quarta-feira, 4 de junho de 2008
Para a engorda e depressa
A festa da "outra esquerda" foi uma alegria. O BE resolveu envolver o bardo socialista em crispada confraternização. Houve exaltação, emoção e ovação que ultrapassaram as expectativas. Confesso que não percebo porquê. Manuel Alegre utilizou a retórica de sempre. Nem uma ideia acrescentou ao chorrilho de "verdades" que vocifera, no seu estilo de vate insubmisso. O Bloco quer crescer. Esta foi a operação de marketing que lhe pareceu mais eficaz. O milhão de votos que Alegre guarda no bolso, e que de vez em quando agita para que a gente não se esqueça, já estão na reciclagem. Claro que esta agitação dá um jeitão, mas traz perigos óbvios. Quem não partilha da cartilha irresponsável de Alegre fica com pouca vontade de frequentar as festas do Bloco. Se o Bloco se quer transformar em partido de massas sem medir consequências, faça favor. É como um corpo: crescerá, mas para os lados. Engorda, fica doente e sem interesse. E as festas passam a ser uma tristeza.