Pela dignidade das pessoas que trabalham. Contra a indignidade proposta pela AD, IL e partido fascista unidos. Parar é preciso.
Pela dignidade das pessoas que trabalham. Contra a indignidade proposta pela AD, IL e partido fascista unidos. Parar é preciso.
A Ler. Texto de José Simões no derterrorist.blogs.sapo.pt
Também não quero saber de cançonetistas sexistas e foleiros a olho que inundam como tsunami estrados e monitores. Aí, o incómodo torna-se físico. Dói tanta alarvidade. Perante esta gente sem trambelho, mais vale sermos como os macacos japoneses. Ou então cantar-lhes a canção do Vitorino: "Não sei do que é que se trata, mas não concordo". Aos idiotas sexistas não se dá troco. E não se respeitam em debate. Combatem-se. É uma questão de higiene.
Morreu o José Afonso Furtado. Trabalhámos juntos num projeto editorial quando ele estava à frente do Instituto Português do Livro e da Leitura (actual Instituto Português do Livro e das Bibliotecas). Depois fomos trocando visitas a exposições e lançamentos. Ficámos amigos. Professor e investigador, foi também um fotógrafo com talentos particulares. Simpatia e humor sempre a assisti-lo. Era um ser humano excepcional. Perdemos muito com esta morte. Estou triste. Mas foi bom ter sido seu amigo. É bom termos pessoas assim por perto. Muito obrigado.
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As palavras unem-nos. Era Fernando Pessoa que dizia "A minha Pátria é a Língua Portuguesa". Laurie Anderson veio ao Porto, ao Rivoli, dar uma lição de cidadania. Para ela o Estado deixou de existir e assim perdeu o seu País. Estamos todos preocupados com o crescimento do fascismo. Estamos todos a perceber que o caminho é o da solidariedade contra o ódio. O nacionalismo provinciano, bairrista e estúpido está a minar meninges incautas. A Cultura pode ajudar-nos nesse combate. A preocupação política é atitude cultural.
Esta lição de Laurie Anderson foi mesmo um tratado de cidadania com música e alegria. Com atitude e dimensão cultural de grande qualidade. Assisti a esta intervenção arrepiado de emoção, mas com a alegria dos adultos que já não acreditam nas festas com balões e serpentinas. A nossa festa tem de ser contra os fascistas que nos querem calar. Contra os biltres que só pensam em ver os outros — os diferentes, como eles dizem — condenados ao abandono. Queremos viver todos juntos lutando pela felicidade. Sem fascistas. Os fascistas são odiosos. Só pensam no ódio.
Muito obrigado, Laurie Anderson. A humanidade precisa de si. Eu preciso.
Estar com José Afonso e Laurie Anderson é assim qualquer coisa que não acontece muitas vezes. José Afonso é recordado com abordagem ao seu último concerto no Coliseu de Lisboa. Laurie Anderson vai estar em carne e osso ali à minha frente. José Afonso ouvi-o muitas vezes. Laurie Anderson já não me passa pelos ouvidos — ao vivo, é claro —, desde um espectáculo também no dito Coliseu no início da última década do século passado. É sempre bom estar perto dos grandes artistas. Eu vou agora ao Porto ver e ouvir Laurie Anderson. E estou contente por isso.
Desde então estava previsto o desenvolvimento que agora me mobiliza. As palavras vão circular por outros lugares, agora em Portugal. Esta exposição de matérias transformadas — expressões visuais que convocam a pintura, a assamblage, o design e a instalação — usa as palavras, a literatura e a expressão oral, como motivo de aproximação à intervenção cidadã polvilhada pela estética visual. O meu trabalho vai ser agora mostrado na Biblioteca Camões. Convoquei os amigos. Tenho a sorte de conviver com gente que pensa bem e sabe o que diz. Vou estar com Viriato Teles, Fernando Cabral Martins e Jorge Abegão para andarmos em volta do trabalho de Fernando Pessoa e de José Afonso, os fornecedores das palavras que mais me impressionaram e influenciaram. A curadoria é assegurada pela Ana Nogueira. É em fevereiro de 2026 que tudo isto vai acontecer. Iremos falando.
No próximo sábado vamos conversar com André Ruivo no lugar onde ele tem a exposição BUG, inserida na Festa da Ilustração. A ideia é falarmos das publicações ilustradas do André. A mais recente — a semana — tem texto de Tiago Guerreiro e o Tiago vai estar a conversar com o André e comigo. Vamos todos conversar e olhar os trabalhos do André. Mas outras edições estarão disponíveis. Estas conversas são muito bem ilustradas e carregadas de boa disposição. É na Casa Bocage às quatro da tarde. Apareçam.