GRANDOLANDO | Mais uma notável versão.
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013
ÀS QUARTAS NA AJA | Cá estou para mais uma sessão de atendimento na Associação José Afonso, na Casa da Cultura, em Setúbal. Como não podia deixar de ser, hoje vamos falar da canção Grândola e das "grandoladas". Hoje ouvi, nos noticiários, o homem do pingo doce bramar contra a canção. O homem do supermercado é um notável pensador. É como o doutor Miguel Relvas. Ele é que sabe como o povo se deve portar. Ele é que sabe o que se deve fazer. O que esta gente sabe, valha-nos São Ulrich.
Fiquei contente: são estes labregos que devem contestar o protesto.
É contra eles que protestamos.
Fiquei contente: são estes labregos que devem contestar o protesto.
É contra eles que protestamos.
SEXO, MENTIRAS E VOTOS | Itália teve que escolher entre um tarado sexual em fim de carreira, um homem de confiança de Merkel e dos mercados, um unificador de umas determinadas esquerdas e um contador de anedotas. Isto tinha que dar anedota. O tarado quase voltou à arena. O palhaço foi levado a sério. E os da esquerda faz-de-conta acabaram por ter mais votos. Agora fala-se em ingovernabilidade. Isso existe? Não. Muito menos em Itália, onde os governos chegam a durar o tempo de vida de um insecto. Não é a ingovernabilidade que assusta os italianos: é o neoliberalismo desenfreado que quer dominar Italia, Portugal, Grécia e o mundo todo. Monti foi com os cães. A sua imposição nada democrática não caiu bem no eleitorado. Até o milionário tarado é mais popular do que o representante de Merkel e companhia. Logo que as vossas políticas são postas às claras, as pessoas - pessoas, gente, sabem o que é? - não vos quer a governar. Percebem isso, Passos, Gaspar, Portas e Relvas? É a política, estúpidos.
terça-feira, 26 de fevereiro de 2013
ENTÃO EM QUE FICAMOS? | Não se percebe se discorda de Gaspar, que enfrentou violento reparo dos deputados da oposição, na AR, quando anunciou a intenção de inverter um bocadinho a rota do ajustamento, ou se diz coisas sem dizer nada. A criatura faz lembrar a figura criada pelo Gato Fedorento Ricardo Araújo Pereira: Fala, fala, fala e não diz nada. Assim ficamos chateados, claro que ficamos chateados. Ler no i.
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013
Passos tem os recordes do aumento da dívida nesta década.
Jornal de negócios
SEREMOS MUITOS, SEREMOS ALGUÉM | O problema maior não é o que ele prometeu antes de ganhar as eleições. Ele sabia perfeitamente o que estava a preparar. Todos os níveis de desemprego estavam previstos por esta mente brilhante. As insolvências de pequenas empresas, principais empregadoras de portugueses, também não lhe tiram o sono. O homem dorme descansado. É ele próprio quem o diz. E a dívida pública vem por arrasto. Esta notável cabecinha prometeu todas as correcções. Falou em acabar com o despesismo público e mais um par de botas. Houve quem acreditasse que era mesmo assim. Há gente que ainda acredita no pai natal. O problema está nestes políticos que insistem em que só há um caminho: o da entrega da economia às grandes empresas, aos grandes especuladores e a agiotas sem rosto. O problema é sermos governados por estes esforçados neoliberais, aliados do capitalismo mais que selvagem. Alguns já admitiram erros pontuais. Estão a sair da embarcação. Mas estes, os que insistem em governar sem políticas que pensem nas pessoas, insistem no erro apoiados por uma coisa a que se convencionou chamar troika. Estão bem uns para os outros. É esta tropa fandanga que nos desemprega, tira o sustento, o sono. Eles têm uma solução para o nosso problema: esperam que comecemos a morrer. Teremos que morrer muitos, é certo, mas é uma solução. A dívida pública é corrigida, os apoios sociais vão sendo atenuados. As multinacionais vão recuperando a economia. A chatice maior é a democracia. Era tão bom que ficássemos calados. No Chile de Pinochet a coisa correu melhor. Aqui há quem não espere quatro anos para dizer o que pensa. No próximo dia 2 de Março vamos dizer-lhes como elas lhes mordem. Seremos muitos. Seremos alguém. Para grandes males, grandes remédios.
