sábado, 22 de novembro de 2025

Parar para travar a ignomínia

Pela dignidade das pessoas que trabalham. Contra a indignidade proposta pela AD, IL e partido fascista unidos. Parar é preciso.

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sexta-feira, 21 de novembro de 2025

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quinta-feira, 20 de novembro de 2025

É política, estúpido

A esquerda tem de assumir a sua vontade de dar a volta aos atropelos da direita. A atual direita defende o passado. Mas já existiu uma direita mais decente. Francisco Sá Carneiro dizia: "Nós, Partido Social Democrata não temos qualquer afinidade com as forças de direita, nós não vamos nem seremos nunca uma força de direita". Mas o então presidente do PPD/PSD não foi respeitado. No seu tempo, o dito partido deixou de ser PPD para passar a ser também PSD, acrescentando assim a ideia social-democrata ao discurso. A social-democracia nunca foi um projeto de direita. Os PPs sim. O atual PPD/PSD é reacionário até ao osso. Montenegro aconchega-se ao Chega e à IL em cenas sem fim. Mas os seus correligionários nos sindicatos parecem não estar com ele cegamente. Os ajustes às leis do trabalho são um atentado à mão armada à vida civilizada das pessoas. Claro que o partido fascista e o outro que anda lá por perto entram em transe delirante com este atentado. 
 
É aqui que entra a esquerda. A esquerda deve fazer política. Sim, POLÍTICA. As greves são políticas? Claro, queriam que fossem o quê? Religião? Divertimento? Passatempo? É a política que rege a nossa vida. As políticas de direita gerem-na mal. É a esquerda que tem alternativas e defende os direitos das pessoas. A direita defende o direito dos ricos explorarem à vontadinha quem trabalha, rejeitando o seu direito à felicidade. Isto que aqui digo não é basismo ideológico populista. É atitude política, filosófica e social. É razoabilidade de esquerda. Uma greve geral é atitude política, sim. Tudo o que mexe com os nossos direitos é política. O resto é conversa da treta entre parolos sem tino.
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quarta-feira, 19 de novembro de 2025

Receituário

A Ler. Texto de José Simões no derterrorist.blogs.sapo.pt

MAUS | Um polícia sodomizou um sem-abrigo com o bastão, obrigando-o depois a cheirar, enquanto os colegas filmavam com o telemóvel e riam. Não abriu telejornais, não mereceu uma interrupção da emissão pelas televisões, todas, para ouvir o que o taberneiro tinha para dizer porque o taberneiro não tinha nada para dizer. Mereceu um quadradinho de primeira página no Jornal de Notícias. Nas redes não houve o habitual cão de Pavlov, concertado, nas contas afectas ao partido da taberna. O javali nada disse, a neta monhé casada com o cadastrado ficou calada, o sobrinho do padre bombista mudo ficou, o veterinário difamador e condenado não gravou um clip enquanto conduzia, o monárquico da Lista Pública de Execuções ficou a cofiar o bigode, o Nunes que não é Nunes atrás de uma conta falsa népias, o Taxas eclipsou-se. Ciganos, Bangladesh, bandidagem, imigrantes, corrupção, corrupção, bandidagem, Bangladesh, ciganos, a lei e a ordem ficam para melhor oportunidade. São genuinamente maus. 
 
[Vamos deitar-nos a adivinhar em que partido os três bandidos disfarçados de polícias votam?]
 
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terça-feira, 18 de novembro de 2025

Apologia dos três macacos sábios


NÃO SEI DO QUE É QUE SE TRATA, MAS NÃO CONCORDO | Já todos percebemos que isto está tudo lixado. Valores de ontem são hoje atropelos. A decência política, a defesa de valores culturais e de valorização da ciência estão em desuso. Agora grita-se e esbraceja-se pela defesa do ódio e do ajustamento egoísta ao indivíduo em acção unipessoal. Quere-se ter tudo. Ir mais além, sempre. Coaching e auto-ajuda ajudam. A contemplação, o pensamento, o desfrutar da arte, da leitura, da música deixaram de ser prioridade educativa e de elevação cultural. Só se dá valor a essas inutilidades se forem úteis financeiramente. Muito úteis, de preferência. De resto, a Inteligência artificial resolve tudo. A preguiça está na moda. Já se elogia a cópia e o plágio. É a nova curiosidade intelectual do basta ir à aplicação no google para sermos esclarecidos oradores e influenciadores de referência.

