domingo, 26 de janeiro de 2025

Ana Nogueira

LEMBRAR O FUTURO | A Ana está hoje, neste dia 26 de janeiro, a comemorar mais um ano de vida. É pela arte que faz pela vida. Pela imagem. É professora e artista visual. Sou o curador desta exposição que aqui divulgo em primeira abordagem. O trabalho a apresentar em março, na galeria da Biblioteca Camões, mostra preocupações passadas e anseios futuros. Mostra uma ideia de percurso. Sou suspeito, gosto do trabalho da Ana, mas também gosto muito dela para além dos desenhos que ela faz nos variados suportes que inventa. Estes desenhos são riscos e texturas com vidas dentro. Sou suspeito, repito, mas gosto mesmo muito do trabalho de Ana Nogueira nesta fase de indecisão e progresso. Gosto desta companhia: das surpresas e das discordâncias. Dos desenhos e das palavras que disparam. Lembro-me de como Fernando Pessoa definia as expressões do amor. E lembro-me do poema do João Paulo (Cotrim):

Sabe a pólvora
o teu beijo
quando o disparo foi de vida

finjo uma
pequena morte?


Também me lembro de José Afonso (lembro-me sempre do Zeca):

Liberdade
Liberdade
Quem disse que era mentira
Quero-te mais do que à morte.
Quero-te mais do que à vida.


Parabéns por este dia e pelos trabalhos feitos no passado que nos acenam no presente. Lá vem de novo Fernando Pessoa, desta vez na mente emprestada a Bernardo Soares (Livro do Desassossego):

Vivo sempre no presente. 
O futuro, não o conheço. 
O passado, já o não tenho.

Até já.

Fotografia de Fernando Pinho
  
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