Jornal de negócios
SEREMOS MUITOS, SEREMOS ALGUÉM | O problema maior não é o que ele prometeu antes de ganhar as eleições. Ele sabia perfeitamente o que estava a preparar. Todos os níveis de desemprego estavam previstos por esta mente brilhante. As insolvências de pequenas empresas, principais empregadoras de portugueses, também não lhe tiram o sono. O homem dorme descansado. É ele próprio quem o diz. E a dívida pública vem por arrasto. Esta notável cabecinha prometeu todas as correcções. Falou em acabar com o despesismo público e mais um par de botas. Houve quem acreditasse que era mesmo assim. Há gente que ainda acredita no pai natal. O problema está nestes políticos que insistem em que só há um caminho: o da entrega da economia às grandes empresas, aos grandes especuladores e a agiotas sem rosto. O problema é sermos governados por estes esforçados neoliberais, aliados do capitalismo mais que selvagem. Alguns já admitiram erros pontuais. Estão a sair da embarcação. Mas estes, os que insistem em governar sem políticas que pensem nas pessoas, insistem no erro apoiados por uma coisa a que se convencionou chamar troika. Estão bem uns para os outros. É esta tropa fandanga que nos desemprega, tira o sustento, o sono. Eles têm uma solução para o nosso problema: esperam que comecemos a morrer. Teremos que morrer muitos, é certo, mas é uma solução. A dívida pública é corrigida, os apoios sociais vão sendo atenuados. As multinacionais vão recuperando a economia. A chatice maior é a democracia. Era tão bom que ficássemos calados. No Chile de Pinochet a coisa correu melhor. Aqui há quem não espere quatro anos para dizer o que pensa. No próximo dia 2 de Março vamos dizer-lhes como elas lhes mordem. Seremos muitos. Seremos alguém. Para grandes males, grandes remédios.
domingo, 24 de fevereiro de 2013
HIGIENE INTELECTUAL | Vital Moreira, Augusto Santos Silva, Francisco Assis, António Costa e mais um ou outro membro da oposição bem comportada condenam os "atentados à liberdade de expressão" infringidas ao pensador Miguel Relvas. Seguro rompeu a corrente. Expressou razoável opinião. No PPD/PSD, que eu tenha dado por isso, só mesmo o líder parlamentar Montenegro se chegou à frente para a defesa da parvoíce. O costume. Os próprios companheiros de estrada de Relvas, Passos e Gaspar contestam os métodos que os trastes nos impõem.
Já aqui o disse: calar Relvas é higiene intelectual. Mas ele lida muito bem com isso. A falta de vergonha não o cala. E ele fala onde lhe apetece. Fala aliás pelos cotovelos. Não fosse o responsável pelas comunicações governamentais. Quanto aos ministeriáveis socialistas, só me ocorre um comentário: tenham juízo.
Já aqui o disse: calar Relvas é higiene intelectual. Mas ele lida muito bem com isso. A falta de vergonha não o cala. E ele fala onde lhe apetece. Fala aliás pelos cotovelos. Não fosse o responsável pelas comunicações governamentais. Quanto aos ministeriáveis socialistas, só me ocorre um comentário: tenham juízo.
sábado, 23 de fevereiro de 2013
ERA UM REDONDO VOCÁBULO | Grândola, Vila Morena foi o som/senha que
confirmou o arranque da revolução de 25 de Abril de 1974. A mesma canção
é agora contestação às políticas que nos agridem. Não é por acaso que
isto acontece. Há coisas assim. Há objectos culturais que são criados
para animar as nossas aspirações. Foi também assim a vida e a obra de
José Afonso: um constante desassossego em prol da
elegia da criação. A obra é genial. A estética intemporal. O exemplo de
vida é único. Nestes conturbados tempos, lembramos o autor de
"Grândola" e reagimos às restrições que os "mordomos do universo todo"
nos impõem. Lembrar José Afonso é homenagem e reconhecimento. Cantaremos
"Grândola". Ouviremos e cantaremos Zeca. Sempre.
