quinta-feira, 18 de setembro de 2025

Estes humanos são loucos

Estamos a regredir no respeito pela diferença. Há quem não queira conviver com quem vem de outras geografias. A tolerância é atacada pela agressividade racista. Mas não somos todos assim. Sempre houve quem se preocupasse em praticar a defesa da liberdade para toda a gente. Artistas, escritores, políticos e outros profissionais, de outras actividades, sempre manifestaram a vontade de estar com quem sofre e com quem deseja a liberdade e a fruição cultural.
O Dicionário da Invisibilidade pretende destapar o manto com que alguns tentam encobrir actividades e pessoas que as desenvolvem. Esta exposição de André Carrilho mostra 20 dos mencionados no Dicionário. Abre no próximo domingo, dia 21, às 18 horas, na Biblioteca e Arquivo, Município de Grândola. E vai haver conversa. Convidados.
 



 
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quarta-feira, 17 de setembro de 2025

A Festa vai começar

APRESENTAÇÃO DO PROGRAMA NESTA QUINTA-FEIRA, DIA 18, ÀS 11 HORAS.

Esta festa é única no mundo. Dirão vocês: isso é o que todos dizem. A Festa de cada um é sempre melhor do que a do outro. Muito bem, mas conhecem outro local em que uma disciplina artística espalha dez exposições pela cidade e arredores? Mostras de grande qualidade e que dialogam ao encontro d enovos públicos? A ilustração estimula o debate. Estes tempos que nos agridem, e que nos tentam anular, precisam desse debate. A Festa da Ilustração - Setúbal 2025 vai apresentar o programa nesta quinta-feira, às 11 horas, na Casa Da Cultura. Vamos entregar a todos os participantes um cartuxo com fichas lá dentro que explicam tudo. Os jornalistas já foram convocados, mas o convite estende-se a toda gente. Basta trazerem curiosidade. 

A Festa abre oficialmente dia 3 de outubro e permanece até ao fim de novembro. Temos o tempo preciso para conhecer o melhor que se faz em ilustração em Portugal. 
 
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segunda-feira, 15 de setembro de 2025

O líder das fascistas portugueses foi a um encontro de fascistas europeus, em Espanha, onde disse que não se pronunciava sobre a sua possível candidatura ao mais alto cargo do seu país por motivos patrióticos. Sobre isso falará em solo português. A palavra de Ventura vale muito, como todos sabemos. 

Mas o líder dos fascistas portugueses, num castelhano de feira, em delírio, aos berros, ameaça mandar para a prisão o primeiro-ministro de Espanha, país onde se encontra e não é o seu, e, mais grave ainda, elogia os delinquentes nazis que fizeram "caça aos imigrantes" no sul daquele país, há pouco tempo. Foram atacadas pessoas pacíficas, que se deslocavam com a sua família, ou que estavam em casa, só por serem imigrantes. Este elogio da delinquência já começa a ser vulgar em todo o mundo. Duterte, Bolsonaro, Trump e outros dirigentes fascistas já o fizeram recentemente. Mas por parte de um aspirante a líder do meu país... confesso que aquilo me tirou o sono. Arrepiou-me. Sem palavras para descrever tão vil atitude. E agora não me venham com aquela de que o pior é falar destas coisas: ignorar esta gente é o melhor. Não, não é. Quando temos um líder fascista que apela a atitudes fascistas. Quando temos um primeiro-ministro que se lhe assemelha, e um presidente do parlamento que acha que o delito é opinião, temos o perigo a espreitar por todas as frinchas. Acordem! Tenham medo. Isto está muito perto de correr muito mal.
 
Imagem do filme VIVA LA MUERTE de Fernando Arrabal
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domingo, 14 de setembro de 2025

O Futuro está a acontecer agora mesmo

Parece que nos encontrámos na sala lá de casa e continuámos a conversa de sempre. O Nuno Artur Silva escreveu este livro lindíssimo, muito bem embrulhado graficamente pelo André Letria, e a gente falou sobre tudo o que lá vem dentro com o Nuno e com o Manuel Falcão. Claro que estar ali a falar com o Nuno, com o Manuel e com tantos amigos que apareceram é um privilégio que se transforma em prazer. Estamos na presença de duas pessoas que trouxeram coisas novas para o país Portugal. E claro que depois de muito falarmos sobre a escrita passámos às outras vidas destas figuras singulares.

