terça-feira, 31 de outubro de 2006

Prós e contras

A discussão sobre a Interrupção Voluntária da Gravidez não é uma simples discussão de ideias. Estamos inchados de conhecer os argumentos de uns e de outros. Parece verosímil que a aprovação por substantiva parte de dirigentes nacionais tem a ver com a falta de paciência de quem influencia no continente europeu. Não há pachorra para este cantinho de irredutíveis que insistem em deixar tudo como está. Há que mudar o que não faz sentido numa sociedade moderna e civilizada.
Não é o discurso politicamente básico do médico Gentil, mesmo munido do diploma de licenciatura, que nos vem esclarecer sobre o caminho a tomar. Nem a recentemente convertida aos bens das sociedades conservadoras e respeitadoras da moral e bons costumes cristãos, Zita Seabra. Mudar de opinião nunca fez mal a ninguém. É justo dar a mão à palmatória e reconhecer um erro. Mas ver a monja Zita fazer o pino para arrasar o que anos atrás defendeu com tanta convicção, causa alguma estranheza. Quando no partido que a acolheu, já não é segura a negação da justeza do que está em causa, vem esta senhora, qual porta-estandarte por ofício, assegurar que não se deve mexer no que está. Depois de tanta luta, esta revolucionária acabou por não perceber o quanto é hipócrita castigar quem já se sente tão culpado. Zita Seabra tem um intenso rol de serviços como agitadora de bandeiras. No PCP e na editora por onde passou, sempre içou esvoaçantes e bem visíveis estandartes. É preciso dar nas vistas para existir, defenderá. Mas, acima de tudo, parece que quer estar permanentemente zangada. Esta azeda criatura foi uma das escolhidas pelos irredutíveis aldeões, deste cantinho no fim da península, para sua porta-voz. E ela lá vai arranjando barricadas para as suas novas revoluções.
JTD

segunda-feira, 30 de outubro de 2006

Diz que é só uma gripe


A propaganda continua a ser o ABC de quem manda no regime ditatorial cubano. Sempre foi assim. Tentam meter-nos pelos olhos dentro o que já não tem qualquer razão para esse esforço. Fidel Castro apareceu na televisão para convencer o mundo de que está bem e é recomendável. Olhando o estado em que visivelmente se encontra, só mesmo com uma grande força de vontade é possível acreditar naquele catecismo. A revolução cubana não foi planeada para além da existência física do seu guia espiritual. O regime é uma espécie de empresa unipessoal. De tal forma que até foi cancelado um carnaval qualquer devido ao estado de "indisposição ligeira e temporária" do líder. Será que o homem quer ficar para galo-de-entrudo?
JTD

domingo, 29 de outubro de 2006

Sozinho em casa

A nota vem no Expresso de ontem: José Sócrates voltou a assumir o controlo da comunicação do Executivo. Fez bem. Se quer arrumar a casa não pode deixar a criançada (foi o ministro dos problemas económicos que disse que as suas próprias declarações tinham sido infantis), ao deus-dará, com acesso aos microfones dos crescidos. Há acessórios que não devem estar ao alcance dos "piquenos". Pelos vistos o primeiro-ministro sabe isso. Mas atenção: tudo tem conta e medida. Ficar "sozinho em casa" também pode ser perigoso.
JTD

sexta-feira, 27 de outubro de 2006

Onze artistas


Deparo com anúncios em jornais e em painéis de grandes dimensões: em Setúbal vão estar em exposição obras de artistas de vulto. Lado a lado Helena Almeida, Michael Biberstein, Fernando calhau, Alberto Carneiro, José Pedro Croft, Ana Hartely, Álvaro Lapa, António Palolo, João Queiroz, Rui Sanches e António Sena. Gosto particularmente das obras de Michael Biberstein, Fernando calhau, Rui Sanches e António Sena. Equipa de luxo em cidade em que pouco acontece a este nível. Os trabalhos podem ser visitados na AERSET, no antigo edifício do Banco de Portugal, na Avenida Luísa Todi. Esperemos que não seja apenas uma raquítica mostra pouco equilibrada, apenas com intenção representativa. Às vezes acontece. Cá estaremos para dar opinião no espaço para comentários, aí em baixo.
JTD
António Sena Imagem

