que combinam encontrar-se, jantam, trocam livros, falam de filmes, escritores, política e mais o que nos molda a existência e nos apeteça discutir. Lembrei-me do poema de Herberto Helder, "aos amigos", e da canção de Sérgio Godinho que tem dois versos que dizem assim: "é que hoje fiz um amigo, e coisa mais preciosa no mundo não há". Não há mesmo. Também falámos sobre isso.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

OS FAZEDORES DA HISTÓRIA | Um jornal escreveu, em editorial, sobre José Saramago: "Esteve, muitas vezes, do lado errado da História." Infere-se, deste duro juízo moral, que o feliz editorialista conhece o lado certo da História, e que ele próprio se situa, intrepidamente, nesse lado. E que é o lado certo ou errado da História? O lado certo será límpido e asseadíssimo; o errado, por antinomia, sujo, abjecto, torpe. (continue a ler) 
Baptista-Bastos no DN.

terça-feira, 22 de junho de 2010


MÁQUINA DE FAZER LITERATURA | valter hugo mãe (o escritor diz tudo em ninúsculas), é um dos autores das jovens gerações que vale a pena conhecer. Venceu o Prémio José Saramago, e recebeu outras distinções de monta. Este "a máquina de fazer espanhóis" é um desassossego. Está cheio de humor, ternura, amizade e até amor, vejam lá. Eu li este maravilhoso livro de um fôlego. Percebi a devastadora originalidade. E agora só penso em voltar a algumas passagens. Temos obra. Aqui vai um cheirinho intenso:

deus é uma cobiça que temos dentro de nós. é um modo de querermos tudo, de não nos bastarmos com o que é garantido e já tão abundante. deus é uma inveja pelo que imaginamos. como se não fosse suficiente tanto quanto se nos põe diante durante a vida. queremos mais. queremos sempre mais. até o que não existe nem vai existir. e também inventamos deus porque temos de nos policiar uns aos outros. é verdade. é tão mais fácil gerir os vizinhos se compactuarmos com a hipótese de existir um individuo sem corpo que atravessa as casas e escuta tudo quanto dizemos e vê tudo quanto fazemos. é tão mais fácil se esta ideia for vendida a cada pessoa com a agravante de se lhe dizer que, um dia, quando morrer, esse mesmo sinistro ser virá ao seu encontro para o punir ou premiar pelo comportamento que houver tido em todo o tempo que gastou.

Boa leitura, desejo eu.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

PARA PIOR JÁ BASTA ASSIM | Ao pretendente ao trono de Portugal não ocorreu mais nada para dizer: simbólico que o país neste momento esteja a homenagear como um grande herói nacional um homem que é contra Portugal, que quis que Portugal deixasse de existir como país, que tem um certo ódio até à nossa raiz e que esse seja considerado o símbolo actual do nosso regime. Duarte Pio de Bragança acha que percebe como ninguém como deve ser Portugal. Não percebe é o mundo.

domingo, 20 de junho de 2010

MANUAL DE PINTURA E CALIGRAFIA | Cavaco Silva fez o que tinha a fazer? Ele diz que sim, mas não. A justificação é fruste: prometeu mostrar as maravilhas dos Açores aos seus, e nunca falha uma promessa. Boa razão para não se deslocar a Lisboa no dia da despedida a José Saramago. Que tristeza. Sempre a sua vidinha acima de tudo. Uma vez ouvi-o dizer que não lia Saramago porque lhe metia impressão a pontuação.
Se calhar é isso. Lê mal.

EXÉQUIAS | Quando cheguei já estavam a decorrer as homenagens na Câmara de Lisboa. Felizmente havia um grande écran que nos mostrava o cerimonial. Quatro intervenções celebraram José Saramago. António Costa, contido e esclarecedor, Carlos Reis, professoral, Jerónimo de Sousa, prosélito, Maria Teresa de La Vega, grata ao escritor e ao homem e Gabriela Canavilhas, apresentando o reconhecimento de um país. Depois de um apontamento musical, a urna foi para o carro que transportou o corpo para o Alto de São João, onde foi cremado. A acompanhar tudo isto soaram sempre aplausos. Um demorado aplauso que agradeceu o fornecimento de tão importante prestação. Entre os presentes houve quem gritasse: Obrigado, José Saramago.
Foi assim.

