sábado, 23 de novembro de 2024

Conversas na Festa da Ilustração


CONVERSAR, CONVERSAR, CONVERSAR SEMPRE | Foi hoje, sábado, dia 23 deste mês de novembro, à tarde. Falámos de Trump e dos avanços da obscuridade. Tentámos perceber o que está a acontecer. Provavelmente vamos continuar a discutir o presente e a pôr em causa o futuro. Continuaremos. É a falar quer a gente se entende. Da discussão nasce a luz. Procuramos a luz, por assim dizer.

Apresentação de GIGANTRUMP, de Daniel Tércio e João Tércio, na Sala João Paulo Cotrim, da Casa Da Cultura | Setúbal.

Design de comunicação

Da série Grandes Primeiras Páginas. Libération.

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quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Santas alianças

Eficazes estratégias. O pior está a chegar.

A opinião ilustrada é do André Carrilho.



A vaidade é uma virtude?

O homem das vacinas — única actividade em que se lhe reconhece algum mérito — não se cansa de fazer política, coisa que mal conhece, e que apenas utiliza para lhe satisfazer o ego.

Ego que cresce a cada dia. Diz atoardas como se fosse Ministro da Defesa, Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas ou mesmo Comandante Supremo das ditas. Vê navios russos por todo o lado e, em vez de tratar disso com os seus superiores, julga-se superior a tudo e propõe estratégias nas televisões. O homem que humilha os seus homens em público, e que só pensa em ir para o palácio de Belém humilhar quem não pensa como ele, é um perigoso justiceiro de trazer por casa. A extrema-direita já tem candidato. A direita, representada pelo Ministro da Defesa neste encontro num bar de uma esquina de Lisboa, parece estar a render-se ao fascínio do Narciso. Se não for fascínio é o quê? Trata-se da defesa de um país num bar de esquina? Não teria sido melhor terem marcado encontro na cafetaria do Ministério da Defesa?



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quarta-feira, 20 de novembro de 2024

SuperTrump


UMA VISÃO DO MUNDO | Não há aqui enganos ou dúvidas. Quem votou em Trump sabe o que deseja para o mundo. Trump prometeu autoridade sem democracia. Anunciou ajustes racistas sem pingo de compreensão solidária. Protecção à sua maneira, sem discussão ou diálogo. Prometeu ser o que era quando fazia televisão, onde a sua atitude preferida foi despedir pessoas. E as pessoas que lá iam adoravam ser despedidas por Trump. Trump é sexista, misógino, machista, predador sexual, homofóbico, xenófobo, vigarista financeiro, escroque encartado. Mas, para os seus eleitores, estes defeitos são elogios. Deve ser a "liberdade" que esta gentalha da extrema-direita exalta.

O VISIONÁRIO | Trump tem uma visão do mundo que passa apenas pelo crivo televisivo. Se é popular e se as pessoas gostam, para quê procurar melhor? Daí ter escolhido gente das televisões para lugares de enorme importância. Gente que sem saber nada do que vai tratar, mas sabe que foi escolhida para fazer merda. E nisso são de uma competência extrema. Fazer merda é o ofício desta gente sem ponta por onde se lhe pegue. Trump escolheu Musk porque Musk quer ganhar muito mais — e não é apenas dinheiro — e tirar "regalias" a quem acha inferior. Vai ajustar as contas em seu proveito. Trump não quer saber das pessoas que votaram nele para nada. E as pessoas que votaram nele sabem disso. Adoram-no porque gostavam de ser como ele. Trump está a rodear-se de gente criminosa como ele. Quem votou nele sabia que isso poderia acontecer. A coisa está a ter contornos de ditadura a lembrar o outro criminoso de bigodinho estreitinho por baixo do nariz que também venceu na Alemanha em meados do século passado, e quem votou nele acha que é assim que deve ser. Há alturas em que os ajustes devem ser feitos. Chama-se a isto: o eterno retorno do fascismo. Não querem saber de ser um imbecil a ditar as regras porque são imbecis como ele.
HISTÓRIA DE ENCANTAR | Uma vez, há uns anos, uma senhora do PPD/PSD, que é um partido português que se diz social-democrata, disse que se suspendesse a democracia resolvia-se tudo. Depois veio outro ajustador do mesmo partido que, como primeiro-ministro, tentou aplicar tudo o que achava ser ajuste. Mas a Constituição da República — que é um incómodo documento que impede muito justicialismo de pacote, e que esta gente de direita quer alterar a todo o custo — impediu o justiceiro do PPD/PSD de aplicar mais castigos às pessoas. Trump vai conseguir suspender a democracia, tal como preferiam Manuela Ferreira Leite e Pedro Passos Coelho — os bois têm nomes — sem precisar de passar cartão a ninguém. Basta telefonar aos seus e mandar fazer o que lhe der na cabeça depois de assistir a um programa de televisão inspirador.
A ÚNICA SURPRESA que sai daqui não é nada agradável: A democracia anda na corda-bamba e não sabe ainda o que fazer à sua vida, que parece estar cada vez mais próxima da morte. A direita que governa está cada vez mais parecida com a extrema-direita fascista. Estaremos num beco sem saída?! Claro que não, mas temos que dar corda aos sapatinhos. Estes avanços fazem mesmo lembrar o filho-da-puta do bigodinho. Tal como ele, os actuais fascistas também têm um discurso básico e são intelectualmente desprezíveis. Parte substancial do chamado povo — essa abstracção que decide em democracia sem perceber que está a acabar com ela — parece gostar de ser humilhado. É como nas praxes universitárias. Só que saem das pocilgas onde os estudantes se espojam na lama e saltam para o mundo. Será isto uma praxe que estamos a experimentar? O eterno retorno do fascismo existe? Vamos aguentar estes fascistas até quando?
Imagem: cartoon (genial) de André Carrilho 2016.

