segunda-feira, 11 de abril de 2011



TOLERÂNCIA ZERO | Expliquem-nos lá uma coisa como se nós fossemos completamente tótós. As negociações para o pedido de resgate terão lugar nos próximos dias. FMI chega na terça-feira e vai andar por aí. O Governo quer que Cavaco se chegue à frente. Cavaco sacode o capote. Governo e Cavaco andam de candeias às avessas. Passos e Sócrates não se entendem. Para as rejeições do costume, um pouco convincente acordo entre esquerdas mais à esquerda foi tentado. Mas é claro que as misturas iam provocar uma confusão de narizes. O PCP tem o seu eleitorado em conserva e não quer repartir o recheio da embalagem. O eleitorado do BE é mais avulso. Lá fora está percebido que cá dentro ninguém se entende. Mas é de lá de fora que vem a tal "ajuda". Os emprestadores já ameaçam: sem entendimento interno não há apoio externo. Mas aos nossos representantes, esta urgência passa ao lado. Discutem erros, sacrifícios para todos nós, arrogâncias, responsabilidades, irresponsabilidades, lideranças, faltas de carácter. Discute-se tudo, tudo, menos o tal entendimento. Os entendimentos não são a única alternativa? Então apresentem outras soluções. Já vamos desperdiçar dinheiro, tempo e pachorra em eleições inúteis. Ai, não sei quê, mas é para definir políticas. Um raio que os parta. São capazes de parar um bocadinho e pensar de uma vez por todas no País? São os emprestadores que o exigem. E nós, os que cá vivem e votam, começam a não ter grande pachorra para isto. É assim tão difícil fazer política?