sexta-feira, 18 de junho de 2010


LEVANTADO DO CHÃO | Leio Saramago desde "Manual de Pintura e Caligrafia", ainda edição da Moraes. Fico contente por ainda guardar o livro. É uma espécie de troféu. Depois não parei. Considero "Levantado do Chão", "O Ano da Morte de Ricardo Reis", "Memorial do Convento", "O Evangelho Segundo Jesus Cristo" e "Todos os Nomes", romances de referência. Gostei menos de alguns outros. Mas é dificil desprezar tão boa escrita. No final dos anos oitenta do século passado, organizei um ciclo de encontros - Dois dedos de conversa com... - , no Círculo Cultural de Setúbal, onde Saramago foi um dos convidados. Passeámos por Setúbal. Jantámos. Depois deixei de ter paciência para algumas ambiguidades políticas. Acho mesmo que Saramago deveria ter dito o que pensa políticamente antes de morrer. Não disse, mas tomou atitudes. Chega-me. Acho que conheço muito bem Saramago. Mais pelos livros. Está lá tudo. E curvo-me perante a sua memória. E perante a sua obra.

AS INTERMITÊNCIAS DA MORTE | A morte não é surpresa nenhuma, mas surpreende sempre. Obrigado, José.

FIDALGO | O restaurante já está a funcionar em pleno. A festa foi gira. As obras que o encerraram durante três meses fizeram deste carismático lugar um dos sítios mais bonitos do Bairro Alto.
A qualidade gastronómica mantém-se e recomenda-se.
A fixar e frequentar, portanto.

RESTAURANTE FIDALGO
Rua da Barroca, 27, Bairro Alto, Lisboa.
Telefone: 213 422 900

quinta-feira, 17 de junho de 2010


DIÁRIO ATEÍSTA | Os católicos não perdoam a traição do ateu Cavaco Silva. Quem não defende o que nós defendemos não merece o nosso apoio. Assim, andam numa roda viva para convencer Bagão a avançar contra o actual presidente. O Cardeal Policarpo já arranjou o seu Fernando Nobre, mas falta a concordância do próprio. Posso fazer uma sugestão? Se Bagão se fizer muito difícil, avancem com Santana. Com o pó que o homem tem a Cavaco, aceita de certeza. Ele aliás não pára de se chegar à frente. Está mortinho. Pensem nisso.
PALAVRAS CRUZADAS | Mário Soares atiçou Nobre para a corrida presidencial. Agora é a vez de José Policarpo ter o seu "momento Soares". O cardeal não desiste: rejeita Cavaco. Quer um candidato católico e apostólico para atazanar o Presidente. Fala também na exaltação dos valores cristãos. Um católico profissional com saudades das cruzadas.

quarta-feira, 16 de junho de 2010



VESTIDO PARA MANDAR | As poucas notícias que nos chegam da Coreia, relacionadas com a disnatia Kim, são de bradar ao grande líder. Agora parece que as mixórdias do poder estão provisoriamente nas mãos de um cunhado do pequeno mas genial timoneiro da nação.
A grande e difícil tarefa desse desgraçado deverá ser preparar o pequeno príncipe Kim para substituir o pai na ocupação do trono.
As monarquias devem mostrar a sua grandeza ao povo.

terça-feira, 15 de junho de 2010


A FESTA | O Fidalgo faz hoje a festa de reabertura. Um acontecimento para o Bairro Alto e para a gastronomia lisboeta. A festa começa às seis e meia da tarde e acaba ao escurecer. Digo eu. A ver vamos, lá dizia o outro.

segunda-feira, 14 de junho de 2010


32 - ARQUIVO
Trabalhos concebidos entre 1985 e 2010. Direcção de imagem da minha responsabilidade.
10 de Junho | Em 1988 fui o responsável pela imagem das Comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Nesse ano, a comissão organizadora foi presidida por Helena Vaz da Silva, que me encarregou da proeza. O catálogo da fotografia foi um dos trabalhos que concebi.
Comemorações do 10 de Junho
Edição: Comissão das Comemorações
Produto: Catálogo
Software: QuarkXpress
Fontes tipográficas: Garamond