Digo isto porque cheguei a uma conclusão que me agrada. Perante a alarvidade faço como os três macacos sábios japoneses. Não vejo, não oiço e não falo do que me agride de maneira alarve. É por isso que não comento o que fazem alguns craques famosos — agora chama-se Influencers — que exibem atitudes que incomodam tantos dos meus amigos: quero lá saber do idiota bilionário que tem os melhores pés para o jogo da bola. Representa-me no mundo? É motivo para nos orgulharmos? O caraças. Quer conhecer o traste americano? Vai ter com ele? O que há para dizer de dois cretinos famosos e ricos que se revelam em vocabulário das histórias do coelhinho que foi com o palhaço e com o pai-natal ao circo?
Já que estou com a mão na bola: também não quero saber de quem ganha ou perde os debates com o energúmeno que se candidata a Presidente de uma República que diz defender — inchado de palavroso patriotismo —, mas que não sabe o que isso é, nem sabe muito bem o que quer, nem o que diz, apesar de ser um qualificado (em asneiras) professor doutor da mula ruça. O que é que se aprende ouvindo uma besta quadrada, que tudo discute como se estivesse a vociferar nas bancadas futebolísticas?

Também não quero saber de cançonetistas sexistas e foleiros a olho que inundam como tsunami estrados e monitores. Aí, o incómodo torna-se físico. Dói tanta alarvidade. Perante esta gente sem trambelho, mais vale sermos como os macacos japoneses. Ou então cantar-lhes a canção do Vitorino: "Não sei do que é que se trata, mas não concordo". Aos idiotas sexistas não se dá troco. E não se respeitam em debate. Combatem-se. É uma questão de higiene.

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segunda-feira, 17 de novembro de 2025

Design de comunicação


Da série Grandes Capas. The Guardian weekly. Art by Steven Wilson.

Design de comunicação


Da série Grandes Capas. POLITICO. Art by Eva Bee.


domingo, 16 de novembro de 2025

José Afonso Furtado

Morreu o José Afonso Furtado. Trabalhámos juntos num projeto editorial quando ele estava à frente do Instituto Português do Livro e da Leitura (actual Instituto Português do Livro e das Bibliotecas). Depois fomos trocando visitas a exposições e lançamentos. Ficámos amigos. Professor e investigador, foi também um fotógrafo com talentos particulares. Simpatia e humor sempre a assisti-lo. Era um ser humano excepcional. Perdemos muito com esta morte. Estou triste. Mas foi bom ter sido seu amigo. É bom termos pessoas assim por perto. Muito obrigado.

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sábado, 15 de novembro de 2025

Laurie Anderson ou o triunfo das palavras

As palavras unem-nos. Era Fernando Pessoa que dizia "A minha Pátria é a Língua Portuguesa". Laurie Anderson veio ao Porto, ao Rivoli, dar uma lição de cidadania. Para ela o Estado deixou de existir e assim perdeu o seu País. Estamos todos preocupados com o crescimento do fascismo. Estamos todos a perceber que o caminho é o da solidariedade contra o ódio. O nacionalismo provinciano, bairrista e estúpido está a minar meninges incautas. A Cultura pode ajudar-nos nesse combate. A preocupação política é atitude cultural.

Esta lição de Laurie Anderson foi mesmo um tratado de cidadania com música e alegria. Com atitude e dimensão cultural de grande qualidade. Assisti a esta intervenção arrepiado de emoção, mas com a alegria dos adultos que já não acreditam nas festas com balões e serpentinas. A nossa festa tem de ser contra os fascistas que nos querem calar. Contra os biltres que só pensam em ver os outros — os diferentes, como eles dizem — condenados ao abandono. Queremos viver todos juntos lutando pela felicidade. Sem fascistas. Os fascistas são odiosos. Só pensam no ódio.
Muito obrigado, Laurie Anderson. A humanidade precisa de si. Eu preciso. 


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quarta-feira, 12 de novembro de 2025

Mudam-se os tempos...



MUDAM-SE AS VONTADES | Os dramas sucedem-se. As trapalhadas parecem não ter fim. Falamos de vidas de pessoas que a ministra trata como não-pessoas ou como pessoas assim-assim. Já são muitos casos, muitos com mortes. A senhora ministra da (pouca) saúde não tem culpa. Está às ordens do presidente do conselho de ministros que prometeu resolver todos os problemas do Serviço Nacional de Saúde num ápice.

