terça-feira, 28 de setembro de 2021

Em voz alta


A grande poesia, dos grandes poetas portugueses, regressa à Casa Da Cultura | Setúbal. Antero de Quental por Manuel Wiborg. É já na próxima quinta-feira à noite.

A Festa está a chegar



As primeiras actividades da Festa da Ilustração - Setúbal têm inicio no próximo sábado. Aqui vai o programa/convite. Nas próximas semanas a ilustração está em festa em Setúbal. Convidados.

sábado, 25 de setembro de 2021

Reflexão

Os grunhos foram para a rua, montaram estúdios no google, inundaram de alarvidades as redes sociais. O ambiente fede. Foram os candidatos do Chega que bateram recordes na exibição da ignorância e elucidaram-nos devidamente sobre a sua própria estupidez natural. O PPD/PSD está em segundo lugar neste campeonato. Faz sentido: criadores e criaturas unem-se no esclarecimento político e exercem a sua natural imbecilidade. Foi vê-los estenderem-se ao comprido.
Amanhã é vê-los pelas costas. Contra a direita, sempre. 

quinta-feira, 23 de setembro de 2021

Receituário

 Indispensável perceber Jean Moulin.


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quarta-feira, 22 de setembro de 2021

Receituário

 
DATA EXTRA | GILBERTO GIL | Participação especial: ADRIANA CALCANHOTTO

O espectáculo de dia 3 de Novembro no Coliseu dos Recreios está esgotado, mas abrimos uma nova data - 2 de Novembro - nova oportunidade para entrar na festa com Gilberto Gil, Bem Gil, João Gil, Marcelo Costa e a participação muito especial de Adriana Calcanhoto. Bilhetes já à venda.

terça-feira, 21 de setembro de 2021

Festança

A ilustração vai estar novamente em festa no próximo mês. É em outubro que se assinala o que de melhor se faz na disciplina em Portugal e no mundo. O programa será divulgado brevemente. Atentos? 

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segunda-feira, 20 de setembro de 2021

Design de comunicação

 Da série Grandes Capas.


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Design de comunicação

Da série Grandes Capas.



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sexta-feira, 17 de setembro de 2021

Nobreza franciscana


Fernando Nobre é nagacionista? Mas onde está a novidade? Ele sempre negou a realidade. Sempre se moveu apenas por um egocentrismo exacerbado. As causas nobres são provavelmente um disfarce para a vaidade.

Muito pobre, este Nobre.

terça-feira, 14 de setembro de 2021

Prémio Nacional de Ilustração


Unanimidade na escolha. Prémio merecido. André Carrilho justo vencedor de mais um reconhecimento evidente. Foi o primeiro convidado da Festa da Ilustração - Setúbal, em 2015. Até hoje somou prémios e atitudes.

Parabéns
, André.

Fonte DN

sábado, 11 de setembro de 2021

Da intolerância e do pesadelo


Primeiro foi a incredulidade. Depois o medo. Vivi este dia entre o sofrimento e a revolta. Morreu muita gente. Gente que não queria morrer. Nos dias seguintes ao crime, participei em homenagens a essa gente. Confirmei o sofrimentos e a revolta. A intolerância é cruel. Passado este tempo todo recordo tudo com a mesma raiva. Há histórias que nunca se deveriam contar. O pesadelo nunca deveria de interromper o sonho. 

sexta-feira, 10 de setembro de 2021

O Presidente



UM HOMEM SINGULAR | Foi solidário com quem sofre. Foi uma pessoa decente. Foi um grande Presidente. Recordo o contacto que me fez para que oferecesse um trabalho para um leilão a decorrer na Fundação Champalimaud em solidariedade com os estudantes sírios. Ofereci dois desenhos. Foram vendidos. Senti-me útil. Solidário. Agradeceu-me sempre. Sem motivo, como é óbvio. Nós é que temos de lhe agradecer. Foi um homem singular. Um ser humano com letra grande. Sinto orgulho em ter colaborado com ele um bocadinho. Uma vida cheia e cheia de muita gente. Agora que nos deixa, sinto essa vontade de lhe agradecer. Eu e muita gente. Muita gente mesmo. Muito obrigado, senhor Presidente.

Todos os nomes


O nome de um grande jornalista dá nome a um grande prémio, e uma grande jornalista recebe-o.

