sábado, 7 de dezembro de 2024
As palavras
sexta-feira, 6 de dezembro de 2024
Antifascista
Este cartaz é dedicado a Mário Soares, hoje tão lembrado porque faria 100 anos. Devemos acima de tudo a Mário Soares essa intensidade política contra o fascismo. Agradecemos a coragem e a determinação de um político que o foi de corpo inteiro. Assumidamente político, tão longe dos actuais políticos anti-política.
Santana no Chega
Santana Lopes nas jornadas parlamentares do Chega
O antigo primeiro-ministro e ex-líder do PSD, Pedro Santana Lopes, vai participar num debate nas jornadas parlamentares do Chega, em Coimbra, dedicadas ao tema da corrupção.
O Público dá a notícia. O sempre desejado no PPD/PSD Santana Lopes vai dar uma mãzinha a André Ventura. O Chega passa assim a ter dois candidatos a Belém que lhe são simpáticos: este traste Santana e o cromo incomensuravelmente vaidoso Gouveia e Melo. A extrema-direita já está servida. Bem servida. Bom proveito.
quinta-feira, 5 de dezembro de 2024
Narciso só percebe o espelho
Macron vai escolher um novo primeiro-ministro. Como não conhecemos o seu conceito de democracia, já que não respeita as escolhas de maiorias, ficamos sem saber se escolherá alguém com o tom da tinta que usa para o cabelo, que use fatos com o seu corte preferido, ou que goste de ir para o cinema comer pipocas.
Sabemos que Macron não vai respeitar a democracia. Pôr a esquerda a governar não é colher para a sua vichyssoise. Respeitar maiorias que dele discordem não é atitude para a sua vaidade extrema. Estes convencidos egocêntricos são o que for preciso. Até se sujeitam a eleições, fingindo que são democratas. Não o são. Este pipi da tabela não é mais perigoso porque França não é a Rússia. França é uma democracia onde se percebeu mais do que uma vez que as pessoas são capazes de se unir para combater os fascistas de extrema-direita seguidores de Marina Le Pen. Lá como cá, é preciso não dar descanso a esta gente nefasta que cada vez mais atinge cargos com poderes que afetam a vida de todos nós.
quarta-feira, 4 de dezembro de 2024
Para acabar de vez com a cultura
Woody Allen fez ficção e deu este título a um livro seu. Dalila Rodrigues ultrapassa a ficção. Como boa ministra de um governo de direita quer acabar com as "gorduras" da cultura. Acontece que a direita considera gorduras o que a cultura tem de melhor.
É quase sempre assim. Uma instituição cultural bem gerida faz cócegas aos defensores de uma certa cultura. A ministra, ressabiada, quer "corrigir" políticas dos seus antecessores. O afastamento por Dalila de Francisca Carneiro Fernandes da presidência da administração do Centro Cultural de Belém está a dar que falar. Por cá a contestação está ao rubro e já chegou a importantes instituições culturais europeias. Os elogios a Francisca contrastam com os ataques a Dalila. Claro que Dalila sabe que os tempos lhe estão de feição e não quer saber para nada do que as pessoas da cultura pensam. Ela é que sabe e tem um primeiro-ministro que também sabe muito. Sabem ambos o suficiente para acabar de vez com a cultura. Ora, à cultura que faz falta esta gente não faz falta nenhuma.
facebookterça-feira, 3 de dezembro de 2024
Os marinheiros aventureiros
VAMOS MORRER ONDE TIVERMOS DE MORRER? Fale por si, senhor almirante. É o senhor que se vai chegar à frente na batalha, ou vai mandar à força jovens resgatados a um futuro que merecem, atirados para ali como carne para canhão?
Que se saiba, os almirantes ficam na retaguarda para depois, bem vivinhos e bem vividos, receberem as medalhas de um pretenso heroísmo que lhes é alheiro. Será que as pessoas que pretendem votar neste almirante de águas turvas já se esqueceram daquele almirante que não dizia coisa com coisa mas que, chegado a Presidente, permitiu que um ditador criminoso fizesse trinta por uma linha? O discurso desta criatura agrada-lhes?
Este homem, com este ar de tio sonso, apresenta-se contra os partidos. Isto é: contra a democracia representativa, contra o sistema que por enquanto é democrático. Há apenas um partido que flutua nestas águas. Sabem qual é, não é verdade? Flutue, senhor almirante, flutue para longe. Aqui faz tanta falta como a água salobra.
Receituário
João Abel Manta vai estar até dia 20 deste mês no Palácio Anjos, em Algés. Exposição a não perder de um mestre do cartoon que inscreveu uma marca na opinião ilustrada. Excelente ocasião para percebermos os desenvolvimentos gráficos que documentaram o nosso tempo mais fascinante. Exposição fascinante, concebida por Jorge Silva.
segunda-feira, 2 de dezembro de 2024
A escolha acertada
Mas, não há ninguém que jeito tenha?! Que país tão pequeno para tamanhos egos. Egocêntrico por egocêntrico, por mim avançava o Bruno, mas não sei se conseguirá as assinaturas. Escolha difícil, esta.
domingo, 1 de dezembro de 2024
Primeiro de dezembro
Este dia já não é o que era. Vera Lagoa animava a avenida com o seu folclore revanchista. Era uma grande festa da extrema-direita existente na altura. Um diabólico jornal era o orgão oficial impresso.
