sexta-feira, 30 de novembro de 2007

É para embrulhar, se faz favor

Excluída a pretensão de aqui sugerir o que se deve ou não ouvir, ler ou ver. O que aqui se menciona é frequentado e depois revelado, adornado com a mais honesta das opiniões. Vale o que vale. Nunca me passaria pela cabeça arrasar quem de mim discorda. Essa desdita pertence a outros livres comentaristas, que, ilustrados por um extenso conhecimento, se apoderam da razão e ditam regras definitivas, excluindo do reino da inteligência quem não alinha no mesmo diapasão. Também valem o que valem, ou seja, muito pouco. O que aqui faço, faço-o com todo o gosto. Os meus amigos façam desta ousadia o que muito bem entenderem. Até às vésperas do Natal darei notícia de coisas que apreciei. Quem quiser frequente também, e, se gostar, embrulhe, ponha um lacinho e ofereça. É o que pretendo fazer. Só ofereço o que aprecio.

quinta-feira, 29 de novembro de 2007


A 29 de Novembro de 1807, a família real portuguesa embarcou para o Brasil. Assinalam-se agora 200 anos do feito. O pais Portugal ficou à deriva até 1821. Este assunto é tratado numa interessante exposição documental, no Museu Nacional de Arte Antiga. Abre hoje.
O trabalho estético foi assegurado por nós, na DDLX .

Ardente paciência

Luísa Mesquita assinou os papéis que ditavam as regras. O PCP, iluminado pelas regras do centralismo democrático, que se estão borrifando para a vida pessoal de cada um, usa os papéis assinados quando lhe convém. Luísa Mesquita acha o que lhe convém para manter o mandato na Assembleia. Jerónimo fala em “ardente paciência” para se definir diferente e melhor do que todos os outros em matéria de disciplina partidária. É melhor que se entendam. Antes que a paciência do seu eleitorado esturrique.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Os uns e os outros

Poderemos não encontrar especiais vantagens nos chamados “orgulhos”. Ter prazer em ser gay ou hetero pertence ao particular convívio de cada um. E cada um é o que é, ponto.
Não deixa de ser curiosa a justificação que a marca de cervejas encontrou para encobrir o embate provocado por aquela desajeitada campanha: se uns têm orgulho, qual a razão de outros não terem? Dito assim parece uma evidência. Mas, como a ideia é vender mais bebidas da marca, é no mínimo estranho excluir-se assim uma faixa de mercado. Logo, para além de não ser bonito de ver, não se percebem grandes vantagens comerciais.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Para ver e ouvir



Três grandes pianistas encontraram-se e fizeram um espectáculo. O espectáculo foi gravado e editado em dvd.
Sublimes, as interpretações de "Bolero", de Ravel, e de "Trás outro amigo também", de José Afonso.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

É o Nobel da Paz, por favor

Ramos Horta, do alto do seu palanque de presidente de Timor, propôs o nome de Durão Barroso para Nobel da Paz. Parece de brincadeira, mas não é, Horta fala a sério. Com esta louvável atitude deu-me uma ideia. A recente explosão num prédio, em Setúbal, trouxe para os canais televisivos a figura da presidente da autarquia. Depois de esforçadas poses, tipo "emplastro", atrás da governadora civil, a edil, hoje, na ausência da representante do Governo, foi ouvida pela comunicação social. Não disse nada de jeito, mas estava preocupada com o problema das populações. E que bem que estava: de cabeleira cuidada e ornamentais peles ao pescoço. No meio da desgraça, eis que surge alguém que se aperalta para o "boneco", borrifando-se nos inestéticos coletes da Protecção Civil.
Proponho, portanto, Dores Meira para Prémio Nobel da Paz.
Se se podem fazer propostas parvas, lá vai esta.
Barroso que aguente.

sábado, 24 de novembro de 2007

4 anos

As cirurgias começaram há 4 anos.
O BlogOperatório vai continuar a receber os seus estimados pacientes.
Sempre com muito prazer.
Bom fim-de-semana.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