Nuno Artur Silva é responsável por muito do que se faz em comunicação e humor inteligente cá no burgo. Entrámos pelas Produções Fictícias adentro, passámos pelo seu tempo de governante, e chegámos ao presente quase sem dar por isso. O presente é assim uma espécie de exercício permanente dessa prática que se convencionou chamar futuro. O passado inscreve-se no nosso presente como adubo para a nossa consistência como cidadãos. Falámos das nossas catedrais de encontro onde o prazer de conviver se misturava com muitos conhecimentos e sentimentos. O Frágil e o Bairro Alto marcaram-nos. Também estivemos lá ontem à noite.
 
Manuel Falcão é um apaixonado por imagens e foi responsável por muito do que se fez em comunicação escrita. O Se7e e o Blitz fazem parte da nossa memória. A palavra saudade — eu odeio-a — surge aqui inevitavelmente em forma de lápide. Sem saudosismos bacocos, com contentamento, recordamos esse (bom) tempo. O dia de saída do Se7e e mais tarde do Blitz revestiam-me de entusiasmo. Falo por mim: eu, mal acordava, caminhava direitinho para o local de venda que se situava perto do (café) Tamar. Quando eram publicadas entrevistas ou notícias sobre José Afonso o entusiasmo crescia. As entrevistas a José Afonso eram literatura. E eu tinha o privilégio de muitas vezes me encontrar com ele no café. Falávamos das entrevistas ou do que fosse. Tudo o que esta imprensa nos forneceu fez-me crescer por dentro. Acho que se notava por fora. Falámos disto tudo.
 
Estes encontros tonificam-nos. Dão-nos alimento para aguentarmos os novos tempos que ameaçam a vida que construímos nestes cinquenta anos de liberdade e crescimento cultural, económico e de abertura para o mundo. O Nuno falou disso: o 25 de Abril deu-nos a liberdade na altura em que estávamos a descobrir o mundo todo. Crescemos nesse privilégio que se tornou exercício quotidiano. Queríamos conhecer outras músicas, outros livros, outros filmes, outras artes mais ousadas, outros sentires e outros fazeres. Fizemos muita coisa e queremos continuar a fazer. Que se danem os populistas que censuram e tentam tolher o que sentimos e fazemos. O tempo passa e a gente nem dá por isso. Sabem porquê, não sabem? É que a gente ainda aqui anda a fazer coisas. Como diz o Sérgio: "Ficar parado? Antes o poço da morte que tal sorte".
Muito obrigado, Nuno Artur Silva. Muito obrigado, Manuel Falcão. Esta conversa foi incrível. Já o disse, mas repito: estes encontros tonificam-nos. 
 
MUITO CÁ DE CASA | Foi ontem, dia 13, na Casa Da Cultura | Setúbal na sala José Afonso.
Fotografias de Ana Nogueira

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sexta-feira, 12 de setembro de 2025

Ainda não chega?

O líder da agremiação que se deveria chamar Partido Fascista Português, é um cretino e não se importa nada com isso porque sabe que está a falar para cretinos. 

Agora foi publicada sondagem que dá vantagem eleitoral aos fascistas. As intervenções do líder, mesmo mentindo descaradamente, vão ao encontro das cabecinhas ocas do seu eleitorado, Ele mente e eles também. Se o líder é humilhado porque a sua efusiva declaração é soez, eles solidarizam-se com o líder porque eles também são assim. No caso da famosa festa dos hamburgueres, inventada por Ventura, que decorre na Alemanha por iniciativa do presidente alemão, que pelos vistos é um devorador de hamburgueres e arrasta para a festança os seus homólogos, o fascista assegurou que o Chega votou contra a ida de Marcelo. Votou contra algo que não esteve em votação, portanto. Mas os eleitores engolem tudo e continuam a aplaudir o seu amado chefe. Indagado pelos jornalistas, admitiu o erro mas adiantou que se justificava a sua arrelia: o Presidente já fez mais de mil e quinhentas viagens. A Presidência da República desmentiu o número de viagens de lazer denunciadas pelo biltre, como é óbvio: as deslocações foram cento e sessenta, e Marcelo disse mesmo que se justificavam, como também é óbvio. Mas Ventura deve achar tudo isto uma vergonha nacional. Salazar é que sabia. Imaginava-se estadista sem nunca sair do buraco de São Bento. E até foi de propósito a uma exposição, em Londres, de Paula Rego, vejam só! Ainda se fosse para ver a seleção de futebol, mas uma exposição de arte?! Ventura disse isto com a pistola na ponta da língua. Cultura? Mas essa gente é toda de esquerda. É liquidá-los todos, já! Viva a santíssima ignorância.