Os actuais folgazões limitam-se a ilustrar a sua comemoração com cartazes ridículos. Ridícula é sempre, esta gente. O palanque oficial foi ornamentado por um representante dos fascistas que se sentam em São Bento. A perguntas dos jornalistas sobre a reconquista de Olivença, o ministro Melo diz que é uma pena andar tanta ignorância à volta da coisa. Ignorância de quem? Não percebi, juro. Importa-se de repetir? Será que o ministro percebe o que diz?
Coro dos Tribunais
Este álbum de José Afonso foi gravado nos estúdios Pye, em Londres, entre 30 de novembro a 8 de dezembro de 1974. Completam-se agora cinquenta anos. Foi o primeiro trabalho de José Afonso gravado depois de Abril. Esta fotografia faz parte do embrulho do disco e representa os músicos participantes. A capa é do José Brandão. O disco é genial e foi recentemente reeditado. José Afonso, sempre!
sábado, 30 de novembro de 2024
FERNANDO PESSOA morreu no dia 30 de novembro de 1935. Passados oitenta e nove anos, continua por aí com a sua obra. Foi o poeta que melhor percebeu quase tudo o que aconteceu no seu tempo. Melhor dito: percebeu o passado, o presente e tentou perceber o futuro. Ou fez tudo o que tinha ao seu alcance para o perceber, vá. Escreveu o que sentia. E nós vamos percebendo o que ele escreveu como entendermos melhor porque, como ele escreveu: "sentir, sinta quem lê".
sexta-feira, 29 de novembro de 2024
Vergonha, ou falta dela?
Os deputados do partido fascista com assento no parlamento de Portugal protagonizaram hoje uma das mais tristes acções de que há memória. Não nos devem causar admiração estas atitudes, mas ao tornarem-se corriqueiras colocam o partido fascista constantemente na ribalta. O fascista-chefe não sai dos monitores televisivos. O energúmeno não respeita nada nem ninguém. Os ajustes populistas são gasolina para as chamas atiçadas. E os imbecis que neles votaram estão em festa. Esta gente sabe o que faz. Montenegro tenta imitá-los, "endireitando" cada vez mais o rol de promessas também lamentavelmente populistas. Mas o mal está feito. Os fregueses eleitorais seguem o fascista original. O parlamento em Portugal está uma vergonha. A democracia está de rastos.
quinta-feira, 28 de novembro de 2024
Línguas traiçoeiras
O presidente ucraniano trata (foneticamente) o presidente eleito dos "states" como "Trampa". Eu ouvi e li nas legendas. Ponham-se a pau. Ouçam o homem. E pronto, achei uma certa graça. Não muita, mas a suficiente para esbanjar umas gargalhadas. Estes gajos às vezes acertam.
Esta gente é para levar a sério?
Esta espécie de galheteiro sem conteúdo veio ontem para as televisões — todas, como se viessem comunicar algo de muito grave — trautear banalidades sem ponta por onde se lhe pegue. O infelizmente primeiro-ministro leu a papeleta para não se enganar muito, porque o improviso convoca sempre o disparate. Assim, o disparate é mais controlado.
Estas alminhas estão convencidas que são a salvação para um mal que só existe nas suas cabecinhas trapalhonas, mas que eles acham que existe e é um perigo eminente. E em vez de trabalharem no sentido de manterem as entidades de segurança a tratar desses assuntos específicos, discretamente, como se faz em democracia e em Estado de direito, querem convencer-nos de que são eles próprios os polícias de serviço. Com um tom grave que só visto, o presidente do Conselho de ministros inventa problemas e apresenta a solução mesmo ali: está na papeleta que lê e que foi a conclusão a que chegou depois de ter conversado com as outras peças do galheteiro. Tentam assim preencher mais páginas do catecismo do partido fascista que se senta à direita mais à direita do parlamento, com a intenção de conquistarem mercado eleitoral. Só pensam nisso. São absurdamente ridículos. Mas vão dar cabo disto tudo, se não forem parados a tempo.
quarta-feira, 27 de novembro de 2024
O que fazer, quando o lodo alastra?
André Ventura no discurso comemorativo do 25 de novembro: 'como dizia Jaime Neves sobre a guerra do ultramar, era mesmo assim. Quando nos mandavam limpar, nós limpávamos tudo‘ e, apontando para as bancadas da esquerda, ameaça: ‘já começámos, vamos continuar’,
Os deputados fascistas rejubilaram, como sempre. O festim durou o tempo que os energúmenos quiseram. O presidente em exercício na Assembleia da República nada obstou. No seu entender a apologia do crime de extermínio pode acontecer.
