terça-feira, 24 de fevereiro de 2004

C'um caneco!

C'um caneco!, rosnava o Outro,
entre tintol do bravo - próximas
ressacas. O beirão deixava correr
linguados, esgueirando-se na sombra
de olivais. Azeite mau tinha
o tirano, esse das botas. Cadeia?
Sim, senhoras, prisão a sério.
Infante ele era, o dos poemas.
assobiando, cela p'ra cela,
de Kurt Weill e Brecht a canção.
C'um caneco!, rosna o Outro,
ainda, E já mais vinho
vem p'rà mesa, enquanto meninas
adocicam o olhar. Outra vez?

Eduardo Guerra Carneiro, "A Noiva das Astúrias" & etc.
JTD