segunda-feira, 21 de julho de 2008

Lentidão humana


Esta obra de J. M. Coetzee tem sido comentada em tudo o que por aí se publica. Justifica-se: o autor é Prémio Nobel, Coetzee merece atenção e, mais importante, este livro é excelente.
Talvez a capa tenha tido um papel importante nesta chamada às recensões dos jornais. Henrique Cayatte e Mário Feliciano - autores do design e específicamente da letra utilizada, respectivamente - criaram um objecto estético de uma eficácia evidente. É a capa que entra pelos olhos dentro, depois vem a história de J. M. Coetzee. Tudo isto é brilhante, acreditem.
Um homem vê-se debilitado por causa de um acidente violentíssimo. A partir daí altera-se a forma como vê o mundo, a velhice, os valores que nos norteiam. Tudo muda, mas não morre - intensifica-se. Passo para aqui uma descrição inicial do desastre:
"Fica estendido por terra, em paz. Está uma manhã estupenda. O contacto do sol é brando. Há coisas piores do que deixar-se ficar frouxo, à espera de que as forças regressem. De facto podia haver coisas piores do que fazer uma rápida sesta. Fecha os olhos; o mundo inclina-se debaixo dele, gira; perde o conhecimento."

Título O Homem Lento | Slow Man
Foi escrito por
J. M. Coetzee
Traduzido por
J. Teixeira de Aguilar
Capa
Atelier de Henrique Cayatte
Fonte tipográfica desenhada por
Mário Feliciano
Edição
Dom Quixote
Preço de editor
19,00 euros