Impressão: Corlito
Lisboa. 1988

domingo, 13 de junho de 2010


FERNANDO PESSOA |13 | JUNHO | 1888 > 30 | NOVEMBRO | 1935
O maior de todos os poetas faria hoje 122 anos.
É estranho, mas parece que não morreu...
Imagem Júlio Pomar.

sábado, 12 de junho de 2010


REFEITÓRIO
Uma alegria para o palato fornecida pelo estúdio de Nicolas Lemonnier
Clique na imagem para a ampliar.

sexta-feira, 11 de junho de 2010


PARA ACABAR DE VEZ COM A CULTURA | Estou perfeitamente de acordo com o meu amigo João Gonçalves (ler texto). A pianista que se instalou no palácio da Ajuda não pára de desafinar. Em cada tecla que toca, revela o seu insuportável paternalismo. Trata os agentes culturais como uns seres estranhos que deambulam entre um pretenso talento e a exibição de um ego desmesurado. Típica ideia de detractores mentecaptos, muito ao gosto de muito imbecil que por aí anda. Para além da pretensão, revela ainda uma total falta de conteúdo sobre algumas matérias - sobre as normas da Língua Portuguesa, por exemplo. Quando interpelada, num lançamento de um novo livro sobre o assunto, coordenado por Edite Estrela, hesitou, esfarrapou a resposta, e nada disse.
Ser da cultura não faz um Ministro da Cultura.

quinta-feira, 10 de junho de 2010


PORTUGUESES | Mas nem só de Sala viveu a cerimónia do 10 Junho em Faro. Entre outros reconhecimentos louváveis, Cavaco também pendurou qualquer coisa ao pescoço de Fernando Alves. Foi o lado bom da medalha.

DIA DE PORTUGAL | Parece que é para comemorar Portugal e os melhores portugueses. Todos os anos se constitui uma comissão para o efeito, se monta um palanque numa qualquer cidade do País, e o Presidente pendura umas faixas e umas medalhas ao pescoço de uns tantos que se destacaram por isto ou por aquilo. Tudo gente boa e respeitável. Mas às vezes aparecem por lá uns cromos que a gente não percebe bem a razão da comenda. Este ano, entre os tais melhores de todos nós, subiu ao palanque um senhor que foi toda a vida locutor numa rádio. Eu não lhe suporto a voz irritante e a postura pirosa, mas não ponho em causa as grandes qualidades do Comendador António Sala. Ele disse ao i que não estava de todo à espera da distinção. Percebo-o.

quarta-feira, 9 de junho de 2010


RESPONSABILIDADE E JUÍZO | Obama diz que a situação em Gaza é insustentável. Os habitantes da zona devem ser da mesma opinião. Diferenças: Obama diz o que muita gente diz pelo mundo inteiro. Os que lá estão aguentam o cerco, a porrada e parece não verem o fim desta insustentabilidade. É a diferença entre as palavras e os actos. Acontece que as palavras podem transformar-se em actos. É uma questão de vontade, responsabilidade e juízo.

terça-feira, 8 de junho de 2010


RESTAURANTE FIDALGO | Está encerrado desde Março. Três meses e meio de obras. Três meses sem aquelas saborosas comedorias. Agora está quase pronto. A espera parece ter valido a pena. Vai reabrir na próxima terça-feira. A estética da comunicação está a ser desenvolvida por nós, na DDLX. A fotografia mostra o objecto fornecido após a refeição: a capa que esconde a conta lá dentro. Tem um elástico - tipo moleskine - e apresenta no interior uma ficha de refeição. Não sabem o que isso é? Claro, fomos nós que inventámos e é para tornar a ida ao restaurante mais agradável ainda. Os convites para a abertura serão feitos via facebook. Basta que se tornem amigos do Fidalgo. Bom apetite.