É só ida, por favor

Não percebo patavina de futebol. E como não gosto de meter o nariz onde não sou chamado, evito dizer seja o que for sobre o assunto. Mas, como o fenómeno Scolari ultrapassa os segredos do futebol e exibe o mais alarve comportamento público, lá vou eu botar umas palavrinhas.
Scolari anda tenso. Transpira irritação. Percebe-se que gostaria de resolver com uns valentes murros as "impertinências" dos jornalistas. Houve uma coisa que o treinador disse, na última conferência de imprensa, que me ficou a bater: já se esforçou mais por Portugal do que pelo seu próprio país. Quase me emocionei. Mas fui tentar perceber a razão de tanta abnegação. Percebi: ganha dez vezes mais aqui. Ou seja, o suficiente para adquirir, em qualquer balcão de uma companhia aérea que faça viagens para o Brasil, um bilhete de ida.
Sem volta, por favor.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

A forma das letras

Augusto M. Seabra chegou à blogosfera.
Aí vai o endereço. Em LETRA DE FORMA.
A não perder.

Orgulho labroste

Aquela coisa do "orgulho hetero", que uma marca de cervejas resolveu inventar para fazer disparar as vendas, é a gozar não é? Mas será a gozar com quem?

Foi assim

Resposta ao passatempo do derterrorist

Nas recordações de infância do José Simões é revelada uma realidade que esteve muito próxima da minha. Crescemos praticamente na mesma zona, apesar de nos termos conhecido já mais crescidinhos. Ele viveu situações que eu vi viver, mas não vivi. Os mergulhos na doca não fazim parte do meu dia-a-dia. Toda aquela alegria não foi por mim frequentada. Filho único, um "atraso de vida" com protecção apertada dos pais. Claro que vivi, confesso. Mas hoje sinto alguma inveja do Zé Simões. As minhas alegrias eram outras: Jogar os jogos de época, na rua, vigiado de perto pela minha mãe, com bons amigos, e desejando que chegassem as chamadas férias grandes. Isso sim, eram dias e dias passados em casa dos meus tios, na Vidigueira. Em casa é como quem diz: percorria léguas, sempre acompanhado do rafeiro Piloto, que, segundo os meus tios: "até parece que está o ano todo à tua espera". Todos os anos eram acrescentados novos amigos ao grupo. Vinham, tal como eu, dos mais diversos lugares para ali passar os dias de verão.
Quando cresci mais um bocadinho passei a ficar em Setúbal para "fazer praia". Uma seca, literalmente. O prazer da praia veio mais tarde e em força. No início da adolescência não dispensava os banhos em Tróia. Bem acompanhado, se possível.
Foi esta parcela da minha infância que me apeteceu contar.

Se a Sandra, o Paulo, o João, o Jorge e o Manel (todos a morar perto do Sado), quiserem continuar este desfile de revelações dos tempos idos, façam favor. Sem serôdios saudosismos, ok?

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Alta tensão

Hugo Chavez já cá canta. O motivo desta visita prende-se com o substantivo facto de o homem estar sentado num imenso barril de petróleo. A questão dos portugueses que por lá trabalham, não passa de um adereço. Portugal vai provavelmante aproveitar a crise motivada pelo "porqué no te callas" para abrir as portas da Europa às condutas venezuelanas. O rei de Espanha arriscou-se a fechá-las. A sua atitude, ainda por cima vinda de um representante máximo de um país que já foi colonizador, revela-se de uma gravidade sem precedentes. Claro que é simpático ver mandar calar um grunho. Mas, quando o grunho é chefe de um Estado que mais parece uma gigantesca estação de serviço, há que ter cuidado. As explosões são sempre perigosas.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Memórias avulsas

Estou perfeitamente de acordo com o que Pedro Rolo Duarte diz hoje no seu recente blogue. É verdade que, o que nos iluminou em mais cachopos, pode não ter grande brilho nos nossos dias. A malta cresce, e aparece tanta coisa que o que ficou para trás nem sempre sabe tão bem como na altura da descoberta. Às vezes diz-se que não há amor como o primeiro. Não creio. O presente é que é insubstitível. O amanhã não conhecemos. Com todo o respeito pelo passado vos digo: grandes saudades só mesmo do futuro.
Já agora: O José Simões, do derterrorist, desafiou-me para um passatempo por ele criado. A coisa consiste em fazer um regresso à infância, descrevendo como foram os dias nos nossos tempos de calções. A ideia é gira. Vou responder na quinta-feira. Sabem porquê? É que amanhã, nem de propósito, o Baptista-Bastos vai lançar um livro em que parece que está a responder ao Zé Simões. Chama-se "A Bolsa da Avó Palhaça", e fala exactamente da sua infância. O B. B. é uma boa vintena de anos mais velho que este vosso amigo, mas estou com uma esdrúxula curiosidade com o que dali vem. Eu gosto das histórias do Bastos. Vai ser apresentado amanhã na FNAC-Chiado. Vou lá, vou ler o livro, e depois vou eu também revisitar a minha infância. Dizem que isto anda tudo ligado. Se calhar é.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007



