Há ainda as ilações a retirar no plano nacional. Passos parece não ter percebido nada: o caminho está traçado, disse. Enfim, veremos. Esta gente tem que se ir embora. Esta manifestação eleitoral foi importante. Falta mais um empurrãozinho.
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segunda-feira, 30 de setembro de 2013
domingo, 29 de setembro de 2013
CROMOS EM QUEDA | Menezes espalha-se ao comprido no Porto. Seara também tropeça e cai com aparato. Derrotas estrondosas. Bom sinal. Estes cromos não fazem a mínima falta à vida política portuguesa. A sua retirada é uma boa notícia para as cidades a que se candidataram e para o país. Os partidos do governo sofrem pesada derrota. Merecido.
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NÃO PASSARÃO | Agora vou ali votar e já venho. Vou fazer tudo para que os candidatos apoiados pelo governo que está a dar cabo disto tudo não ganhem. Como se faz? Votando contra eles. É só um voto? É pouco? É o que se pode arranjar para já. Não se pode desperdiçar. Bom voto.
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sábado, 28 de setembro de 2013
DIA DE REFLEXÃO | Está instituído que o dia de hoje é para reflectirmos. Claro que têm de haver regras, mas insistir-se nesta regra com ameaças de coimas e o caraças, não lembra nem a um suíno. Por que razão nos tratam os regulamentadores como se tivéssemos todos quatro anos? Reflectir em quê? Para mim a reflexão está feita e a decisão tomada: correr com a macacada que nos governa votando contra os seus representantes em todas as terras de Portugal. Bom fim-de-semana. E bom voto.
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MUITO CÁ DE CASA | Foi bonita a conversa. Foi porreiro este encontro entre gente de blogues e ideias diversas. O Tomas conheceu pessoalmente o José Simões do Der Terrorist e o António Cabrita do Raposas a Sul. O João Paulo Cotrim, editor do Tomás e do Cabrita também apareceu e participou. Depois fomos beber uns copos ao La Bohème Bar. Os dias são bem melhores quando as noites acabam assim. Um dia destes repetimos. Muito obrigado a todos.
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sexta-feira, 27 de setembro de 2013
MUITO CÁ DE CASA | O Encontro de Blogues vai acontecer hoje à noite. A actualidade estará em cima da mesa, mas não só. Como há entre os convidados dois autores com obras publicadas - Tomas Vasques e António Cabrita - os seus livros estarão por lá. Andaremos à volta de livros, política, artes e ofícios. Estaremos em desacordo se para aí estivermos virados. A conversa deverá ser descontraída e vai entrar pela noite dentro. Convidados. Apareçam.
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quinta-feira, 26 de setembro de 2013
SÓ PROMESSAS... | Primeiro estranha-se, depois entranha-se, lá dizia Pessoa de um refrigerante. Lembro-me que quando apareceram certos programas televisivos caiu o Carmo e a Trindade: não pode ser, batemos no fundo, dizia-se. Recordo programas como um apresentado pelo actor Júlio César que inundava o "piqueno" ecran com cantores de feira. Ao que isto chegou, pior é impossível, eram os mimos mais simpáticos. Vejam agora: preenchem horário nobre e são vedetas da política. E o Big Brother? Lembram-se? Raios e lagartos. Ora, um programa em que há sexo ao vivo já não aquece nem arrefece. Aguardo com expectativa o anúncio de um programa que exiba duelos ao vivo. Com pistola e tudo. Isso é que era.
imagem: keepcalmandbeaprincess.blogspot.pt
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imagem: keepcalmandbeaprincess.blogspot.pt
quarta-feira, 25 de setembro de 2013
CIRCO NEOLIBERAL | Ontem assisti a um momento de antologia na SIC-N. Pedro Adão e Silva confrontava o "indesmentível" José Gomes Ferreira. Como sempre, gostei de ouvir Pedro e lamentei José. Mas o pior aconteceu mesmo no fim da prestação. Pedro Adão e Silva fala na necessidade de renegociação da dívida. Falou de política, portanto. Aproveitando a falta de tempo - e ele sabe como ninguém como isso se faz - , o "indesmentível" interrompe e avança: "isso é que não se pode dizer nunca". E desata no habitual conversa de fazer continhas de sumir. Não havia mais tempo. Adão e Silva teve que se contentar com o silêncio. Isto perante o pouco à-vontade de Ana Lourenço. Ana acaba com o programa, lamentando ter de ser assim. O "indesmentível" reconhece: entusiasmei-me. Entusiasmos que definem carácter: "isso é que não se pode dizer nunca"? Então o que é que se pode dizer, ó palhaço?