quinta-feira, 26 de outubro de 2006

Sabonete Santa Comba

Vi um naco do programa dos portugueses fantásticos. Um naquinho mesmo, que ver aquela miséria do princípio ao fim é coisa de masoquista. Dona Elisa dá monumentais secas. Também lá estava o Saraiva, tio do outro, o do Sol, que também tem pancada como o sobrinho, e pensa que a História são as narrativas ficcionadas com que maça os incautos telespectadores que lhe dão crédito como historiador. Foi penoso ver Eduardo Lourenço, Mário Bettencourt Resendes e Ricardo Araújo Pereira no meio daquela tourada sem touros. Todos os outros foram como se esperava - feitos para aquele tipo de palhaçada. Mesmo aquele doutor de Coimbra que tudo fez para parecer diferente, não passou de sofrível opositor. Teve alguma laracha quando aludiu às fontes históricas em duelo com Saraiva salazarista. Claro que Saraiva não liga qualquer importância a essa coisa das fontes: Maçadores, estes historiadores. Acaba por ter graça, sem graça nenhuma, ver Salazar como produto televisivo elegível. Dias antes, em declarações à TSF, Fernando Rosas disse ter sido contactado para consultor do programa, mas recusou. "Isso é coisa para compromissos publicitários", disse. "A intenção é vender sabonetes". E é.
JTD

José Sommer Ribeiro


Antes da inauguração da exposição de Sonia Delaunay, às 18 horas, na Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva, será recordado José Sommer Ribeiro, grande obreiro daquela instituição, recentemente falecido. Justa homenagem a quem, de uma forma ímpar, tanto deu à Arte portuguesa.
JTD

Sonia Delaunay


É hoje inaugurada na Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva a exposição "Sonia Delaunay-Atelier Simultané 1923-1934".
A mostra estará à disposição de todos até ao dia 25 de Fevereiro do próximo ano. Aqui na casa fizemos o design de comunicação. Delaunay conheceu Vieira da Silva em Paris e entre elas desenvolveu-se uma intensa cumplicidade artística. Isso nota-se ao passearmos pelas suas obras. Imperdível.
JTD

Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva
Praça das Amoreiras, 56-58, Lisboa.
Segunda a sábado, das 11 às 19 horas.
Domingo, das 10 às 18 horas.

quarta-feira, 25 de outubro de 2006

A seca de sempre


O ministro do ambiente avança com a hipótese de aumentar o preço da água em caso de seca.
E, no caso de a água transbordar, prevê-se redução?
Hum... tirem o cavalinho da chuva.
Passamos a vida a fazer massa para um bolo que nunca provaremos.
Que seca!
JTD
David Hockney Imagem

terça-feira, 24 de outubro de 2006

A insustentável leveza da decência

Santana Lopes deu entrevista. Passou ontem na SIC-N à meia noite. Não vi, claro. A vida não dá para tudo e há que dar-lhe melhor uso.
Mas hoje nos jornais (os jornais não fazem parte dos meus desperdícios diários) li transcrições da dita. Uma delas bateu-me. Poderia ser incluída em texto de humorista. Aqui vai: "A política não pode ser feita assim. Como em tudo na vida, só vale a pena se for feita com decência, se for com verdade, se for bonito".
Conheço quem ainda se esteja a rir.
JTD

segunda-feira, 23 de outubro de 2006

Ligação directa


Sérgio Godinho em nova ligação com a realidade. Chamou-lhe "Ligação directa" e é isso mesmo - uma revelação de empatias com a sua realidade: amores, desamores, heróis e desencantos. Estou a gostar, mas vou lá voltar.
Os músicos que o acompanham são "Os assessores" e a estética da coisa foi entregue a Daniel Blaufuks (Fotografia) e Jorge Colombo (Design). É ouvi-lo, meus amigos.
JTD

Paraíso


A Coreia do Norte está a dividir o PCP. Kim Jong-il meme divide os corações dos comunistas portugueses: se uns o acham um pequerrucho amoroso e têm ganas de lhe beliscar as bochechas; outros acham-no um tirano inenarrável e afoitam vontade de lhe dar uns estalos. Uns estalos é o mínimo que a irritante criaturinha merece. O melhor mesmo era levar uma corrida em osso. Como é que ainda se faz a defesa de um dirigente político que nega direitos elementares aos seus cidadãos, quando cá se defendem, com unhas e dentes, direitos que para a maioria dos norte-coreanos seriam dádivas do paraíso, é que não dá para perceber.
JTD

domingo, 22 de outubro de 2006

Que farei quando tudo arde?