segunda-feira, 18 de novembro de 2024

 
GIGANTRUMP | Esta é a primeira experiência editorial da marca Elefante impaciente das edições Estuário. É uma história escrita entre Tércios: Daniel escreveu e João desenhou. Vamos conversar sobre um gigante estarola que quer mandar em tudo o que observa. Os desenhos interpretam políticas e vidas das pessoas. Os desenhos ajudam os textos a exprimirem-se melhor. A gente olha e percebe outro molhar, outra maneira de dizer as coisas. É isso, e é sobre isto tudo que vamos conversar.
Encontro marcado para o dia 23, próximo sábado, às 16 horas, na Casa Da Cultura | Setúbal. Vai ser divertido e sério. Toda a gente convidada.

Santa paciência

A gente já sabe que estas cenas das "misses" são uma parolice sexista sem trambelho. Também sabemos que Portugal costuma fazer-se representar muito bem em parolices sem trambelho. É uma benção que nos protege.

Mas desta vez a protecção atingiu níveis de parvoíce com papel passado. A rapariga que representa essa baboseira nacional apareceu num desses eventos manhosos que se fazem "lá fora" como se fosse aquela santinha de deus que um menino e duas meninas dizem ter~lhes aparecido em cima de uma azinheira em maio de 1917. A moça foi vestida por um artesão que responde por Ventura (não, não é esse espécime que estão a imaginar), e apareceu ornamentada por todos os apetrechos que a fé lhe exige. Diz que por cá somos todos assim e tal e que assim é que deve ser. Querem-nos todos parvos.

Não me venham com a tanga de que isto já é delírio meu, mas é que eu acho mesmo que estas coisas estão a acontecer, e vão acontecer muito mais, porque os idiotas já estão a governar o mundo com afinco e devoção. Estas criaturas que fazem estas figuras são os idiotas úteis de serviço. Dão jeito para espalhar o catecismo que a extrema-direita fascista nos quer impor. O que era apenas ridículo já é noticiado com normalidade. Desde o primeiro mandato do imbecil que vai agora governar de novo os EUA que é assim. Santa paciência.

Design de comunicação

Da série Grandes Capas. A imaginação contra a insolência. O regresso de um energúmeno a um lugar de grande influência para o mundo, estimula a criatividade de artistas que estimulam quem combate o energúmeno. O design de comunicação é uma arma.

NOTA: O cartoon da The New Statesman é da autoria de André Carrilho, que estará em Setúbal, no dia 30 de novembro, no espaço João Paulo Cotrim, da Casa Da Cultura, para apresentar o seu novo livro "Linha—ponto e vírgula, caricaturas de escritores", em sessão integrada na Festa da Ilustração - Setúbal.
A comunicação promocional deste encontro segue dentro de momentos. Boa semana para todos.


















































domingo, 17 de novembro de 2024

Conta-me como foi

O catálogo ILUSTRAÇÃO PORTUGUESA 2024, que documenta exposição integrada na Festa da Ilustração - Setúbal, foi apresentado ontem em A Gráfica - Centro de Criação Artística. Foi um muito agradável momento de convívio entre ilustradores e público. E de conversa sobre a realidade política que nos está a agredir e a tentar manipular. Foi muito bom estar ali pelo catálogo que mostra as ilustrações dos artistas do momento, mas também pelos esclarecimentos que nos proporcionaram os representados ali presentes. Foi bom. Muito bom mesmo. Obrigado a toda a gente que apareceu e aos que ficaram noutros sítios mas vão receber este útil instrumento de fruição cultural e de trabalho. Até já. Sempre!



sábado, 16 de novembro de 2024

O teatro é a vida

BENFAZEJA | O Teatro O Bando habituou-nos a estas reflexões. Passamos pela vida sem nos apercebermos de quem vive ali mesmo ao nosso lado. Gente como nós que tem sentimentos e opções de vida. Gente que é excluída por razões que ninguém consegue explicar. E tentar encontrar explicações retira-nos do nosso sossego que sabe tão bem.

