sábado, 29 de junho de 2024

Deus, pátria, eternidade

Há uma gente da classe política que se acha indispensável. Uma vez chegados ao poder acreditam que sem eles o mundo não avançaria. Não me refiro aos históricos nazi-fascistas do costume, mas sim aos que agora pululam por aí. Trump, Putin e Bolsonaro nasceram para liderar. Só a vontade de poder os move. Meloni move-se por lá agora, e não se envergonha do passado fascista de Iltália nem do seu mentor Mussolini. Na Hungria também já há um burgesso de extrema-direita no poder. Na Argentina também. BardellaSalvini, Abascal e Ventura (este parece considerar-se o novo Cristo que desceu à terra), mais os emergentes fascistas que na Alemanha, Holanda, Áustria e por aí afora, observam ansiosos os seus heróis que já experimentaram ou exercem o poder. 

Mas nem todos são da extrema-direita clássica. Alguns puxam da cartilha marxista e acham que assim ficam ungidos pela santa esquerda. O javardolas da Coreia do Norte não distingue a esquerda da direita. É imortal, como o avô e o pai, e lá vai mandando naquela indescritível monarquia. O espalha-brasas da Venezuela acha-se ungindo mesmo, e até chama camarada a Putin, outro que é o que for preciso, desde que seja para limitar direitos e liberdades e para construir (ou será reconstruir?) um império assente no despautério.

Há uma qualquer unção que os apanhou no poder e que os leva a não pensar em outra coisa. Não se percebe, por exemplo, o que pretendem fazer os apoiantes de Lula, no Brasil. Se calhar acham que o homem é eterno. Ele parece achar, e ninguém o desmente. Estes líderes indispensáveis são perigosos. Movem-se imperturbáveis num andor de pechisbeque, seguidos de inenarráveis sabujos que fingem idolatrá-los. Nem todos os fazem pelas piores razões. Provavelmente acham-se mesmo fantásticos e insubstituíveis. Alguém lhes deveria dar esta notícia. Talvez um médico ou um enfermeiro:: vocês são mortais e, como toda a gente, não são imunes ao disparate. Enxerguem-se!

O recente debate Biden-Trump transmitiu-nos uma visão do horror no poder. Um velhinho com debilidades evidentes mirra perante um criminoso aplaudido pelos seus crimes. É a populaça sem trambelho que alimenta o populismo desbragado. Como é que os EUA se deixaram governar por um ser execrável como Trump, e como é que esse farroncas vai de novo exercer a farronquice mais vil e miserável, num país que tem influência nas políticas e nas vidas de todos nós? Como? No partido Democrata não há mais ninguém para substituir o velhinho? E os republicanos só têm nas suas fileiras cretinos, dementes e imbecis arrogantes?

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