quarta-feira, 30 de julho de 2008

terça-feira, 29 de julho de 2008

Bons dias


Vou de férias. Não, não vou aqui debitar a carrada de livros que vou levar para as areias. A razão é só uma: não vou levar nada de especial para ler. Lerei o que me apetecer. Não sou leitor compulsivo nem sei o que isso é. Mais: desconfio de quem alardeia essa prática. Há quem declare levar para férias "As benevolentes" e "O Homem sem Qualidades". Nem devem ter tempo de dar um mergulho. Todos os dias leio o que me apetece: no comboio, no ateliê, em casa. Mas sem compulsões. "As Benevolentes" já marcharam. Musil espera por melhores dias. Para já, vou olhar o oceano, dar uns mergulhos, comer uns acepipes. Depois falamos de livros. Mas boas leituras, se for caso disso. E boas férias para todos.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Crónica de verão

A última participação no aeiou antes de partir para férias.
Apareçam.

Wagner em bom


Está a decorrer o Festival de Bayreuth. O próprio Wagner concebeu esta festa. É celebrada, anualmente, com as mais significativas exibições da sua obra.
Em Portugal, a temporada de Ópera vai abrir com o regresso dos anéis: Siegfried é a primeira representação a pisar as tábuas do São Carlos. Entretanto, para quem não vai a Bayreuth e está mortinho para rever a obra de mestre Richard em Lisboa, há esta espectacular caixa, que reúne algumas das mais importantes representações, gravadas ao vivo no teatro alemão. Nomes como Karl Bohm, James Levine, Sawallisch, Birgit Nilson, Theo Adam, Jess Thomas e muitos mais conduziram ou participaram nas récitas. São trinte e três CDs e mais um folheto explicativo. Não é caro, para a oferta. Na FNAC não chega aos cinquenta euros. E é um fartote de Wagner. Do melhor.

domingo, 27 de julho de 2008

Ribeiro de talento


"Se não entendo tudo, devo ficar contente com o que entendo. E entendo que vejo estas árvores e que tenho direito a minha língua e que posso olhar nos olhos dos estranhos e dizer: não me desculpe por não gostar do que você gosta; não me olhe de cima para baixo; não me envergonhe de minha fala; não diga que minha fala é melhor do que a sua; não diga que eu sou bonito, porque sua mulher nunca ia ter casado comigo; não seja bom comigo, não me faça favor; seja homem, filho da puta, e reconheça que não deve comer o que eu não como, em vez de me falar concordâncias e me passar a mão pela cabeça; assim poderei matar você melhor, como você me mata há tantos anos."

João Ubaldo Ribeiro vai receber o próximo Prémio Camões. Este prémio é uma espécie de nobelzinho de trazer por casa. Digo isto sem ofensa. Distingue os melhores que vão contando histórias em Língua Portuguesa (estão a ver? Tudo em maiúsculas). Gosto das histórias deste João."A Casa dos Budas Ditosos" despertaram-me para o que escreve. Depois fui procurar "O Sorriso do lagarto", o "Viva o Povo Brasileiro" e mais o que por aí encontrei. A ironia está sempre presente. O humor chega a parecer demencial. A grande qualidade da escrita nunca falta à chamada. Um grande escritor, sim senhor.
Parabéns ao júri do Prémio.

Randy Pausch


Este senhor morreu. Claro que este desfecho para a sua curta vida não é surpresa. Ele deu um exemplo de como lidar com o fim. Parece difícil aquela demonstração de indiferença para com a morte. Nunca esperamos que algo de tão definitivo nos aborde, apesar de ser o mais certo. Mas a forma como dispôs os outros para com o seu caso, não deixa de impressionar. A mim impressionou-me muito.
Estas insignificantes palavras saem-me com sincera emoção.
Um grande homem morreu.

