sábado, 17 de maio de 2025

Bico calado

Parece que hoje não se pode dizer nada. É por isso que me vou limitar a colocar aqui este cartaz irrelevante, que não se mete em política. Hoje não posso dizer que é importante reduzir a um arroto pouco sonoro o pantomineiro de serviço à campanha do partido fascista. Se o ridículo matasse, o parolo nem teria nascido. 

Não tenhamos dúvidas; as sondagens são campanha eleitoral. O eleitorado flutuante é quem mais ordena. As sondagens dão jeito a essa massa que procura vencedores. A ignorância é atrevida e vota. E chora e lamenta-se. É preciso reagir à apologia do imobilismo. É preciso votar contra os fascistas que crescem regados pela ignorância que sempre andou por aí. Não deixemos crescer a erva daninha.

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sexta-feira, 16 de maio de 2025

Quem boa cama fizer nela se deita

Esta seria frase que a minha avó encontraria para classificar estas opções eleitorais. A sondagem hoje revelada pelo Público coloca o vigarista de bairro como vencedor absoluto desde que se alie aos ajustadores "mileinistas" da IL. E o escroque fascista dos chiliques desce mas pouco, apesar das "mariquices" exibidas (para usar a sua linguagem troglodita).

Claro que as sondagens valem o que valem, e cada um dá valor ao que lhe der na gana, mas tudo indica que há uma percentagem elevada do nosso povo que não se importa de ser governado por um vigarista sem escrúpulos, que mantém negócios manhosos mas altamente lucrativos, mesmo quando é primeiro-ministro e não tem medo de ninguém, nem está para perder tempo com rigores democráticos e republicanos, que isto é mesmo assim. Claro que a AD não vai conseguir aplicar o programa já à partida irrealista, aliada ao programa também irrealista mas no sentido contrário dos severos neoliberais. São todos neoliberais, é certo, mas uns mais neoliberais do que outros. Quanto às sondagens, que valem o que valem, espero que lhes cague o cão no caminho, como dizem os antigos.

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Miguel de Castro

Vamos Conversar sobre Miguel de Castro e sobre a sua poesia. Vamos conversar das suas relações de amizade com outros grandes poetas portugueses. Da sua exigência e da sua ousadia estética. Miguel de Castro é um grande poeta em qualquer parte do mundo. Vamos conhecer os autores que o influenciaram. Vamos falar de Literatura autêntica, sem falsos aromas e sem rodriguinhos. Vai ser neste sábado, às quatro horas da tarde, na Biblioteca Pública Municipal de
Setúbal. Apareçam.

O POEMA
Diante da brancura do papel
Aguardo a inspiração... Depois começo
Por tropeçar no meu verso:
Um súbito calor arde-me a pele,
E chegam as palavras em tropel
Como crianças. Muitas aborreço.
Não servem as metáforas que teço...
Outras esperam como num bordel.
Não sei o que fazer no meu desgosto.
E transpiro na hora de escolher
As palavras que surgem de repente
E tenho de escrever a contragosto.
E o meu poema acaba por nascer,
Sem saber como, ali, na minha frente!
Miguel de Castro, OS SONETOS. Estuário, 2002

quarta-feira, 14 de maio de 2025

Coitadinhos dos fascistazinhos


O povo gosta de vítimas. Agora os fascistas são uns choramingas. Puseram de lado as botas cardadas. Querem ser os coitadinhos da parada. Pensam assim entrar melhor no coração e cérebro (os que têm um) dos que elegem energúmenos em número elevado. Tão fofinhos que são os fascistazinhos. Quem quer votar no fascistazinho, que é tão rico e bonitinho?

terça-feira, 13 de maio de 2025

Há homens que lutam um dia e são bons, há outros que lutam um ano e são melhores, há os que lutam muitos anos e são muito bons. Mas há os que lutam toda a vida e estes são imprescindíveis. Bertolt Brecht

Design de comunicação

 ALDA ROSA | É apresentado hoje, no MUDE - Museu do Design. Imperdível.

segunda-feira, 12 de maio de 2025

Design de comunicação

Da série Grandes Capas. The Guardian.