Marques Mendes acusa o primeiro-ministro de se esconder atrás dos ministros. E o dr. Mendes por onde tem andado? Escondido nas salas de professores? Pelos intervalos das manifestações? É aquele senhor agachadinho atrás da comunicação social?
Aparece agora porque pensa estar tudo em cacos. É mais fácil aproveitar a confusão do que gerir a oposição. Grande coisa. Assim também eu...
JTD

sábado, 21 de outubro de 2006

Riscos

O homem do Ministério da Economia que nos acusou de gastos excessivos em electricidade ainda não foi corrido.
Não percebo: se já teve os seus minutinhos de fama... Vá andando.
A performance que nos ofereceu até não correu mal de todo. Acabou por não fazer estragos. Mas deixa-lo assim à solta, num ministério tão sensível, não é arriscar demais?
JTD

sexta-feira, 20 de outubro de 2006

Verbalizações

Isto tinha que se dar: os absolutismos têm muitas vezes destas coisas quando executados por quem não tem trambelho no que diz. Não bastava o ministro dos problemas económicos mais o seu secretário de Estado esquecerem que, apesar de maiorias absolutas, é preciso não tratar o maralhal como mentecaptos ou delinquentes, vem agora José Lello, como porta-voz de qualquer coisa que não me lembro, dar muito pouca importância às opiniões na blogosfera sobre o convite aos representantes chineses no congresso socialista. A razão é simples: ninguém nos blogues foi eleito. Ou seja, quem não é eleito não deve ter voz. Lello defende a velha máxima: "A política é para os políticos e a minha política é o trabalho".
Em tempos foi dito que Sócrates não deixava falar os ministros. Por este andar talvez fosse melhor voltar a essa fórmula. É que eu, mesmo como blogger não eleito, garanto que durmo descansado com as declarações destes incontinentes verbais.
Se calhar o primeiro-ministro já não pode dizer o mesmo.
JTD

Debate do dia seguinte

O debate sobre a Interrupção Voluntária da Gravidez está, cá no burgo, no tempo da maria cachucha. Ainda andamos em interpretações de consciência, como se a consciência de cada um não fosse objecto para guardar no baú intimo. Talvez o mal esteja na opinião de quem quer estabelecer limitações às decisões alheias, impondo os desígnios da sua consciência. Se condenam o que é proposto, não o pratiquem. Propor o impedimento de outras atitudes baseadas noutras opiniões, suportados também por uma consciência, fingindo que o problema não existe, parece pouco respeitador das diferenças que temos o direito de praticar. Ninguém é pelo aborto como um objectivo a atingir. Mas decretar o que cada pessoa pode ou não fazer com o seu corpo, já não lembra ao diabo. O que também não lembra ao diabo, nem interessa ao menino Jesus, são as ideias da monja Zita. Mesmo que a gente se esforce, aquilo não dá para entender. Será que a campanha nos reserva surpresas?
Irá a torreira do debate trazer argumentos novos?
JTD

quinta-feira, 19 de outubro de 2006

Lura - M´bem Di Fora


Lura apresentou ao fim da tarde de hoje, na FNAC-Chiado, o seu mais recente trabalho M´bem Di Fora.
Nesta apresentação cantou cinco temas que apregoam bem a qualidade da sua música.
Quem conhece e gosta do trabalho desta lisboeta com raízes cabo-verdianas que decidiu ir ao encontro das origens, vai ficar contente com esta gravação. Eu gostei deste cheirinho na FNAC e o disco já cá canta.
Dizem que é a nova Cesária Évora. Creio que não - é a Lura.
JTD

Desligamos o quadro?


"São os consumidores que devem este dinheiro. Não é mais ninguém", foram eles "quem mais consumiu tarifas no passado e isso gerou défice", disse António Castro Guerra, secretário de Estado Adjunto do ministro da Economia, à TSF.
Ninguém é prefeito, mas este electricista do governo que nos culpa dos aumentos das tarifas, fez o interruptor em fanicos. Nem toda a gente tem condições para usar tempos de antena sem disparatar.
No Ministério da Ecomomia já vão dois. Temos que os aturar?
Não se pode desligar o quadro da electricidade?
JTD

quarta-feira, 18 de outubro de 2006

Vamos ali fazer uma visitinha à Fátima?