Não faz mal a uma mosca


Foi um político pouco amistoso. Mudou. Dedicou-se às medicinas alternativas e impedia que alguém fizesse mal a uma abelha.
O actual aspecto físico poderia proporcionar-lhe emprego pelo Natal, daqui a mais uns meses.
É preciso ter cuidado com o pai natal que nos aparece pela frente.

sábado, 26 de julho de 2008

Perguntar não ofende

Se as gasolineiras foram tão ligeiras a aumentar os preços sempre que era alterado o valor do petróleo, qual a razão de não corrigirem essa inevitabilidade agora que os preços descem?

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Angola não é nossa


Percebo, claro, que uma coisa são os meus sentimentos enquanto pessoa, por acaso portuguesa, e outra muito diferente os interesses do meu país - sejam eles económicos, estratégicos, linguísticos, o que for. Percebo que as relações entre países não são relações pessoais e que se fazem muitas coisas em nome da chamada real politik que eu agradeço ao destino nunca ter estado em posição de ter de fazer. Mas creio que há coisas escusadas. E creio, sobretudo, ser tempo de percebermos, todos, portugueses e angolanos, que chega de facturas. Chega de confusões. Portugal colonizou e descolonizou, Angola é dos angolanos. Nenhuma razão para tantos paninhos quentes, nenhum motivo para tanto eufemismo, para tanto elogio rasgado. Façam-se negócios, certo. Apertem-se mãos, assinem-se acordos. Defenda-se isso a que se chama "o interesse português". Mas, por favor, não exagerem.
Fernanda Câncio no DN de hoje.

O povo unido

Militantes do PCP foram aplaudir Chavéz, no seu passeio pela avenida em homenagem a Bolivar. Os esforçados lutadores revolucionários vibram com este libertador do povo. Sócrates, "o fascista", foi mais uma vez vaiado. A democracia popular vive da rua. Há uma espécie de novo folclore urbano que tenta impor-se como alternativo. Prestação pobre e sem consistência, que já não aquece nem arrefece. Apenas diverte os idosos que choram por um tempo que passou e não vai voltar.
Coitados.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

A verdade da mentira

Voltaram os dias da "pequena Maddie". Um inspector da Judiciária, entretanto apeado, resolveu contar  tim-tim por tim-tim o que se passou. São os factos, parece, que moram naquelas páginas. Claro que há sempre a opinião de Gonçalo Amaral, que vale o que vale, ou seja, vale muito. É estranho como tudo é arquivado como se nada tivesse acontecido. Esta desistência não se apresenta como coisa boa. Muito aconteceu e muita gente esteve envolvida. O livro de Gonçalo Amaral poderia dar dicas à investigação. Pelo contrário, só vem incomodar. A estrutura que anima os pais da menina não reconhece este esforço. 
Um ser humano nunca mais foi visto. A investigação não deveria ter desaparecido.

O "entretainer"

Obama encantou Berlim. Discurso notável cria vastos apoios europeus. Se a pandemia chega aos Estados Unidos da América algo pode mudar. Pode ser que daqui a não muito tempo ninguém se lembre do desastre Bush.  A criatura continua a divertir-se pela via do disparate. Manda calar as máquinas para estar à vontade para a prática da "boutade". Já não há quem o leve a sério. As actuações apalhaçadas caem no chão da indiferença. Já ninguém se convence que aquele "entretainer" é o presidente dos EUA. Não é difícil acreditar que aquilo só pode melhorar.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

O um e o outro



Lançamento do mais recente livro de José Pacheco Pereira, apresentado por Fernando Rosas, ontem, ao fim da tarde, na Bertrand do Chiado.
O trabalho trata de explicar o que aconteceu aos movimentos maoístas e albaneses na sua relação com o ocidente. Rosas gostou e acrescentou histórias à História. Entretanto já li o livro. Surpreendi-me com algumas revelações; confirmei atitudes conhecidas de ginjeira. 
No acto fui cavaqueando com o João Gonçalves, dos pequeninos. Fui agora mesmo ao blogue e achei que deveria partilhar esta sua opinião, com a qual estou um bocadinho de acordo. Estas evidências aproximam-nos: 

