O debate sobre a Interrupção Voluntária da Gravidez está, cá no burgo, no tempo da maria cachucha. Ainda andamos em interpretações de consciência, como se a consciência de cada um não fosse objecto para guardar no baú intimo. Talvez o mal esteja na opinião de quem quer estabelecer limitações às decisões alheias, impondo os desígnios da sua consciência. Se condenam o que é proposto, não o pratiquem. Propor o impedimento de outras atitudes baseadas noutras opiniões, suportados também por uma consciência, fingindo que o problema não existe, parece pouco respeitador das diferenças que temos o direito de praticar. Ninguém é pelo aborto como um objectivo a atingir. Mas decretar o que cada pessoa pode ou não fazer com o seu corpo, já não lembra ao diabo. O que também não lembra ao diabo, nem interessa ao menino Jesus, são as ideias da monja Zita. Mesmo que a gente se esforce, aquilo não dá para entender. Será que a campanha nos reserva surpresas?
Irá a torreira do debate trazer argumentos novos?
JTD