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domingo, 11 de maio de 2025

Não é não!


Vigaristas de bairro, mentirosos compulsivos e outros inventores de histórias fantásticas arrastam-se por canais e redes de comunicação nas suas campanhas de vitimização e apelos ao voto. São descaradamente mentirosos, arrogantes, malabaristas de um circo caduco e triste. Não, não são estabilidade e muito menos progresso. São garantia de um tenebroso regresso a um passado que apontam como caminhos perfeitos.

Cavaco e Passos vieram dar a sua mãozinha aos novos palhaços que saltam na arena desse circo. Cavaco, o primeiro-ministro que considerou Nelson Mandela terrorista, juntamente com Thatcher e Reagan, e que, como Presidente, se recusou a autorizar uma pensão a um Salgueiro Maia doente, atribuindo condecorações do Estado a dois criminosos agentes da PIDE, saiu agora da caverna para dizer o indizível: Montenegro é mais honesto do que qualquer um. Logo ele, o governante dos aconchegos financeiros. Passos também veio do buraco dizer qualquer coisa, mas ninguém ligou nenhuma. Enfim, esta gente vomita ódio e faz o pino para conseguir pôr os seus a mandar. A ideia é fazer crescer capitalistas, como sempre fez Cavaco, Passos e o vigarista de bairro Luís Montenegro, que agora se diz farol. Ridículo. Eles imaginam que é assim que se faz crescer a economia de um país. Eles, não! Nunca!

Dos limites

Nuno Filipe da Costa procurou nas artes visuais a maneira de se exprimir. Tornou disso profissão. É professor da área. Mas a curiosidade intelectual levou-o às leituras e isso sugeriu que experimentasse os teclados para escrever o que o apoquenta. Tanto deu ao teclado que o resultado deu livro. O primeiro livro está aí. É sobre essa experiência que vou conversar com ele no próximo sábado ao fim da tarde, no espaço João Paulo Cotrim, da Casa Da Cultura | Setúbal.

A sinopse desse trabalho diz assim:
“Está decidido. Hoje vou matar.
Agarro no que me resta e saio para matar.”
Existe um limite para o sofrimento? Uma linha que determina o fim da nossa resistência e que, uma vez ultrapassada, nos sujeita à profunda miséria da condição humana?
Luís tinha dez anos quando foi vítima de uma agressão que o marcou para sempre. Um doloroso anátema, instalado na forma de uma doença, acompanha-o desde então, colado como uma segunda pele.
Agora, dominado por uma poderosa obsessão, tenta aliviar-se das traições da vida e da dor que o excrucia, mas para isso tem de matar. Conseguirá alcançar a paz de que tanto necessita?
Esta é, igualmente, a história improvável de um amor e de uma amizade que resistiram às lacunas do tempo.

Miguel de Castro



MIGUEL CASTRO faria 100 anos este ano. Claro que é da mais elementar justiça evocar a data recordando a sua poesia. O Poeta morreu no dia 17 de maio de 2009. Vamos recordá-lo no próximo sábado na Biblioteca Pública Municipal de Setúbal. A Fátima Ribeiro de Medeiros está ao comando deste barco. Eu estou na fase do grumete. A embarcação sai do porto no próximo sábado. E, lá mais para o fim do ano, iremos publicar a sua obra completa.

Miguel de Castro foi um poeta de primeiro plano. Autor de obra curta mas de consistente percepção das realidades literárias. Um contemporâneo atento às surpresas dos novos poetas, possuidor de uma intensa e cativante cultura clássica. António Osório, David Mourão Ferreira e Fernando J. B. Martinho consideravam-no um poeta dos sonhos eróticos. Do corpo e do desejo. Os seus últimos livros foram por mim editados na Estuário: Terral, 1990 e Sonetos, 2002.
Para que se perceba que o que aqui digo não é mentira, proponho que confirmem lendo este texto de Terral. Podem lê-lo em voz alta. É assim que se percebe a música da poesia:
Foi o sol na brancura do teu rosto?
Foi o vento no sul dos teus cabelos?
Foi o rebanho dos meus dedos frios
perdido entre as dunas do teu peito?
Apenas isso ou, vagarosa, a mão
subindo na desordem dos joelhos?
Foi outra vez a chuva no verão.
Foi, no lugar da mão, a tua boca.