terça-feira, 22 de julho de 2008

Ironia e bom senso


Oa fazedores da campanha de Obama fingiram-se zangados com a The New Yorker, por causa desta capa. A ironia é arma do humor: A revista de Nova Iorque usa e abusa da coisa. Mas a campanha do candidato democrata tremeu de medo, não fossem os eleitores fazer interpretações maliciosas. Logo os leitores desta revista que deve ter uma saída na América profunda que é um caso sério. É por esta e por outras que as campanhas eleitorais são muitas vezes rapadinhas de interesse. Não há criatividade e sentido de humor que vençam a sisudez dos políticos que acham que se devem levar muito a sério. Acontece aos melhores.

Referendas tu, referendo eu

"Põe-te a andar Sarko, o povo disse não! Onde está a Carla?"
Foi com mimos destes que o presidente francês foi recebido em Dublin. Sarkosy negou que tivesse defendido um outro referendo, ao contrário de muitos dos seus pares que insistem na ideia. Não é um grande ideia, de facto. A haver referendo devia ter outra pergunta. Que tal esta: Quer ou não quer permanecer na União Europeia? Assim os irlandeses pronunciavam-se de uma vez por todas sobre a sua vidinha aqui no pedaço. Em caso de rejeição, o tratado era adaptado aos restantes países e ficávamos todos amigos como dantes. Não serve? Ok, era só uma contribuição. E não me parece tão parva como a do referendo em referendo até à vitória final. Os respeitáveis mentores deste recurso que me perdoem.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Lentidão humana


Esta obra de J. M. Coetzee tem sido comentada em tudo o que por aí se publica. Justifica-se: o autor é Prémio Nobel, Coetzee merece atenção e, mais importante, este livro é excelente.
Talvez a capa tenha tido um papel importante nesta chamada às recensões dos jornais. Henrique Cayatte e Mário Feliciano - autores do design e específicamente da letra utilizada, respectivamente - criaram um objecto estético de uma eficácia evidente. É a capa que entra pelos olhos dentro, depois vem a história de J. M. Coetzee. Tudo isto é brilhante, acreditem.
Um homem vê-se debilitado por causa de um acidente violentíssimo. A partir daí altera-se a forma como vê o mundo, a velhice, os valores que nos norteiam. Tudo muda, mas não morre - intensifica-se. Passo para aqui uma descrição inicial do desastre:
"Fica estendido por terra, em paz. Está uma manhã estupenda. O contacto do sol é brando. Há coisas piores do que deixar-se ficar frouxo, à espera de que as forças regressem. De facto podia haver coisas piores do que fazer uma rápida sesta. Fecha os olhos; o mundo inclina-se debaixo dele, gira; perde o conhecimento."

Título O Homem Lento | Slow Man
Foi escrito por
J. M. Coetzee
Traduzido por
J. Teixeira de Aguilar
Capa
Atelier de Henrique Cayatte
Fonte tipográfica desenhada por
Mário Feliciano
Edição
Dom Quixote
Preço de editor
19,00 euros

domingo, 20 de julho de 2008

O sexo dos anjos


As vítimas dos padres pedófilos australianos acham que o pedido de desculpas do Papa é escasso. Querem acção. 
Não têm razão. O Papa pediu desculpa, como responsável máximo da instituição, e referiu que os acusados devem ser julgados. Chega, não? Queriam que Ratzinger substituísse as vistosas vestes de chefe da Igreja por uma toga de juiz ou se transformasse em herói justiceiro? Não é esse o seu papel. Um crime é analisado pelos tribunais. Um padre criminoso deve ser julgado como qualquer outro delinquente.
O problema é outro. A sexualidade é transversal a todo o ser vivo. Os padres não são excepção. A privação da actividade sexual parece levar a comportamentos embaraçantes para os católicos. Os seres humanos são dados a estes enxovalhos. O celibato propõe o casamento com a Igreja. Há padres que se dão mal com essa união. Falta-lhes algo fundamental para manter o casamento vivo e acabam por se portar mal.
É como aquele anúncio de prevenção da SIDA, em que se sugere, para esclarecimento dos interessados, que os anjos também têm sexo. Claro que teriam, se existissem. Mas os padres existem mesmo. E têm sexo, de facto.