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AUTÁRQUICAS 2013 - TENHAM VERGONHA | Pois é, é preciso votar contra esta gente sem vergonha. É preciso não votar nos candidatos do governo que se chegam à frente nas regiões. Estas eleições têm de ser uma forte resposta contra esta governação medíocre, irresponsável e vil. A minha frase de campanha é esta: puta que os pariu.
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terça-feira, 24 de setembro de 2013
ANTÓNIO RAMOS ROSA | 1924 - 2013 | HOMENAGEM
Para um amigo tenho sempre um relógio
esquecido em qualquer fundo de algibeira.
Mas esse relógio não marca o tempo inútil.
São restos de tabaco e de ternura rápida.
É um arco-íris de sombra, quente e trémulo.
É um copo de vinho com o meu sangue e o sol.
António Ramos Rosa |Viagem Através de uma Nebulosa
segunda-feira, 23 de setembro de 2013
AUTÁRQUICAS E AFINS | A próxima sexta-feira é véspera de dia de reflexão. As eleições autárquicas são no domingo seguinte. É importante votar. Muita gente sofreu na pele para que chegássemos a um patamar da política em que o voto é uma possibilidade de termos voz. Diz que é a democracia. E ainda não existe outra forma de resolvermos as coisas. Quem não vota deixa que outros decidam. Bem sabemos que esta é uma das mais lamentáveis campanhas eleitorais de sempre. A foleirada abunda sempre neste regionalismos, mas desta vez foi excessiva. Assunto discutível, portanto. É sobre tudo isto e muito mais que iremos dar ao badalo no Encontro de Blogues, na próxima sexta-feira à noite. Apareçam.
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OS BONS CAMINHOS | Afinal estamos mesmo no bom caminho. Por cá, o PSD sobe nas sondagens. Por lá, a CDU de Merkel atinge votação histórica. Arrumamos as botas? Ou calçamos umas de biqueira de aço?
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domingo, 22 de setembro de 2013
AUTÁRQUICAS 2013 - E NÓS PIMBA | Cançonetistas de ligeiríssimo suporte andam em bolandas pelos trilhos autárquicos. Dois cromos do nacional-cançonetismo sadino pisam os estrados da exibição eleitoral de duas tribos políticas de esquerda. Um chama-se Toy e é o que é: uma desgraça que envergonha apoiantes da CDU com maior exigência cultural. João Ribeiro, porta-voz do PS na arena nacional, ao apresentar-se em Setúbal como candidato à presidência da edilidade, começou por revelar a alegria que sentia por ter um percurso semelhante ao de José Afonso: ambos nasceram em Aveiro e vieram - por motivos diferentes, é certo - parar à cidade do Sado. Agora pasmo ao ler, no jornal SEM MAIS, onde mantenho uma coluna, que Ribeiro tem orgulho em deixar "um hino à diversidade cultural de Setúbal". Adivinho que diz isto sem se rir. A sério. Com pose de edil responsável. Estão sentados? Querem saber quem apoia o candidato nesta esdrúxula proposta cultural? Clemente. Não sabem quem é? Estejam felizes por isso. É um catorzeco ridículo que ultrapassa todas as caricaturas que Herman possa experimentar. Não é possível clamar por José Afonso e promover cantorias inaudíveis. As esquerdas regionais estão mesmo em crise. A esquerda já não é o que era. Se a esquerda é isto, vou ali e já venho. Mas vou depressa. Já fui. Tenham paciência, mas para esse peditório já não dou há muito, muito tempo.