quinta-feira, 8 de maio de 2025

O marinheiro de águas turvas

O marinheiro de águas turvas foi incorrecto e insolente para com os seus subordinados. Só que a vida militar hoje não é como no tempo em que o marinheiro de águas turvas andava a limpar o porão. Os marinheiros ofendidos reagiram. Nem todos gostamos de ser tratados como parvos. O homem foi derrotado pela Justiça. A Justiça funcionou graças a António Garcia Pereira e a Paulo Graça, advogados que defendem os ofendidos. A verdade vem sempre ao de cima, diz o povo. E é este povo que vai colocar esta criatura inenarrável como Presidente da República? Pensa bem, povo, antes que esta gente, carregada de galões nos ombros, atire isto tudo para o fundo.

quarta-feira, 7 de maio de 2025

Luiz Pacheco completaria 100 anos hoje, neste dia 7 de maio. Setúbal tem um programa que assinala e celebra esta vida singular. Todas as vidas são singulares, mas há umas mais singulares que outras. Recordaremos Luiz Pacheco no seu papel na Literatura e na edição literária. Não nos peçam polémicas maldosas e de má-língua de literatura de cordel seboso. Estamos fora.

No próximo sábado abre, na Casa da Cultura, Setúbal, uma mostra também singular: é uma exposição/livro, concebida a partir da COMUNIDADE publicada pela Contexto em 1980. As ilustrações são de Teresa Dias Coelho. Lindíssimos desenhos que abordam as cenas que preenchem as páginas do livro. Este é um dos trabalhos literários mais intimistas de sempre. O texto de COMUNIDADE foi considerado um dos mais importantes textos em língua portuguesa, pelo linguista e historiador da literatura Óscar Lopes.

Teresa Dias Coelho é uma artista visual com trabalho que merece atenção. Expõe em muitos lugares por esse mundo com assinalável reconhecimento. Desenho e pintura com sensível percepção do corpo e do gesto. Solidões urbanas. Paisagens pouco frequentadas. Ambientes intimistas exibidos em desenho apurado e depurado. Acontece que também é filha de um outro artista com obra ainda por avaliar com rigor e justiça, na opinião de David Santos. José Dias Coelho, escultor e gravador, foi assassinado pela PIDE, em 1961, numa rua de Alcântara que hoje tem o seu nome. Este crime foi mote para a composição de José Afonso "A Morte Saiu à Rua". José Dias Coelho teria feito 100 anos em 2023, mas uma estranha invisibilidade enublou a data. É urgente percebermos o que fizeram estes homens e mulheres que lutaram pela liberdade de todos, pagando com a sua própria vida.
A liberdade não caiu do céu. Muita gente sofreu para que hoje pudéssemos gritar em liberdade: fascismo nunca mais. Nunca mais.

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terça-feira, 6 de maio de 2025

Ir mais além



Francisco Salgueiro vai expôr o seu trabalho no espaço João Paulo Cotrim, da Casa Da Cultura | Setúbal.Fotografou esses ambientes nos Açores e escreveu este texto para a gente perceber melhor o que o moveu:

"A narrativa deste documento fotográfico é sobre: os botes baleeiros, na vertente lúdica ou desportiva, praticada pelas pessoas das várias ilhas do arquipélago dos Açores. Este trabalho é uma forma de eu homenagear todos aqueles bravos, que vivenciaram este ardo e perigoso trabalho, na caça às baleias. Maravilhosos Seres que hoje são vistos com grande admiração, emoções e que alimentam uma economia local na vertente do turismo.
Esta forma saudável de socialização, que envolve várias gerações e géneros dentro e fora das embarcações, com os muitos eventos realizados e que assim fortalecem a sua Identidade de ser Açoriano um povo do Oceano Atlântico.
A exposição narra uma vivência, sobre a prova náutica dos botes baleeiros, ao largo da Ilha das Flores - Açores
Aqui se dá vida a um espírito de vencer e ir mais além, para superar a força do Oceano Atlântico nas suas vidas".
A exposição abre no próximo sábado às seis e meia da tarde.
até lá.