Percebe-se que o líder de um partido que votou contra o Serviço Nacional de Saúde queira dar cabo dele. As seguradoras e os serviços privados estão encantados com o seu homem (de negócios) no governo da nação. A exigência com os serviços de saúde já não é o que era. Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades. As vontades são diferentes, de facto. Marta Temido demitiu-se porque uma grávida teve o parto numa ambulância. O inenarrável (agora ministro) Miguel Pinto Luz, saiu-se ligeiro com esta elegante tirada:" já vai tarde". Muitos membros do partido atualmente no poder saíram em delírio justiceiro. Agora, que dominam em todo o espectro político — Presidência da República, Governo, Poder autárquico — já não são rigorosos com a exigência. Agora, que morrem pessoas. Às vezes penso nisto: o que seria de nós se tivesse sido esta gente a governar no tempo da pandemia. Não, é melhor não pensarmos nisso. 
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Eu vou

Estar com José Afonso e Laurie Anderson é assim qualquer coisa que não acontece muitas vezes. José Afonso é recordado com abordagem ao seu último concerto no Coliseu de Lisboa. Laurie Anderson vai estar em carne e osso ali à minha frente. José Afonso ouvi-o muitas vezes. Laurie Anderson já não me passa pelos ouvidos — ao vivo, é claro —, desde um espectáculo também no dito Coliseu no início da última década do século passado. É sempre bom estar perto dos grandes artistas. Eu vou agora ao Porto ver e ouvir Laurie Anderson. E estou contente por isso.

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terça-feira, 11 de novembro de 2025

Design de comunicação


Da série grandes capas.
O que fazer quando a democracia está em perigo?
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segunda-feira, 10 de novembro de 2025

A palavra precisa de ternura

Tudo começou em Montpellier em abril de 2025. O convite foi feito por Tito Mota, dirigente da instituição Casa Amadis. A minha exposição — LES MOTS —, ocupou o Espace Jacques 1er d'Aragon, onde recebemos o presidente da Câmara local, Michaël Delafosse, autarca de referência na Europa e esperança da esquerda francesa.

Desde então estava previsto o desenvolvimento que agora me mobiliza. As palavras vão circular por outros lugares, agora em Portugal. Esta exposição de matérias transformadas — expressões visuais que convocam a pintura, a assamblage, o design e a instalação — usa as palavras, a literatura e a expressão oral, como motivo de aproximação à intervenção cidadã polvilhada pela estética visual. O meu trabalho vai ser agora mostrado na Biblioteca Camões. Convoquei os amigos. Tenho a sorte de conviver com gente que pensa bem e sabe o que diz. Vou estar com Viriato Teles, Fernando Cabral Martins e Jorge Abegão para andarmos em volta do trabalho de Fernando Pessoa e de José Afonso, os fornecedores das palavras que mais me impressionaram e influenciaram. A curadoria é assegurada pela Ana Nogueira. É em fevereiro de 2026 que tudo isto vai acontecer. Iremos falando.

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domingo, 9 de novembro de 2025

A semana do André

No próximo sábado vamos conversar com André Ruivo no lugar onde ele tem a exposição BUG, inserida na Festa da Ilustração. A ideia é falarmos das publicações ilustradas do André. A mais recente — a semana — tem texto de Tiago Guerreiro e o Tiago vai estar a conversar com o André e comigo. Vamos todos conversar e olhar os trabalhos do André. Mas outras edições estarão disponíveis. Estas conversas são muito bem ilustradas e carregadas de boa disposição. É na Casa Bocage às quatro da tarde. Apareçam. 

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sábado, 8 de novembro de 2025

A bem da noção

Não sou adepto do estar calado perante a ameaça. Não consigo ignorar o que nos agride. Mas tenho a impressão que a maneira de se reagir às mentiras e invenções dos novos fascistas tem que ser pensada. Já percebemos que a mentira funciona junto do povo que aplaude de pé o ódio e a desfaçatez racista. A apologia do "eu e o meu amigo é que sabemos", atitude definidora do egoísmo conservador que se instalou no Estado Novo, é recomendada pelos novos fascistas que agora até têm partido legal e com representação parlamentar. Uma tasca rasca que ali se estabeleceu.

