Fonte: Agência Lusa
SERÁ MESMO QUE ESTA GENTE ACHA QUE "ISTO" SÓ LÁ VAI À PORRADA? |
Há quem leve a sério e aplique na prática a "atitude" de Dom Afonso Henriques. Bem, o fundador desta tão apregoada ditosa pátria amada, pode até não ter chegado a real roupa ao pelo da mãe dele, mas estes casos que a Lusa revela são reais. Os portugueses dos brandos costumes, que são simpáticos com os turistas, que não são racistas (segundo os racistas), que adoram líderes carismáticos para pensarem em vez deles, que vão a pé a Fátima para agradecerem qualquer coisa que não sabem bem o que é, mas vão, cheios de fé e humildade, que procuram o sexo fácil porque assim é mais fácil, mas que depois esclarecem tudo a um sujeito que está num confessionário com montes de pecados às costas, mas que lá resolve aquele problema com umas orações. São estes portugueses que depois reclamam uma velha ideia portuguesa: se fosse eu a mandar, isto não estava assim. Ou o Salazar, ou aquele que anda aí agora?
Serão esses portugueses que depois batem nas mulheres quando o benfica perde, violam, agridem e até matam porque a sopa estava fria, ou a escaldar, ou com sal a mais: É esta gente que agride emigrantes que os servem, e manda-os para as suas terras porque isto é mesmo assim? E serão este justiceiros de ocasião que abandonam os pais no fim da vida porque não os querem aturar mais?
Acho que não conheço pessoalmente estes portugueses de bem — eles classificam-se assim —, mas percebo que o ódio que os abraça se está a instalar na sociedade portuguesa com toda a propriedade. Percebem-se estas atitudes quando se anda por aí. As pessoas que sempre foram agressivas estão agora ainda mais e já o demonstram abertamente. Não há vergonha em revelarem o ódio ao outro. Passar esse ódio para o exercício da sua "justiça" pelas suas próprias mãos transforma esses portugueses nuns valentes que não têm medo de nada. Quem pensa que isto não está tudo ligado, está redondamente enganado. Reconhecer a banalidade do mal traz mais mal. Olhar para o lado como se nada se estivesse a passar é pactuar com o mal.
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