sexta-feira, 29 de abril de 2011
DAVID LOPES RAMOS | Esta notícia apanhou-me em plena interrupção de comentários aqui nas páginas electrónicas. Mas a interrupção deste jejum é inevitável. Morreu o meu amigo David Lopes Ramos. Venho aqui só para dizer que esta notícia é uma tristeza para mim e para todos os que gostam de ler em português. O David escrevia sobre gastronomia. As suas crónicas são uma delícia para quem encara o comer e o beber como um prazer que se pode contar. Fizemos vários trabalhos juntos. A doença impediu-o de colaborar num último projecto que lhe propus. Foi um homem excepcional. Mesmo.
Muito obrigado por tudo, David. Até sempre.
terça-feira, 26 de abril de 2011
segunda-feira, 25 de abril de 2011
domingo, 24 de abril de 2011
25 de Abril: Em Diferido from Spam Cartoon on Vimeo.
24 DE ABRIL SEMPRE?! | Numa muito razoável entrevista ao DN (há horas felizes), Otelo Saraiva de Carvalho diz que as pessoas na rua passam a vida a pedir-lhe que faça outro 25 de Abril. Será esta solicitação razoável? Vejamos: em 25 de Abril - e sem evocarmos as habituais dúvidas sobre se foi revolução ou golpe -, foi restituída a liberdade aos portugueses e foi encerrada de imediato a censura. Foram marcadas eleições. Os partidos políticos, como é comum em democracia, apresentaram propostas. Uns governaram, outros não. Mas todos passaram a ter voz. E todos nós passámos a ter direito ao voto. Foram adquiridos direitos fundamentais e feitas reformas urgentes. Nem tudo correu bem? Pois não, mas tudo está aí para ser corrigido. Quando se fala em outro 25 de Abril, fala-se concretamente em quê? No fim destas coisas todas? E que outras se propõem? Ou estaremos a falar de um outro 25 de Abril, mas realizado a 28 de Maio? Esclareçam lá isso.
sábado, 23 de abril de 2011
DIA MUNDIAL DO LIVRO | O texto é de Rosemary Urquico, está publicado no blogue de Cynthia Grow e foi traduzido por Carla Maia de Almeida do Jardim assombrado. E é um bonito texto para comemorar o dia de hoje. Bom dia.
Namora uma rapariga que lê. Namora uma rapariga que gaste o dinheiro dela em livros, em vez de roupas. Ela tem problemas de arrumação porque tem demasiados livros. Namora uma rapariga que tenha uma lista de livros que quer ler, que tenha um cartão da biblioteca desde os doze anos. Encontra uma rapariga que lê. Vais saber que é ela, porque anda sempre com um livro por ler dentro da mala. É aquela que percorre amorosamente as estantes da livraria, aquela que dá um grito imperceptível ao encontrar o livro que queria. Vês aquela miúda com ar estranho, cheirando as páginas de um livro velho, numa loja de livros em segunda mão? É a leitora. Nunca resistem a cheirar as páginas, especialmente quando ficam amarelas.
(continue a ler no Jardim Assombrado)
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sexta-feira, 22 de abril de 2011
JUSTIÇA | O Ministério Público da Madeira diz que o responsável pelas enxurradas, e consequentemente pelos dramas que estas provocaram, foi S. Pedro, rejeitando assim outras acusações a outros possíveis culpados. Ficamos assim a saber que S. Pedro é o único culpado destas situações. Com o mau tempo que se faz sentir neste fim de semana prolongado, estragando assim as mini férias de muitos portugueses, não seria justo chamar o dito santo à barra dos tribunais?
quinta-feira, 21 de abril de 2011
URBANISMO DE SUCESSO | Os homens da troika ficaram chocados com o estado em que se encontram alguns edifícios do centro de Lisboa, revelou o representante da confederação de turismo. Quando cá esteve, há poucos anos, a rainha da Dinamarca também tropeçou neste esquecimento do centro histórico. Nós somos assim: para quê aproveitar coisas velhas, se podemos construir mais e melhor nos arrabaldes? Somos tão modernaços!
Fotografia de Luiz de Carvalho | Instante fatal
quarta-feira, 20 de abril de 2011
Ondina | La Motte-Fouqué
Tradução Manuela Gomes
Que adorável poema é Ondina! Este poema é, ele próprio, um beijo.
HEINRICH HEINE
Na vasta obra de La Motte-Fouqué (1777-1843), que inclui desde poesia de inspiração diversa a contos, narrativas, romances e teatro, destaca-se Ondina – o conto maravilhoso agora publicado pela Antígona. Um dos textos mais lidos e celebrados no seu tempo, Ondina (1811) é a reactualização de um mito – o da ninfa e espírito das águas que abandona o seu admirável mundo subaquático, onde árvores de coral resplandecem com frutos azuis, e parte em busca de uma alma humana.