sábado, 19 de julho de 2008

O debate e a estupidez

Eu ia pôr aqui qualquer coisa sobre o indescritível texto de opinião do director do Expresso, mas ao passear pela bloga deparei com este desabafo de Ana Matos Pires, no 5 Dias. Descansei os dedos. Eu não o diria melhor, como tal aqui vai:

Para o que lhes havia de dar
Ontem foi o José Manuel Fernandes, hoje é o Henrique Monteiro (Expresso). Depois de uma declaração de princípios onde se assume “no geral, contra qualquer discriminação” e, deste modo, se precaver contra possíveis futuras acusações da “ILGA, ou outro qualquer lóbi «gay»”, diz Henrique Monteiro no Expresso de hoje que defende “como absolutamente legítimo e inquestionável, a possibilidade de os casais homossexuais terem mais ou menos os mesmo direitos do que os outros casais”, justificando o uso do “mais ou menos” com o facto de haver um direito que, ele sabe, os ditos casais não têm: o de adoptar. Tudo porque, ele sabe, a entrega de uma criança que está para adopção “a um casal que não está dentro da norma” é uma forma de discriminação do petiz. Julgam que o enganam? Nããã! Julgam que ele não sabe que “a adopção é, na verdade, a agenda escondida por trás da insistência” nessa coisa do casamento gay? E ele sabe mais uma pipa de coisas. Sabe, por exemplo, que Manuela Ferreira Leite tem razão quando afirma que “o casamento se destina à procriação” porque isso “é da condição humana”, sabe que “a discriminação que sofreria uma criança entregue a um casal homossexual é (…) muito mais condenável do que não chamar ‘casamento’ à união que consagra os direitos de dois homossexuais” e sabe, ainda, que é protector essa coisa não existir porque o Estado não tem nada que saber se o cidadão é homossexual – já lhe basta saber quem é hetero, oras.
Estou cheia de curiosidade, que achará Henrique Monteiro da adopção por casais heterossexuais mistos, assim daqueles casais Benetton que saem da “norma, encarada do ponto de vista meramente estatístico”? E sabendo ele tanta coisa, não saberá que por esse mundo fora existem montanhas de crianças adoptadas por casais homossexuais? Terão, no seu entender, os heterossexuais casados não procriadores um defeito da sua “condição humana”? Confesso que também adoraria ouvi-lo discorrer sobre a necessidade que o Estado tem em saber quem é heterossexual, “aspecto que só ao próprio diz respeito”.
Usando as palavras do próprio, pergunto se não será um exemplo vivo de “estupidez imperdoável” este “Casamento ‘gay’, o debate e a estupidez”?

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Mandela 90


Nelson Mandela faz hoje noventa anos. Como pensava de forma diferente de quem mandava no seu país, parte desta longa vida foi passada atrás das grades. Mais tarde foi ele a mandar no país. Foi um estadista respeitado e um homem que chamou para a política humanismo sem ressentimentos. Recebeu o Prémio Nobel da Paz de braço dado com Frederik de Klerk - inimigo político que percebeu a injustiça do regime que ajudava a manter. Ao comemorar noventa anos de vida, assiste a um mundo rendido à sua coragem e determinação.
Parabéns, senhor Presidente.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

