Gozou com os portugueses contribuintes em plena casa da democracia. Julga-se num pedestal onde os comuns dos mortais nunca chegarão. Comporta-se como um vilão bonacheirão. Debita piadas sem graça para aligeirar pretensões mais ousadas. É um ignorante sem trambelho armado ao pingarelho. Usa dinheiro alheio como se estivesse guardado no seu cofre pessoal. É um traste sem vergonha. Ontem foi preso. Hoje não sabemos o que lhe vai acontecer. Que amanhã aconteça o que deveria sempre acontecer aos da sua laia.
quarta-feira, 30 de junho de 2021
Sem respeito
Gozou com os portugueses contribuintes em plena casa da democracia. Julga-se num pedestal onde os comuns dos mortais nunca chegarão. Comporta-se como um vilão bonacheirão. Debita piadas sem graça para aligeirar pretensões mais ousadas. É um ignorante sem trambelho armado ao pingarelho. Usa dinheiro alheio como se estivesse guardado no seu cofre pessoal. É um traste sem vergonha. Ontem foi preso. Hoje não sabemos o que lhe vai acontecer. Que amanhã aconteça o que deveria sempre acontecer aos da sua laia.
terça-feira, 29 de junho de 2021
Jon Hassel
Conheci-o quando conheci Brian Eno. Trabalharam juntos. Resultou dessa colaboração trabalho de excepção. Depois quis conhecê-lo melhor. Conheci os seus pares. Percebi origens. Fiquei rendido. A sua morte traz-me à memória sonoridades únicas.
segunda-feira, 28 de junho de 2021
Incivilidades
A Hungria, liderada por um fascista quase confesso, desrespeita direitos humanos. Provavelmente ainda por lá consideram a homossexualidade enfermidade curável, mas a esconder da comunidade. Uma espécie de doença contagiosa grave. Metade dos países europeus votaram contra esses atropelos aos direitos das pessoas. Outra metade preferiu não tomar posição. Portugal juntou-se ao grupo dos abstencionistas. Como português estou envergonhado. Como cidadão do mundo estou orgulhoso por existirem países soberanos civilizados.
quinta-feira, 24 de junho de 2021
Os nossos poetas
FERNANDO ASSIS PACHECO | É hoje que Jorge Silva Melo e Manuel Wiborg vão levar Fernando Assis Pacheco à Casa Da Cultura | Setúbal. Esta leitura de poesia é recomendada a pessoas com reconhecido bom gosto. Para vos abrir o apetite, aqui vai mais um poema. Até logo.
quarta-feira, 23 de junho de 2021
Somos nós que moldamos a nossa existência. Obtemos as ferramentas para a confecção do molde. Pelo caminho encontramos pedras soltas, muros, água imbebível. Mas também somos iluminados por talento, sorte, e pela vontade de alterar o suposto destino.
Às vezes falta-nos a coragem para dar o salto em frente. Mas quando ela surge festejamos essa vontade avassaladora. Procuramos a felicidade. Lutamos pelo nosso futuro. Esperarmos acomodados a uma existência sem sentido tolhe-nos a vontade de existir. Agimos, sim. É o que devemos fazer, sempre. Não deixemos nada por fazer. A comodidade hipócrita provoca-nos uma ansiedade infeliz. Quem espera nunca alcança, como desdiz o ditado antónimo. Sejamos impacientes.
terça-feira, 22 de junho de 2021
segunda-feira, 21 de junho de 2021
domingo, 20 de junho de 2021
LUÍS CARDOSO EM SETÚBAL | Poderá a mais encantatória das toadas narrar o desencanto? Com este romance, Luís Cardoso parece provar que as vozes entrecruzadas das narrativas são assim canivete suíço, oferecendo ao instante a ferramenta exacta para abrir o que se esconde em quadro, em nome de personagem, em uma figura ou momento histórico.
sábado, 19 de junho de 2021
Chico' 77
Tanto tempo a alertar-nos e a alegrar-nos. Tanta vida em tanta palavra e música. Na sua terra, a coisa está preta por todas as razões que motivaram os seus combates. Mas o combate continua. Com revolta mas com muita criatividade e alegria. Contigo, Chico.
Aos poucos...
Vamos regressando aos amigos. Vamos reencontrando hábitos de convívio. Isto não está nada bom, mas sozinhos não aguentamos. Juntos vamos voltar a perceber onde encontrar a possibilidade de felicidade. Estamos a voltar às Livrarias, às fitas nas salas, às conversas longas e saborosas. Com cinco dedos de cada lado.
sexta-feira, 18 de junho de 2021
Na saúde e na doença
O vírus continua a revelar extrema competência no combate ao ser humano. Alastra e devasta. O número de mortes baixou, mas o contágio de gente mais nova põe a economia a ganir.
Os retrocessos assustam. As medidas necessárias ameaçam o nosso modo de vida. Estamos nisto há já muito tempo. Não voltaremos à estaca zero, mas o que aí vem é assustador. Todo o cuidado é pouco. Todas as medidas restritivas são bem vindas desde que funcionem. Os negacionistas continuam no seu trilho em defesa da estupidez. Os extremistas de direita crescem na lama que espalham. Passos Coelho chegou a dizer que a vida das pessoas estava em primeiro lugar mas não a qualquer custo. Ainda bem que não são esses extremistas de direita a definir as regras do combate. Precisamos de razoabilidade e bom senso. Precisamos de proteger as pessoas a qualquer custo. Não sei se é pedir muito, mas sei que é o que tem de ser feito.
quinta-feira, 17 de junho de 2021
Fernando Assis Pacheco
EM VOZ ALTA | Os nossos poetas regressam ao nosso convívio pela voz dos nossos actores. Jorge Silva Melo e Manuel Wiborg vão estar na Casa Da Cultura | Setúbal, no próximo dia 24, para a leitura de Fernando Assis Pacheco. Luxo.
terça-feira, 15 de junho de 2021
Liberalismos à parte...