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quinta-feira, 11 de setembro de 2025

Hoje há hamburgueres

Tenho um especial asco a hamburgueres. Aquilo aparentasse-me repugnante. Há décadas que não me passa pelo gargalo semelhante objecto gastronómico. Mas admito que me é mais repugnante o exercício retórico permanente do chefe fascista.

 Ventura pode não saber línguas e não ter cuidado com as traduções — e pode confundir a palavra alemã "Bürger" (cidadâo) com Hamburguer (coisa de comer) —, mas não confirmar antes de se pôr a dizer disparates é comportamento de idiota chapado que não quer saber se o que diz é mentira ou não. A mentir já ele está habituado, portanto que se lixe. Ventura é um idiota chapado. Umas vezes mente e sabe que o faz. Outras vezes mente sem o saber. Porquê? Porque é um cretino. Um idiota ridículo que muitos querem em primeiro-ministro. Havia de ser bonito. Já basta o que basta, como diz o povo.
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quarta-feira, 10 de setembro de 2025

O bombeiro da nação

"Queimar pessoas em praça pública, tomando conclusões precipitadas, é coisa que nunca farei na vida", disse o almirante/candidato. O almirante/candidato que repreendeu marinheiros subalternos em público, com as televisões e os jornais atentos e sedentos, vem agora defender Carlos Moedas, como se o indecoroso presidente da Câmara de Lisboa fosse alguém com quem se possa tomar um cafezinho a meio da manhã. Este almirante não é só um tatibitate. Este almirante, como candidato é um desastre, e como cidadão é um traste.

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terça-feira, 9 de setembro de 2025

Prémio Nobel da Paz para o Luís, já!



"O apelo, vindo de um país amigo, não cairá em saco roto". Foi o Luís que o disse. Xi estremeceu. O Luís fez o apelo à paz na Ucrânia, já que a proximidade entre Xi e Putin é clara, disse ainda "oije" mesmo o Luís num encontro com o presidente chinês. Agora é que é. Xi vai falar com Putin e a guerra acaba graças à intervenção firme do Luís. Trump que se cuide. O Luís é que ainda chega a Papa.

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O Diogo Ferreira escreveu a História da Freguesia do Sado. História de um sítio com muitas histórias para contar. Histórias alegres e histórias tristes. São as histórias locais que fazem a História do Mundo. É o que pretendo justificar como editor. Esta história deste local conta lutas, alegrias, vitórias e derrotas. É costume dizer-se que só é derrotado quem desiste de lutar. É verdade. Este livro conta histórias com frescura, com alegria. São histórias de gente que conhece o chão que pisa. Gente que vive com a autenticidade da verdade. 

José Afonso disse uma vez, em entrevista a Viriato Teles: "E nós, neste país, somos tão pouco corajosos que, qualquer dia, estamos reduzidos à condição de ‘homenzinhos’ e ‘mulherzinhas’. Temos é que ser gente, pá!". Ora, quem vai animar a festa é, nem mais nem menos do que Vitorino, um dos companheiro de músicas e outras intervenções de José Afonso. Vitorino conhece bem os ambientes que nos rodeiam. Canta-os como ninguém. Aponta problemas, denuncia maldades, conta histórias de traição e ódio, sempre contra o ódio. 

Vitorino participou numa das sessões "dois dedos de conversa com... "que organizámos no Círculo Cultural de Setúbal (situado no local onde hoje é a Casa da Cultura), no dia 31 de outubro de 1981. Já lá vão 41 anos. As imagens junto a este badalar mostram o cartaz e uma fotografia da dita sessão, da autoria de Jorge Santos. Vai ser um gosto recordar estas andanças com Vitorino.

E pronto, perdoem-me estes desabafos que convocam a saudade — sem saudosismo —, mas isto é mesmo assim: recordar o que de bom nos acontece faz-nos acreditar no que está para vir. Nem tudo pode ser mau, como querem os novos fascistas. A democracia vencerá. Estes testemunhos escritos mostram que é todos os dias que se faz a nossa história. A luta pela felicidade faz-se com alegria.

O lançamento/concerto é na próxima sexta-feira, dia 12 de setembro, no Moinho de Maré da Mourisca. Os participantes estão aí escarrapachados no cartaz. Participo diretor de arte e editor do livro. Agradeço em especial a Marlene Caetano, de quem partiu a ideia para a publicação do trabalho e a Diogo Ferreira, autor que investigou e fez a história. A história está muito bem contada. Tem histórias bonitas, esta História. O Poder Local Democrático deve ser apoiado como um dos orgulhos da nossa vida em liberdade. Vamos celebrar essa conquista. Até já. Sempre.