Elogiada por Heine e Poe, a obra Ondina exerceu um genuíno fascínio sobre os leitores no período romântico, pela mestria literária, pelos novos moldes a que a matéria mitológica foi sujeita e pelos temas intemporais: Ondina como metáfora da condição do Homem, como ser imperfeito e condenado à errância, dissolvendo-se simbolicamente nas águas ou perdendo-se no vento.
Como obra intemporal, o legado de Ondina reflectiu-se no campo literário (por exemplo, n’ A Sereiazinha, de Hans Christian Andersen, e em Ondine, de Jean Giraudoux) e em várias expressões artísticas, da ópera e do bailado (Undine, de E.T.A. Hoffmann) ao cinema, destacando-se recentemente Ondine, o filme de Neil Jordan.
Antígona | www.antigona.pt
terça-feira, 19 de abril de 2011
Café do Eu
Coordenadores/Moderadores: Manuela Harthley e Nuno Nabais
Quarta-feira, dia 20 de Abril, às 19H00
Livraria Almedina | Atrium Saldanha | Lisboa
Para discutir: A ANGÚSTIA
Nas ruas de Atenas, no século V antes de Cristo, Sócrates discutia Filosofia com qualquer pessoa interessada. No início do século XX, Sigmund Freud revelou como a verdadeira luta pela vida depende da ligação entre o nosso mundo interior e a sociedade onde nascemos. Hoje, pergunta-se: qual é a verdadeira utilidade da Filosofia e da Psicanálise? A partir da abordagem de temas genéricos e das grandes questões da vida, o Café do Eu propõe-lhe que participe num confronto fértil entre conceitos e perspectivas das duas áreas de saber. Explicados e discutidos de uma forma próxima e acessível. Sem que ao público seja requerido qualquer treino ou formação específica, apenas o desejo de escutar ou partilhar pensamentos, emoções e experiências de vida. Num ambiente aberto e confortável, vamos praticar o prazer de perguntar, estimular o diálogo e o pensamento crítico e iluminar ideias. No Café do Eu, com coordenação e moderação da psicanalista Manuela Harthley e do filósofo Nuno Nabais. O sentimento de si é confuso e, no entanto, ele é absolutamente certo. Fernando Gil
CAFÉ DO EU, sempre na terceira quarta-feira de cada mês.
segunda-feira, 18 de abril de 2011
REVOLUÇÃO? | Na Finlândia as coisas deram para o torto. A extrema-direita tornou-se importante. A campanha foi feita contra o euro e contra a intervenção financeira em Portugal. As políticas do futuro governo serão feitas contra tudo o que não lhes agrade. Os jornais finlandeses falam em revolução. Não é de uma revolução que se trata, mas sim de reversão. Os conservadores no poder não revolucionam nada. Fazem as coisas andar para trás.
domingo, 17 de abril de 2011
SERIEDADE E SENSO | Passos continua no carreiro de cada cavadela cada minhoca. Nobre já se enterrou todo e não se vislumbra uma saída airosa do lodo. A política precisa de muito mais para se dignificar. Dr. Passos, desista do dr. Nobre. Não tem mal nenhum reconhecer um erro. Dr. Nobre, vá para a AMI e não saia de lá durante uns tempos. Pode ser que assim recupere algum do prestígio perdido. Vai ser custoso, mas vale a pena tentar.
sexta-feira, 15 de abril de 2011
AQUI POSTO DE COMANDO DO DISPARATE | Otelo Saraiva de Carvalho acha que foi ele que fez o 25 de Abril. Sozinho. E agora comunica-nos que se soubesse como o país ia ficar, não o teria feito. A culpa não é dele, coitado. A culpa é de quem o convenceu de que foi isso que aconteceu, e o exibiu em palestras circenses onde barbaridades semelhantes se acumularam. Para cúmulo surge esta entrevista. Aturem-no.
quinta-feira, 14 de abril de 2011
quarta-feira, 13 de abril de 2011
A GRANDE FRAUDE | O lançamento deste livro foi cancelado no Funchal. Motivo? Adivinhe. Mas será lançado logo, a partir das seis e meia da tarde, em Lisboa, na Casa da Imprensa. Lá estaremos.
