Foi há noventa e quatro anos. Em 28 de Maio de 1926 era instalado em Portugal um novo estado que confinou o acesso ao conhecimento, eliminando a liberdade de se pensar diferente da situação, e o fim do acesso livre à cultura. Foi mau. Muito mau. Há quem diga que não foi uma ditadura fascista, mas as semelhanças das políticas de Salazar com as de Mussolini e de Hitler deixam-nos a navegar num mar de dúvidas: se aquilo não era um fascismo, que raio foi o fascismo? Falamos de semântica ou folclore?
Mas, o Estado Novo — ou aquele estado de coisas —, foi vencido em 25 de Abril de 1974. Desde então vive-se em democracia. Hoje, ter opinião e ouvir a opinião do outro é possível e recomendável. O novo confinamento, agora por razões sanitárias e não políticas, fechou as pessoas em casa. E as pessoas, agora com toda a liberdade, desataram a ter opiniões sobre o que estava a acontecer. Foi assim que nasceu a TORPOR. Falamos de uma espécie de dança que desafia o carcereiro. Uma provocação ao entorpecimento. O bloco E desta empreitada é publicado hoje às oito da noite. Pessoalmente, acho que tanta ousadia e esperança não se devem perder. Pensar é preciso. A bem da noção da realidade, o futuro precisa de ser pensado. Aqui está tudo muito bem pensado.www.torpor.abysmo.pt