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Já não há pachorra

Estava eu a gabar o surpreendente pluralismo da CNN- Portugal, com a entrevista desta noite ao líder do PS, quando no cantinho superior direito do chamado pequeno ecrã surge a figura do timoneiro dos fascistas, em anúncio de entrevista para o dia seguinte. Muito contente e risonho, o chefe do exército de idiotas parece estar a gozar com aquele usurpador momentâneo do seu lugar permanente. 

Esta estratégia de promoção descarada e sem vergonha do líder fascista será vontade imposta pelos patrões do grupo de canais televisivos, desempenho jornalístico circense, ou pura e simplesmente imbecilidade em exibições sucessivas? É que competência profissional não é. Isto não é comunicar e contribuir para o debate democrático. Informar não é promover o seu guru, sempre vitorioso nestes encontros, precisamente porque a mentira e o insulto em gritante delírio são por ele usados como argumento justiceiro, para gáudio dos imbecis que o seguem. O grupo de fornecimentos comunicativos a que pertence este canal é porta-voz dos fascistas que vegetam por cá. A mentira e a desinformação estão na ordem do dia. Repugnante.
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segunda-feira, 8 de setembro de 2025

Sem erros

Carlos Moedas diz que não houve erro de qualquer espécie no acidente do Elevador da Glória. Pessoaliza o assunto aliando emoção pessoal ao drama das famílias das vítimas. O cinismo assiste-o. Inventa aproveitamentos políticos onde não existem. É ele que faz aproveitamento político. O discurso é palavreado barato e rasca. É sempre. Carlos Moedas é um político rasca. A entrevista que hoje deu a Clara de Sousa foi um exercício disso mesmo. Morreu muita gente. Os erros existiram, como é evidente. É a realidade que o diz. Só mesmo Moedas tem certezas do contrário. Mas o erro maior é Carlos Moedas continuar como presidente da edilidade lisboeta. Votar na direita é eleger estes tatibitates sem trambelho. Políticos de plástico, que é mais barato, como diria o poeta. 

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domingo, 7 de setembro de 2025

Sónia Martins

Agora foi a Sónia. Estamos a morrer muito. E cedo. Trabalhámos em algumas peças em que eu desenhei cenários e fiz a imagem gráfica de trabalhos para o TAS. Foi uma excelente actriz. Eu também gostava muito da sua voz. Uma vez até a convidei para dar esse dom a uma produção para rádio que concebi e dirigi. Era um anúncio para uma entidade turística que ficou singular e sofisticado. 
Aquela voz deu-lhe um som diferente. Em cena, a Sónia era um espanto. Sabia criar personagens únicas. Encarava drama ou comédia como respirava.
Há muito que não a via. Não sei o que aconteceu, mas este fim deixa-me sem mais palavras. Ficam as lembranças bonitas. É o que nos resta. Foi bom conhecer-te, Sónia. Obrigado por isso.
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sábado, 6 de setembro de 2025

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Eles andam aí

Estão a ser feitos contactos a partir de um número que exibe a minha fotografia. Caríssimas e caríssimos, não respondam, denunciem e bloqueiem. O número tem o indicativo de Angola, lugar onde nunca estive, mas de onde já fui incomodado por elementos do partido fascista Chega. Muito obrigado. Abraços.

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Moedas e Bogas, emprerendimentos

O acidente com o Elevador da Glória é um alerta. Claro que agora toda a gente está convencida de que uma tragédia desta dimensão não volta a acontecer. Tudo será feito para que a culpa morra solteira, para nossa vergonha alheia. Observando comportamentos e exigências dos protagonistas dos poderes públicos em situações anteriores, seria expectável uma responsável declaração de lamento pelo sucedido, seguida naturalmente por um pedido de demissão dos cargos onde estão sentados. 

Ao invés do expectável, assistimos a um verdadeiro desfile de vaidades. A grande capacidade de resolução do problema foi a grande vedeta desta tristeza profunda. Até assistimos a declarações destas: "somos campeões do desencarceramento", "somos os maiores nas perícias", e até houve um idiota ligado ao turismo e à sua promoção — pessoal e do dito — que falou no "lado bom" destes casos - "fala-se do país no estrangeiro". Ressalvo destas alarvidades auto-elogiosas os reparos aos comportamentos dos profissionais do Serviço Nacional de Saúde, mas esses a gente sabe que merecem todos os reconhecimentos, e não precisam para nada de elogios desta gente que quer anular o sistema. 

