Sempre me meteu impressão o jornalismo "manteigueiro". Se é que se pode chamar jornalismo à comunicação social que vive nas bordas do prato dos socialites. Vem isto a propósito de um extenso lençol sobre a vida do "cronista" Carlos Castro nas folhas da namorada do PÚBLICO ao domingo - A PÚBLICA. O apologético evento jornalístico foi publicado no domingo passado e suscitou comentários de leitores, inseridos na revista de hoje. Uns elogiosos, chegando mesmo a classificar a criatura como um dos portugueses de que nos devemos orgulhar; outros lamentando a atenção prestada a tão ruim exemplo. Estou com os segundos. E ainda não percebi a intenção do jornal de José Manuel Fernandes. É este o trilho a seguir? Vamos eleger a imprensa do ódio cor-de-rosa como exemplo a tomar em consideração? Espero bem que não. Vamos sacudir a poeira e pereceber que há públicos e públicos, e o nosso PÚBLICO é outro. Tudo isto não passou de uma ocasional falta de assunto. O jornalismo é algo que passa ao lado de Carlos Castro. Se o sabemos, para quê fingir o contrário?
JTD