Sim, eu sei que já não há paciência para este abuso de utilização da frase de Chico Buarque por tudo e mais um par de patins. Mas é que a Festa da Ilustração - Setúbal, foi mesmo bonita, e usar o Chico faz sentido porque foi uma festa da liberdade e da democracia. Estamos todos de parabéns: autores das ideias, organizadores, produtores, público visitante e (por último os principais) artistas ilustradores.
Foi mesmo muito bonita, a Festa da Ilustração e dos Ilustradores. No encerramento, ontem, na Galeria do Onze, com direito a apresentação do catálogo ZÉ, SEMPRE O MESMO, edição comemorativa dos 150 anos da criação do Zé Povinho, Jorge Silva referiu a importância que a iniciativa teve no panorama da investigação da ilustração publicada por cá. Jorge Silva ficou a perceber melhor o que aconteceu. Trabalhou em onze fantásticas exposições de artistas esquecidos porque nunca lembrados, e desenhou catálogos que já fazem a História de um tempo passado em que a ilustração funcionava como manual de referência na imprensa publicada.
Sim, foi bonita a Festa, pá, por todas as razões que nos fazem pensar e intervir contra a mediocridade que insiste em infetar consciências e contaminar atitudes. Pessoalmente, saio de cena com a consciência plena de que fizemos o nosso melhor. A colaboração com o João Paulo Cotrim, com o Jorge Silva, com todos os ilustradores convidados (nacionais e estrangeiros) e com as pessoas (dirigentes e funcionários) do Município de Setúbal que puseram o projeto de pé, foram a garantia da aplicação da qualidade e exigência da iniciativa, e destes anos que me fizeram crescer intelectualmente e me tornaram os dias mais felizes.
A gente vai-se encontrando por aí. Fora da ligeireza folclórica e carnavalesca, também se luta pela felicidade e gosto esclarecido. Os gostos discutem-se. Estamos cá para isso.
Muito obrigado a toda esta gente que é Gente.