PEDRO ROLO DUARTE
Acabadinho de chegar.
Bem-vindo.

Os durões da guerra

Durão não mentiu. Passou os olhos por uma papelada e convenceu-se de que existiam armas altamente destruidoras no Iraque. Foi este homem, tão fácil de convencer, que foi escolhido para coordenar os trabalhos, ao mais alto nível, na Europa. Não se percebe o que está aqui mal: a Europa ou o responsável pela Comissão Europeia?
Se calhar até se percebe.

domingo, 18 de novembro de 2007

Abril


Cristina Branco gravou “Abril”. O cd já está à venda. As músicas são todas de José Afonso e tudo leva a crer que se trata de uma homenagem a uma influência. Cristina escolheu músicas segundo o seu gosto pessoal e, percebe-se, consonantes com a sua voz. Gostei da selecção. Só não achei feliz a inclusão de “Carta a Miguel Djé Djé”. É muita desenvoltura para a voz melodiosa de Cristina. E não me parece que respeite a unidade estética do disco. Mas tudo bem. Cristina Branco destaca-se de outros arremedos de recriações que por aí vão estragando a herança musical de José Afonso. Desde as lamechices do sobrinho e daquele senhor Branco que gravou dois discos de jeito há muitos anos (dedicando-se depois a "instruir" indescritíveis artistas de variedades), e que muita gente acha ainda fantástico, até à brasileira filha de Alípio de Freitas que, com um punhado de amigos, se empenhou seriamente em dar cabo, com sotaque e tudo, de algumas das mais significativas canções. Jacinta também se esforçou por isso, com algum êxito. E ainda há um tal Zé Eduardo que resolveu “Jazzar no Zeca” com um disco deprimente.
Cristina Branco é outro asseio. Tal como nos avisa uma voz no final da interpretação de “Chamaram-me cigano”, é limpinho.

sábado, 17 de novembro de 2007

Nojos


Vem escarrapachado no Expresso de hoje: O actor Rogério Samora, no regresso de umas gravações para uma decerto pouco fascinante telenovela, ficou incomodado com o excesso de portugueses que seguiam no avião. O incómodo levou-o a desabafar em voz alta: "Tantos portugueses. Que nojo...!".
No aeroplano viajavam jornalistas de vários orgâos de informação, logo, o caso não ficou por ali.
Se a presença de portugueses incomoda tanto o televisivo actor, por que não ficou na Índia? Seria com certeza melhor para ele e para nós era uma limpeza.
Gente a meter nojo, como ele, é o que por aí não falta.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Contenção de despesas

Bush classificou os dinheiros desperdiçados com o ensino do Português, como despesa a eliminar. Comparou esses gastos ao ensino de um desporto pouco concorrido e à criação de uma prisão-museu, ou lá o que é. Bush tem razões para estar preocupado com decisões perdulárias. O armamento, perdão, o material didáctico está pela hora da morte. E manter o ensino da "democracia" no Iraque é altamente dispendioso.

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Impertinências

A onda de entusiasmo à volta da "ordem" do rei de Espanha está a esmorecer. Chavez não só não se calou, como reforçou os despautérios. Ao rei basta reconhecer a inabilidade para estas coisas de diplomacia internacional. Estou com Rui Tavares, que na sua habitual crónica, no Público, escreve: "Eu, que antes de ser de esquerda sou antiautoritário, sinto-me bastante distante de quem manda calar e não entro em êxtase quando vejo alguêm mandar calar". Vê-se que, ainda por cima, estes exercícios de autoridade já não resultam. Para o bem e para o mal já não há pachorra para estas impertinências, digo eu.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

É preciso ajuda?

