sábado, 22 de junho de 2024

Vemos, ouvimos e lemos

Folheamos jornais, lemos, ligamos a televisão, vemos e ouvimos. Ficamos horrorizados. São repugnantes, estes tempos que nos querem fazer viver. O ministro dos negócios estrangeiros de Portugal faz declarações disparatadas em Angola. Abraça o colonialismo como heroísmo. Reconhece o valor da luta contra os resistentes angolanos. Notável. Faz lembrar o ex-primeiro-ministro de extrema-direita que tivemos sem quase dar por isso. Cavaco condecorou pides e negou reconhecimento a Salgueiro Maia. E considerou Nelson Mandela terrorista, ao lado de Tatcher e Reagan, os mais repugnantes "estadistas" da época. 

Hoje, ao frequentar o jornal da RTP2, deparo com uma situação que se deu no Porto. Um ex-juiz, agora agitador político de extrema-direita, interrompe o lançamento de um livro para a infância da autoria de Mariana Jones. Esbraceja e vocifera contra a autora, que diz ser contra as crianças. Foi violento. As chamadas forças da ordem agiram de acordo com os seus anseios. Escolhem sempre o lado dos bons, como tal ninguém foi incomodado ou identificado. Os delinquentes são sempre protegidos. Esta gente sente-se protegida, agora que tem cinquenta representantes no parlamento. Tentam normalizar-se. Como se tal fosse possível. Os deputados fascistas eleitos por idiotas racistas, sexistas, homofóbicos, fascistas, fazem figuras tristes que vão "de encontro", como diz o chefe Ventura, ao que os seus eleitores preferem. Outros deputados ditos democratas chegam-se aos fascistas. Radicalizam o discurso porque acham que assim acarinham os eleitores perdidos para os fascistas. Envergonham-nos. 

O melhor mesmo é não ler, ouvir, ou ler? Não creio. O melhor mesmo é combatê-los. Encontrem maneiras de o fazer, senhores deputados da esquerda. Nós faremos o nosso melhor. Esta gente não nos mete medo, como pretende. O medo não vencerá a nossa vontade de liberdade. Não passarão, mesmo.

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