Este é um dos assuntos a discutir no encontro de blogues, na próxima sexta-feira, no casarão da Cultura, em Setúbal. Apareçam, se estiverem para aí virados.
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Este é um dos assuntos a discutir no encontro de blogues, na próxima sexta-feira, no casarão da Cultura, em Setúbal. Apareçam, se estiverem para aí virados.
sábado, 21 de setembro de 2013
A MENTIRA É RELATIVA? A VERDADE TAMBÉM? OU SOU EU QUE NÃO ESTOU A PERCEBER BEM? | O ministro dos negócios exteriores do governo do país Portugal mentiu com a placa toda que tem na boca. Passos Coelho, primeiro-ministro do mesmo país, esclarece com toda a segurança que mantém toda a confiança no ministro mentiroso. Esta gente mente descaradamente e sem vergonha. Não são de confiança. Garantido.
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sexta-feira, 20 de setembro de 2013
ENCONTRO DE BLOGUES | Setúbal vai conviver com bloguers de proeminente opinião no panorama nacional. O Encontro de Blogues vai trazer à cidade Tomás Vasques - Hoje há conquilhas, amanhã não sabemos -, António Cabrita - Raposas a sul - e José Simões - Der Terrorist. O despique vai ser moderado por mim - BlogOperatório -, que também ando na blogosfera vai para 10 anos (chiça, o tempo passa).
A Casa da Cultura vai receber os eminentes opinadores na próxima sexta-feira, dia 27. O convívio promete, já que a data é muito próxima da disputa eleitoral autárquica.
É claro que 0 facho das eleições regionais acenderá a discussão.
O blogues são assim como jornais com grande possibilidade de expansão. Toda a gente pode ter o seu próprio meio de comunicação sem grandes investimentos financeiros. A importância destes meios de comunicação existe conforme a influência dos seus autores.
Mais recentemente, as opiniões postadas nos blogues, passaram a ter eco no facebook e twiter. Muitos políticos, actores ou gente do desporto, comunicam por estes canais a sua existência e enleios existenciais.
Esta edição muito cá de casa traz a Setúbal três autores de blogues que marcam o panorama deste meio de expressão. Tomás Vasques, do Hoje há conquilhas, amanhã não sabemos, é também comentador em canais televisivos e cronista no i. António Cabrita, do Raposas a sul, foi crítico de cinema no Expresso, é escritor e argumentista. José Simões é autor do muito concorrido Der Terrorist, sendo um atento analista da realidade que nos cerca.
Convidados. Apareçam.
LUSTROSO SUCESSO | A imprensa não se cala. Ronaldo vai ganhar este mundo e mais outro por mor de um contrato que assinou. Ainda bem: assim a mana pode continuar a cantar e a usar calções curtos (se não usasse calções curtos e se Ronaldo não assinasse contratos milionários ninguém dava pela voz da mana). Mas o que interessa é que ficámos todos muito contentes. Há pelo menos um emigrante que vive em conformidade com as suas possibilidades. Há um dos nossos que escapou com brilho e espavento à inevitável miséria tão necessária ao crescimento económico. Deve ser por isso que a imprensa não se cala. Falar de coisas tristes: desemprego, falências, desespero, suicídios e o diabo a sete não leva a lado nenhum. Temos que polvilhar a coisa com uns sucessos futebolísticos. Deve ser por isso que o PSD polvilha as autárquicas com lustrosos cromos da bola. Há receitas que não falham. Parabéns ao Ronaldo. E à mana (mas se pudesse ficar calada... a malta agradecia).
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quinta-feira, 19 de setembro de 2013
ELOGIO DA LOUCURA | É tão bom ser do PSD. Mas melhor que ser do PSD, é ser autarca do PSD. Ou por outra: é bom ser qualquer coisa no PSD, desde que não seja no governo. O PSD/Seara vai dar livros escolares aos novos e remédios aos velhos. E vai fazer túneis. E vai dar miminhos às pessoas. O PSD/Menezes quer os putos todos a falar inglês, ouviu senhor Crato? O PSD é a nata da governação regional. O PSD é a excelência do ser português. O PSD é um partido bem porreirinho. Viva o PSD. Vivam os políticos porreirinhos. Vivam.