A Ministra da Cultura vir culpar quem dirige os museus dos problemas que os afectam, faz-me lembrar o Procurador-geral com aquela treta das escutas.
Será que não conhecem quem tutelam?
Caso precisem, digam qualquer coisinha, que eu envio-lhes os contactos.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

O bom rei

Não ponho em causa a aclamação de um rei, como é evidente. Nem, após aclamado, a sua legitimidade como chefe de estado. Ponho em causa um estilo. Que é tão boçal em Chavez como em Juan Carlos. Se Sócrates, para responder a Alberto João Jardim, se colocar ao seu nível, ganha alguma coisa com isso? Se calhar sim, mas infelizmente. Uma simples reprimenda do rei de Espanha não tem qualquer importância se for feita lá em casa, corrigindo a prole. Perante um chefe de estado, mesmo manhoso como é o caso em causa, é um assunto muito sério. O rei devia saber isso. E se calhar sabe. Com esta atitude recuperou algum do prestígio que lhe ia faltando. Parece que mesmo os espanhóis que estavam a ficar fartos da inutilidade monárquica, se renderam à "seriedade" da sua atitude.
Será que a má educação, quando praticada pela nobreza, é louvável?

O bom fascista


Hugo Chavez chamou fascista "de todo o tamanho" a Aznar. Também disse que nos Estados Unidos da América vigora o "fascismo dos fascismos". Chavez tem um discurso de rua que agrada ao chamado homem da rua. A atitude do rei de Espanha situa-se no mesmo registo. O sucesso inesperado da sua reacção deve-se ao insólito: não se imagina um rei a descer à rua. Os tempos estão a mudar. Hugo Chavez, que estimula a violência contra quem dele discorda, e que é um revolucionário de todo o tamanho, está a instalar um regime que é uma ditadura chapada. Provavelmente é um bom fascismo.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Trabalho global

Uma empresa de confecções, instalada nos arredores do Porto, vai bater com a porta. Ou por outra, vai fechar as portas por falta de trabalho. O único cliente que permitia a ocupação dos 130 trabalhadores da fábrica foi trabalhar com a China. Na China o trabalho está ao preço da uva-mijona. A globalização tem destas coisas: ficamos todos mais perto uns dos outros. Até na miséria.

domingo, 11 de novembro de 2007

Hoje é domingo

As noites de domingo são por mim escolhidas para estar sentado frente à televisão. Coisa rara, mas reconfortante. É que motivos não faltam. Difícil é articular a programação com os diferentes horários. Tudo começa com os "Gato fedorento", logo seguidos de saborosa série "Conta-me como foi". Entretanto, na RTP 2, Paula Moura Pinheiro conversa com convidados e aborda o que de interesse maior por aí se faz. Filipa Melo fala sem rodriguinhos dos livros que leu. Na edição deste domingo abordou "A herança de Eszter", o belíssimo livro de Sándor Márai, autor do fabuloso "As velas ardem até ao fim". A conversa de fundo foi com Luisa Costa Gomes e Manuel José Damásio. Um bom programa, este "Câmara clara".
Depois é esperar pelas séries de humor que a BBC produz e que a RTP 2 faz o favor de passar. Noites de domingo bem passadas.

Escrito nas estrelas

Não estava cá quando foi o debate do Orçamento. Mas, pelo que percebo pelos jornais, a coisa acabou menos bem para os lados de Santana. Foi criada a ideia de que estava de volta a política-espectáculo e que o protagonista prometia prestação de arromba. Desilusão total. Parece que aquilo não correu bem a ninguém. O nível rasteiro instalou-se. Quem se safa com o regresso da trapalhice é Menezes. Sem a sombra de Santana e afastado da bagunça parlamentar, brilha com maior intensidade a sua estrela. Estava escrito.

sábado, 10 de novembro de 2007

Pouco barulho

Hugo Chavez é desbragado e inconveniente. Insulta quem quer, especialmente se o alvo dos arremessos não está por perto. Na cimeira que houve no Chile resolveu chamar fascista a Aznar, que já não anda nestas andanças há um ror de tempo. O primeiro-ministro Zapatero foi civilizado: defendeu a honra do convento espanhol. O rei limitou-se a mandar calar o presidente venezuelano, ou seja, pôs em causa o trabalho didáctico de Zapatero. Se calhar o homem não percebeu ainda como é isto da política. Ou então, como foi convencido de que é ungido pelo Criador, pensa que pode dizer o que lhe apetece e mandar calar a torto e a direito. Quem deverá mandar calar Hugo Chavez é o pessoal lá da terra, nas eleições. Os estudantes já começaram a dizer qualquer coisa. Vamos esperar.

