sábado, 1 de novembro de 2025

É crente, mas mente, sem lamento ou contrição. Mente mesmo descaradamente, mas convence quem não ouve gente decente. É malcriado, mas apreciado, por quem aprecia a indelicadeza e a boçalidade. Dizem que diz as verdades, como se fosse essa a sua vontade. Sabe que mente, mas insiste frequentemente. Insiste na mentira para desmentir.
É intelectualmente indigente, e de uma retórica indecente, mas convence os imprudentes.
É manhoso, piroso e indecoroso. Tem mau ar, ou ar de alarve, vai dar ao mesmo. A linguagem corporal denuncia uma vaidade ilimitada, que lhe confere uma desmedida lata.
É visualmente repelente, humanamente repugnante e culturalmente ignorante, o demente.
Televisões de ligar e olhar para o lado seguem-no e escutam-no insistentemente.
É apreciado por quem quer sangue nas audiências.
Imberbes imbecis seguem-no no insulto a tudo o que mexe.
É o santo de pau carunchoso padroeiro de uma religião sem catecismos nem credos.
Faz a apologia da ignorância.
É ignorante, e isso é gritante. É ridículo, o tratante.
Quer poder absoluto para anular quem pensa diferente.
O desprezo pelas artes e pela cultura em geral ilumina-o. A escuridão engrandece-o.
Fará o que for preciso para que tudo regresse a essa escuridão.
A vergonha não o assiste - é essa falta de filtro que o define como um biltre.
Ora, um biltre não se aplaude. Um biltre rejeita-se, com uma sonora pateada.
FORA O BILTRE!

Cartoons de Nuno Saraiva. Inimigo Público. Expresso.

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