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quarta-feira, 18 de setembro de 2013
ASCO | Este homem é o exemplo acabado do pantomineiro. Lança os foguetes, apanha as canas e faz moinhos de papel para vender. Ou seja, ao entrevistar os seus convidados formula a pergunta e sugere a resposta. Mas acontece que já nem assim consegue convencer. Nem os seus convidados alinham na sua ginástica financeira. O homem não vê alternativa à miséria. Que asco.
LIVROS NO VERÃO | Há quem reúna uma chusma de livralhada para levar para férias. Há políticos e empresários socialites que fazem o favor de nos informar dos livros que incluíram na bagagem de veraneio. Nas férias estão mais disponíveis para as leituras, dizem. No resto do ano só lêem relatórios e assim. Coisas chatas, determinam. Que raio de vida. Às vezes fica a dúvida: será que depois de tanta leitura, terão tempo para uma ida à praia?
Ao invés dos compulsivos leitores de verão, levo geralmente revistas para as areias: a monocle, sempre, e a wallpaper, às vezes, preenchem-me o tempo em que não estou a olhar as ondas e o horizonte. Mas este ano resolvi levar também uns livros. Tinha "umas coisas" de arte para pôr em dia. Parece que fiz bem. Conheci novos artistas num álbum editado pela phaidon, e confirmei convicções. A gente já fala disso.
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Ao invés dos compulsivos leitores de verão, levo geralmente revistas para as areias: a monocle, sempre, e a wallpaper, às vezes, preenchem-me o tempo em que não estou a olhar as ondas e o horizonte. Mas este ano resolvi levar também uns livros. Tinha "umas coisas" de arte para pôr em dia. Parece que fiz bem. Conheci novos artistas num álbum editado pela phaidon, e confirmei convicções. A gente já fala disso.
terça-feira, 17 de setembro de 2013
DESCARADAMENTE | É oficial: temos ministra mentirosa. Já foi pedida a sua demissão. Mas só da ministra? E os outros todos?
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segunda-feira, 16 de setembro de 2013
Os cortes nos vencimentos de quem trabalha são crime. Os cortes nas pensões, de quem confiou ao Estado parte dos seus rendimentos na vida activa, para poder estar descansado quando a vida já vai longa, são crime. São crimes civilizacionais. Estas "regalias" deram muito trabalho. Para justificar a delinquência, o governo faz passar a ideia de que os criminosos são os funcionários. É uma táctica antiga de quem governa: pôr quem trabalha contra quem trabalha. Mas os carrascos da governação têm ao seu serviço os opinadores defensores do respeitinho antigo. O abominável João César das Neves já faz, sem pingo de vergonha, o elogio da vida dos portugueses no tempo de Salazar. A desfaçatez deste ser execrável leva-o a apontar a compra de frigoríficos e outros utensílios de apoio doméstico, como excessos de consumo que nos colocaram no estado em que nos encontramos. Para este cristão ainda devíamos cozinhar em fogões a petróleo. Ou mesmo a lenha, porque não?! E devíamos circular em carrocinhas puxadas por animais. Provavelmente é o meio de transporte que o asqueroso justiceiro financeiro utiliza.
Estamos cercados por esta gente: governantes, opinadores e uma certa populaça sem trambelho que acredita não haver outro caminho. O neoliberalismo vai partir o Estado Social e fazer regressar a sociedade ao tempo em que as pessoas pediam desculpa por ter fome. Os funcionários públicos são atirados para as ruas da amargura por quem os devia defender. Basta ouvirmos a inenarrável criatura que nos calhou por azar em primeiro-ministro. Mas esta guerra é contra todos. A procissão ainda vai no adro. Os pios defensores do caminho único transportam o pálio de todas as certezas. O desfile vai ser longo. A dignidade das pessoas não conta. As leis não são para cumprir. Há que corrigir, cortar, anular, para que os donos do mundo se sintam em casa. O mundo é a casa deles. Nós ficamos à porta.