O ARTIGO DO ARTIGO MEU ARTIGO É | O Presidente da República está-se nas tintas para a situação em que se encontram famílias e pequenos empresários. Mas alguém tinha dúvidas da boa vontade de Cavaco para resolver os seus próprios problemas e os dos seus? Há um "de" que está a perturbar? Muda-se já isso. Assim como está a lei é ambígua. Não vamos é criar problemas aos nossos amigos Seara e Menezes, não é verdade? Estão a gozar? Isto não é absolutamente vergonhoso? Que gente legisla? Que gente governa? Serão filhos "de" puta, ou filhos "da" puta? Mas estes políticos do "salvemo-nos uns aos outros" frequentaram os primeiros anos do ensino obrigatório? Aprenderam a ler pelo método clássico? Ou pediram logo equivalências, durante a permanência no infantário, para cursos superiores da farinha amparo? E ainda há que queira que a gente se pronuncie só de quatro em quatro anos. Era o que faltava. Fora com estes políticos "da" treta. Ou será "de" treta?
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013
JORNAL DA CASA | A Casa da Cultura, em Setúbal, continua em intensa e variada actividade. O Jornal da Casa pretende dar eco a essa animação. Nós, na DDLX, tratamos de reunir essa informação no objecto aqui apresentado. Pode ser adquirido na Casa e em outras instalações municipais. A bem da boa divulgação.
EMERGÊNCIA | Em caso de descalabro a esquerda
deve unir-se. Quem o diz é Carlos Carvalhas, em entrevista a Maria Flor
Pedroso, na Antena 1. E dá nomes aos bois: PS, PCP e BE devem
entender-se. Seria uma oportunidade para percebermos se a esquerda
institucional com representação parlamentar está ou não interessada em
resolver problemas. Será utopia? Seja lá o que for, estou com Carvalhas.
Experimentem lá isso. Não brinquem em serviço.
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013
CORRENTES LITERÁRIAS | Hélia Correia é uma das minhas
escritoras. Correntes D'Escritas é um grande acontecimento literário.
Hélia venceu o Correntes. O prémio é para A Terceira Miséria, uma
história que tem a Grécia como pano de fundo. E eu estou com um sorriso
de orelha a orelha. Parabéns, Hélia. Venham mais livros.
AS IMAGENS DAS PALAVRAS | Há um tempo para tudo, diz-se. Mas o tempo foge. O papel de quem regista o momento certo é defini-lo com autenticidade. Olha-se pra um retrato e percebe-se quem está ali à nossa frente. Proceder à proeza não é coisa fácil. Saber encontrar o ângulo certo, o olhar, a característica mais definidora, é tarefa de quem sabe olhar pelos seus olhos compreendendo o olhar do outro. Celebra-se um registo fotográfico quando essa autenticidade é encontrada. Os retratos que João Francisco Vilhena fez a conhecidos autores portugueses, são em simultâneo provas de uma exigência e de uma percepção superior do registo fotográfico. Retratos de excelência. Fotografias de grande rigor estético e técnico. E rigorosa demonstração de um grande conhecimento dos retratados. Que mais se pode dizer para apresentar uma grande exposição de fotografia?
POLAROIDES & POEMAS - AS IMAGENS DAS PALAVRAS
Fotografias de João Francisco Vilhena
CASA DA CULTURA | SETÚBAL
Até dia 7 de Março.
POLAROIDES & POEMAS - AS IMAGENS DAS PALAVRAS
Fotografias de João Francisco Vilhena
CASA DA CULTURA | SETÚBAL
Até dia 7 de Março.
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013
O CANTOR PENSADOR | Esta gente do PPD/PSD e do
CDS/PP acha que as manifestações que calaram o cantor Miguel Relvas
são atentado à liberdade de expressão. Nada mais errado. Calar Relvas é
um acto de higiene intelectual. Ouvir o infelizmente ministro como
cantor ou pensador é excessivamente mau. Que se cale. É o mínimo.