(clique na imagem para a ampliar)
PRÉMIO CURTAS POLÍTICA | O documentário revela o discurso coerente e documentado do possível próximo Presidente da Assembleia da República de Portugal. Percebe-se a saturação de alguém que usou tanto do seu tempo em intensa actividade política. O próximo desafio não constitui contradição nenhuma. Foi um chamamento. O que seria de nós sem estes nobres senadores?
terça-feira, 12 de abril de 2011
ALICE MORA AQUI | Lewis Carroll nasceu primeiro e inventou a Alice. O André Gago convidou o João Concha que convidou a Alice para lhe dar ideias para as imagens que lhe dedicou. As ideias são imagens que são desenhos e pinturas e levaram ao lugar que o André dirige a Ana Lacerda e a Maria Quintans e o Hugo Elias que fazem com o João Concha a revista INÚTIL. Eu fui lá por causa do André. Mas depois percebi que gosto muito de estar com os amigos do André que já são meus amigos. Há dois fresquinhos: o José Amaral, que trabalha na embaixada de Timor, e o Nicholas McNair que é músico e faz trabalhos com o André. Também por lá passaram o João Nicolau e a Susana Borges que vão ler os textos de Carroll em fins de tarde próximos. Falamos de um tempo muito bem passado e de gente que vale a pena conhecer. Ah, é verdade, e os desenhos do João não são nada de passar pela vista e deitar fora. Vocês apareçam.
ALICE NON-STOP
leitura integral, por capítulos, de
Alice no País das Maravilhas — André Gago e convidados.
12, 13, 14 e 15 de Abril. 18 horas.
Alice in Wonderland (em inglês) — Nicholas McNair e convidados.
19, 20, 21 e 22 de Abril. 18:00 horas.
Alice no Outro Lado do Espelho — André Gago e convidados.
26, 27, 28 e 29 de Abril. 18 horas.
Feita num 3: A(s) Conta(s) que ALICE fez! — Orlando Ferreira.
13 de Abril, às 21:30 horas,
30 de Abril, às 17:30 horas, com Adérito Araújo
Sessões apresentadas por Ana Paula Guimarães.
Espaço Instável
O Espaço Instável fica no nº 168 da Calçada de Santana, a 10 minutos a pé para quem vem do Rossio, do Martim Moniz, ou dos Restauradores (subindo com vagar e poupando o fôlego, é como ir do Rossio ao Chiado, mas aqui sobe-se a encosta da Pena, por cima do Coliseu), ou a 5 minutos a pé vindo do Campo Sant’Ana, baptizado de Campo dos Mártires da Pátria (onde há um parque subterrâneo de estacionamento pago).
metro: Restauradores, Rossio e Martim Moniz; elevador do Lavra
Contacto: 218861875 / 917145939
segunda-feira, 11 de abril de 2011
TOLERÂNCIA ZERO | Expliquem-nos lá uma coisa como se nós fossemos completamente tótós. As negociações para o pedido de resgate terão lugar nos próximos dias. FMI chega na terça-feira e vai andar por aí. O Governo quer que Cavaco se chegue à frente. Cavaco sacode o capote. Governo e Cavaco andam de candeias às avessas. Passos e Sócrates não se entendem. Para as rejeições do costume, um pouco convincente acordo entre esquerdas mais à esquerda foi tentado. Mas é claro que as misturas iam provocar uma confusão de narizes. O PCP tem o seu eleitorado em conserva e não quer repartir o recheio da embalagem. O eleitorado do BE é mais avulso. Lá fora está percebido que cá dentro ninguém se entende. Mas é de lá de fora que vem a tal "ajuda". Os emprestadores já ameaçam: sem entendimento interno não há apoio externo. Mas aos nossos representantes, esta urgência passa ao lado. Discutem erros, sacrifícios para todos nós, arrogâncias, responsabilidades, irresponsabilidades, lideranças, faltas de carácter. Discute-se tudo, tudo, menos o tal entendimento. Os entendimentos não são a única alternativa? Então apresentem outras soluções. Já vamos desperdiçar dinheiro, tempo e pachorra em eleições inúteis. Ai, não sei quê, mas é para definir políticas. Um raio que os parta. São capazes de parar um bocadinho e pensar de uma vez por todas no País? São os emprestadores que o exigem. E nós, os que cá vivem e votam, começam a não ter grande pachorra para isto. É assim tão difícil fazer política?
domingo, 10 de abril de 2011
sábado, 9 de abril de 2011
FITAS | Nem toda a gente se rende ao limite intelectual da anedota básica e sem trambelho. São as grandes obras que nos provocam a vontade de resistir ao dia a dia. Tiro o chapéu à indignação de João Botelho.
