LITERATURA É TUDO E TODOS | Passado o alarido, volto com calma e bons modos ao post de Francisco José Viegas no Origem das Espécies. O que motivou o espavento foi o facto de Francisco ter acabado de ser secretário de Estado deste vergonhoso Governo. Francisco sempre usou o calão, e até o chamado palavrão, para se exprimir. Agora foi para a primeira página dos jornais pela simples razão de ter passado pela Ajuda. Não encontro razões para que a expressão seja analisada como "sopas depois do almoço". O ex-secretário de Estado não tinha que associar uma discordância pontual, a uma divergência de fundo com o Governo. Conheço bem Francisco José Viegas. Trabalhei com ele muitos anos. Conheço a força do calão nas nossas saborosas conversas. Conheço a apologia de hábitos bem divergentes do politicamente correcto. E conheço a força do calão na literatura universal. Estavam bem tramados alguns escritores de renome. Charles Bukowski, por exemplo. E, mais recentemente em Portugal, Alice Brito e o seu "Mulheres da Fonte Nova". Mas há muitos mais. Francisco José Viegas é acima de tudo escritor e jornalista literário. Esta atitude de Viegas é uma pedrada com efeito literário contra a ignorância de um ignoto secretário de Estado bufo, que ninguém recordará logo que saia da cadeirinha que agora ocupa. A reacção de Miguel Relvas é a de um vulgar ignorante a quem não se atribui qualquer tipo de leituras. Quem quiser palavrinhas bem comportadas leia livrinhos de auto-ajuda. No final até poderão servir para a higiene íntima antes da descarga do autoclismo. A sugestão da governamental medida que obriga ao pedido de factura por "dá cá aquela palha", é ridícula e filha-da-puta. Claro que a reacção mais condizente com a atitude fiscalizadora de um funcionário estatal é mandá-lo para aquela parte. Que poderá traduzir-se em: vá para o raio que o parta, vá à merda, vá-se foder, vá levar no cu. Quanto ao tomar no cu... bem, isso parece-me mais receituário. Tomar, tomam-se supositórios.
Mas, importante, importante, é arranjarmos uma viagem de ida sem volta para esta gente que nos governa. Sem factura nem nada.
Mas, importante, importante, é arranjarmos uma viagem de ida sem volta para esta gente que nos governa. Sem factura nem nada.