É que ela chegou agora mesmo aqui à aldeia e pode precisar de um raminho de salsa ou de outro tipo de ajuda.
Bora .
JTD

Sempre-em-festa

Não frequento os delírios de Filipe Lá Féria desde que ele deixou de frequentar a Casa da Comédia. O espavento revisteiro não me faz deslocar um centímetro. E o egocentrismo "sempre-em-festa" do encenador causa-me náuseas. De vez em quando escuto opiniões na imprensa que me confortam nesta distância. Na mais recente peça, "Música no coração", parece que vinga o popularucho à laia de fadinhos e piadinhas. Enquanto outras salas não enchem como mereciam, este "fadista" é a abarrotar. País de fadistas é o que é. Segundo relatos, o próprio Lá féria estimula uma entusiástica claque e por fim "improvisa" uma sessão de autógrafos para quem quer comprar o programa. A galhofa atinge alto patamar. Aquilo deve ser giro, deve.
JTD

terça-feira, 17 de outubro de 2006

O concurso acabou, senhores autarcas

O debate sobre a lei das finanças locais no "P´rós e contras", na RTP1, está a tornar-se esclarecedor. Ruas, o homem de Viseu que lidera os recalcitrantes autarcas, à falta de melhor argumento, alega a superioridade numérica dos seus apoiantes contra os que preferem a correcção da lei. Elogia-se o endividamento constante contra a necessidade da competência política. A irresponsabilidade tem um número. E é número grande. Mas parece que o autarco-milhões acabou. Não é possível criar excêntricos todos os mandatos.
JTD

segunda-feira, 16 de outubro de 2006

Relações comerciais

O PS já tem as suas FARC. Uma comitiva do PC chinês vai abrilhantar o recinto do congresso dos socialistas. Se calhar são relações comerciais: na Colômbia os "revolucionários" negoceiam em droga; em Portugal a droga dos chineses é outra. Mas não deixa de ser um bom negócio.
JTD

Já bastou o que bastou

O tal concurso estreou há bocado. Maria Elisa apresenta e botam opiniões os opinadores do costume. Foi sofrível. Desconfio que o "Botas de Santa Comba" não passa dos quartos de final. O ruído foi maior que o efeito. Esperemos que sim. Afinal, saudades dos proibicionismos não fazem parte do enxoval dos portugueses.
JTD

domingo, 15 de outubro de 2006

Portugal hoje

O que é capaz de ter graça no concurso que selecciona os portugueses bestiais de sempre, é percebermos o estado em que se encontram os de agora. Vai ser surpreendente, aposto.
JTD

sábado, 14 de outubro de 2006

Sampaio comunicação, lda

Já não havia pachorra para o homem como Presidente. Agora dizem por aí que dirigiu um jornal. Parece que foi só por um dia. Essa é a boa notícia. Imaginem que lhe tomava o gosto. Bem, talvez se safasse: com o gosto que declarou ter em estar e conversar com Santana, talvez o convidassem para dirigir uma edição de uma dessas revistas cor-de-rosa. Falem lá com o homem, vá. Ele está no mercado.
JTD

sexta-feira, 13 de outubro de 2006

E já foi publicado?

O ministro da economia anunciou o fim da crise. Caminhamos para a crescimento. Santana passou pelo mesmo: um dia acordou e tentou convencer os outros meninos que afinal o pai-natal existia. O bloco central tem as suas vedetas que sonham e levantam voo sem pára-quedas. Não há nada a fazer: optimistas sonhadores e bem remunerados esquecem facilmente crises e desgastes financeiros. Mas o homem é capaz de ter razão. Se calhar a crise vai ser extinta. Falta é a publicação dessa intenção no Diário da República. Tenham calma, está quase.
JTD

Os sonhos da gente



Uma iniciativa de arromba. A imagem divulgadora é da autoria de André Letria. Excelente.
www.faroldesonhos.pt

quinta-feira, 12 de outubro de 2006

Desenvolvimento, dizes tu

Agora até parece que o homem é um herói. Os elogios, até por parte de quem o criticou, surgem como torradinhas ao pequeno-almoço.
A Madeira era um sítio indescritível e agora é arejado e desenvolvido. Quer dizer: para desenvolver uma região é preciso ser boçal e mal-criado. Então mas, se em vez do soba, com as constantes injecções de dinheiro, estivesse no lugar dele alguém civilizado, aquilo não andava para a frente?
A política resulta melhor quando entregue a desbragados ordinários?
Quanto ao desenvolvimento da ilha-jardim, e consoante a noção de desenvolvimento, provavelmente nem todos teremos a mesma opinião.
JTD

E o melhor de todos é...

