Esta espécie de galheteiro sem conteúdo veio ontem para as televisões — todas, como se viessem comunicar algo de muito grave — trautear banalidades sem ponta por onde se lhe pegue. O infelizmente primeiro-ministro leu a papeleta para não se enganar muito, porque o improviso convoca sempre o disparate. Assim, o disparate é mais controlado.
Estas alminhas estão convencidas que são a salvação para um mal que só existe nas suas cabecinhas trapalhonas, mas que eles acham que existe e é um perigo eminente. E em vez de trabalharem no sentido de manterem as entidades de segurança a tratar desses assuntos específicos, discretamente, como se faz em democracia e em Estado de direito, querem convencer-nos de que são eles próprios os polícias de serviço. Com um tom grave que só visto, o presidente do Conselho de ministros inventa problemas e apresenta a solução mesmo ali: está na papeleta que lê e que foi a conclusão a que chegou depois de ter conversado com as outras peças do galheteiro. Tentam assim preencher mais páginas do catecismo do partido fascista que se senta à direita mais à direita do parlamento, com a intenção de conquistarem mercado eleitoral. Só pensam nisso. São absurdamente ridículos. Mas vão dar cabo disto tudo, se não forem parados a tempo.