As vítimas dos padres pedófilos australianos acham que o pedido de desculpas do Papa é escasso. Querem acção.
Não têm razão. O Papa pediu desculpa, como responsável máximo da instituição, e referiu que os acusados devem ser julgados. Chega, não? Queriam que Ratzinger substituísse as vistosas vestes de chefe da Igreja por uma toga de juiz ou se transformasse em herói justiceiro? Não é esse o seu papel. Um crime é analisado pelos tribunais. Um padre criminoso deve ser julgado como qualquer outro delinquente.
O problema é outro. A sexualidade é transversal a todo o ser vivo. Os padres não são excepção. A privação da actividade sexual parece levar a comportamentos embaraçantes para os católicos. Os seres humanos são dados a estes enxovalhos. O celibato propõe o casamento com a Igreja. Há padres que se dão mal com essa união. Falta-lhes algo fundamental para manter o casamento vivo e acabam por se portar mal.
É como aquele anúncio de prevenção da SIDA, em que se sugere, para esclarecimento dos interessados, que os anjos também têm sexo. Claro que teriam, se existissem. Mas os padres existem mesmo. E têm sexo, de facto.
É como aquele anúncio de prevenção da SIDA, em que se sugere, para esclarecimento dos interessados, que os anjos também têm sexo. Claro que teriam, se existissem. Mas os padres existem mesmo. E têm sexo, de facto.