quarta-feira, 3 de março de 2021

António Charrua




MARCAS DE UM TEMPO INFINDO
| Foi um pintor, escultor, gravador, artista gráfico, que nasceu em Portugal e abraçou o mundo. Obra de imenso reconhecimento internacional. Influências marcantes de autores visuais de geografias bem distantes. Abstracção, mas com captura de símbolos e signos visualmente comprometidos. As cores primárias inscrevem uma sofisticada orientação na aplicação. O modo de fazer é solto, mas controlado pela forma. Às vezes parece que é contra a pintura. E é, contra a representação óbvia. Faz, desmancha tudo, mas depois compõe de novo. É assim como arrumar a casa depois de uma grande festa: com copos, todos os excessos e luxúria. Também pode ser assunto triste e ordenado, mas nunca com a pedagogia do saber olhar. Olhar, olhe quem observa. E veja. E sinta. Olhar a obra de António Charrua é viajar num tempo que ora pára, ora volta a andar. Sempre para a frente: para a frente é que é o caminho. Muito ousou avançar, este extraordinário artista. 

Vamos ver o que existe no Museu Gulbenkian.