QUARTAS NA AJA | Vou estar hoje, quarta-feira, na sala da Associação José Afonso, na Casa da Cultura, em Setúbal. Trabalho voluntário de atendimento a quem o solicitar. Como ocupação da noite, vou passar o disco charneira de José Afonso: Cantares do Andarilho. O trabalho que rompe com as origens coimbrãs. Este disco foi logo acolhido pela crítica como coisa nova. Diferente. Arejada. Algo que faltava à música portuguesa. José Duarte escreveu sobre este LP um texto notável publicado na revista Cinéfilo. Perdi o rasto a esta publicação. Se alguém tiver acesso ao texto faça o obséquio de o partilhar. A capa foi a primeira a ser desenhada por José Santa-Bárbara. Primeiro de muitos dos excelentes "embrulhos" que o designer fez para os discos que se seguiram. Tudo isto aconteceu muito antes da pedrada que foi a gravação de Cantigas do Maio, disco que inclui a grande canção da contestação actual: Grândola, Vila Morena. Vamos falar disto tudo e muito mais. Apareçam, ou fiquem por aqui. Conversaremos na mesma.
terça-feira, 19 de fevereiro de 2013
AS LAMENTAÇÕES E OS LAMENTÁVEIS | Passos Coelho lamenta que o seu ministro seja lamentado pelos estudantes. Os estudantes que estavam na festa da TVI lamentam a presença de Miguel Relvas. Relvas lamenta ser lamentado. O lamentável mentor do lamentável clube chamado dos pensadores lamenta que haja quem lamente Relvas, como se Relvas fosse um pensador a convidar. Um governo que tem Relvas como lamentador de serviço é naturalmente um governo lamentável. A impreparação e incompetência de Passos é lamentável. A lata de Relvas é um lamento de bradar aos céus. O lamentável Arnaut, na SIC-N, lamenta que haja quem se lamente. Os lamentáveis governantes lamentam tanto lamento. Lamenta-se que ainda andem por aí a lamentar-se. Mas habituem-se. O nosso lamento vai continuar.
LITERATURA É TUDO E TODOS | Passado o alarido, volto com calma e bons modos ao post de Francisco José Viegas no Origem das Espécies. O que motivou o espavento foi o facto de Francisco ter acabado de ser secretário de Estado deste vergonhoso Governo. Francisco sempre usou o calão, e até o chamado palavrão, para se exprimir. Agora foi para a primeira página dos jornais pela simples razão de ter passado pela Ajuda. Não encontro razões para que a expressão seja analisada como "sopas depois do almoço". O ex-secretário de Estado não tinha que associar uma discordância pontual, a uma divergência de fundo com o Governo. Conheço bem Francisco José Viegas. Trabalhei com ele muitos anos. Conheço a força do calão nas nossas saborosas conversas. Conheço a apologia de hábitos bem divergentes do politicamente correcto. E conheço a força do calão na literatura universal. Estavam bem tramados alguns escritores de renome. Charles Bukowski, por exemplo. E, mais recentemente em Portugal, Alice Brito e o seu "Mulheres da Fonte Nova". Mas há muitos mais. Francisco José Viegas é acima de tudo escritor e jornalista literário. Esta atitude de Viegas é uma pedrada com efeito literário contra a ignorância de um ignoto secretário de Estado bufo, que ninguém recordará logo que saia da cadeirinha que agora ocupa. A reacção de Miguel Relvas é a de um vulgar ignorante a quem não se atribui qualquer tipo de leituras. Quem quiser palavrinhas bem comportadas leia livrinhos de auto-ajuda. No final até poderão servir para a higiene íntima antes da descarga do autoclismo. A sugestão da governamental medida que obriga ao pedido de factura por "dá cá aquela palha", é ridícula e filha-da-puta. Claro que a reacção mais condizente com a atitude fiscalizadora de um funcionário estatal é mandá-lo para aquela parte. Que poderá traduzir-se em: vá para o raio que o parta, vá à merda, vá-se foder, vá levar no cu. Quanto ao tomar no cu... bem, isso parece-me mais receituário. Tomar, tomam-se supositórios.
Mas, importante, importante, é arranjarmos uma viagem de ida sem volta para esta gente que nos governa. Sem factura nem nada.
