sexta-feira, 27 de outubro de 2006

Onze artistas


Deparo com anúncios em jornais e em painéis de grandes dimensões: em Setúbal vão estar em exposição obras de artistas de vulto. Lado a lado Helena Almeida, Michael Biberstein, Fernando calhau, Alberto Carneiro, José Pedro Croft, Ana Hartely, Álvaro Lapa, António Palolo, João Queiroz, Rui Sanches e António Sena. Gosto particularmente das obras de Michael Biberstein, Fernando calhau, Rui Sanches e António Sena. Equipa de luxo em cidade em que pouco acontece a este nível. Os trabalhos podem ser visitados na AERSET, no antigo edifício do Banco de Portugal, na Avenida Luísa Todi. Esperemos que não seja apenas uma raquítica mostra pouco equilibrada, apenas com intenção representativa. Às vezes acontece. Cá estaremos para dar opinião no espaço para comentários, aí em baixo.
JTD
António Sena Imagem

6 comentários:

Anónimo disse...

O prometido é devido. Fui hoje ver a exposição no ex-banco de Portugal. Os artistas são de primeira linha, muito bons mesmo. Mas é mais do mesmo. Quadrinhos com barbas, com todo o respeito. Continuamos a fazer coisinhas para manter entretidos os da província. Isso é pouco louvável. Não, não acertaram. Peço desculpa mas, é fraquinho, muito fraquinho.

Anónimo disse...

Caro José Teófilo, não posso concordar consigo...
O que são quadrinhos com barbas?

Vi uma exposição com desenho, pintura, e escultura. A escolha parece-me interessante, o catálogo tem um preço acessível (o que é raro), a montagem é cuidada.

É fácil dizer que é fraquinho, mas fraquinho é criticar sem pensar no contexto cultural de Setúbal, nos equipamentos culturais disponíveis.

Veja no catálogo a Srª Presidente a falar na inexistência de verbas, nas dificuldades que tentam ser ultrapassadas com vontade.

É curioso ver como o espírito portuguesinho vem logo ao de cima...

Gostava de saber o que para si seria uma boa exposição de arte contemporânea em Setúbal! (era saudável fazer uma proposta "sem barbas")

Aguardo!

Anónimo disse...

Cara miss, se há espírito portuguesinho não é com certeza o meu. Se conhece o meu percurso e opiniões (elas estão aqui no blogue), sabe-o.
Quando falo em quadros com barbas, falo dos quadros que ali estão: não tem nada que enganar. Conheco-os há anos. Claro que sou atento e até fui aluno, e sou amigo de alguns dos artistas representados. Mas acrescento que há produção recente muito interessante enquanto nõs andamos a mostrar o que tem "barbas". O que ali se encontra é uma passagem pela arte contemporânea; não é a arte contemporânea nas vertentes actuais. Quer proposta? Não é pedir muito? Já fiz, e repetidamente, propostas às instituições da cidade, em várias épocas, sem qualquer sucesso. Se quiser estou disponível para falar consigo sobre isso. Aqui, apesar de tudo um bocadinho em público, não.
Não li o catálogo. Mas se a senhora presidente fala lá da inexistência de verbas, só me confirma uma coisa: a total inabilidade política da presidente.
Desculpe discurdar de si, mas há muito mais para mostrar, de facto. Aquilo é o que já está reunido, logo mostrável. Sem trabalho de curador é possível fazer muita coisa. Não sei se com interesse.
Muito obrigado pelo seu comentário.

Anónimo disse...

Apesar de a minha opinião não ser de deslumbramento perante a exposição referida, note-se que considero de grande qualidade quase tudo o que a envolve. O catálogo, que não adquiri no dia da visita mas que voltei para o fazer, é de grande qualidade gráfica. Quanto aos artistas, já o disse e repito, são de topo. Todos. Só não me emocionei com a escolha em si. Não sou obrigado a reconhecer uma grande escolha, quando, sem título original que as situe, se apresentam obras que já não representam a produção desses próprios autores. O que ali está tem valor, e muito. O que me ofende, desculpem a violência da expressão, é a apresentação como grande acontecimento de nível nacional. Não é, e afirmá-lo é suburbano. Uma cidade a tão reduzida distância dos locais de produção original, não se pode contentar com mostras retrospectivas como se de uma grande iniciativa no âmbito das artes plásticas se tratasse. Quanto ao texto da senhora presidente da câmara, aqui referido pela visitante anónima, é uma espécie de relatório e contas do pelouro da cultura. Na parte final lá se refere à mostra. Penoso. O meu problema não é ser "portuguesinho bota-abaixo". O meu problema é que me esforço por ver, ouvir e ler muito mais, em muitos mais sítios e com maior exigência. O meu problema é que do que gosto, gosto mesmo muito. Estou disponível para debater tudo isto sempre que mo solicitarem.

Nota: Estas respostas são devidas à minha vontade de discutir estes assuntos. Noto que em circunstâncias regulares não respondo a comentários anónimos nem com pseudónimos engraçadinhos (será divertido, mas pouco sério). Com todo o respeito.

Anónimo disse...

O contexto cultural de Setúbal é ffraquinho, graças ao poder político. Os equipamentos culturais disponíveis são escassos graças á pouca importância que os autarcas dão à cultura - Setúbal não existe a esse nível. Estas produções são areia para os olhos das populações. É o eterno adiamento da fruição cultural.
Quanto às opiniões da presidente da cãmara, lamento-as tanto como lamento ela ser presidente.

Anónimo disse...

Já somos dois, Ernesto, tenho muita pena que D. Dores seja presidente da câmara da minha terra