segunda-feira, 23 de junho de 2008

Homens esquecidos


Morreu Albert Cossery. Tinha 92 anos muito bem vividos.  Escreveu apenas oito livros. Conheço os que a Antígona fez o favor de passar para português. Cinco ao todo. O meu preferido: "Os Homens Esquecidos de Deus". Pequenas histórias urbanas, perturbantes,  de um humor acutilante e demolidor.
Era egípcio, mas abraçou a língua francesa como forma de expressão privilegiada. Conheceu Henry Miller, Camus, Genet, Giacometti. Viveu quase toda a vida em Sant-Germain des Prés. Inveja? Claro. Mas com o reconhecimento e agradecimento pelas sugestões de vida deixados. Isso está nos seus livros. Chega. Vidas felizes não provocam invejas fúteis. Permitem-nos o contacto com as realidades que se transformam e nos transformam.
Merci, monsieur Albert.