Circulamos em redor de gente como nós que quer ser feliz, mas sem vislumbre de o conseguir. Observamos estes nossos semelhantes com muitas análises sociológicas, e psicológicas, e antroplógicas e o diabo a sete. Frequentamos conferências e apresentações de livros, e filmes, e documentários sobre o tema dos que não se encontram no nosso patamar de conforto. Saímos melhor desses encontros. Mas depois escorregamos na realidade que nos surpreende com as mais inadequadas soluções. Sociólogos, psicólogos, antropólogos e até alguns políticos têm soluções que se debatem com essa realidade. O mais importante é perceber o que quer quem não está como nós: o que pensam de nós, por exemplo. Por onde não querem ir. O que querem fazer com o seu presente e o que pensam de futuro. Percebermos que estamos tão próximos deve inquietar-nos. Ficamos inquietos e solidários. O Bando e o Lume sugerem material para a reflexão. E fazem-no pensando bem. As soluções não são evidentes, mas é importante entendermo-nos uns aos outros. Excelentes actuações de Jesser de Souza, Suzana Branco. e também de Ana Raquel na interpretação musical.
Nota da produção: co-produção com o Lume Teatro, de Campinas, Brasil, e inspirada no ambiente do Sertão e suas xilogravuras tradicionais, é a quarta produção realizada dentro do contexto do projeto europeu ConnectUp, dando continuidade às celebrações dos 50 anos do Teatro O Bando e início às celebrações dos 40 anos do Lume Teatro. Resultado também do trabalho de investigação realizado com os jovens do Grupo de Teatro Forte da Belavista, de Setúbal.
14 de novembro a 8 de dezembro
Quinta-feira a sábado - 21 horas
Domingo - 11 horas
Reservas: bilheteira@obando.pt \ 910306101
𝗕𝗲𝗻𝗳𝗮𝘇𝗲𝗷𝗮
Texto a partir do conto de 𝗚𝘂𝗶𝗺𝗮𝗿𝗮̃𝗲𝘀 𝗥𝗼𝘀𝗮
Dramaturgia e encenação 𝗦𝘂𝘇𝗮𝗻𝗮 𝗕𝗿𝗮𝗻𝗰𝗼
Cenografia 𝗥𝘂𝗶 𝗙𝗿𝗮𝗻𝗰𝗶𝘀𝗰𝗼
Composição musical 𝗔𝗻𝗮 𝗥𝗮𝗾𝘂𝗲𝗹
Figurinos, adereços e desenhos 𝗠𝗮𝗿𝗶𝗮 𝗧𝗮𝗯𝗼𝗿𝗱𝗮
Corporalidade 𝗩𝗮̂𝗻𝗶𝗮 𝗥𝗼𝘃𝗶𝘀𝗰𝗼
Pesquisa dramatúrgica 𝗦𝘂𝘀𝗮𝗻𝗮 𝗠𝗮𝘁𝗲𝘂𝘀
Desenho de luz e vídeo 𝗣𝗲𝗱𝗿𝗼 𝗖𝗮𝘀𝘁𝗮𝗻𝗵𝗲𝗶𝗿𝗮

Com Jesser de Souza, Suzana Branco e 𝗔𝗻𝗮 𝗥𝗮𝗾𝘂𝗲𝗹 (música)
criação 𝗧𝗲𝗮𝘁𝗿𝗼 𝗢 𝗕𝗮𝗻𝗱𝗼 coprodução LUME Teatro
dentro do contexto do projeto europeu ConnectUp
parceria 𝗚𝗿𝘂𝗽𝗼 𝗱𝗲 𝗧𝗲𝗮𝘁𝗿𝗼 𝗱𝗼 𝗙𝗼𝗿𝘁𝗲 𝗱𝗮 𝗕𝗲𝗹𝗮𝘃𝗶𝘀𝘁𝗮 - 𝗣𝗿𝗼𝗴𝗿𝗮𝗺𝗮 𝗡𝗼𝘀𝘀𝗼 𝗕𝗮𝗶𝗿𝗿𝗼 𝗡𝗼𝘀𝘀𝗮 𝗖𝗶𝗱𝗮𝗱𝗲

Receituário



LEMBRETE/CONVITE | É hoje, neste sábado, às seis da tarde, que vamos apresentar o tão esperado catálogo ILUSTRAÇÃO PORTUGUESA 2024. Quem estiver por Setúbal pode visitar as exposições que animam a Festa da Ilustração e terminar o percurso nesta exposição que foi motivo para a publicação que agora se apresenta no seu lugar de exibição: A Gráfica - Centro de Criação Artística.

Parafraseando Oscar Wilde: temos gostos extremamente simples: somente o melhor nos satisfaz.
O melhor da ilustração que se faz em Portugal está nesta exposição e neste catálogo. A exposição encerra logo a seguir a este convívio. Última oportunidade para o seu visionamento. Há petisco e vinho da CASA DUPÓ.
Toda a gente convidada.
Até já.

sexta-feira, 15 de novembro de 2024

A mulher dos cravos de Abril

Morreu Celeste Caeiro. Foi ela que transformou o que aconteceu em 25 de abril de 1974 na revolução dos cravos. É esta mulher a autora dessa imagem. Muito aconteceu entretanto. Muita gente tenta espezinhar a flor que dona Celeste ofereceu aos militares revolucionários, mas tentaremos que isso não aconteça. Muito obrigado, Celeste Caeiro. Os cravos serão a flor de abril. Sempre!

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