Olhares do andarilho

As capas dos 13 LPs de José Afonso foram surpresa no tempo das primeiras edições e continuam a ser, agora nas reedições, produtos visuais de grande qualidade gráfica.

Esta exposição, desenhada para a iniciativa ILUSTRAR A FRATERNIDADE, tem adicionados outros objectos que justificam a amizade de José Afonso com os designers envolvidos na tarefa de embrulhar e dar a ver ao mundo o trabalho do músico genial. Mas isso é surpresa. Vou estar a conversar sobre tudo isto com Henrique Cayatte, Ana Nogueira e Viriato Teles. O encontro está marcado: Grândola, Biblioteca e Arquivo, dia 9 de maio, pelas seis da tarde. Venham, e tragam um amigo também.

segunda-feira, 5 de maio de 2025

Jorge Santos

Nunca estamos preparados para reagir a uma notícia triste que nos remete para os lugares em que fomos felizes. O fim é sempre inesperado. A morte é o último episódio de uma série de vivências que dariam filmes e mais filmes. Todos estamos no corredor, mas disfarçamos os dias fazendo por sermos autênticos, por assim dizer. Queremos ser felizes, ou ter uma vida normal, que é praticamente o mesmo, e é por isso que nos encontramos. Fazemos amigos. Conversamos, festejamos efemérides, divertimo-nos uns com os outros. Também trabalhamos e procuramos originalidades. Somos curiosos. Temos ideias e procuramos companhia para as partilharmos. Percebemos aí  a possibilidade da amizade.

O Jorge Santos é meu amigo desde a adolescência. Quando o conheci ele trabalhava num jornal. Depois percorreu outros jornais e houve um em que estivemos juntos, o Repórter de Setúbal, ele como jornalista e eu a espalhar grafismos e a escrevinhar umas tretas. Mais tarde fiz o grafismo de uma publicação criada por ele - O Sadino: um jornal de pequeno formato, pago pela publicidade, distribuído gratuitamente nas entradas dos estádios de futebol da região que o nome denuncia. Mais tarde o Jorge foi para assessor de comunicação de uma instituição e por lá ficou até à reforma. Falta referir uma coisa: Não vivia sem humor. Penso mesmo que o humor em convívio com amigos eram o seu desporto preferido.

Antifascista, foi militante do PCP. Ainda no período fascista, no dia que se celebrava o dia do trabalhador, primeiro de maio, o Jorge passava-o no campo com os seus camaradas de trabalho. Jornalistas e gráficos tinham esse saudável hábito. Conheceu Luiz Pacheco e foi com ele que conviveu em muitos desses encontros. Nos últimos anos, sempre que se assinalava este dia, ele colocava na sua página desta geringonça uma fotografia desse convívio. Este ano não o fez. É por isso que o faço eu. Faço-o com a tristeza a minar-me gestos e raciocínio. Estou triste. Muito triste. Estas palavras são a minha homenagem a uma vida que valeu a pena.

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Voando sobre um ninho de cucus

Este título remete obviamente para o livro de Ken Kesey, adaptado para o cinema por Milos Forman. Protagonista: Jack Nicholson. 

Não estou aqui a sugerir que o alucinado que ocupa a sala oval da Casa Branca seja internado, e que lhe seja aplicado o mesmo tratamento que foi aplicado ao personagem desempenhado por Nicholson. Ninguém merece. Ninguém? Bom, sinceramente acho que ainda vamos assistir a isto: uns senhores, vestidos de bata branca, irrompem pela sala oval adentro, aplicam-lhe o colete-de-forças, e levam o homem para um hospício psiquiátrico. Parece inevitável. Este cretino precisa de tratamento urgente. Anda um maluco à solta e ninguém faz nada? Destrói vidas, promove o elogio da ignorância e ainda se gaba da sua própria estupidez. Para Trump e seus seguidores tudo pode ser entretenimento. Mas, tudo pode ser apalhaçado desta maneira rasca? O Vaticano já se pronunciou?