Mas, importante, importante, é arranjarmos uma viagem de ida sem volta para esta gente que nos governa. Sem factura nem nada.
domingo, 17 de fevereiro de 2013
A BEM DA TV | Este pernóstico faz lembrar o diácono Remédios, criado pelo seu companheiro de conversa no programa em que participou na RTP1. Para ele a "ponte sobre o Tejo" continua a chamar-se Salazar. Salazar foi um ditador criminoso que exercia o poder no tempo em que a ponte foi construída, é certo. E deu-lhe de facto o seu nome, mas a coisa foi corrigida. A ponte hoje chama-se 25 de Abril, senhor Ponte. Há palavras que custam pronunciar. Dobre a língua e não seja mais ridículo do que já parece.
sábado, 16 de fevereiro de 2013
PAVÕES, CAGÕES E OUTROS VILÕES | A lei para a
limitação de mandatos autárquicos é claríssima. Três mandatos à frente
de uma autarquia, impedem o cidadão detentor do lugar de se candidatar
de novo. A rapaziada do PPD/PSD já provou, em muitas
circunstâncias, que sofre de surdez e incapacidade de visão quando lhe
convém. Neste caso exagera. Muitos dos cromos que exerceram presidências
eleitos por este partido, não querem que a almofada que lhes agasalha o
camarário cu arrefeça, apostando na possibilidade de a deslocarem para
outra cadeira instalada num município próximo. Fingindo não perceber o
que é o caciquismo, os cromos alegam um motivo extraordinário: as
populações adoram-nos. São os salvadores. Os obreiros. Os
insubstituíveis. A coisa foi encaminhada para os tribunais. É provável
que lhes cague o cão no caminho. Só pode.
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013
TODOS OS NOMES | Os responsáveis pelos
atropelos à razoabilidade têm nome. E os ex-responsáveis também. Paulo
Núncio é o criador do Estado fiscal policial. Francisco José Viegas é o
ex-secretário de Estado daquela coisa que nunca existiu para este
governo de trogloditas. Agora é perceber as atitudes de um e as opiniões
de outro. Sempre dá para perceber algumas coisas.
Caro Paulo Núncio: queria apenas avisar que, se por acaso, algum senhor da Autoridade Tributária e Aduaneira tentar «fiscalizar-me» à saída de uma loja, um café, um restaurante ou um bordel (quando forem legalizados) com o simpático objectivo de ver se eu pedi factura das despesas realizadas, lhe responderei que, com pena minha pela evidente má criação, terei de lhe pedir para ir tomar no cu, ou, em alternativa, que peça a minha detenção por desobediência. Ele, pobre funcionário, não tem culpa nenhuma; mas se a Autoridade Tributária e Aduaneira quiser cruzar informações sobre a vida dos cidadãos, primeiro que verifique se a C. N. de Proteção de Dados já deu o aval, depois que pague pela informação a quem quiser dá-la.
Francisco José Viegas | A Origem das espécies
Caro Paulo Núncio: queria apenas avisar que, se por acaso, algum senhor da Autoridade Tributária e Aduaneira tentar «fiscalizar-me» à saída de uma loja, um café, um restaurante ou um bordel (quando forem legalizados) com o simpático objectivo de ver se eu pedi factura das despesas realizadas, lhe responderei que, com pena minha pela evidente má criação, terei de lhe pedir para ir tomar no cu, ou, em alternativa, que peça a minha detenção por desobediência. Ele, pobre funcionário, não tem culpa nenhuma; mas se a Autoridade Tributária e Aduaneira quiser cruzar informações sobre a vida dos cidadãos, primeiro que verifique se a C. N. de Proteção de Dados já deu o aval, depois que pague pela informação a quem quiser dá-la.
Francisco José Viegas | A Origem das espécies
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013
OS MISERÁVEIS | Hoje encontrei um amigo de
infância. De infância mesmo. Concluimos que não nos víamos há mais de
trinta anos. Quando o perdi de vista geria um pequeno negócio familiar.
