quarta-feira, 27 de maio de 2020

Não há morte nem princípio

Chamava-se Mariana. Foi minha mãe. Passam hoje três anos sobre a sua morte. As nossas origens nunca se esquecem. E é assim que deve ser. 

Quem teve como preocupação primeira a nossa existência merece ser recordado. Não por demonstração pretensiosa da nossa parte — é claro que não merecemos tanta atenção —, mas por respeito por quem tem essa preocupação primeira. Mesmo que eu fosse ladrão, a minha mãe estaria sempre ali, preocupada com tudo o que me pudesse acontecer. Não dei em ladrão, sempre me preocupei em ser honesto e em apreciar os melhores comportamentos. Em respeitar todos os outros. Todos mesmo, incluindo os animais, que percebem bem quando são respeitados. Os pais têm valores que passam aos filhos. É assim que deve ser. Foi o que aconteceu comigo. Espero não ter desiludido, e, eternamente reconhecido, agradeço-lhes esta possibilidade de estar aqui. Viver é bom. Viver com atitudes e valores ainda é melhor. Obrigado.
Notas: o título deste comentário pertence a Mário Dionísio, claro está. Uma vida é sempre um prolongamento de outra. Continuo a sentir a vida dos meus pais quando me revejo em gestos e vontades. Acontece tanto.
O registo fotográfico foi feito no natal de 1999, em minha casa. O cão era o Bob. A minha mãe gostava muito dele. Sempre tivemos animais lá em casa.

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