Nota: Confesso que só escrevi este texto depois de ter confirmado que isto é mesmo verdade. A imagem foi criada por inteligência artificial, mas publicada oficialmente pela Casa Branca. Parece mentira, mas é verdade. É absolutamente verdade que os EUA estão a ser liderados por um doido varrido, para além da acumulação com canalhice criminosa.

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domingo, 4 de maio de 2025



Este caso Spinumviva/Montenegro exibe uma desfaçatez fora de qualquer classificação. Montenegro acha-se indispensável. Insiste pensando que o seu lamentável caso é encoberto pelo exercício do poder. Um indivíduo a quem não se conhece uma atitude política que valha a pena referir e a quem apenas se reconhece vontade de ganhar dinheiro, aliando a vontade de juntar o poder económico ao poder político, quer convencer os incautos de que é de uma honestidade
que só visto. Ora, honestidade nesta gente é uma couve. Veio um burro e comeu-a. Os aconchegos entre o público e o privado na educação e na saúde vão crescer como erva daninha se ele conseguir levar a água ao seu moinho, permitindo assim a destruição total da educação e da saúde pública. Quem quer saúde e educação paga caução à entrada e cota permanente.

Tal como Cavaco, esse fervoroso democrata que sai sempre do buraco para vir em defesa dos seus, Montenegro quer ser o salvador da chamada iniciativa privada, essa designação que disfarça o que realmente se pretende: a instalação do mais feroz neoliberalismo. E a gente sabe o que esta gente é capaz de fazer para o instalar. Se não for em democracia é em ditadura. Mussolini, Salazar e Manuela Ferreira Leite disseram, cada um no seu tempo, como é que era. Ferreira Leite só deu a dica, mas nunca ousando aplicá-la. Honra lhe seja feita. Mas parece que agora, em Portugal e no mundo, uma esdrúxula percentagem de gente nova e madura quer chico-espertos a governar. Podem ser cretinos, ignorantes, incultos mesmo, mas o que importa é que se querem safar o melhor possível nos negócios e na política. Montenegro vai continuar na senda do seu projecto destruidor? Tudo leva a crer que sim, apesar de ter um concorrente directo que, apesar de todas as provas de que é um mentiroso sem escrúpulos, também não baixa nas intenções de voto generosamente fornecidas pelas sondagens e anunciadas a toda a hora pelas televisões com possibilidades de esclarecimentos circunstanciais pelo líder fascista. Ventura é o apologista autêntico do poder policial contra tudo o que é público. O programa do partido fascista é sinistro. Muita gente que o defende nas redes sociais não percebe onde iria parar se os escroques fascistas tivessem a oportunidade de governar. Mas a IL, que tudo indica ser a agremiação preferida por Montenegro para formar maioria, tem no seu programa medidas que, na tentativa de pôr tudo na ordem acabando com tudo o que é público, acabaria com empregos, apoios à cultura, medidas de apoio aos mais frágeis, enfim, um descalabro social irreal e sem precedentes.
O Partido que ainda tem a lata de se anunciar como social-democrata aposta no cavalo errado. Arrisca-se a ser o partido da Spinumviva. O vigarista de bairro quis vir para a capital. Quer transformar o país no seu bairro. Os vigaristas pensam sempre que podem passar pelos intervalos dos seus comportamentos. Alegam legalidade onde há falta de ética. Pensam que é assim que se faz. Os egos são do tamanho das ambições. Não percebem uma coisa: nem todos somos parvos ou fingimos sê-lo. Nem todos os jornalistas se vão assustar com as ameaças de Hugo Carneiro. Apesar dos alentos dados pelos egocêntricos no poder "lá fora", nós não desistimos. A direita, cada vez mais extrema, não é garante de estabilidade. Não é com exemplos destes que convencem. Tirem o cavalinho da chuva. Vão roubar para a estrada, ou para os aeroportos, como o outro.

sábado, 3 de maio de 2025

Dia Mundial da Liberdade de Imprensa


Hoje é dia de assinalar a liberdade de sermos informados em liberdade. Sem censura. Esta é também uma conquista de Abril.