Parabéns
, Isabel Lucas.

Fonte Público

terça-feira, 7 de setembro de 2021




A entrada da extrema-direita no parlamento alertou-nos para a possibilidade de atropelos à democracia e ao fruir da liberdade e da cultura. O discurso do chefe do gang agora instalado na Assembleia da República utiliza as premissas da civilização democrática. A utilização da palavra liberdade como reposição da ordem é metáfora estafada no seu discurso. E nós sabemos bem de que ordem ele fala. 

Todos — os intelectualmente curiosos e defensores da liberdade real e da democracia efectiva — ficámos incomodados com o discurso troglodita da criatura. Mas o traste teve votos. Há quem viva sem dar por nada, como disse José Afonso numa música. Tiago Rodrigues também ficou incomodado com a apologia da estupidez. Tratou de fazer o que sabe fazer melhor: Teatro. E como também pensa bem, escreveu e encenou uma peça que será um marco no Teatro Português. Catarina e a Beleza de Matar Fascistas é um momento de teatro sublime porque associa bom texto e boa representação a uma impetuosa reacção do público. O assassinato de Catarina Eufémia pelo militar fascista da GNR Carrajola foi motivo para o combate em palco. Somos todos Catarina. Todos podemos ser vítimas da brutalidade justicialista primária. Ninguém fica indiferente ao lobo fascista com pele de cordeiro. Esta peça espevita-nos a inteligência emocional e provoca-nos em voz alta a revolta e rejeição do modelo neo-liberal do "tudo a toque de caixa" aplicado pelo infelizmente antigo primeiro-ministro Passos Coelho e tentado agora aos gritos pelo seu ex-colega de partido Ventura. Não esqueçamos também a opinião de Rui Rio — um palerma com ânsias de chegar a primeiro-ministro — sobre o regime de Salazar: não era fascista, acha. Nunca existiu em Portugal fascismo nenhum, disse.
Foi a rejeição do asco que motivou Tiago Rodrigues. Há uma gente asquerosa que quer o regresso ao passado. Um passado com vestes de futuro, como se fosse possível antecipar repressão ao progresso chamando a isso justiça e ajustamento civilizacional. Esta fabulosa peça de teatro fez-nos gritar bem alto FASCISMO NUNCA MAIS. Sentimos ali o arrepio do discurso e a necessidade de estarmos alerta. Não passarão, dizia a inscrição na toalha da mesa. Toalha/Cartaz que dita a nossa revolta perante a ameaça. FASCISMO NUNCA MAIS. Mesmo.

texto e encenação Tiago Rodrigues
com António Fonseca, Beatriz Maia, Isabel Abreu, Marco Mendonça, Pedro Gil, Romeu Costa, Rui M. Silva, Sara Barros Leitão
cenografia F. Ribeiro
figurinos José António Tenente
desenho de luz Nuno Meira
sonoplastia, desenho de som e música original Pedro Costa
coralidade e arranjos vocais João Henriques
voz off  Cláudio Castro, Nadezhda Bocharova, Paula Mora, Pedro Moldão
apoio ao movimento Sofia Dias, Vítor Roriz
apoio em luta e armas David Chan Cordeiro
assistência de encenação Margarida Bak Gordon
direção de cena Carlos Freitas
ponto Cristina Vidal
tradução Daniel Hahn (inglês), Thomas Resendes (francês)
legendagem Rita Mendes
produção executiva Joana Costa Santos, Rita Forjaz
produção Teatro Nacional D. Maria II

segunda-feira, 6 de setembro de 2021

Receituário

O teatro é vida. O regresso às salas é um sucesso. As propostas são incríveis.

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sábado, 4 de setembro de 2021

Design de comunicação

 


Da série Grandes Capas. A revista do Expresso. Artwork: Pedro Lourenço.

sexta-feira, 3 de setembro de 2021

Zorba morreu, Mikis também

Mas há coisas assim: a morte é desmentida por vidas intensas e singulares.

Ouço a música de Mikis Theodorakis enquanto alinho estas palavras. Recordo o tempo em que o ouvia com frequência. Renovo essa vontade. Escreveu e levou para os estúdios e palcos música para muitos ouvidos. Sempre exigente. Sempre surpreendente. Ah, e não gostava de fascistas e de outros parasitas. Muito obrigado, senhor Mikis Theodorakis. Muito obrigado mesmo.

