CANÇÂO
Tinha um cravo no meu balcão;
veio um rapaz e pediu-mo:
— mãe, dou-lho ou não?
Sentada, bordava um lenço de mão;
veio um rapaz e pediu-mo:
— mãe, dou-lho ou não?
Dei um cravo e dei um lenço,
só não dei o coração;
mas se o rapaz mo pedir:
— mãe, dou-lho ou não?
Eugénio de Andrade