A ideia é esta: quem paga manda, escolhe quem explora e manda embora quem lhe apetece quando lhe apetece. Mais: se queres emprego tens de trabalhar de borla quando o patrão mandar, porque é ele que paga. E assim se vai lançando a indignidade nas alterações à lei que rege a relação entre os heróis empreendedores e os exploradores dos chamados trabalhadores que com eles colaboram.
Uma medalha enviada por um jornal "lá de fora", especializado em economias e mais-valias, atribuída a Portugal por estar no rumo certo, levou-os ao espasmo verbal. Não se calam: estão a ver? Nunca estivemos tão bem. Esquecem-se que esta medalha já tinha sido colocada na lapela de governos anteriores ao deste. Lembram-se do que disse Montenegro nessa altura? Disse assim: "O país está melhor, mas as pessoas não". Pois é, a história repete-se, mas agora conta-se de outra maneira. É que as pessoas já estão mal, mas a lei proposta vai pôr toda a gente colabora e até quem trabalha mesmo na corda-bamba. Está agora a ver as razões que levam a uma Greve Geral, senhor (infelizmente) primeiro-ministro?