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Viver com os outros


Li Viver com os Outros, de Isabel da Nóbrega, na altura em que a conheci. Ela acompanhou José Saramago à sessão Dois Dedos de Conversa com o escritor, conversas que eu organizava no Círculo Cultural de Setúbal. 

A apresentação de Saramago foi precedida por uma intervenção de Albano Almeida e Pompeu José. A leitura emocionou o casal. Acabava de ser dito um texto que o escritor tinha dedicado à sua mulher. Sabemos que posteriormente a relação não se manteve, mas esta memória visita-me recorrentemente. Também recordo a afabilidade de Isabel e a conversa saborosa que com ela mantive em muito agradável passeio pela cidade. Recordo tudo isto agora, no momento em que Isabel da Nóbrega nos deixa. Escritora de requintada palavra. Mulher grande. Muito obrigado.

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 Para pensar. Até já.


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quinta-feira, 2 de setembro de 2021

Setembros negros e de todas as cores



Gosto de Setembro. Gosto de regressos. É em Setembro que se retomam trabalhos, que se entra na rotina que nos surpreende todos os dias.

Mas este mês também nos agride com a memória do que de menos bom pode acontecer ao ser humano. Quando Pinochet tomou o poder no Chile, eu não estava lá, mas aquilo doeu. Quando os aviões esbarraram em Nova Iorque eu estava lá, e só não me doeu mais por pouco. Mas tudo isto nos dói, e de que maneira, mesmo quando a diferença geográfica existe. O mundo é uma pequena esfera onde nos vamos encontrando. O mundo muda com estas coisas que lhe acontecem. Nem sempre para melhor. Mas a vida é o que é. Assim, com muitos trambolhões pelo caminho.

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quarta-feira, 1 de setembro de 2021

Setembro


Gosto de setembro. É um mês terrível e fascinante. O mal passou por setembro muitas vezes, mas é nesta altura que tudo recomeça. Chamam a este período "rentrée". Gosto de setembro, repito. Agarro-me ao trabalho com unhas e dentes. E relembro o mal com a distância possível. Fui buscar o primeiro texto que escrevi no blogue depois do atentado em Nova Iorque. Eu estava lá. Nos próximos dias contarei as minhas "estórias de Nova Iorque". Entretanto fiquem com esta lembrança escrita três anos depois do atentado, se estiverem para aí virados:

Já passou algum tempo sobre o ataque às torres gémeas em Nova Iorque. Foi há três anos.
Quando tudo aconteceu eu estava lá. Passeava pela quinta avenida. O voo para Portugal partia nesse dia a meio da tarde. De um momento para o outro tudo se alterou. O regresso só aconteceu cinco dias depois. Entretanto, tudo se passou com a normalidade possível. Visitei locais que já não tinha intenção de visitar, participei em vigílias em homenagem às vítimas do atentado.
O hotel era perto de Times Square. E Times Square era o local onde toda a gente se dirigia para saber novidades. Era ali que nos sentíamos informados. Quando cheguei a Portugal fui convocado para um programa de televisão onde se evocava o ataque, entre "recitais" de cantores indescritíveis e alegres curiosidades. Pelo meio a entrevistadora pedia "sangue". As televisões apreciam a desgraça. Dizem que traz audiências. É claro que me arrependi da minha participação no programa. Mas o que lá vai, lá vai.
Hoje, nas notícias das oito na mesma estação televisiva, um português que também se encontrava na "Big Aplle" ao tempo do atentado, dava o seu testemunho. Entre muitas vulgaridades e até tiradas de humor, referiu que nos dias seguintes passeava por uma Times Square deserta, ele os filhos e alguns "turistas malucos". É disto que as televisões gostam. É certo que isto nunca aconteceu, mas imaginar a cidade que não dorme, com a sua praça mais frequentada sem vivalma, é tentador. Não basta o drama, é preciso ampliar a dor para que se torne credível. Foi um grande momento de televisão, o que este senhor nos proporcionou.
O melhor mesmo é desligar o aparelho. Não quero ouvir mais relatos de talentosos protagonistas da história. A minha memória do acontecimento é suficiente. We will never forget.
[a fotografia foi tirada na véspera, dia 10]