quinta-feira, 6 de novembro de 2025

A música é tamanha

Jay-Jay Johanson esteve ontem em Lisboa, na República da Música. Primeiro ouvimos Surma — Débora Umbelino —, artista portuguesa que se afeiçoou ao mundo inteiro e faz uma música que pisa essa universalidade, revelando-nos sons estranhos, exóticos, mas que se entranham e misturam com a nossa vontade de ouvir coisas novas. Surpreendente, para mim. Fiquei público de Surma.

Jay-Jay Johanson entrou discretamente em palco, como se estivesse a conversar com a malta. Simpático, esteticamente rigoroso, sofisticado, mesmo, e inicialmente deslizando pela melancolia que sempre se anuncia para as suas performances. Mas o homem circula por músicas e influências que nos deixam rendidos sem hesitações à sua magia em palco. Não sei se estou a ir longe com a apreciação, mas foi magia que senti ali. Chet Baker passou por lá, em aceno mágico, lá está. Percebemos que estamos entre grandes artistas quando o que nos mostram é tão singular, mas sem que o que já foi feito antes tenha sido esquecido. Respeito pelo passado e vontade de fazer futuro. Foi tão bom estar ali.



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