O homem das vacinas — única actividade em que se lhe reconhece algum mérito — não se cansa de fazer política, coisa que mal conhece, e que apenas utiliza para lhe satisfazer o ego.
Ego que cresce a cada dia. Diz atoardas como se fosse Ministro da Defesa, Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas ou mesmo Comandante Supremo das ditas. Vê navios russos por todo o lado e, em vez de tratar disso com os seus superiores, julga-se superior a tudo e propõe estratégias nas televisões. O homem que humilha os seus homens em público, e que só pensa em ir para o palácio de Belém humilhar quem não pensa como ele, é um perigoso justiceiro de trazer por casa. A extrema-direita já tem candidato. A direita, representada pelo Ministro da Defesa neste encontro num bar de uma esquina de Lisboa, parece estar a render-se ao fascínio do Narciso. Se não for fascínio é o quê? Trata-se da defesa de um país num bar de esquina? Não teria sido melhor terem marcado encontro na cafetaria do Ministério da Defesa?