Imagem: João Abel Manta. Caricaturas Portuguesas dos anos de Salazar.
sábado, 14 de setembro de 2013
A EDUCAÇÃO DE CRATO | Nuno Crato foi visitar uma escola. No decorrer da cerimónia uma professora perguntou-lhe se ele tem consciência do que está a fazer à educação em Portugal. Crato não responde a perguntadores inconvenientes. Está muito lá em cima. É um executor das inevitabilidades. Mas, já cá fora, em respostas aos jornalistas, esclareceu o que a sua brilhante mente pensa da professora que o indagou. Parece que a senhora precisa de cuidados psicanalíticos. Quem em outros tempos pensou que Crato era a salvação para a Educação em Portugal, fica assim a saber que o ministro nem educação tem. Mas com a educação de Crato podemos nós bem. O problema é que ele é ministro. E pelos vistos alinha numa ideologia pouco tolerante. E perigosa. Esta gente é perigosa. Muito.
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sexta-feira, 13 de setembro de 2013
ILÍDIO DE MATOS | Morreu o agente literário Ilídio de Matos. Estive com ele na passada terça-feira. Almoçava eu com a minha amiga Ana Maria Pereirinha, quando apareceu o Ilídio no restaurante. Fiquei contentíssimo. Há algum tempo que não o via. Mas sempre que o via era um gosto e uma alegria. Muitos não saberão quem era. Homem discreto, amante do seu trabalho, devemos-lhe o prazer de muitas leituras. Durante muito tempo foi o único agente literário no nosso país. Foi um profissional de luxo. Um ser humano de excepção. Um grande senhor. Mas não um senhor à antiga, como se costuma dizer às vezes. Este era um senhor contemporâneo. Um praticante da vida do nosso tempo. Combinámos todos um almoço para um destes dias. Há almoços que me custa muito desmarcar. Obrigado por tudo o que fizeste por nós, querido amigo.
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quinta-feira, 12 de setembro de 2013
Em Lisboa foram feitas coisas. A actual vereação estruturou a cidade e tratou os problemas pelos nomes. Resolveu enleios antigos e vai continuar a resolver. É liderada por um homem que é um político completo. António Costa tem todo o meu apoio.
Tenho amigos em todos os partidos de esquerda inscritos na contenda. Nos de direita penso que não. Não me lembro, nem estou com isso preocupado. Voto sempre à esquerda. Há quem diga que as eleições nas regiões são muito pessoais. Que o que importa são as pessoas e não as ideologias. Pode ser, mas não contem comigo para o desfile. Aprecio a política com ideias políticas. E as ideias de esquerda são diferentes das ideias de direita. Têm de ser. Nunca me imaginaria a apoiar um cromo de direita. Nunca mesmo.
Em Setúbal foi feita muita coisa. Novos espaços culturais invadem a geografia da cidade. Poderíamos falar sobre a utilização desses lugares inserindo-os na criação de um grande evento cultural no burgo. Mas deixemos isso para outro dia.
A autarquia é liderada por uma mulher que me despertou profundas discordâncias pontuais. Ainda hoje me provoca o vómito a transformação de cançonetistas de feira de arrabalde em arautos da mensagem política. Mas percebi que o mal alastrou a outras forças políticas também com ideologia para ter juízo. Aprendi a perceber a transformação de mentalidades com José Afonso. É a minha escola e a minha referência humanista. Não me rendo, portanto, limito-me a não frequentar os locais onde estão montados os estrados dessa penúria cultural.
Maria das Dores Meira convidou-me para fazer a imagem da Casa da Cultura e para colaborar na programação. Aceitei com gosto e lá estou na labuta. Esta actividade permite-me experimentar a minha noção de cosmopolitismo no sítio onde nasci e vivo. Faço o que posso e tenho o gosto de colaborar com uma equipa esforçada e com capacidade de ouvir. Devo e agradeço esse reconhecimento à actual presidente. E reconheço-lhe a capacidade de ter percebido que as ideias, por muito discordantes que sejam, podem acrescentar participação útil. Poderemos chamar-lhe, por assim dizer, convívio democrático. Resta-me desejar a continuação deste trajecto. O que corre bem deve ser estimulado. Pela parte que me toca, tentarei participar com maior exigência. Uma cidade que se quer grande precisa de todos os pequenos contributos.
