segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

ASSUNTOS PENDENTES | O BPN é evidentemente um caso de polícia. Mas não é coisa de cabo de esquadra. Pia mais fino. O banco foi criado por gente que pisou as alcatifas dos ministérios. Gente rasca mas com apetites para além das suas possibilidades. Todos os intervenientes directos impuseram condições altamente proveitosas. Todos passaram a apreciar Arte e a comprá-la, como se o dinheiro nascesse debaixo das pedras. Muito desse dinheiro está guardado em parte incerta. Houve bons negócios que bem relacionadas famílias fizeram. Esdrúxulos rendimentos realizados em menos de um fósforo. O senhor reformado que ocupa um lugar cimeiro no palácio de Belém, por exemplo, foi um dos contemplados. Sua filha também. E há muitos mais. Claro que não faziam a mais pálida ideia dos mecanismos financeiros envolvidos. Era uma sorte. Bons tempos. É gente que não percebe o suficiente de economia para perceber as maroscas. Gente humilde e crédula que faz das tripas coração para amealhar mais uns cobres. Só isso. Não perceberam nada. É por isso que agora insistem a toda a hora no mesmo diagnóstico: todos vivemos acima das nossas possibilidades. Todos? Provem lá isso. Mostrem os comprovativos de rendimentos de todos nós. Havia de ser bonito.