É portanto mais um atropelo às mentiras dos fascistas do Chega, tão incomodados com tudo o que acontece em liberdade. Até sugerem castigos severos aos jornalistas que os denunciam. Mas tudo começou com Cavaco. Criticou jornalistas, pôs gente a fazer notícias ao seu jeito e recusou-se a responder ao que o incomodava. Montenegro segue as pisadas do mestre. Até os auriculares dos profissionais o incomodam. Agora saltou para a arena da pouca vergonha outro arauto da liberdade de informar. Chama-se Hugo Carneiro e propõe mesmo a perseguição a jornalistas. A ignorância alia-se à vontade de mandar sem freio. É o eterno retorno do fascismo, como escreveu Rob Riemen. Estes são os novos fascistas. Não, não estou a exagerar. Como é que pensam que começaram os fascismos do século passado? É com gente desta, a abanar a cabeça para cima e para baixo, que os neofascistas chegam onde chegam. É só preciso dizer que sim ao chefe, mesmo que ele seja um vigarista mentiroso. Em Portugal temos estes exemplos. Não é preciso irmos ao outro lado do Atlântico buscar mais, pois não? Deixem-nos trabalhar. Sem atropelos palavrosos. Sem impertinências. Querem o mundo a seus pés. Querem ficar sozinhos a mandar. Orgulhosamente sós, como o outro.
É preciso combatê-los. Sempre.

Fraternidade ilustrada

Hoje vamos ilustrar com palavras as imagens que pendurámos nas paredes da Galeria da Biblioteca e Arquivo de Grândola. Os cartazes pertencem às coleções do Arquivo Ephemera e Biblioteca Silva, e representam ambientes políticos e culturais do período que se seguiu ao 25 de Abril de 1974. Este cartaz que apela ao voto no PSR é da autoria de Jorge Colombo. E temos por aqui cartazes assinados por outros artistas que também cresceram e impuseram o seu trabalho. Muitos trabalhos não estão assinados, são reconhecidos pela linguagem gráfica. Vespeira, João Abel Manta, Gil Teixeira Lopes, Vieira da Silva, José Brandão, entre outros, convivem nesta exposição. É uma sala repleta de cor e de alegria. Hoje vou conversar com José Pacheco Pereira, Jorge Silva e Ana Nogueira. Vamos pôr estas imagens a falar. Até já.


ILUSTRAR A FRATERNIDADE
GRAFISMOS EM LIBERDADE
Biblioteca e Arquivo, Grândola

Debate com José Pacheco Pereira, Jorge Silva e Ana Nogueira.
3 de Maio. 18h30

sexta-feira, 2 de maio de 2025

Carneirada

Este Hugo Carneiro deu a entender que as autoridades deveriam revelar “fontes de informação jornalística que divulgaram clientes da empresa familiar do primeiro-ministro”, diz o Expresso. Não revelou contudo a intenção que o move. Será perseguir esses jornalistas? Processá-los por delito de informação? Esta espécie de polícia à paisana não é só Carneiro de nome. Faz parte da carneirada que segue o vigarista de bairro. E parece ser um cretino como muitos outros que se espalham ao comprido pelo governo, parlamento e mais não sei onde. Digo isto com todo o respeito e consideração pelo animal que de verdade deve ser chamado assim. Não há um animal igual a outro. E há os que envergonham a sua espécie.