Anda por aí um grande falatório por causa de uma escolha qualquer. Parece que querem saber quais os melhores entre os portugueses. Provoca-me alguma confusão tão categórica definição. O que é isso de ser o melhor de todos? Como se define? O que é melhor para mim é também bom para o outro? Nunca percebi as regras deste campeonato. Ah, é um programa de televisão? Já podiam ter avisado. Lá em casa, as canalizações que ligam para essas moengas estão enferrujadas há muito tempo.
JTD

Cumplicidades

Tenho andado a pensar nisto: será que somos todos corruptos? O debate agora anda neste registo. E se calhar faz sentido. Eu, por exemplo, estaciono com frequência o carro na zona da Baixa-Chiado. Um simpático arrumador começou a fazer parte do grupo de pessoas que cumprimento por ali mesmo sem saber muito bem quem são, mas apenas pelo hábito de olharmos uns para os outros todos os dias. Resultante desta cumplicidade, o arrumador passou a esforçar-se na procura de um lugar para o objecto que me transporta. Consequentemente passei a retribuir-lhe o obséquio com uma moeda cada vez mais encorpada. Juro que também forneço devidamente o vigilante parquímetro, mas aquele pagamento extra pela facilidade na obtenção de um objectivo sabe-me bem. Será que sou corrupto? Como vou obter resposta para este tormento? A quem me dirijo? Informo-me na DECO sobre a legalidade e qualidade do serviço prestado pelo zeloso arrumador? Vou à Procuradoria? Pergunto no Palácio de Belém?
JTD

quarta-feira, 11 de outubro de 2006

Uma verdade

"Para se ser livre é necessária muita coragem (...) Os locais de trabalho, a vida política, a mera existência social, estão (basta olhar em volta) cheios de cobardes de sucesso"
Esta opinião de Manuel António Pina no Jornal de Notícias (dei por ela em citação no Público) é um bom contributo para o debate sobre a corrupção. Digo eu...
JTD

Ir para a rua

Um assessor comunicou que o Presidente ficou muito sensibilizado com os relatos de quatro prostitutas neste roteiro da inclusão. A enternecida revelação do assessor à comunicação social é de aplaudir. Cavaco percebeu que há um drama em cada mulher que sai "para a rua". Claro que não é preciso "ir às putas" para perceber a violência que faz carreira ao lado dessas mulheres. Relatos mais completos saem com frequência em orgãos informativos. Já para não falar nas narrativas literárias assentes em factos reais. Não acredito que Cavaco só o tenha percebido agora. Mas pode ter acontecido. É sabido que o Presidente não é muito dado a "perder tempo" com a leitura de jornais e assim.
JTD

terça-feira, 10 de outubro de 2006

O soba da ilha

E se a Madeira nos declarar guerra? Será que Sócrates contou com essa hipótese? Se não, irá Cavaco remediar a situação? Quem nos garante que o chefe tribal do Funchal não encetou já contactos com o chefe da Coreia do Norte? Ontem, Kim coreano revelou possuir armas eficazes, e Jardim madeirense é mesmo bom na escolha de material de guerra. Parece que ganhou uma guerra contra os cubanos e basta lembrar que há décadas que faz arremessos contra o "contenente", seja lá isso onde for. O que é certo é que ele continua no mesmíssimo lugar. O "contenente", com tanta ameaça, não deve estar em muito bom estado. Se é que ainda existe. Alguém sabe onde é? Será que fica perto da terra dos cubanos? Ou será tudo a mesma coisa?
JTD

Lux - 8º aniversário


O Lux faz hoje oito anos.
Parabéns.

segunda-feira, 9 de outubro de 2006

Hoje há testes

A Coreia do Norte fez testes nucleares. O povo deste país arauto dos "amanhãs que cantam" poderá estar na miséria efectiva, mas que importa? O desenvolvimento tecnológico em grande demonstração de poder é uma prioridade do regime, que segundo o velho Bernardino da Assembleia, até é democrático e recomenda-se. O "querido líder", grande vulto do pensamento norte-coreano, tudo faz pelo "socialismo científico" e a "solidariedade entre os povos". O povo é requisitado para as paradas militares em dias comemorativos, mas é depois desprezado e privado do que em todo o mundo civilizado são direitos básicos. Esquecer a pobreza em que vive a sua gente, exibindo a excelência da tecnologia de guerra, é a maior das misérias.
JTD