Um pequeno restaurante que fornecia preferencialmente almoços. Disse-me
que o aumento do IVA obrigou-o a vender os fogões. Os pais entretanto
morreram, divorciou-se, entrou em depressão. Hoje pedia esmola no
metropolitano. Ainda estou em choque. Não consigo ter pingo de respeito
por estes neoliberais que nos desorientam. Sinto mesmo desprezo. Estes
seres desprezíveis insistem na nossa desgraça. Tudo nos pode acontecer.
Puta que os pariu.
ÀS VEZES NÃO TENHO JEITO PARA FALAR DE AMIGOS
A partir da próxima quarta-feira, dia 20, vou estar de faxina nas instalações da Associação José Afonso, na casa da Cultura, em Setúbal. Vou estar de serviço todas as quartas-feiras, entre as nove e as onze da noite. Estarei à disposição de quem por lá aparecer. Terei muito gosto em conversar sobre a música, as vivências, o exemplo cidadão de José Afonso. Acima de tudo vou lá estar para aprender, mas também tenho coisas a dizer. É um tipo de actividade que nunca frequentei. Vai ser uma nova experiência, portanto. Também poderemos estar em contacto por aqui. Conversaremos sempre. Bem vindos.
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013
CARNAVAL DE CRISTAS | A ministra Cristas foi
ao parlamento para tentar convencer da bondade da lei das rendas.
Prestação patética. A senhora nunca deveria ter sido ministra, mas, já
que o é, não seria melhor ir já para casa e deixar de dizer tantas
asneiras? É que gozar com o pagode não vale, apesar de ser carnaval.
Imagem: aventar
Imagem: aventar
MAMÃE EU QUERO | Há a ideia peregrina de acabar com os feriados como se fosse essa a grande ideia para aumentar a produtividade. Troika e governo acham que para além de aguentarmos com a austeridade, devemos ser castigados como meninos mal comportados. A tolerância na terça-feira de Carnaval foi suprimida em nome dessa premissa. Mas a tolerância não acabou. Hoje houve muita gente que se borrifou para as contenções governamentais. Empresas e organismos não abriram portas, e pessoas singulares não puseram os pés nos locais de trabalho. O governo não respeita a cultura e as atitudes dos portugueses. Mas os portugueses querem que o governo vá morrer longe.
terça-feira, 12 de fevereiro de 2013
REFORMA MERECIDA | O anterior papa
era elogiado pelo sacrifício em missão. Arrastava-se mas insistia. O
actual resignou. Não tenho nada a ver com isso, mas parece-me mais
razoável a atitude de Ratzinger. Aliás, Ratzinger começava a ficar
razoável. Pediu desculpa por tiranias anteriores. Envergonhou-se com a
pedofilia eclesiástica. Condenou o neoliberalismo, Faltou assinalar
muita coisa. Muita coisa mesmo. Mas pronto, é melhor que nada. Vá lá
para a reforma dourada descansado. Em nome de Cristo.
CARNAVAL | Decidi divertir-me. Este ano vou
arranjar uma máscara. Está escolhida: Português a viver acima das suas
possibilidades. Só não sei ainda que vestes hei-de utilizar. Palhaço?
Sem-abrigo? Não sei. Preciso de falar com um entendido. Alguém tem aí o
contacto de António Borges ou de Fernando Ulrich? Dava-me jeito.
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013
ASSUNTOS PENDENTES | O BPN é evidentemente um caso de polícia. Mas não é coisa de cabo de esquadra. Pia mais fino. O banco foi criado por gente que pisou as alcatifas dos ministérios. Gente rasca mas com apetites para além das suas possibilidades. Todos os intervenientes directos impuseram condições altamente proveitosas. Todos passaram a apreciar Arte e a comprá-la, como se o dinheiro nascesse debaixo das pedras. Muito desse dinheiro está guardado em parte incerta. Houve bons negócios que bem relacionadas famílias fizeram. Esdrúxulos rendimentos realizados em menos de um fósforo. O senhor reformado que ocupa um lugar cimeiro no palácio de Belém, por exemplo, foi um dos contemplados. Sua filha também. E há muitos mais. Claro que não faziam a mais pálida ideia dos mecanismos financeiros envolvidos. Era uma sorte. Bons tempos. É gente que não percebe o suficiente de economia para perceber as maroscas. Gente humilde e crédula que faz das tripas coração para amealhar mais uns cobres. Só isso. Não perceberam nada. É por isso que agora insistem a toda a hora no mesmo diagnóstico: todos vivemos acima das nossas possibilidades. Todos? Provem lá isso. Mostrem os comprovativos de rendimentos de todos nós. Havia de ser bonito.