Boa sorte, Setúbal.
IMAGEM: António Jorge Gonçalves e Sandra Celas, na galeria da Casa da Cultura, no dia da inauguração da exposição do António Jorge.
quarta-feira, 11 de setembro de 2013
LUTO EM SETEMBRO | No dia de hoje são assinaladas duas más memórias. Salvador Allende morreu num atentado comandado pelo sanguinário Pinochet, em 1973, iniciando-se então a aplicação criminosa de um regime de direita fascista. Em 2001 foi a vez de Nova Iorque assistir a um atentado violentíssimo contra as suas gentes. Há quem ache que um é mais legítimo que o outro. Não é. Eu passeava na 5ª avenida quando os aviões fizeram aquele serviço. Podia não estar aqui agora. Há muitos que não estão cá e deviam. Tanto no Chile como nos Estados Unidos da América, foram eliminados pela intolerância. Recordá-los é um dever. São as pessoas que contam. É a vida.
terça-feira, 10 de setembro de 2013
REFRESCO | A excelente exposição de Flávio Andrade, na Casa da Cultura, em Setúbal, termina dia 12. O projecto REFRESCO vai continuar. Flávio anda pelas praias da costa portuguesa em busca de imagens que se ajustem à ideia que pretende satisfazer: praias, banhistas e ambientes balneares. Este projecto vai dar que falar. Não tenho disso qualquer dúvida. Corram, à Casa Da Cultura | Setúbal. Uma mostra destas não nos banha os olhos todos os dias.
Há muitos e muitos milhares de anos, a poesia aproximou-se do homem e tão próximos ficaram, que ela se instalou no seu coração.
E começaram a ver o mundo conjuntamente estabelecendo uma inseparável relação que perdurará para sempre.
Manuel Hermínio Monteiro
segunda-feira, 9 de setembro de 2013
FAZENDO LISBOA | António Costa encontrou-se hoje com a sua comissão de honra, no belíssimo Pátio da Galé, no renovado Terreiro do Paço. Foi a apresentação da dita. Falaram Sampaio da Nóvoa, Beatriz Batarda, Herman José, Helena Roseta e Costa. Foi bonito. Fui convidado para integrar esta comissão o que, apesar de não ser de grandes honrarias, me agradou. Lisboa melhorou a olhos vistos. As prometidas pequenas obras, tão necessárias nas grandes cidades, fizeram grandes mudanças. Foi-me pedido um texto para a campanha. Disse o que penso da candidatura. Aqui vai:
IDENTIFICAÇÃO DE UMA CIDADE | A gente apoia e vota em quem tem as nossas preocupações, as nossas vontades, os nossos encantamentos. Às vezes a gente engana-se e o voto cai na urna da indiferença. Uma espécie de cesto dos papéis da democracia. Nesses casos a gente arrepende-se mais tarde, precisamente quando percebemos que as grandes benfeitorias prometidas foram cosmética eleitoral de má qualidade. Uma cidade como Lisboa, composta de várias pequenas cidades, requer a atenção permanente dos seus autarcas. E precisa da participação de todos. Estes autarcas conhecem Lisboa. Vivem com ela. Passeiam e divertem-se nela. Encontro com frequência António Costa por aí. Andamos pelos mesmos sítios. Sítios onde a cidade pula e avança, como diria o poeta. Avancemos pois. A dinâmica cultural desta cidade faz dela uma grande capital europeia. É preciso pular contra o marasmo. Sempre. É preciso impedir que a direita, sempre conservadora e serôdia, volte a cobrir salões dourados com a sua cultura de pechisbeque. Lisboa é da sua gente: gente que ostenta esse orgulho no cartão de cidadão e gente que, vinda de outras paragens, se empolga com o gosto e a alegria de viver em Lisboa. Juntos fazemos Lisboa. Pois.
