segunda-feira, 24 de novembro de 2025

É bonita a festa, pá

 
Sim, estou a festejar. Todos os dias são bons para lembrar que a liberdade é que importa. Todos os dias me lembro daquele dia de Abril que me permitiu ter acesso ao que até aí não tinha a ideia de existir. E também ao que eu sabia que existia mas que o regime fascista não me deixava ter acesso. A descoberta da obra de José Afonso, antes de Abril, abriu-me os olhos. A partir daí só os fechei para dormir. 

O dia 25 de Abril de 1974 mudou tudo na minha vida. A partir desse dia vivi a minha adolescência em liberdade e exigência cultural. Agora era possível não ficarmos rendidos à trilogia dos três éfes: "Fado, Futebol e Fátima". Fui apresentado aos escritores, cineastas, artistas visuais e musicais que até aí estavam proibidos de me influenciar. Os fascistas tinham razão: influenciaram. Muitos desses protagonistas do fornecimento do conhecimento foram-me mesmo apresentados e alguns foram meus amigos. A sério! Há gente com sorte. 

Depois do 25 de Abril veio o primeiro dia de Maio. Parecia um sonho. E depois vieram mais dias. No ano seguinte, por exemplo, veio o 25 de Novembro, e logo a seguir o 25 de Dezembro. Muitos ficam muito felizes com estas datas. Percebo-os. Mas eu prefiro lembrar sempre o 25 de Abril. Foi a partir desse dia que aprendi mais e fui mais feliz. Crescer em liberdade é do caraças. Os adolescentes manipulados que agora querem os salazares que o outro cretino diz fazerem falta, não sabem onde se estão a meter. Os fascistas do partido fascista querem o regresso ao passado porque a repressão e a morte ficam-lhes a matar. 

Faz sentido a juventude estar com o futuro e não com a anulação da sua felicidade. Um futuro com repressão, medo e ódio não se deseja a ninguém. Todos os dias são bons para se comemorar a liberdade. Com alegria. Queremos ser felizes. Vamos insistir nisso. Fascismo nunca mais.

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