EM PALMELA | Na DDLX, estamos a desenvolver um novo projecto de comunicação para a divulgação de um novo empreendimento em Palmela. Trata-se de uma actividade comercial que vai levar àquela região produtos portugueses de vários cantos do país. É um café, no sentido contemporâneo do termo, mas alarga-se à dinamização de outras actividades gastronómicas e não só. Acreditamos que vai valer a pena uma visita. E muitas mais. Nós vamos fazer por isso.
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013
AS IMAGENS DAS PALAVRAS | ... ou eu no papel de curador. Privilégio meu. Estive esta tarde a trabalhar, com o autor, na exposição que abre esta sexta-feira, às 22 horas, na Casa da Cultura de Setúbal. Agora estou aqui a pensar como fazer o alinhamento. Amanhã vou montá-las nas molduras e distribui-las na sala em definitivo. O João Francisco Vilhena fotografou figuras da cultura portuguesa. Mostro aqui três dos autores retratados. Querem fazer o favor de os identificar? É que eles estão bem disfarçados. Quem adivinhar ganha um miminho. É o que se pode arranjar. Até logo.
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013
CATEGORIA | O novel secretário de Estado, nomeado por Álvaro de Vancouver, começou a trabalhar, como consultor de alto gabarito, aos 16 anos. Vem na biografia oficial divulgada pelo Governo de Portugal. Afinal o homem é mesmo competente e um trabalhador à antiga. Começar a fazer pela vida aos dezasseis anos é obra. Nós, mandriões que só começámos na labuta depois dos vinte, temos é inveja. O homem de Vancouver é que sabe. Muito bem escolhido, sim senhor....
terça-feira, 5 de fevereiro de 2013
FÉ, BANQUEIROS E HIPOCRISIA | Fernando Ulrich, o banqueiro insensível, ilibou a postura desavergonhada com a revelação da sua conduta católica. Esta gente atira assim com a crença como algo definitivo. Tipo: com esta estás arrumado. Para esta gente, o ser católico é algo que lhes permite o arremesso verbal apenas porque são católicos, seres superiores, que praticam a caridade, e não uns hereges sem valores. Ulrich associou a fé à educação familiar. Que bem. Provavelmente foram educados assim: afasta-te dos pobrezinhos, eles só nos merecem comiseração à porta da igreja. Nos livros de História destas inenarráveis criaturas não estão inscritos os crimes cometidos em nome da sua fé. Nem eles percebem que fazem a apologia do crime ao dizerem o que dizem. Ou percebem. É a hipocrisia em estado puro.
UM CRENTE EM ESTADO PURO | Não pede desculpa a ninguém. Aprendeu com a Igreja católica. O que ele diz é banal e não percebe a razão do choque que provocou. Os restantes argumentos, de tão básicos, nem são mencionáveis. Aconteceu hoje no Parlamento. Palavras para quê? É um crente português. Educado no bem fazer aos pobrezinhos. Logo, eles tem de existir aos milhares para que ele possa praticar o bem. Um homem bom. Uma besta quadrada.
TROPEÇAR NO VILÃO | A gente que manda hoje no mundo acredita apenas no sucesso egoísta, traduzido em ganhos monetários, pisando todas as regras e valores. Os aventureiros que conduziram a humanidade à atual encruzilhada dolorosa não passam de jogadores que transformaram o mundo num miserável reality show.
Viriato Soromenho Marques, no DN. ler artigo completo
Viriato Soromenho Marques, no DN. ler artigo completo
domingo, 3 de fevereiro de 2013
ALTA POLÍTICA | Álvaro de Vancouver saiu muito exaltado em defesa do seu secretário de Estado Franquelim. Álvaro de Vancouver diz que a atitude do PCP e do BE é baixa política. Álvaro de Vancouver diz ainda que "basta!". Álvaro de Vancouver diz coisas e acha que é assim que se faz alta política. Como se ele soubesse o que isso é.