Salazar instituiu a modalidade. Ventura quer regressar a esse estado. O domínio da "cunha" e da "palmadinha nas costas" que aprova a influência que decide. Salazar deixava que pedófilos praticassem as maiores atrocidades em coutadas secretas. O famoso "Ballet Rose" era motivo de regozijo entre os praticantes. Salazar mandava prender quem denunciasse. Dava ordens diretamente à PIDE. Denuncias só mesmo das atividades da resistência. Salazar permitia que os grandes negócios fossem dirigidos pelos amigos do regime. Tudo foi permitido aos senhores da indústria. Uma ditadura só medra na corrupção. Quando o novel fascista fala dos "três salazares" está a balbuciar o que desejam os saudosistas desse tempo em que andava tudo a toque de caixa. Não era a corrupção que era combatida, muito pelo contrário, a corrupção era estimulada, como convém em ditadura. Salazar mandava matar. Foi um criminoso. Um ditador é sempre um criminoso. Desprezava a cultura e as artes. Os artistas eram exilados. O novo líder dos fascistas portugueses também despreza artistas e a cultura em geral. Uma inutilidade que o povo dispensa. Desprezava os pobres. Desprezava os africanos. Havia um bilhete de identidade mais restritivo para "portugueses de segunda". Salazar disse um dia: "Ensiná-los a ler? Para quê?". A apologia da ignorância fica-lhes a matar.
O inefável "historiador" salazarista José Hermano Saraiva dizia que Salazar era um antifascista, ilustrando essa ideia com as maiores alarvidades performativas que a ausência de noção do ridículo lhe permitiam. Não, tal como Salazar, os seus novos defensores são fascistas. Parece não terem ideologia, mas têm. Steve Bennon tratou de atualizar as premissas. Eles seguem a cartilha dos velhos nazi-fascistas animados pelos novos tempos que lhes parecem correr de feição. São os novos fascistas, com novas roupagens e verborreias. A coisa está a resultar em muitos lugares. Nova Iorque foi um atropelo que pôs Trump e outros figurões de todo o mundo num desalinho pegado. A nós, dá-nos esperança.
Não, a solução não é ignorá-los. A solução é combatê-los. Sempre. Havemos de encontrar as boas práticas de combate ao novo fascismo. Desistir, nunca. Os apoiantes seriam as primeiras vítimas. mas a ignorância cega-os. Salazar não faz cá falta nenhuma. Nunca fez. Abram os olhos e aproximem-se da decência. Ou vão vegetar para longe. O fascismo e os fascistas que se lixem. Democracia e liberdade, sempre!

Os cartoons são de João Abel Manta, que topou bem o "tiraninho", como lhe chamou Fernando Pessoa. Incluem-se num soberbo álbum — Caricaturas Portuguesas dos Anos de Salazar — reeditado pelas Edições tinta-da-china.
 




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quinta-feira, 6 de novembro de 2025

Receituário

LABIRINTOS NA INFÂNCIA | Acreditem que vale mesmo a pena irmos até lá. O Teatro do Montemuro vai estar no Centro Cultural do Poceirão com a peça GAME OVER, para nos mostrar por pequenos gestos, movimentos maiores e palavras justas, uma preocupação muito dos nossos dias. Este grupo é um dos meus escolhidos para olhar, reflectir e tentar perceber situações que presenciamos com preocupação. O texto é de José Tiago Baptista, a encenação de Abel Duarte e é posta no estrado por Cristiana Sousa e Paulo Duarte.

Diz a sinopse:
Esta é a história de uma criança que se transformou em boneco.
Era tão obcecada por computadores, internet e jogos que até tinha uma mascote sua. O sonho dela era ser igual ao seu ídolo. O ídolo do seu jogo. Um dia sentiu-se presa dentro do jogo, que lhe parecia um labirinto sem saída, onde não tinha poderes sobre si, onde alguém o guiava pelos caminhos de descoberta, onde o único objetivo era subir o nível. Não descansava, não parava, sempre em movimento. Necessitava descansar, a energia começa a descarregar e terminar e depois o que será? Os segundos passam muito rápido, sentia-se sem forças para continuar, estava sufocada. O que está a acontecer? Vou perder? Vou morrer?
GAME OVER
Silêncio. Acordou de um sonho? Ou de uma outra vida?
O que pretendemos transmitir com este projeto didático é alertar para a importância da internet e das suas funções como ferramenta de trabalho. Ao mesmo tempo, alertar para o perigo das crianças se deixarem levar por várias formas que estão ao alcance delas e que as podem levar a ficarem dependentes disso mesmo.
Texto: José Tiago Baptista
Encenação: Abel Duarte
Interpretação:Paulo Duarte
Cenografia e Figurinos: Abel Duarte, Carlos Cal, Cristiana Sousa, Eduardo Correia, José José e Maria da Conceição Almeida
Técnica: Abel Duarte e José José
Produção: Abel Duarte e Sofia Macedo
Comunicação: Joana Miranda
Cartaz, Fotografia e Vídeo: Luís Belo
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