Os neoliberais da Iniciativa Liberal fizeram festa de arromba.
Divertiram-se à brava, desrespeitando regras sanitárias, e deixaram o lixo por apanhar pelos serviços públicos. Claro que já sabemos que assim mesmo é que é: os serviços públicos devem de existir para permitir as iniciativas liberais. Liberalismo, sim, mas há limites. Nunca subestimes o que o Estado pode fazer por ti. O Estado ao serviço do egoísmo privado.
domingo, 13 de junho de 2021
Dicionário da Invisibilidade
A pré-apresentação foi ontem, na Casa da Avenida. O lançamento oficial é no próximo dia 19. Convidados.
sábado, 12 de junho de 2021
António Sena
Antoni Tàpies disse uma vez, em entrevista, que um rabisco num muro o poderiam emocionar mais do que todos os museus do mundo. Exagero? Talvez. Mas não é a ousadia que nos faz evoluir?
Eu começava a procurar a exigência e o absolutamente extraordinário. A grande arte provocou-me uma extrema curiosidade e transformou-me como pessoa. A declaração do artista catalão moeu-me a moleirinha. Procurei perceber o que quereria dizer com aquilo. Se não tivesse percebido também não tinha importância nenhuma. A percepção das coisas tem limites. E há coisas que não é preciso perceber. Procurei então outros companheiros de Tàpies. António Sena apareceu-me no caminho com uma escrita/desenho que me impressionou e me apontou outros exemplos. A pintura de Sena é intensa. Agride. Tem uma existência que se instala naquele insistente rabiscar. A cor vem da natureza, parece-me. Mas o uso da tinta nas superfícies desgastadas pelo traço dá a esta pintura uma autenticidade emocionante. Não existem aqui soluções habilidosas. A dúvida regressa sempre. Percebi Tàpies. Percebi Sena. Ou talvez não. A dúvida nunca se esbate. A tentativa de percepção do que nos rodeia provoca-nos a curiosidade intelectual que não devemos perder. Acomodarmo-nos? Nunca.
sexta-feira, 11 de junho de 2021
Da lucidez e da dignidade
Nunca fui telespectador de telenovelas. Para falar verdade, nunca fui grande telespectador. Mas habituei-me a respeitar e admirar gente do teatro que aparecia nas novelas televisivas.
Vi muita desta gente fantástica pisar os estrados. Betty Faria foi uma dessas minhas preferências. Hoje, no Ípsilon, fala da actualidade. Sem pinturas a anular o tempo. Sem disfarces ornamentais. Uma bela senhora exprime-se sem complexos. Arrasa a extrema-direita que governa o Brasil. Foi muita gente a querer a extrema-direita no Brasil. Foi mau. É perigoso. A lucidez que demonstra impressiona e emociona. Eh, pá, comprem o Público, instalem-se nesta entrevista e guardem-na. É uma boa oportunidade de percebermos o futuro. Betty Faria está velha? Quem o disse? Velhos são os fascistas. Sempre o foram.
quinta-feira, 10 de junho de 2021
A bem da nação
As comemorações que vão assinalar os cinquenta anos da revolução estão a incomodar os que acham que aquilo foi coisa de pouca monta. Um processo que "tirou de lá" uns para dar lugar a outros. No fim das contas são todos iguais, dirão esses doutos detractores. Dizem sempre isso, os palermas.
O inefável e caricato Rui Rio, irritado com tanta festança, arrasa escolhas e despesas, como se comemorar a liberdade fosse como ir ali aos saldos e voltar de mãos a abanar. Ele bem já tinha avisado que não houve em Portugal fascismo nenhum. Este esclarecido e iluminado líder do partido dito social-democrata deve preferir que o aniversário da democracia se sirva na copa, sem preceitos nem festejos. Sem flores, com enlatados ingeríreis e talheres de plástico, que é mais barato. E para presidir à comissão um comissário de polícia. Assim sim, as comemorações ficariam um brinco e os fascistas não se sentiriam ofendidos.
A inenarrável criatura, que ficará conhecida pelas inanidades que alardeia, é líder de um partido que provavelmente terá o grupo fascista do indescritível Ventura como seu aliado. Ficará tudo explicado. Palermas com palermas. Até podem fazer um baile no dia 24 de Abril de 2024, e assim assinalar e comemorar o regime não-fascista que existia antes de 25 de Abril de 1974. Palermas à sala.
Imagens: João Abel Manta "Caricaturas Portuguesas dos Anos de Salazar"
quarta-feira, 9 de junho de 2021
Males maiores
A violência exercida por energúmenos sem escrúpulos é crime público. Os crimes com estardalhaço dão nas vistas e nos ouvidos.
Os crimes praticados por insistências humilhantes não são visíveis. Só as próprias vítimas dão conta desse sofrimento. A agressão psicológica é cada vez mais comum mas é sofrida em surdina. Estimular a denúncia junto de quem a sofre é uma necessidade. As relações mantidas submersas nesse oceano de agressão não são saudáveis. É mais saudável o afastamento. Não existe amor sem amor.
Fonte Lusa