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IDENTIFICAÇÃO DE UMA CIDADE | A gente apoia e vota em quem tem as nossas preocupações, as nossas vontades, os nossos encantamentos. Às vezes a gente engana-se e o voto cai na urna da indiferença. Uma espécie de cesto dos papéis da democracia. Nesses casos a gente arrepende-se mais tarde, precisamente quando percebemos que as grandes benfeitorias prometidas foram cosmética eleitoral de má qualidade. Uma cidade como Lisboa, composta de várias pequenas cidades, requer a atenção permanente dos seus autarcas. E precisa da participação de todos. Estes autarcas conhecem Lisboa. Vivem com ela. Passeiam e divertem-se nela. Encontro com frequência António Costa por aí. Andamos pelos mesmos sítios. Sítios onde a cidade pula e avança, como diria o poeta. Avancemos pois. A dinâmica cultural desta cidade faz dela uma grande capital europeia. É preciso pular contra o marasmo. Sempre. É preciso impedir que a direita, sempre conservadora e serôdia, volte a cobrir salões dourados com a sua cultura de pechisbeque. Lisboa é da sua gente: gente que ostenta esse orgulho no cartão de cidadão e gente que, vinda de outras paragens, se empolga com o gosto e a alegria de viver em Lisboa. Juntos fazemos Lisboa. Pois.
FORA DE SÉRIE | O Expresso pôs os seus colaboradores Henrique Monteiro e Rui Ramos a escolher as figuras que moldaram o século XX português. Estas escolhas são difíceis. Sempre moldadas pela subjectividade de quem faz a depuração. Mas o Eduardo Pitta - blogue DaLiteratura - notou uma ausência que nunca deveria ter acontecido fosse qual fosse o critério: Esquecer Rómulo de Carvalho desta lista é inacreditável. A comparação com alguns dos escolhidos é inevitável. O que leva a dupla Monteiro/Ramos a não escolher o professor que como poeta respondia por António Gedeão, e a colocar na redoma dos ilustres do século José Manuel Casqueiro, por exemplo? Que critério sério pode levar a um trabalhinho destes?
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sábado, 7 de setembro de 2013
sexta-feira, 6 de setembro de 2013
E NÃO SE PODE EXTERMINAR A DEMOCRACIA? | Só hoje dei por isto. E acho das mais graves declarações algumas vez proferidas por esta criatura. E olhem que ele é competentíssimo no disparate. O homem indagou os imbecis da universidadezinha de verão do seu partido dito social-democrata com esta questão metafísica: “Já alguém perguntou aos 900 mil desempregados de que lhes valeu a Constituição até hoje?”. Já que estamos com a mão na massa, para que serve a democracia? E a Liberdade? E as eleições? Só despesa. Não se pode eliminar tudo isto? Os imbecis "universitários" tudo aplaudem. Tudo. Ninguém os pára. A estupidez anda à solta. Com estes "estadistas" como professores, se estas rídículas "universidades" forem levadas a sério, o futuro de Portugal não sairá do nível destes trastes sem formação humanística, nem sentido da democracia, nem decoro, nem nada.
Gente lamentável e sem escrúpulos. Gente que não presta.
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Gente lamentável e sem escrúpulos. Gente que não presta.
quinta-feira, 5 de setembro de 2013
CONSTITUCIONAIS CANDIDATURAS | O Tribunal Constitucional foi pressionado pelas circunstâncias. Repito: o Tribunal Constitucional foi pressionado...
Com as eleições à porta, foi sentida a necessidade de aplicar o mal menor.
Uma pergunta se impõe: mas para que raio pensaram nesta lei? Para que serviu toda esta trapalhada, se afinal o receio de caciquismo ou más práticas ficam anulados com a passagem dos praticantes de um concelho para o outro mesmo ali ao lado?
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Com as eleições à porta, foi sentida a necessidade de aplicar o mal menor.
Uma pergunta se impõe: mas para que raio pensaram nesta lei? Para que serviu toda esta trapalhada, se afinal o receio de caciquismo ou más práticas ficam anulados com a passagem dos praticantes de um concelho para o outro mesmo ali ao lado?