A primeira-dama canta


Carla Bruni é, em França, aquilo a que se convencionou chamar primeira-dama. Casou com o presidente da República e assume todas diligências protocolares. Mas canta. Os dois anteriores trabalhos que gravou foram aqui contemplados com nota de surpresa, o primeiro, e muito agrado, o segundo. Este terceiro é honesto. Quem não gostou dos anteriores pode manter a sentença; quem gostou não se vai desiludir. Eu vou ouvindo com agrado.
A editora ainda sugeriu colocar uma etiqueta onde se poderia ler: "Pode gostar de Carla Bruni sem gostar do marido". A descida de popularidade de Sarkosy dita regras de promoção comercial. Mas parece que Carla não foi pelos ajustes. Com razão: o que tem o cú a ver com as calças?

terça-feira, 15 de julho de 2008

Isto é a sério

A Economia portuguesa está em baixa. A situação internacional agrava-se todas as semanas. Vitor Constâncio veio dizer o que todos estamos fartos de saber. Não passou de um confirmação. Vamos para férias ainda mais pobres. E regressaremos sem saber o que nos espera.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Digam lá, excelências


Depois da sessão, na Assembleia da República, sobre o estado da Nação, os intervenientes no debate vão de férias. Como o debate foi de muito poucochinho nível, apesar da nação não estar em muito bom estado, esperemos que o regresso nos retribua os esforçados deputados mais documentados e com vontade de trabalhar no sentido de mudar este estado de coisas.
A gente ajuda. É só pedirem. Com bons modos, é claro.

O disparate não descansa?

Alberto João Jardim faz aviso velado a Manuela Ferreira leite: a verdadeira oposição ao governo é ele. Será que o homem não vai de férias?

domingo, 13 de julho de 2008

Curso intensivo de tiro ao alvo

Loures - Já estamos habituados a ver tiroteiros mais ou menos cinematográficos. Até é divertido, já que se localizam bem longe do local onde instalámos o sofá. Mas, quando sentados no dito cadeirão, frente a fiáveis imagens televisivas, percebemos que há gente a fazer pontaria a sério não se sabe para onde, ficamos assustados. É violência esporádica? Que seja. Mas ninguém, seja onde for, está disponível para servir de alvo. É que, naqueles divertimentos, há muita gente com pouca pontaria. O perigo de acertarem onde não lhes passou pela cabeça é real. Resolvam lá isso longe. Bem longe.

Sede de Poder

A SEDES, associação de elite que classifica e desclassifica o que é feito pelos governos do País, comunicou o que lhe vai na alma. Entre os seus membros encontram-se alguns ex-governantes. O estudo poderá ser profundo, mas não surpreende. A comunicação mais parece uma mal amanhada manifestação de ressabianço.

O escravo Cristiano

Cristiano concorda com um destacado dirigente desportivo europeu: Há escravatura no futebol. Cristiano, acorrentado por um amo que não o liberta, queixa-se da violência que o atormenta. Provavelmente não sabe muito bem o que o termo "escravatura" significa. Nem nunca perceberá a obscenidade que as suas palavras encerram.

sábado, 12 de julho de 2008

Da procriação e outras civilidades

Manuela Ferreira Leite tem sido muito criticada por causa da entrevista a Constança Cunha e Sá. Não há opinador que não ache as declarações de condenação de casamentos entre pessoas do mesmo sexo, e, sobretudo, da ideia da procriação como preocupação principal do Ser Humano, coisa abominável e de fácil repreensão. Os comentários acusadores são, de certeza absoluta, de quem não sabe o que isso é. Não passa pela cabeça destes ingratos que a senhora acaba de ser avó. Está em estado de graça. Só vê o netinho à frente. A procriação é bandeira em desenvolta agitação. Nem tem tempo de perceber o que faz e o que não faz falta ao País: males menores de obstinados em combater o seu partido. Acho legítimas as declarações de Ferreira leite. Quanto à possibilidade de a encararmos com bons olhos como candidata a primeira-ministra... Isso já é outra conversa.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