A Fátima também botou faladura sobre este assunto: F.world
DEAMBULATÓRIO | É sempre com prazer que leio o que a Fátima escreve no seu magnífico blogue. Recomendo uma dentada neste pimentinho.
sexta-feira, 8 de abril de 2011
O COELHO E A CARTOLA | Pedro Santana Lopes disse, num debate, na TVI24, que se Manuela Ferreira Leite fosse a próxima presidente da AR, ele já não percebia nada disto. Pelos vistos percebe: a senhora não aceitou alinhar com Passos. Não vai ser candidata. Mas não desarme, dr. Coelho. Lili Caneças e José Castelo Branco estão disponíveis. E se pedir com bons modos ainda consegue arregimentar a grande escritora Margarida Rebelo Pinto. Se precisar de mais sugestões dê-me um toque. Esteja confiante.
quinta-feira, 7 de abril de 2011
O POTE | Não me assiste a mínima intenção de votar no PSD. Mas como o raminho da jarra do Poder está na mesa da direita (só um entendimento PSD/CDS se apresenta como provável), a oportunidade de mostrarem serviço está aí. Toca a arregaçar as mangas. A direita nunca governou em dificuldades. Só na abundância. Sempre chegou ao pote nos bons momentos. Exceptuando aquele período em que Mário Soares deu o braço a Mota Pinto. Esta crise tem responsáveis: quem governou durante os últimos vinte anos como se não houvesse amanhã. Ou seja, todos os que foram achando que poderiam fazer um figurão sem a necessidade de cumprirem reformas estruturais. As torneiras estavam abertas. O pote transbordava. Tudo era possível. Estado e sociedade civil aliaram-se nas alegrias do "capitalismo popular". Esta foi a bonita expressão que inundou o comentarismo profissional no tempo de Cavaco primeiro-ministro. Houve quem comprasse tudo o que a vista sugerisse. Bastava ir ao Banco. Ou pedir umas massas a um programa de apoio europeu. O resto não interessava para nada. Bastou uma recaída das oportunidades americanas para que o grande bacanal fosse surpreendido e denunciado. Os verdadeiros culpados continuam a ditar sentenças. Mas agora já não dá para iludir os problemas. Dizem alguns (muitos dos que usaram os aventais da despensa), que a culpa é do sistema. Pois é. Mas que sistema propõem? O conforto sem regras minou as mentalidades. As atitudes ditaram o paradigma. Esse desleixo vai ser agora pago. Com língua de palmo. Será que vamos aprender alguma coisa? Agora é a doer. Não temos outro remédio.
quarta-feira, 6 de abril de 2011
BIBLIOTECA | O desprezo indígena pela leitura não é um dado novo. Os índices de iliteracia doméstica também não. A profunda incultura e, em muitos caos, a imensa ignorância da nossa população universitária é um dado infeliz, praticamente pacífico. O facto de não sermos nem ricos nem muito desenvolvidos não tinha fatalmente de nos conduzir à indigência cultural. O êxito de vendas que conhece a "literatura das tias", tipo não sei quê Lopo de Carvalho ou Rebelo Pinto, diz quase tudo acerca da questão. É pedagógico, por exemplo, que todos os domingos Marcelo Rebelo de Sousa incite à leitura com uma mão cheia de livros. O problema é que mistura, tantas vezes, livros com lixo, indistintamente, e isso não ajuda nada ao caso. O prazer da leitura exige uma aprendizagem e uma vontade, é um gosto e um gozo que se adquirem, ou não.
João Gonçalves | Contra a Literatice e Afins | Guerra & Paz
terça-feira, 5 de abril de 2011
MILONGAS E OUTRAS HISTÓRIAS | Foi uma festa bonita. Vitor Ramil tem muito talento para gastar em palco. Também tem cultura e isso percebe-se em cada sílaba que pronuncia. E se ele se pronuncia... Conta histórias engraçadas ao ritmo da simpatia que transpira. Fala de Borges, uma espécie de guru, e fala da vida real. Conta histórias dos sobrinhos, dos colegas músicos, da médica que o ajudou a curar uma insuportável gripe e dos heróis da sua terra. Adora Lisboa e agradece à "cidade fantástica" influências e hospitalidade. A noite de ontem na Culturgest passa para a história das vidas das pessoas que por lá passaram. Ambiente de saudável intimismo. A canções tantas senti-me entre amigos a receber a visita de Vitor. O músico agradeceu a quem teve a coragem e o gosto esclarecido de o trazer às terras lusas - Inês Magalhães Mota. Eu, que não o conhecia, também agradeço o convite que a minha querida amiga Inês fez o favor de me endereçar. Foi tudo muito bonito.
segunda-feira, 4 de abril de 2011
domingo, 3 de abril de 2011
sábado, 2 de abril de 2011
sexta-feira, 1 de abril de 2011
FUTURO REDUZIDO | Completamente de acordo com o João Gonçalves no seu portugalzinho. O futuro não é amanhã. O nosso futuro pode muito bem estar reduzido a esta espuma dos dias que escorre no presente. É mau, mas receio que não haja melhor asfalto para a caminhada. Só pedras, no meio do caminho.