Moedas diz que Bogas tem que averiguar, e Bogas diz que já mandou alguém fazer isso. E ficamos assim. Como se estes dois opinadores de serviço, não tendo respostas para dar, não tivessem a obrigação moral e política de apresentarem a demissão, com a promessa irrevogável de não voltarem a esse local onde foram tão infelizes. Pelo contrário, desdobram-se e contorcem-se em manobras de malabarismo verbal barato. A incompetência alia-se à desfaçatez e à falta de vergonha. Estes políticos de meia-tigela, que se inscrevem na direita cada vez mais extrema, comportam-se como um um vulgar valdevinos a quem deram um fato e uma gravata e sentaram numa cadeirinha que tem rodas e que abda para trá, para a frente e para os lados. Estão encantados com esta sorte. E depois vão à missa agradecer a dádiva. Tenham juízo e um pingo de decência. É o mínimo, porque respeito por vocês já não temos. 

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quinta-feira, 4 de setembro de 2025

Armani

Desenhou uma outra moda. Eu diria que veio mostrar ao mundo da indústria das roupagens que o mínimo é que é sofisticado. Tudo o que lançou tinha a intenção da depuração. O minimalismo ilustrou a sua existência. O adorno, quando existia, parecia ironia. E essa ironia também se transformava em sofisticação. Os figurinos para cinema que traçou mudaram os filmes. Os aromas que criou agradam porque são agradáveis. Frescos. Tinha bom ar. Sabia comunicar. Li um livro que o apresenta e senti isso. Sinto por ele um grande respeito e admiração. Foi bom viver no seu tempo. Muito obrigado, senhor Armani.

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Setembros negros


Setembro é o mês em que se inicia muita coisa da nossa vida. Recomeçamos a trabalhar depois das férias de verão. Eu gosto de setembro, mas cada vez mais hesito quando digo isto. Foi em setembro que Salvador Allende foi deposto e morreu, por causa do golpe de estado protagonizado pelo militar fascista Pinochet. General muito secretamente elogiado pelos neoliberais de hoje que continuam a atacar a esquerda a que pertencia Allende. 

Foi também em setembro que se deu a tragédia das torres gémeas em Nova Iorque. Eu estava lá e testemunhei o drama. Imaginei o inicio de uma guerra. Mas todos percebemos que aquele acontecimento ficaria na nossa memória coletiva. O mundo mudou muito desde aí.

Claro que tragédias acontecem em qualquer altura do ano. Mas está a acontecer muita coisa má em setembro. O que aconteceu ontem com o elevador da Glória veio acrescentar mais um drama a este já sacrificado mês. Um dia normal, com sol, num sítio muito agradável, com pessoas em férias ou em trabalho, passa a ser um dia impossível de esquecer pelos piores motivos. Sou passageiro destes transportes. Sou utente deste elevador. Todos estamos sujeitos a estas situações. É a vida, diremos. A vida vale muito e deve ser bem vivida. Estas interrupções abruptas marcam-nos para sempre. Sem aproveitamentos políticos, devemos exigir que tudo seja esclarecido. Setembro fica ainda mais negro, com esta tragédia. 

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quarta-feira, 3 de setembro de 2025

Tragédia

Choque. Tristeza. Solidariedade.

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Imobiliário, para que te quero?

António Costa e Pedro Nuno Santos fizeram negócios imobiliários de conforto familiar. Foram por isso altamente observados e muito criticados pela comunicação social atenta e denunciadora. O assunto abria jornais televisivos e era motivo de debates intensos e agressivos. Parecia que trocar de casa e vender a casa anterior por maior valor, ou comprar casa de férias no campo, eram crime público de lesa-pátria. Uma vergonha para os protagonistas dos negócios imobiliários.

O actual chefe de governo tem um soma inacreditável de edifícios, adquiridos com toda a certeza por métodos financeiros lícitos, e essa soma inacreditável não merece atenção nenhuma dos ditos fazedores de opinião, muito pelo contrário: o que tem a gente a ver com os bens de cada um? 
 
Vivemos em plena prática do poder neoliberal. Sem necessidade de esconderijos ou disfarces. Agora só falta mesmo instalar-se o fascismo a sério proposto pelo partido Chega. O seu líder já avisou que "ainda não vimos nada" e avisa os seus seguidores que todos os que se lhe opõem "vão acabar". Ou seja: já se dizem as mais vis enormidades sem freio. Dizem-se e fazem-se. Resta-nos resistir e combater. Sempre.

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