Muito recentemente, Aguiar Branco, convidado de Ricardo Araújo Pereira no seu programa de domingo à noite, relativizou as atitudes do partido fascista. Atirou para ali com exemplos ocorridos anteriormente com outros deputados, de outras legislaturas, dos outros partidos, misturando tudo, como se as atitudes ali tomadas anteriormente fossem comparáveis às enormidades dos fascistas actualmente em exercício naquela casa agora transformada em taberna rasca. Ricardo não ripostou. Aguiar Branco ficou livre de exercer o disparate. Ricardo fez as perguntas que lhe sopravam ao ouvido, ou que tinha anotado no papel, e seguiu em frente como se nada fosse.
Percebemos isto: tudo pode ser dito, redito e apregoado. Estamos em roda livre contra a esquerda. Grande parte dos deputados fascistas que agora se sentam no parlamento vieram do partido de Aguiar Branco. Percebe-se o entendimento entre eles. Montenegro usa a mentira como operação de marketing. É um fala-barato sem trambelho e sem vergonha. Ministros e ministras tatibitates mantém-se em funções e são elogiados e aplaudidos como ajustadores eficientes. A incompetência é atirada para trás das costas. O mal vem de trás. A culpa é dos outros, dos que não pensam como eles. Esta gente lamentável percebe que o vento sopra a seu favor por todo o lado. Os idiotas que neles votam elogiam e aplaudem nas tabernas instaladas nos buracos onde convivem. Esta gente que vota nesta gente é sempre contra tudo. Nada os satisfaz. Só mesmo o crime ameaçador e a estupidez mais inconsequente se enquadram nos seus perfis. O que fazer, quando o lodo alastra?
Imagem: cartoon de André Carrilho para o DN. 2020.
Vento Forte, no Variedades
Os Artistas Unidos continuam sem casa. Vão trabalhando em outros ateliers desenvolvendo esta ideia de teatro que o nosso querido Jorge Silva Melo criou.
terça-feira, 26 de novembro de 2024
André Carrilho em Setúbal
É um dos mais internacionais cartoonistas. O seu trabalho aparece muitas vezes a ilustrar as capas de publicações de referência mundial. Um dos mais respeitados artistas da actualidade.
segunda-feira, 25 de novembro de 2024
Memória
Lembro-me da alegria de abril. Lembro-me da vontade de olhar para a frente, sem medo e sem apreensões. Lembro-me da imposição da vulgaridade em novembro. É preciso? Quero lá saber. Quero sonhar com as possibilidades de abril e esquecer a vulgaridade. Odeio a vulgaridade e o imobilismo. "Não me obriguem a vir para a rua gritar". Lembro-me de José Afonso. Sempre!
domingo, 24 de novembro de 2024
Como é que vocês se sujeitavam a isso?
Este texto — notável — da Rita Pimenta, publicado hoje na revista "ímpar", incluída no Público, é uma denúncia de algo que conhecemos desde pequeninos. Em muitos casos porque ouvimos falar (sortudos), mas muitos de nós vivemos estas experiências por perto. E a violência doméstica continua como se o tempo tivesse parado. A humilhação e a agressão continuam e matam. Era uma normalidade permitida porque "sempre foi assim". Tradições. O Sérgio acrescenta numa canção:
"Sempre foi assim
Dizem Sempre foi assim
Sempre foi assim
Mas está a ser diferente".
sábado, 23 de novembro de 2024
Conversas na Festa da Ilustração
CONVERSAR, CONVERSAR, CONVERSAR SEMPRE | Foi hoje, sábado, dia 23 deste mês de novembro, à tarde. Falámos de Trump e dos avanços da obscuridade. Tentámos perceber o que está a acontecer. Provavelmente vamos continuar a discutir o presente e a pôr em causa o futuro. Continuaremos. É a falar quer a gente se entende. Da discussão nasce a luz. Procuramos a luz, por assim dizer.
quinta-feira, 21 de novembro de 2024
A vaidade é uma virtude?
O homem das vacinas — única actividade em que se lhe reconhece algum mérito — não se cansa de fazer política, coisa que mal conhece, e que apenas utiliza para lhe satisfazer o ego.
Ego que cresce a cada dia. Diz atoardas como se fosse Ministro da Defesa, Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas ou mesmo Comandante Supremo das ditas. Vê navios russos por todo o lado e, em vez de tratar disso com os seus superiores, julga-se superior a tudo e propõe estratégias nas televisões. O homem que humilha os seus homens em público, e que só pensa em ir para o palácio de Belém humilhar quem não pensa como ele, é um perigoso justiceiro de trazer por casa. A extrema-direita já tem candidato. A direita, representada pelo Ministro da Defesa neste encontro num bar de uma esquina de Lisboa, parece estar a render-se ao fascínio do Narciso. Se não for fascínio é o quê? Trata-se da defesa de um país num bar de esquina? Não teria sido melhor terem marcado encontro na cafetaria do Ministério da Defesa?