O Castelo de Cesariny


A imagem e promoção da exposição foi feita por nós, na DDLX. Inaugura hoje no Museu da Electricidade - Central Tejo. Também é hoje que abre a exposição sobre Maria Callas, lá na Central Tejo. A abertura é às nove e meia da noite.
Até logo.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

iPhone


Está aí a rebentar. Vai ser caro, é verdade. Mas as listas de espera têm quilómetros. Há crises e crises.
Garanto que vale o investimento.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Ainda bem que é mentira


Uma distracção levou a que uma comunicação da Casa Branca atribuísse a Belousconi epítetos pouco recomendáveis. De diletante político a líder de um país onde a corrupção dita leis, muito manifestou o desabafo dos comunicadores americanos. O governo italiano não gostou. Berlusconi ficou chocadíssimo com esta inadvertida demonstração de desconhecimento por parte dos funcionários de Washigton. Bush teve que pedir desculpa, mas esclareceu que, pasme-se, afinal não passou de uma nota copiada da internet. As mentiras que circulam na rede! 
Fica uma dúvida no ar: distracção absoluta ou vontade de dizer coisas sem assumir responsabilidades? Sendo nota oficial só denota amadorismo. Vinda da Casa Branca revela a balbúrdia instalada por lá.
Evidente vantagem: sempre se fala na coisa. E a gente sabe a verdade.
Não é verdade?

terça-feira, 8 de julho de 2008

Mais uma crise


Caos no futebol sem fim à vista
Titulo de primeira página do Público.
Mais uma crise a juntar ao raminho.
E esta é realmente preocupante.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Lisboa já está a arder


A notícia do incêndio que ocorreu na avenida da Liberdade apavora quem circula pela zona da Baixa. A quantidade de edifícios devolutos assusta. A qualquer momento pode surgir um novo "Chiado em chamas". As autoridades camarárias, em vez de se preocuparem com a construção de túneis e outras obras muito empolgantes, deveriam equacionar a possibilidade de resolverem o flagelo dos imóveis abandonados. Será muito difícil encontrar os donos? Será complicado projectar a reconstrução das casas? Acredito que não será fácil. Mas olhem que vale a pena. Aquilo assim está muito perigoso.
Imagem Público

O regresso das forças de bloqueio


Cavaco não concorda com as obras públicas de Sócrates. A cooperação estratégica entre o dois orgãos de soberania está por um fio.
E Manuela Ferreira Leite é a porta-voz de Belém.
Agora está percebido.

domingo, 6 de julho de 2008

Um Ser superior

O deputado Guilherme Silva diz, em mini-entrevista ao DN, que Alberto João Jardim é um gentleman, "uma pessoa extremamente educada". Ficamos a perceber pelas palavras do deputado que, afinal, Alberto João só se porta como um labroste para se fazer ouvir na imprensa.
Estranha estratégia de comunicação.

É o salazar da moda!

Vasco Pulido Valente, hoje, no Público, desvaloriza a exaltação a Salazar, em Santa Comba Dão. Concordo. A autarquia tenta colocar o seu mais famoso conterrâneo no mercado. Trata-se de criar uma espécie de atracção de feira.
Não se imagina que a partir dali desfile um movimento apologético da figura. A venda de uns bonecos e umas canecas estampadas com um senhor de chapéu e botas calçadas, não aquece nem arrefece o panorama político, mas poderá aquecer as finanças camarárias. Provavelmente, o senhor das botas concordaria com este comércio.

sábado, 5 de julho de 2008

A música foi ao largo


Noite de festa no largo de São Carlos. A Orquestra Sinfónica Portuguesa juntou alguns dos mais salientes compositores americanos de sempre e recriou ali as suas melodias. A iniciativa foi baptizada de "Música ao largo", e, na noite de ontem, a iniciativa respondeu por "Bernstein & friends". Para além do próprio Leonard, ouviram-se também composições de Copland, Barber, Morton Gould e Gershhwin. Participaram ao vivo Ana Paula Russo, Elvira Ferreira, João Rodrigues, João Miguel Queirós, João de Oliveira, António Rosado e, claro está, o Coro do Teatro Nacional de São Carlos. A direcção musical foi assinada por David Levi. E eu assino por baixo: Noite agradável de Verão, grande música e "casa" a abarrotar.
Tudo isto sem a necessidade de se pagar um "xis".
Importam-se de repetir, por favor?