Tudo se resolve

Já não há "limbo" para ninguém. A Igreja Católica vai corrigindo assim, caso a caso, barbaridades e disparates em que multidões de católicos foram acreditando ao longo de séculos. Os seres chamados por Deus antes de atingirem a idade que lhes permite adquirir o conhecimento capaz para chegar ao Seu encontro, já não ficam naquela zona de ninguém onde nem se está com Deus, nem longe Dele. E assim é que está certo. Se é Deus que, com a morte, nos chama para junto de Si, que sentido tinha não saber depois onde colocar alguns dos convocados? Tudo se resolve, com boa vontade.
JTD

domingo, 8 de outubro de 2006

Assessores salvadores

Setúbal - A novel presidente quer mandar o pagamento das dívidas para as calendas gregas. A câmara está em crise. A caixa-forte do munícípio está nos fundos. Para que a gestão camarária seja mais eficaz é necessário contratar assessores. São eles o sal das autarquias. Que seria de nós sem os Namoras, os Demétrios e outros exigentes e documentados profissionais? À trupe foi agora associado mais um prestigiado elemento. Vem de Alcácer do Sal e era o candidato do partido de Jerónimo á liderança da câmara local. Também responde por Jerónimo. Acrescente-se Matias e temos nome artístico: Jerónimo Matias é o nome no novíssimo assessor da presidente da câmara, que sem saber ler nem escrever já foi presidente de uma junta de freguesia e vereador em Alcácer. Não se lhe reconhecendo transmissíveis conhecimentos, o que vai então fazer para a câmara? Provavelmente revelar a Dores Meira os atropelos que o levaram a perder todas as eleições a que se candidatou. Ou será que esta assessoria é apenas uma forma de empregar um camarada vitima da incompreensão das populações?
JTD

Públicas manteiguices

Sempre me meteu impressão o jornalismo "manteigueiro". Se é que se pode chamar jornalismo à comunicação social que vive nas bordas do prato dos socialites. Vem isto a propósito de um extenso lençol sobre a vida do "cronista" Carlos Castro nas folhas da namorada do PÚBLICO ao domingo - A PÚBLICA. O apologético evento jornalístico foi publicado no domingo passado e suscitou comentários de leitores, inseridos na revista de hoje. Uns elogiosos, chegando mesmo a classificar a criatura como um dos portugueses de que nos devemos orgulhar; outros lamentando a atenção prestada a tão ruim exemplo. Estou com os segundos. E ainda não percebi a intenção do jornal de José Manuel Fernandes. É este o trilho a seguir? Vamos eleger a imprensa do ódio cor-de-rosa como exemplo a tomar em consideração? Espero bem que não. Vamos sacudir a poeira e pereceber que há públicos e públicos, e o nosso PÚBLICO é outro. Tudo isto não passou de uma ocasional falta de assunto. O jornalismo é algo que passa ao lado de Carlos Castro. Se o sabemos, para quê fingir o contrário?
JTD

Anna Politkovskaya


Esta senhora incomodava. Os donos da Rússia não gostam de quem os incomoda. As decisões ainda se enquadram em vingativas leis imperiais. As tomadas de posse presidenciais mais parecem aclamações de disnáticos soberanos. Mas há russos, e russas, que não apreciam estes preparos. E dizem-no. A vida é o custo cobrado. Democracias há muitas. Parece que umas mais do que outras.
JTD

sábado, 7 de outubro de 2006

Lux, oito anos


O Lux nasceu há oito anos. Se bem me lembro, abriu nos dias seguintes ao encerramento da Expo. A Expo, através do projecto "Caminho do Oriente" apoiou a iniciativa. Andei por lá, em trabalho. E o Lux aí está. Na vanguarda dos grandes eventos, muito à frente na vontade de fazer diferente e surpreendente. Agora vai ser a festa do oitavo aniversário. O tema da folia é uma feliz combinação entre Fellini e Almodovar. Se fosse semelhante aos festejos do ano passado já seria impressionante, mas tudo leva a crer que as expectativas vão ser ultrapassadas. É já na terça-feira. Parabéns ao Manuel Reis e a toda a gente que faz o Lux em todos os dias do ano.
JTD