RECEITUÁRIO | Clique na imagem para a ampliar.

segunda-feira, 7 de junho de 2010


CULTURA GERAL, O QUE É? | Hoje fui arrasado a pó por um diligente agente cultural. Eu não sabia uma data qualquer muito importante para a Humanidade. Crime claro, claro está. O rótulo veio célere: falta de Cultura Geral (pus assim em caixa alta para definir a excelência que a criatura colocou na expressão). A diagnóstico tão demolidor, retorqui que não sabia o que isso era. A criatura associou a minha reacção a ignorância pura, e tentou explicar-me a coisa. O disparate instalou-se. Desisti de atender tão entediante definição. Continuo sem saber o que é: Se é o que o meu interlocutor me tentou explicar, não quero. Procuro debates específicos. Sem generalidades. Mas continuo à espera que me expliquem o que é a tal Cultura Geral.

domingo, 6 de junho de 2010


HÁ COISAS EXTRAORDINÁRIAS | Hoje ouvi o habitual programa de domingo de Pacheco Pereira. Deu-me para isso. Há coisas piores. Fiquei siderado. O comentador de assuntos não especificados resolveu abordar os excessos cometidos por quem critica quem se excede. Explico-me melhor: aquele professor que comparou o casamento entre pessoas do mesmo sexo a funções sexuais entre seres racionais e animais de quatro patas foi, na opinião do comentador da SIC, injustiçado na net. Tem de haver tolerância. Queixou-se de censura. Isto deve querer dizer que devemos ficar quietinhos e calados perante o disparate, já que a baboseira é permitida em democracia. Tudo isto é muito estranho. Lembram-se de o mesmo comentador proibir a publicação de uma entrevista sua, no i, pela simples razão de em edição anterior, um seu colega de partido, Luís Filipe Menezes, ter dito que ele, Pacheco Pereira, era a "loira do PSD"? Estranha noção de censura. E de democracia.

sábado, 5 de junho de 2010

sexta-feira, 4 de junho de 2010

quinta-feira, 3 de junho de 2010


O COELHO E A CARTOLA | Pedro Passos Coelho exige remodelação do Governo. Se o primeiro-ministro não o fizer alguém terá que fazer qualquer coisa, diz. Apesar dos "importantes acordos de Estado" entre os líderes dos dois principais partidos, o primeiro-ministro sombra prefere a comunicação social para revelar as suas preocupações mais urgentes. Faz como Cavaco, que também se esquece da agenda às quintas-feiras, quando se encontra com Sócrates, e prefere falar com todos os portugueses através da imprensa. Percebemos que ambos estão em campanha. O tempo urge. E é preciso assobiar para o lado fingindo que foi Sócrates o único culpado da tempestade. Há quem ache isto sério. Cavaco e Coelho foram amassados no mesmo alguidar. Esperemos pela fornada.

quarta-feira, 2 de junho de 2010


SILÊNCIO | Dizem que morreu em silêncio.
Uma grande senhora que parte deixando-nos sós, entregues ao insuportável ruído do mundo.
Muito obrigado por tudo, Louise Bourgeois.
Imagem | Louise Bourgeois por Robert Mapplethorpe


DE MONOCLE PELO CHIADO | A Monocle de junho já anima as bancas nacionais. Esta edição, entre todas as outras coisas de aclamado interesse, dá também um giro pelo Chiado. E gostou do passeio. Grande revista. Adorável cidade.

terça-feira, 1 de junho de 2010

FATALIDADES | Mário Soares diz que apoio do Partido Socialista a Manuel Alegre pode ser fatal para Sócrates e para o próprio partido. Percebe-se o pouco entusiasmo por parte de socialistas históricos. Alegre já fez muitas figuras tristes. O apoio do partido que sempre lhe sustentou as poucas ideias políticas era esperado. Nada mais havia a fazer com a anunciada candidatura. Mas a maior fatalidade vem a seguir a este compromisso. O Bloco de Esquerda nada tem a perder. Só a ganhar. E transforma o PS seu rival na esquerda. Estratégia vencedora. Objectivo conseguido. Soares tem razão: Alegre vai arrastar consigo o seu partido de sempre. É fatal. Como o destino.

APRENDIZANDO

Do mesmo modo que te abriste à alegria
abre-te agora ao sofrimento
que é fruto dela
e seu avesso ardente.

Do mesmo modo
que da alegria foste
ao fundo
e te perdeste nela
e te achaste
nessa perda
deixa que a dor se exerça agora
sem mentiras
nem desculpas
e em tua carne vaporize
toda ilusão

que a vida só consome
o que a alimenta.

Ferreira Gullar | Texto
Twombly | Imagem