domingo, 15 de junho de 2008

Há lodo no cais


O Festróia, festival de cinema com pretensões cosmopolitas, que começou em Troia há um ror de anos e que posteriormente foi transladado para Setúbal, nunca me despertou grandes entusiasmos.
O conceito inicial é rídiculo: promover as pequenas cinematografias, chamando grandes vedetas do cinema comercial internacional. Esta incongruência dura desde sempre. Trazer os senhores de hollywood é despesa de monta, claro está. E é claro que encarece tudo o que é programado, durante todo o ano, para ser mostrado naqueles dias em que o certame decorre. Não há consistência na programação, nem habilidade no marketing promocional. Só dinheiro a rodos.
Na sexta-feira fui até lá. Assisti a um filme sobre as máfias de Leste. O realizador fez questâo de mencionar, antes da projecção, que o filme não era político. O tótó acha que nem tudo o que acontece, numa região onde politicamnete tudo corre mal, é político. Como se a política fosse um mal infrequentável e a realidade uma fatalidade irremediável. É só um aparte que se dissolve na ligeireza instalada. Fitas sofríveis em alegre convívio. É o que se pode arranjar.
A sala, incómoda até ao desespero, estava pouco frequentada. Segundo as informações fornecidas pelos serviços do evento, no ano passado passaram por lá 26 mil pessoas. Não percebo estas contas, mas não acredito nelas.