Norman Mailer


A morte de Norman Mailer apanhou-me a ler o seu mais recente livro "O Fantasma de Hitler". Percebo agora que este é o último original publicado em vida deste autor de quem li "Os nus e os mortos" e "Os duros não dançam". Mailer foi um opinador interveniente. Mentor de um conceito conhecido como "novo jornalismo", nos Estados Unidos da América. Sempre irreverente e livre como um enfant terrible. Sempre alternativo.
Vou continuar a ler "O Fantasma de Hitler". Vou insistir em tentar perceber como se faz um monstro.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Azulejo português em Espanha


É amanhã inaugurada, na Real Fabrica de Tápices, em Madrid, a exposição "Tapices Cerámicos de Portugal".
Trata-se de uma importante mostra do que é o azulejo português produzido entre os séculos dezasseis e vinte. Pode ser visitada até nove de dezembro.
Fomos nós, na DDLX, que fizemos os trabalhos relacionados com a imagem promocional. Por isso mesmo vou até lá. Motivo que me vai afastar aqui do vidro electrónico até ao fim-de-semana.
Até lá.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Perfeitos Milagres


É hoje apresentado, pelas 18 horas, na Livraria Pó dos Livros, na avenida Marquês de Tomar, nº 89, perto da Gulbenkian, o romance de Jacinto Lucas Pires "Perfeitos Milagres".
João Reis vai fazer uma leitura da obra. Estou curioso. Gosto da escrita de Jacinto.
Os Livros Cotovia editam.
Até logo.

Como lidar com a ditadura em democracia

Parece que os autarcas de Santa Comba Dão, eleitos democraticamente, insistem em homenagear o coveiro da Liberdade, que está enterrado lá na terra. Salazar vai ser mesmo nome de museu. Uma petição exigindo que tal não aconteça vai ser hoje entregue na Assembleia da república. Percebo uns e outros. Os da terra do ditador acham que, com este tributo, vão aproveitar o mediatismo daí decorrente e assim promover a terrinha. Os que levaram porrada e os que não querem alguma vez levar, não acham graça a esta exposição das bugigangas do ditador. Estou com os segundos, claro está. O que me incomoda é o atraso de tudo isto. Como é que num país com mais de trinta anos de democracia, ainda haja quem tenha saudades da ditadura. Se calhar ainda é pouco tempo.

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Sistema produtivo nacional

As cidades ficaram vazias. As estradas encheram-se. Os hotéis, nos locais de lazer, ficaram à cunha. A produção amainou. Tudo por causa de um feriado católico que ninguém sabe muito bem o que representa e a que ninguém liga. A não ser para o justo descanso. Amén.

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Queima de fitas


O filme "Corrupção" cheira a esturro desde que se começou a falar dele. João Botelho aceitou a encomenda e gastou quilómetros de fita para fixar para a posteridade o manhoso livrito de uma tal Carolina. Depois, não gostou dos preparos em que o produtor apresentou o filme e recusou a paternidade da obra. O produtor vem agora dizer que quem paga é que sabe e que os realizadores estão mal habituados. Botelho e alguns outros participantes não compareceram na ridícula estreia, com limusines e tudo. Mas outros actores, os que são capazes de tudo, foram e fizeram as figuras todas que já estão habituados a fazer. João Botelho fez bem: se aquilo não é o que engendrou para exibição não tem que fazer fretes. Mas fê-lo tarde. Toda a gente já tinha percebido que aquilo cheirava a esturro. Ele acabou por sair queimado do cozinhado.

Antes eles que eu?

Hoje é dia dos mortos. Homenagem aos que já cá não estão pelos que vão estar só mais um bocadinho, ou hipócrita manifestação de uma efémera vantagem? Estou à vontade. Não participo nas comemorações. Respeito e recordo com saudade os que estiveram bem com a vida.