Ilustrar a fraternidade

Este projeto que estamos a desenvolver em Grândola é mesmo um acontecimento que puxa o prazer da conversa. É por isso que vamos estar todos juntos no próximo sábado. Vamos conversar com os responsáveis pelas coleções do Arquivo Ephemera e Biblioteca Silva, respetivamente José Pacheco Pereira e Jorge Silva, e vamos percorrer a exposição que recria o ambiente das paredes das cidades depois de Abril de 1974. A cor inundou as paredes. A arte gráfica tornou-se popular. Hoje tudo isto é diferente. Também vamos disso. Quem estiver em Grândola ou lá por perto, apareça. Vale a pena conversar sobre o que nos faz bem.

quinta-feira, 1 de maio de 2025

Prémio Nacional para o Plágio


O vigarista de bairro levou um plagiador de canções de algibeira a comemorar o primeiro de maio na residência oficial dos presidentes do conselho de ministros. O plagiador e o vigarista de bairro cantaram e encantaram mano-a-mano. Foi o delírio. Um grande momento de alta cultura. O plagiador está preocupado com o pouco interesse que os governos demonstram pela cultura, como se ele soubesse o que isso é. A não ser que queira reconhecimento maior pelo plágio. Provavelmente o vigarista de bairro vai sugerir nos orgãos que dirige que o plágio deixe de ser crime. Talvez até proponha que passe a ser prémio. Posso sugerir um título? PRÉMIO NACIONAL DO PLÁGIO TONY CARREIRA. Fixe, não é?

Um dia diferente

Há quem vá festejar o Primeiro dia de Maio, dia do trabalhador, ouvindo um cantor manhoso no sítio onde reside oficialmente um primeiro-ministro manhoso. Percebemos os pontos em comum entre um e outro, para além dos implantes capilares. São culturalmente parolos. Mas também a UGT escolheu música de arrebimba o malho. É o inenarrável Toy o animador musical. Num lado e noutro a música, essa coisa tamanha, vai para outro lado, com toda a certeza.

Vamos lá a ver: o 1º de Maio tem de ser outra coisa, e não esta parvoíce que está na pele e na cabeça do vigarista de bairro de São Bento e na direcção da central sindical que parece rendida ao gosto parolo. Felizmente existem ainda outras maneiras de festejar o dia do trabalhador. Conviver na Alameda Dom Afonso Henriques parece-me uma proposta de muito bom gosto.
Neste dia, recordo também outro meu amigo que estaria na Alameda se ainda cá estivesse: Miguel Portas. Faria hoje 67 anos. Estivemos juntos em tanta vontade de fazer diferente. Saudade.
Também me lembro sempre de outro amigo. Lembro-me sempre dele nestes momentos de defesa da cidadania e cultura: José Afonso. Foi ele que escreveu a frase inserida neste cartaz — Qu' importa a fúria do mar... —, na canção Maio Maduro Maio, do álbum Cantigas do Maio.
Viva o 1º de Maio. Viva a política séria e a cultura exigente. E eu até sou pouco dado a "vivas!".

quarta-feira, 30 de abril de 2025

O tempo dos vigaristas de bairro

Parece que o vigarista de bairro adoptou o estilo do fascista Ventura e desatou na verborreia eleitoral passando por cima de perguntas dos jornalistas.

O vigarista de bairro domina e elimina perguntas não respondendo. O vigarista de bairro é um cínico pantomineiro. Mas palavroso, é claro. Os vigaristas são assim. Os de bairro e os outros - os que são políticos de direita. Mas parece que é disto que o eleitorado maioritariamente gosta. Todas as sondagens prometem o pior: vamos ter um vigarista a envergonhar-nos na governação do país. Os eleitores que nesta gente vota não querem saber do cinismo e da farronquice. As percepções são evidências. O vigarista de bairro sabe falar aos incautos. Os incautos percebem a vigarice mas põem isso para trás das costas, aliás, gostavam de ser assim - eficazes vigaristas. Vigarista é vigarista. Teme-se o pior.

segunda-feira, 28 de abril de 2025

Grafismos em liberdade

GRÂNDOLA. 3 MAIO, SÁBADO. 18:30 - Debate GRAFISMOS EM LIBERDADE.

Participações de José Pacheco Pereira, Ana Nogueira e Jorge Silva. Moderação de José Teófilo Duarte.

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