FADO DO MATRIMÓNIO | Acho que era um mimo mais ou menos assim: "Entre marido e mulher não metas nunca a colher". A agressão justificava-se porque a mulher era propriedade do homem. E é claro que nós estamos autorizados para destruir o que é nosso. Qualquer criança pode desancar um power ranger se estiver para aí virada. Recentemente, uma juíza, num tribunal, não considerou crime umas traulitadas que um marido aplicou na sua mulher. Claro que agressão será sempre crime, mas nunca na relação entre marido e mulher. Lá está: não metas a colher. Eu até acho que no final da sessão judicial deveria ter sido chamado ao estrado um fadista para cantar aquele fado que termina neste tom: "E se algum dia mentir ou trair / podes bater / bates no que é teu". Fechava a sentença em beleza. Temos razões para ter toda a confiança na Justiça Portuguesa. A defesa da propriedade privada está assegurada.
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quarta-feira, 4 de setembro de 2013
GUERRA É GUERRA | Tudo a postos. A guerra foi aprovada. Anda gente lá pelo meio? E depois? De que lado está a razão? A Razão existe? Porque será que a diplomacia não funciona? É preciso gastar armas. A indústria do armamento já tratou das adjudicações. Os fornecimentos vão a caminho. Já se ouvem os disparos? Nada disso. São as garrafas de champanhe. Um bom negócio deve ser festejado.
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terça-feira, 3 de setembro de 2013
O MORDOMO | Não sei se a fita tem ponta por onde se pegue. E não costumo embandeirar em arco com o sucesso de compatriotas só pelo facto de terem nascido à nossa beira. Mas sei dizer que Rodrigo Leão é um compositor e pêras. Mesmo que o filme seja uma treta - o que acontece muitas vezes por aquelas bandas - a música que o anima só pode ser excelente. Aposto. Sobre isso não tenho dúvidas. Rodrigo Leão é um compositor extraordinário em qualquer parte do mundo. Orgulho nacional? Deixem-se disso. O trabalho é do músico, não de todos os portugueses. Música de excepção. Só isso, que já é muito.
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segunda-feira, 2 de setembro de 2013
OPINIÕES. DECISÕES E PANINHOS QUENTES | Esclarecimento: não me alegra a morte de nenhum ser vivo. Mais: durante os quatro dias de férias que passei na Costa Vicentina, salvei duas criaturas da morte: um grilo distraído que entrou por um supermercado adentro e uma espécie de escaravelho (lindíssimo, por sinal), que esperneava, desesperado, de patas para o ar, na areia da praia. Tenho testemunhas. Não costumo lançar foguetes, nem impropérios perante o anúncio de uma morte. Bem, há umas pulgas que se põem mesmo a jeito, mas aí estou como o Sérgio: eu matar não gosto muito/mas saudades é diferente/como matar pulgas/alivia a gente. A morte de um ser humano nunca deve ser motivo de comemoração. Mas também não alinho com a ideia da grande coragem, frontalidade ou simples expressão de ideias de gente que, ao expô-las, está a interferir na vida de todos nós. Essa ligeireza incomoda. A opinião de Passos Coelho sobre a Constituição, as ideias de Moedas, ou as corajosas atitudes de António Borges sobre como deve ser a política que gere as nossas vidas, não são meras opiniões - interferem mesmo nas nossas vidas. Não falamos de lana caprina. Falamos de gente que decide. A expressão de opiniões excede, muitas vezes, quando o opinador tem poder, o exercício da expressão democrática. Transforma-se em decisão. O que eu aqui digo vale o que vale. Ou seja: pouco. Mas é a minha forma de fazer política. Agora, as opiniões de Borges sobre o que deve ser a minha vida, ou as diatribes de Passos Coelho ameaçando o Tribunal Constitucional, perante a alegria de um pequeno grupo de jovens imbecis, tem a importância de ele ser primeiro-ministro de um país. Vão portanto ter opiniões bem longe. Ele e os jovens imbecis que o aplaudem.
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domingo, 1 de setembro de 2013
SETEMBRO | Gosto de setembro, apesar de tudo. Apesar da recordação de atentados e assassinatos. Gosto deste início. A temperatura recomenda ar livre, mas sem os exageros do incendiário agosto. Vamos voltar às coisas sérias. O ano de trabalho começa agora. Bom recomeço.
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