O CÉU EXISTE MESMO | Vi agora mesmo, no jornal da Noite, na SIC, e não queria acreditar. Uma criança foi sujeita a uma intervenção cirúrgica. Quando a anestesia passou disse ao pai que tinha estado no céu. Jesus tem olhos azuis e o sorriso mais lindo que o puto já viu. Os delírios do rapaz impressionaram o progenitor. Ou será que se pôs a jeito para se impressionar? O pai é pastor metodista numa igreja lá na terra e passou para livro tudo o que o menino ditou. Para além da incursão na literatura religiosa fazem sessões de esclarecimento com música e tudo por quatro mil euros cada. Parece que não falta quem compre o livro. E parece que as sessões estão à pinha. A mãe gere o negócio, perdão, o contacto com a fé. O céu existe mesmo, para esta família.
sábado, 2 de fevereiro de 2013
CUMPLICIDADES | Um tal Frankelim foi agora para uma importante secretaria de Estado. Jerónimo de Sousa pediu a Cavaco que impedisse a coisa. Há razões para este pedido. O homem esteve ligado aos infortúnios no BPN. Frankelim diz que o seu percurso profissional é transparente. Não se percebe é porque foi retirada da sua biografia a ligação ao famigerado banco. O PCP tem razão ao pedir o impedimento. Mas o governo também terá razões para nomear este seu companheiro de estrada.
AFINAL NEM QUER MAIS AUSTERIDADE | Ulrich continua o seu esforço em explicar as explicações anteriores. Agora foi na TSF. Cada cavadela... minhoca. Dá para perceber as razões que levaram o BPI a precisar de ajuda. Se o homem é na gestão bancária tão pouco competente como na utilização do verbo, o desfecho só poderá ser o da desgraça. Mas pelos vistos é bom para a pedincha. Lá continua ele a elogiar o governo e a vaticinar legislatura completa. Para ele quem tem mesmo que aguentar são os seus comparsas governamentais. A bem da defesa da sua pele.
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013
OS UNGIDOS | Rajoy e o PP estão implicados em enleios estranhos. Há membros da família real implicados em enleios estranhos. A direita troglodita e a realeza estão unidos na mesma vontade de se safarem custe o que custar. Nada surpreendente. Foi essa vontade que fundou as monarquias. A chamada nobreza é evidente falácia. Esse manto cobre todos os hijos de puta que se confessam ao padre-cura com a mão no peito. Deus lhes perdoe, que eu não estou para aí virado.
CRISTIANISMO NEOLIBERAL | Os aumentos das rendas de casa atingem o insuportável. Há reformados com prestações mensais de 40 euros que passam agora para os 400. A ministra democrata-cristã que dirige o super-ministério é a grande responsável política pelo ajuste. Assim se vê a cristandade da gente do CDS/PP e do seu governo aliado aos "sociais-democratas" do PPD/PSD.
Grande medida, doutora Cristas. Parabéns à prima.
Grande medida, doutora Cristas. Parabéns à prima.
DELINQUÊNCIA BANCÁRIA | Como se não bastassem as inanidades que proferiu e que ficaram na história do anedotário negro recente, este ser inclassificável volta à carga com a sua vontade de nos colocar todos a dormir debaixo de cartões. A retórica é arrepiante. A performance é descontraída. Um grande actor do neoliberalismo feroz e criminoso. Até quando dá para aguentar estes pulhas?
HÁ HORAS FELIZES | O governo de Portugal quer fazer sorteios entre os pagantes de impostos. Para que os contribuintes sejam incentivados a cumprir as suas obrigações fiscais, os caixeirinhos que nos governam propõem-se sortear electrodomésticos e automóveis. Uma espécie de Preço Certo institucional. Diz que o modelo é sul-americano. Já tudo se espera desta mercearia de bairro propriedade da sociedade Passos & Gaspar, Lda. Limitada é a nossa paciência. Para além de alheados da realidade, são ridículos.
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