sexta-feira, 6 de outubro de 2006

Dizem que lá se fazem homens


Assaltos e agressões são uma constante entre ex-soldados.
Entre casos recentes e mediáticos: um outrora elemento de uma força de segurança nacional matou em série para os lados de Santa Comba Dão. Agora, em Setúbal, um ex-comando desesperado deu luz ao seu desespero travestindo-se de assaltante de bancos. Na intimidade dos lares surgem de vez em quando relatos de demonstrações de autoridade excessiva por parte de agentes de segurança. Segurança que não assiste a quem vive entre as mesmas paredes que eles.
Dizia-se que a ida para a tropa fazia homens. A tropa era apontada como receita para a falta de vivências que as famílias evidenciavam. Lá aprendia-se a ser homem, à força, é certo, mas aprendia-se. E as forças militarizadas eram "as autoridades". Com eles por perto não havia perigo. Afinal parece que não é bem assim. Todos erramos, mesmo os que são treinados para errar menos.
Lá fazem-se homens. Às vezes homens menos bons.
JTD
Luis Afonso Imagem, Público.

quinta-feira, 5 de outubro de 2006

Está-se bem

Quando nasci já havia República há 50 anos. Cresci durante 15 anos em ditadura. O resto, até hoje, é o que se tem visto. E do que tenho visto não me queixo. No regime reinante antes de 1910 também poderia vingar a democracia? Claro. Mas já que aqui estamos, e como não se imagina melhor sorte com representações monárquicas, para quê mudar? Como diz o refrão de uma canção popular: "P´ra melhor está bem, está bem. P´ra pior já basta assim".
Bom feriado.
JTD

O último a sair que feche a porta

Autarquias foram a congresso extraordinário. Muito pouco extraordinário, diga-se, já que estávamos carecas de saber o que iria ser decidido.
Os autarcas queixam-se de que a possibilidade de se endividarem encurtou. É esse o problema. O pessoal endivida-se, faz "obra", e depois quem cá ficar que se amanhe. Assim, com estes cortes, não há boneco para a fotografia. Chega-se ao fim do mandato sem material para incluir no folheto de propaganda.
Propaganda é o que mais preocupa estes autarcas. Puxar pela carola, pôr a imaginação a funcionar, é que é um problema. A razão é simples: não há maneira de encontrarem a função que estimula a criatividade. Claro que é muito mais fácil pedir dinheiro a quem o tem, esquecendo que quem o tem quer ganhar mais. Mas o que é que isso tem de mal? O último a sair que feche a porta.
JTD

quarta-feira, 4 de outubro de 2006

Dia Mundial do Animal

Hoje é dia dos animais. Dos designados irracionais, presumo.
De manhã, na TSF, ouvi uma reportagem sobre as dificuldades de uma associação de protecção de cães.
Os responsáveis pediam ração. Mensalmente uma tonelada é o que necessitam para satisfazer as necessidades alimentares dos internados. As dificuldades são comuns: a sociedade tem sérios problemas em assistir a seres com dificuldades. Tanto os racionais, como os irracionais. As chatices alastram de dia para dia. Ninguém diga que está bem.
Mas hoje, que vivam os irracionais.
JTD

terça-feira, 3 de outubro de 2006

Vamos à Baixa

A recuperação da Baixa-Chiado custa tanto como a ponte Vasco da Gama. É muita massa. Mas quem estava à espera que fosse barato?
Recuperar aquela zona é como construir uma ponte. Uma ponte para outra margem. Para o lado da qualificação, do desenvolvimento com respeito pela tradição. Tornar um sítio moderno e cosmopolita será caro, mas há pontes que têm que ser feitas.
O tempo urge. Parece que vai ser preciso muito, um ror de tempo para pôr aquela zona de Lisboa no nosso tempo.
A cidade mais bonita do mundo (é Henrique Villa-Matas que o diz, ali no canto superior direito), merece-o.
JTD

Deixai vir a mim as criancinhas

Um documentário da BBC revela a hipócrita (para não parecer excessivo), atitude do então Cardeal Ratzinger:
O actual Papa tudo fez, com manuais e tudo, para encobrir padres pedófilos.
É para isto que se defende tão piamente o direito à vida?
- Deixai vir a mim as criancinhas, que a gente depois trata do resto.
Não considerar isto grave, é grave.
JTD

segunda-feira, 2 de outubro de 2006

Wallpaper


Talvez a primeira boa notícia do mês. A Wallpaper de Outubro anda aí.
Uma década de design em festa.
Edição a não perder.
JTD