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Mestre Querubim


Querubim Lapa é um artista plástico que dispensa apresentações.
Como ceramista, fez muitos dos melhores painéis que dão brilho à nossa terra. Ontem, depois de alertado pela imprensa da destruição parcial de alguns dos azulejos que desenhou para uma escola em Campolide, dispôs-se a dar lá um salto para perceber o disparate. Ninguém assume responsabilidades: nem direcção da escola, nem responsáveis camarários. Querubim Lapa, após a visita, propôs refazer os desenhos destruídos. Já tem mais de 80 anos. Dá assim um exemplo: capacidade de trabalho e vontade de colaborar sem ressentimentos. Para quem tem a Obra que tem, é mais obra ainda.
É verdade: a escola tem o seu nome. Merecido.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Ingrid


Parece que Ingrid Betancourt foi libertada. Um revés na luta dos apologistas das libertações forçadas. Ingrid esteve presa 6 anos em prol de uma causa que não é de ninguém. Um grupo de fanáticos criminosos insiste em pôr em alvoroço uma região que não os suporta. Uma espécie de crime organizado onde os mafiosos têm outro nome: são libertadores do povo. Bem, pelo menos Ingrid Betancourt já se viu livre deles.

terça-feira, 1 de julho de 2008

Superioridade imoral

Mário Crespo (SIC-N) convidou Francisco Simões para falar como ex-comunista. o "mestre", como simpaticamente Crespo o tratou, teve a soberana lata de vestir esta pele. Já perceberam que não sou admirador da figura: como artista não me provoca nem um discreto esgar do olhar; intelectualmente é uma nulidade.
Ainda pensei que a conversa pudesse ter algum interesse. Já que alguém se dispõe a representar este triste papel, que o faça com dignidade. Que assuma a expulsão como uma contrariedade entretanto recuperada pela lucidez de uma nova atitude. Nada disso: o homem está perturbado com a negação de que foi alvo. A entrevista limitou-se a uma inenarrável "manteiguice". O discurso está carregado das incongruências de há 20 anos. Nem percebo a expulsão. Mas agora acho-a justa. Ninguém quer nas suas fileiras untuosos egocêntricos.
Às tantas lembrei-me de um outro ex-comunista que, não usando o rótulo de excluído, em entrevista a Carlos Vaz Marques, na TSF, dizia aqui há uns meses, que neste momento não é comunista e lamenta ter por lá andado durante demasiado tempo, porque há muito que não fazem sentido aquelas opções. Esse ex-comunista é Mário de Carvalho. Sei que comparar as duas figuras não é razoável. Mário de Carvalho não é "ex" coisa nenhuma. É um grande escritor que agora interpreta as suas anteriores opções de outra forma. Mudou e assume-o. Simões continua sem perceber nada de nada.

E o maior incompetente do mundo é...

Já cá faltava uma polémica de cacaracá envolvendo o professor da televisão. Para além de promotor de livros de embrulhar castanhas (a ASAE que me perdoe), o famoso professor resolveu arrasar o Ministro da Agricultura com um definitivo "é o maior incompetente do mundo". O ministro reagiu: "Marcelo Rebelo de Sousa é intelectualmente desonesto". Toma e embrulha.
Para eleger vencedor da contenda venha o diabo e escolha. As declarações de Jaime Silva que levaram a coisa a este palavrear foram desastrosas. Eliminar opositores limitando-se à colocação de rótulos ideológicos não revela grande habilidade para o confronto de ideias. Mas Marcelo responde como se de um jogo de infantário se tratasse. Por obséquio, professor, quem será o maior comentador político do mundo?