REPRESENTAÇÕES DO TRABALHO | Esta exposição abre hoje no Iscte, e vai estar por lá até 30 de Junho. É uma oportunidade de observarmos inúmeras representações do que nos ocupa como trabalhadores. Centenas de objectos que se distribuem por cartazes promocionais de actividades profissionais, cartazes sindicais a apelar a lutas por melhores condições de trabalho, objectos representativos de ocupações de trabalho, documentos que autenticam profissões. Objectos, uns simpáticos, porque enternece a confirmação de profissões já sem representantes, mas que foram importantes e até decisivas para o funcionamento da sociedade; outros rudes, porque denunciam repressão ou atitudes selectivas e pouco democráticas. Mas é o trabalho como factor que molda as nossas vidas que está ali. Estes documentos e objectos documentais pertencem ao Arquivo Ephemera e a outros arquivos associados. Deixo aqui o primeiro parágrafo do excelente texto que José Pacheco Pereira (Arquivo Ephemera), escreveu para o documento que define a exposição:
"Nasce-se e morre-se. Nasce-se, vive-se e morre-se. Para uma pequena minoria, nasce-se, aprende-se e morre-se. Para quase todos os homens e mulheres, nasce-se, trabalha-se e morre-se. Em toda a história da humanidade o trabalho é aquilo que molda a vida de quase todos. Nos campos, nas minas, nas fábricas e oficinas, nos escritórios, nas escolas, no mar,
nas montanhas, nos rios, a presença humana tem a ver com o trabalho. E o trabalho é duro fisicamente, arriscado, brutal, doentio, indesejado na sua forma, aceite por obrigação ou necessidade, mas ter trabalho ou trabalhar permite sobreviver e, com muito esforço, viver. Não se escolhe na maioria dos casos onde e como se trabalha, raras vezes dá “alegria” e muito menos “felicidade”, mas o trabalho é também por isso um local de luta pelas condições de
o ter. Quando se tem salário e direitos, e se luta por isso, ter trabalho dá dignidade". [José Pacheco Pereira]
NOTA FINAL: O design de comunicação foi desenvolvida por nós, DDLX. A imagem foi desenvolvida a partir de um cartaz lançado em 1975, pela Intersindical. Representa um apelo a um militar, e é uma maneira de se abordar esse período que agora se comemora: 50 anos do 25 de Abril.
As fotografias mostram momentos da montagem de um dos cinco núcleos destas REPRESENTAÇÕES DO TRABALHO.